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PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PERÍODO DE

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Apelação Cível n. 2015.066355-4, de São Miguel do Oeste Relatora: Desa. Hildemar Meneguzzi de Carvalho

APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO DE EXECUÇÃO.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PERÍODO DE

ARQUIVAMENTO ADMINISTRATIVO SUPERIOR AO DA PRESCRIÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO. EXTINÇÃO NA ORIGEM. RECONHECIMENTO DA DESÍDIA DO CREDOR QUE PERMANECEU MAIS DE OITO ANOS SEM PROMOVER QUALQUER MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS. INSURGÊNCIA DO

EXEQUENTE. ARQUIVAMENTO REALIZADO EM

CONFORMIDADE COM O ART. 791, III, DO ANTIGO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL. NOVO POSICIONAMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DESTA CORTE DE ACORDO COM O ART. 921, §1º AO 5º DO NOVO CPC. SENTENÇA CASSADA.

RETORNO À ORIGEM. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

I - "Para configuração da prescrição intercorrente, é imprescindível a prévia intimação pessoal da parte para dar andamento ao feito, o que não ocorreu na hipótese vertente" (AI n. 2009.020113-5, rel. Des. Dinart Francisco Machado, j. em 11.9.2012) (AC n. 2013.082821-9, da Capital, rel. Des. João Henrique Blasi, j. em 17.6.2014)." (AC n. 2014.076829-1, da Capital - Continente, rel. Des. Sérgio Roberto Baasch Luz, j. em 20.1.2015).

II - "A jurisprudência desta Corte só admite a ocorrência da prescrição intercorrente nos casos em que tenha havido a intimação prévia da parte exequente para dar andamento ao feito.

Precedentes. Suspensa a ação de execução por ausência de bens penhoráveis, nos termos do art. 791, III, do CPC, impossível a decretação da prescrição intercorrente. Precedentes. (...)"

(AgRg no AREsp n. 542.594/PR, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, j. em 9.12.2014, DJe de 15.12.2014) 3 - Agravo regimental desprovido e AgRg no REsp n. 1551805/ SC, rel. Min.

Raúl Araújo, j. em 17.12.2015, DJe 3.2.2016).

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n.

2015.066355-4, da comarca de São Miguel do Oeste (1ª Vara Cível), em que é

apelante Banco do Brasil S/A, e apelado Adaltro Chechi e outros:

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A Câmara Especial Regional de Chapecó decidiu, por votação unânime, conhecer do recurso e dar-lhe provimento para cassar a sentença afastando a prescrição intercorrente, determinando-se o retorno dos autos à origem para o prosseguimento do feito. Custas legais.

O julgamento, realizado no dia 21 de março de 2016, foi presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador João Batista Góes Ulysséa, com voto, e dele participou o Excelentíssimo Senhor Desembargador Luiz Felipe Siegert Schuch como revisor.

Chapecó, 21 de março de 2016.

Hildemar Meneguzzi de Carvalho

RELATORA

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RELATÓRIO

Banco do Brasil S/A aforou Processo de Execução contra Adaltro Chechi (firma individual), Adaltro Chechi (pessoa física) e Sadi de Oliveira Debastiani sustentando, em resumo, que é credor dos executados da quantia de R$ 37.500,07, representada pelo instrumento particular de contrato de abertura de crédito com reconhecimento e quitação de dívidas e outras avenças, vencido em 6.4.2000.

Asseverou que as tentativas de cobrança extrajudiciais não obtiveram êxito.

Nesses termos é que requereu a citação dos executados para que efetuassem imediatamente o pagamento do valor acima mencionado.

Juntou documentos às fls. 4/16.

Os executados foram devidamente citados, conforme se averigua à fl.

20v.

O processo teve o seu normal seguimento na tentativa de penhora de bens e valores, porém sem êxito.

Houve o arquivamento administrativo dos autos em 17.11.2005 (fl. 145).

Em 30.6.2014, os executados interpuseram exceção de pré-executividade (fls. 146/153).

