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Pela Conversação Sabe- se Onde Está o Coração

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Pela Conversação Sabe- se Onde Está o Coração

Por Silvio Dutra

Ago/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

Pela conversação sabe-se onde está o coração

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

41p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra.

I. Título.

CDD 252

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“44 Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas.

45 O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal;

porque a boca fala do que está cheio o coração.

46 Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6.44-46).

Tão importante é o tipo de conversação que costumamos ter, que por ela pode ser inferida qual seja de fato a nossa conduta. Na língua inglesa, a palavra para conversa é a mesma para comportamento ou conduta.

Podemos saber o que é precioso para uma pessoa pelo tipo de conversa que ela costuma manter. A razão disso é que a boca fala daquilo que está cheio o coração. Se o coração é feito bom pela graça de Jesus, então a conversação será boa e agradável a Deus, porque não há árvore boa que dê fruto mau, e vice-versa.

“34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.

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35 O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más.

36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo;

37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.”

(Mateus 12.34-37).

“1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.

2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;

3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.” (Colossenses 3.1-3).

Pensamentos espirituais, celestiais e divinos só podem partir de um coração que está consagrado a Deus e que formou o hábito de santidade, de modo que todo o seu prazer será somente falar das coisas relativas ao reino dos céus. Esta pessoa poderá se expressar em muitos outros tipos de conversação lícita pela sua dedicação ao conhecimento de vários

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assuntos relativos ao mundo natural, mas o seu grande deleite sempre será falar das coisas de Deus, porque é isso o que enche o seu coração.

A razão disso é que somente a Palavra de Deus é espírito e vida. Nada há nada além dela que possa vivificar o nosso espírito. A Palavra é o alimento da alma, e se deixamos de nos alimentar dela, seremos achados fracos e faltosos na comunhão com Deus. Jesus disse que nem somente de pão material viveria o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.

Os puritanos ingleses haviam vivido isto por mais de um século, em suas diferentes gerações, e seus escritos testemunham a grande intimidade que tinham com o Senhor, e o grande vigor que havia em seus espíritos para enfrentarem com alegria e gratidão todas as vicissitudes e perseguições que experimentaram em sua jornada terrena.

Eles tinham grande comunhão entre si porque todos viviam em torno deste grande centro comum de interesse de viver inteiramente para a glória de Deus, e sabiam que isto não poderia ser alcançado sem uma prática real e contínua da Sua Palavra.

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Eles buscaram conhecer e praticar até a exaustão cada doutrina da Bíblia, visando a este objetivo.

É impossível ler a qualquer um dos escritos de qualquer puritano e não se sentir edificado e consolado espiritualmente. Seus corações estavam transbordando de sabedoria e graça celestial e então era disto que suas bocas falavam.

“8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.

9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (Filipenses 4.8,9)

“18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,

19 falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais,

20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

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21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5.18-21).

“8 Flecha mortífera é a língua deles; falam engano; com a boca fala cada um de paz com o seu companheiro, mas no seu interior lhe arma ciladas.

9 Acaso, por estas coisas não os castigaria? – diz o SENHOR; ou não me vingaria eu de nação tal como esta?” (Jeremias 9.8,9).

A Palavra abençoadora não é necessariamente aquela que simplesmente se expressa com os lábios, porque é possível falar de bênção enquanto se amaldiçoa no coração.

Deus conhece os corações dos homens, e por isso se concentra mais na linguagem do coração no que na dos lábios. Se o coração estiver correto em relação a Ele, e se a boca fala de modo que não se expresse corretamente o que se encontra no interior, Ele registrará o que está no coração e não aquilo que saiu dos lábios.

Quantas vezes, em amargura de espírito, o santo pode se expressar em queixas que a outros pode parecer ser uma murmuração, mas Deus que conhece o coração registra o amor e a devoção que existe no interior do santo, e não

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propriamente o dito apressado de seus lábios em um momento de profunda dor.

Deus conhece a verdade no íntimo, e é isto que Ele considera antes de tudo.

O salmista conhecia a importância de se cultivar um coração puro que se expressasse em palavras puras.

“De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor.” (Salmo 45.1).

“1 Ouve, SENHOR, a causa justa, atende ao meu clamor, dá ouvidos à minha oração, que procede de lábios não fraudulentos.

2 Baixe de tua presença o julgamento a meu respeito; os teus olhos veem com equidade.

3 Sondas-me o coração, de noite me visitas, provas-me no fogo e iniquidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride.

4 Quanto às ações dos homens, pela palavra dos teus lábios, eu me tenho guardado dos caminhos do violento.

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5 Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram.

6 Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes;

inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras.” (Salmo 17.1-6).

“28 Pois o SENHOR ama a justiça e não desampara os seus santos; serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.

29 Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.

30 A boca do justo profere a sabedoria, e a sua língua fala o que é justo.

31 No coração, tem ele a lei do seu Deus; os seus passos não vacilarão.” (Salmo 37.28-31).

“15 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores.

16 Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos.

17 Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Salmo 51.15-17).

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“Disse comigo mesmo: guardarei os meus caminhos, para não pecar com a língua; porei mordaça à minha boca, enquanto estiver na minha presença o ímpio.” (Salmo 39.1).

Em uma geração como esta em que vivemos, na qual pouco se vê de conversação santa, porque há muito pouco também de conduta santa, devemos vigiar e nos guardar, como se fôssemos de outra época, para que não venhamos a incorrer no desagrado de Deus. Não importa que nos chamem de anacrônicos, ou por qualquer outra adjetivação zombeteira, porque isto é muito próprio ao tempo a que pertencemos. Um coração superficial falará conforme eles mesmos dizem, de “zoeiras”. Mas temos o mandamento de não falarmos palavras ociosas e agir com chocarrices. A quem desagradaremos? Vale a pena desagradar a Deus para agradar aqueles que procedem de modo ímpio?