O exequente apenas tornou a peticionar nos autos apenas em 3.11.2014 (fls. 160/161).

O juízo sentenciou o feito, extinguindo-o com fundamento no art. 269, IV, do CPC, reconhecendo, de ofício, a prescrição intercorrente na pretensão do exequente (fls. 168/169).

Inconformado, o exequente interpôs recurso de apelação às fls. 172/183.

Em suas razões recursais, requereu, preliminarmente, o não conhecimento da exceção de pré-executividade oposta, uma vez que o ordenamento jurídico somente permite o seu uso nos casos em que houver vício da execução, o que não é o caso dos autos.

Ainda, destacou que a prescrição intercorrente não poderia ser decretada de ofício, uma vez que não estão preenchidos os seus requisitos, bem como é possível a suspensão dos autos nos termos do art. 791, III, do Código de Processo Civil. Destacou que não foi intimado para dar seguimento ao processo de execução. Asseverou que a paralização do processo não é causa de extinção, pois os autos apenas foram suspensos em razão da ausência de bens dos executados, e não por inércia do credor, o que de fato ocasionou na suspensão da contagem do prazo prescricional. Nesses termos é que requereu a reforma da sentença para que a execução seja retomada.

Apresentadas as contrarrazões pelos executados às fls. 187/190, os quais pugnaram pela manutenção da decisão, ascenderam os autos.

Este é o relatório.

VOTO

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1. Da Admissibilidade recursal

Inicialmente, é preciso registrar que no último dia 18 de março de 2016 passou a viger o novo Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015), o qual aplica-se imediatamente: "Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973".

Entretanto, não se pode olvidar que a nova lei deve respeitar os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma processual revogada: "Art. 14. Â A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada".

A doutrina especializada explica melhor:

Vigência da lei processual. A lei processual tem vigência imediata e se aplica aos processos pendentes, mas rege sempre para o futuro [...]. Para justificar a aplicação da lei nova aos feitos pendentes, a doutrina fala em "retroatividade apenas na aparência" [...]. Os atos processuais já praticados sob a égide da lei antiga caracterizam-se como atos jurídicos processuais perfeitos, estando protegidos pela garantia constitucional da CF 5.º XXXVI, não podendo ser atingidos pela lei nova (NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 228).

No mesmo sentido:

A lei do recurso é a lei do dia em que se tornou recorrível a decisão. A abertura de prazo recursal dá lugar a uma situação jurídica pendente- aguarda-se a interposição ou não do recurso: O recorrente tem direito à observação do direito vigente à época da abertura do prazo recursal. Fora daí há ofensa a direito processual adquirido e efeito retroativo da legislação. (MARINONI, Luiz Guilherme;

ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 113).

O Superior Tribunal de Justiça, em sessão realizada no dia 9 de março deste ano, editou alguns enunciados administrativos para disciplinar o direito intertemporal processual, com destaque ao enunciado número 2 (dois):

Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

Feitos os devidos esclarecimentos e considerando que a decisão atacada foi proferida na vigência do CPC/1973, conheço do recurso, porquanto atende os requisitos de admissibilidade recursais (intrínsecos, que são o cabimento, a legitimação, interesse e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer; e extrínsecos, que são o preparo, a tempestividade e a regularidade formal).

2. Do recurso de apelação

Cuida-se de recurso de apelação interposto por Banco do Brasil S/A contra a sentença que reconheceu a prescrição intercorrente e por consequência julgou extinto o feito, nos termos do art. 269, IV, do antigo CPC.

Segundo aduz o recorrente, não há falar em prescrição intercorrente nos

autos, uma vez que o processo encontrava-se suspenso, motivo pelo qual o prazo

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prescrição não foi findado.

Razão lhe assiste. Vejamos.

Conforme consta declarado na sentença e no caderno processual, o recorrente ajuizou Processo de Execução contra os executados, sustentando, em resumo, que é credor da quantia de R$ 37.500,07, representada pelo instrumento particular de contrato de abertura de crédito com reconhecimento e quitação de dívidas e outras avenças, vencido em 6.4.2000.

A execução teve o seu normal seguimento (fls. 17/144), entretanto, o processo foi arquivado administrativamente em 17.11.2005.

Em 3.11.2014, transcorridos mais de oito anos do arquivamento administrativo dos autos, o apelante peticionou nos autos tão somente para se manifestar acerca da exceção de pré-executividade ofertada pelos executados (fls.

156/159).

Por conseguinte, o juízo de origem, reconheceu, de ofício, a prescrição intercorrente, ante a ausência de manifestação nos autos por parte da apelante por mais de oito anos.

Porém, entendo que a prescrição intercorrente deve ser afastada.

Sabe-se que, a prescrição intercorrente é aplicável nos casos em que o processo é paralisado por inatividade do exequente, para realizar obrigação que lhe competia por período superior ao da prescrição da própria ação.

Sobre a prescrição intercorrente, colhe-se da jurisprudência desta Corte:

É necessária a ocorrência simultânea de dois pressupostos, de natureza: a) objetiva, consistente no decurso de prazo superior ao da prescrição do título executivo, sem impulso processual; b) subjetiva, que se configura diante da efetiva desídia do exequente, consistente no propósito deliberado de abandonar o processo, ao não impulsionar o feito quando lhe cabia alguma providência para tanto (AC n.

2012.069189-1, de Lages, Relator Des. Robson Luz Varella, j. em 28.5.2013).

Acerca do tema, ensina Humberto Theodoro Junior:

Acontece que a eternização da execução é incompatível com a garantia constitucional de duração razoável do processo e de observância de tramitação conducente à rápida solução dos litígios (CF, art. 5º, LXXVIII). Tampouco, se pode admitir que a inércia do credor, qualquer que seja sua causa, redunde em tornar imprescritível uma obrigação patrimonial. O sistema de prescrição, adotado por nosso ordenamento jurídico, é incompatível com pretensões obrigacionais imprescritíveis. Nem mesmo subordina a prescrição civil a algum tipo de culpa por parte do credor na determinação da inércia no exercício da pretensão. A prescrição, salvo os casos legais de suspensão ou interrupção, flui objetivamente, pelo simples decurso do tempo.

Daí a criação pretoriana da apelidada prescrição intercorrente, que se verifica justamente quando a inércia do processo perdure por tempo superior ao lapso da prescrição prevista para a obrigação disputada em juízo. Poder-se-ia objetar que, interrompida pela citação, a prescrição somente voltaria a correr depois de encerrado o processo (Cód. Civil, art. 202, parágrafo único). A regra, no entanto, pressupõe processo que esteja em andamento regular, não aquele que, anomalamente, tenha sido acometido de paralisação por longo tempo, isto é, por tempo superior àquele em que a obrigação seria atingida pela prescrição (Curso de Direito Processual Civil,

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Volume II, Processo de Execução e Cumprimento da Sentença, Processo Cautelar e Tutela de Urgência. 46ª edição, Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 490/491).

Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Luiz Renhart educam:

[...] A prescrição intercorrente constitui hipótese de extinção da exigibilidade judicial da prestação, que ocorre pela paralisação injustificada - por culpa do credor - da execução. Por não ter previsão legal, decorrendo de criação jurisprudencial, é difícil delinear seu perfil. O certo é que os tribunais reconhecem que se aplica, na avaliação da prescrição intercorrente, o mesmo prazo prescricional que regula a dedução da pretensão à tutela jurisdicional do direito material. Assim, se certo direito tem prazo prescricional de dois anos, não poderá a execução ficar paralisada por período maior que este, sob pena de ser a exigibilidade judicial do direito fulminada pela prescrição intercorrente (Curso de Processo Civil, Volume 3, Execução. 2ª ed., rev. E atual., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 345/346).

Comentando acerca da prescrição intercorrente, De Plácido e Silva ensina:

É aquela modalidade de prescrição extintiva que ocorre durante o processo.

Assim, ocorre a prescrição intercorrente quando a parte deixa de providenciar o andamento do processo, na diligência que lhe couber, durante prazo idêntico ao respectivo prazo de prescrição da ação (Vocabulário Jurídico Conciso, atualizado por Nagib Slaibi Filho e Gláucia Carvalho, 2ª edição, Rio de Janeiro: Forense, 2010, p.

603).

No caso dos autos, em estrita observância aos relatos colhidos na sentença e no caderno processual, o processo somente teve movimentação por parte do exequente a partir do dia 3.11.2014, ou seja, mais de oito anos após o arquivamento administrativo.

Nesse rumo, segundo o mais novo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para ser reconhecida a prescrição intercorrente, faz-se necessária, inicialmente, a intimação pessoal do credor para diligenciar nos autos e, somente após isso, é que a prescrição poderá ser reconhecida, se preenchidos os seus requisitos legais nos termos acima expostos.

À propósito:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.

EXECUÇÃO. TÍTULO EXTRAJUDICIAL. AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS.

SUSPENSÃO DO PROCESSO (CPC, ART. 791, III). ARGUIÇÃO DE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE DESÍDIA DA CREDORA.

INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA EXEQUENTE. AGRAVO DESPROVIDO.

1 - A jurisprudência desta Corte só admite a ocorrência da prescrição intercorrente nos casos em que tenha havido a intimação prévia da parte exequente para dar andamento ao feito. Precedentes.

2 - "(...) 2. Suspensa a ação de execução por ausência de bens penhoráveis, nos termos do art. 791, III, do CPC, impossível a decretação da prescrição intercorrente. Precedentes. (...)" (AgRg no AREsp n. 542.594/PR, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, j. em 9.12.2014, DJe de 15.12.2014) 3 - Agravo regimental desprovido e AgRg no REsp n. 1551805/ SC, rel. Min. Raúl Araújo, j. em 17.12.2015, DJe 3.2.2016).

Não se desconhece dos recentes julgados desta Câmara Regional

Especial de Chapecó no sentido de se não fazer necessária a intimação pessoal do

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credor para ser reconhecida a prescrição intercorrente (Nesse sentido: AC n.

2015.032998-2, de Chapecó, rel. Des. Subst. Rubens Schulz, j. em 20.7.2015; AC n.

2015.028695-0, de Chapecó, rel. Des. Rubens Schulz, j. em 6.7.2015 e AC n.

2014.075675-3, de Concórdia, rel. Des. Luiz Antônio Zanini Fornerolli, j. em 6.7.2015;

Agravo (§ 1º art. 557 do CPC) em AC n. 2015.069990-6/0001.00, rel. Des. Subst. Luiz Antonio Zanini Fornerolli, j. em 25.1.2016; AC n. 2015.067002-3, de Chapecó, rel.

Des. Subst. Rubens Schulz, j. em 25.1.2016.

Contudo, tem-se por necessário refluir em tal entendimento com fim de alinhar o posicionamento desta Corte com o STJ, bem como os recentes julgados deste Tribunal e, inclusive, com a nova sistemática processual.

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DÉBITOS DECORRENTES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. CITAÇÃO INEXITOSA EM RAZÃO DO DESCONHECIMENTO DO ENDEREÇO DO EXECUTADO. PROCESSO PARALISADO POR LONGO PERÍODO. AUSÊNCIA, CONTUDO, DA INTIMAÇÃO PESSOAL EXIGIDA PELO § 1º DO ART. 267 DO CÓDIGO DE PROCESO CIVIL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NÃO-CARACTERIZADA. RECURSO PROVIDO PARA DAR PROSSEGUIMENTO A EXECUÇÃO. "Para configuração da prescrição intercorrente, é imprescindível a prévia intimação pessoal da parte para dar andamento ao feito, o que não ocorreu na hipótese vertente" (AI n. 2009.020113-5, rel. Des. Dinart Francisco Machado, j. em 11.9.2012) (AC n. 2013.082821-9, da Capital, rel. Des. João Henrique Blasi, j. em 17.6.2014)." (AC n. 2014.076829-1, da Capital - Continente, rel. Des. Sérgio Roberto Baasch Luz, j. em 20.1.2015).

EMBARGOS À EXECUÇÃO. INSTRUMENTO DE NOVAÇÃO E CONFISSÃO DE DÍVIDA FIRMADA POR EX-ALUNA DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB. PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE AFASTADA. ACORDO ENTABULADO ENTRE AS PARTES.

PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO DURANTE O PERÍODO DE CUMPRIMENTO DA AVENÇA AUTORIZADO PELA AUTORIDADE JUDICIAL.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ARTS. 265, INC. II, E 792. AUSÊNCIA DE INÉRCIA DO CREDOR. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

DETERMINAÇÃO DE PENHORA ONLINE VIA BACEN-JUD. CONSTRIÇÃO QUE RECAIU SOBRE VALORES DEPOSITADOS EM CONTA POUPANÇA. DA DEVEDORA IMPENHORABILIDADE ABSOLUTA DOS VALORES DEPOSITADOS EM CADERNETA DE POUPANÇA ATÉ O LIMITE DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ART. 649, INC. X. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. [...] Não corre a prescrição intercorrente durante o prazo de suspensão do processo de execução. Para a retomada de seu curso, faz-se necessária a intimação do credor para diligenciar no processo, porque é a sua recalcitrância injustificada que faz retomar-se o curso prescricional. [...] (AgRg no AREsp n.

176493/AM, rela. Mina. Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, DJe 20.11.2012). [...]"

(AC n. 2012.090349-7, de Blumenau, rel. Des. Nelson Schaefer Martins, j. em 5.2.2013).

APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. MAGISTRADO DE ORIGEM QUE RECONHECE A OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE E JULGA EXTINTO O PROCESSO COM FUNDAMENTO NO ART. 269, INCISO IV,

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DO CÓDIGO DE RITOS. IRRESIGNADOS DE AMBOS CONTENDORES.

CASA BANCÁRIA QUE ALMEJA O AFASTAMENTO DA PERDA DA PRETENSÃO. ACOLHIMENTO. IMPRESCINDIBILIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO CREDOR PARA FINS DE CONFIGURAÇÃO DA DESÍDIA ENSEJADORA DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PRECEDENTES DESTE PAÇO DE JUSTIÇA E DO TRIBUNAL DA CIDADANIA. DECISÃO CASSADA.

IMPERATIVO RETORNO DOS AUTOS À PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA QUE TENHA SEU REGULAR TRÂMITE (AC n. 2015.085166-1, de Taió, rel. Des. José Carlos Carstens Köhler, j. em 26.1.2016).

A par disso, consigna-se que no antigo Código de Processo Civil, o art.

791, III, que permitia a suspensão do processo em caso de inexistência de bens penhoráveis, não estipulava um prazo para que o processo possa ficar suspenso.

Não obstante, o Novo Código de Processo Civil, com o objetivo de suprir a sobredita lacuna, dispõe em seu art. 921, III, § 1º ao § 5º, que, inexistindo bens passíveis de penhora do executado, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de um ano, suspendendo-se, também, o prazo prescricional. Passado esse prazo sem bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos, podendo haver o desarquivamento a qualquer tempo, se encontrados bens. Somente após decorrido o prazo ânuo anteriormente dito e sem manifestação da parte exequente, é que começará a contar o prazo da prescrição intercorrente, sendo necessária, ainda, a intimação das partes para se manifestarem acerca de tal instituto.

Com isso, em análise detalhada do caderno processual, verifica-se que não houve a intimação pessoal do apelante para que pudesse ser reconhecida a prescrição intercorrente, motivo pelo qual a sentença deve ser cassada para que a execução seja retomada.

Ante todo o exposto, o voto é no sentido de conhecer do recurso e dar-lhe provimento para cassar a sentença afastando a prescrição intercorrente, determinando-se o retorno dos autos à origem para o prosseguimento do feito.

Este é o voto.

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