“1 Ó Deus, salva-me, pelo teu nome, e faze-me justiça, pelo teu poder.

2 Escuta, ó Deus, a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca.

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3 Pois contra mim se levantam os insolentes, e os violentos procuram tirar-me a vida; não têm Deus diante de si.

4 Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida.” (Salmo 54.1-4).

“1 Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.

2 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado.

3 Até quando acometereis vós a um homem, todos vós, para o derribardes, como se fosse uma parede pendida ou um muro prestes a cair?

4 Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem.

5 Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.

6 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado.”

(Salmo 62.1-6).

“16 Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma.

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17 A ele clamei com a boca, com a língua o exaltei.

18 Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido.

19 Entretanto, Deus me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração.

20 Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça.” (Salmo 66.16-20).

Agrada ao Senhor que testemunhemos, para a Sua glória, os grandes feitos que tem operado por nós, especialmente pela graça do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Como deixaríamos de proclamar, pregar, ensinar tudo o que Jesus fez e tem feito por nós?

O Espírito Santo nos impele a falar das excelências de Jesus, e não podemos deixar de falar de tudo o que temos visto e ouvido.

Nosso tesouro e herança é o próprio Senhor.

“19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;

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20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;

21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6.19-21).

Este tesouro deve ser cuidadosamente guardado e protegido de todas as investidas que são feitas contra ele pelo diabo, tentando roubá- lo de nós.

O modo de guardá-lo não é enterrando, mas buscando ser mais ricos em graça. Quanto mais graça tivermos, mais fortes seremos para resistir a toda sorte de tentações que possam nos sobrevir.

Um descuido no tipo de conversação que nos convém manter, pode trazer grandes prejuízos à nossa vida espiritual, pois o Espírito Santo é sensível e se entristece quando o nosso falar não corresponde à santidade que Ele tem implantado no nosso coração. Se amamos a Deus e falamos daquelas coisas que Deus reprova fazendo-nos cúmplices com elas, tornamo-nos hipócritas, porque expressamos aprovar aquilo que na verdade reprovamos, e o Senhor não se agrada da falsidade. O que vai

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além do sim, sim, e do não, não, é de procedência do maligno.

“33 Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.

34 Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa.” (I Coríntios 15.33,34).

“3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos;

4 nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.

5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.

6 Ninguém vos engane com palavras vãs;

porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.

7 Portanto, não sejais participantes com eles.

8 Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz

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9 (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade),

10 provando sempre o que é agradável ao Senhor.

11 E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.

12 Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.” (Efésios 5.3-12).

“16 Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR atentava e ouvia;

havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome.

17 Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.

18 Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” (Malaquias 3.16-18).

Quando alguns judeus, nos dias do profeta Malaquias se dispunham a queixar-se de Deus e a falar contra os Seus mandamentos, outros, que eram santos e piedosos, conversavam entre

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si em defesa do Senhor e da Sua Palavra, e é a eles que esta palavra de bênção foi dirigida através do profeta Malaquias.

“13 Sejam envergonhados e consumidos os que são adversários de minha alma; cubram-se de opróbrio e de vexame os que procuram o mal contra mim.

14 Quanto a mim, esperarei sempre e te louvarei mais e mais.

15 A minha boca relatará a tua justiça e de contínuo os feitos da tua salvação, ainda que eu não saiba o seu número.” (Salmo 71.13-15).

Como andarão dois juntos, se não houver acordo entre eles? Todo o prazer de Deus está em Sua Palavra, e que acordo teríamos com Ele se não for também este o nosso prazer?

Como pode o que é espiritual regozijar-se no que é carnal, e vice-versa?

Importa que o crente seja espiritual e não carnal, e assim a questão sobre o modo como deve se comportar e conversar já está resolvida.

Neste mundo pós-moderno tem havido uma grande tendência para os crentes se envergonharem do nome de Jesus e de Suas

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palavras, porque não são do agrado dos que são do mundo. Mas quando foi que os que são do mundo se agradaram de Jesus e de Suas palavras? Os mártires do Cristianismo respondem melhor por nós do que qualquer resposta que pudéssemos dar.

Mas, temos o testemunho da própria Escritura quanto à necessidade de não nos envergonharmos do nome de Jesus e das Suas palavras, e quão perigoso é fazer o oposto.

“36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

37 Que daria um homem em troca de sua alma?

38 Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.” (Mateus 8.36-38).

“7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:

8 Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto,

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guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.

9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.

10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.” (Apocalipse 3.7-10).

“15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos.

16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,

17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.” (João 14.15-17).

“6 Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.

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7 Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;

8 porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.

9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;”

(João 17.6-9).

Pelo fruto se conhece a árvore. Se o nosso fruto é bom, espiritual e agradável a Deus, ele será visto pelo tipo de conversação que costumamos ter, conforme pode ser visto no modo de se expressar dos grandes servos de Deus do passado, dos quais registramos a seguir algumas citações, pelas quais podemos sentir que não há ali qualquer influência ressecante para os nossos espíritos, mas um verdadeiro manancial e oásis para edificarmos e refrigerarmos as nossas almas.

John Owen disse:

Não sobreviverá a verdadeira noção das santas verdades do evangelho, se elas estiverem divorciadas de uma conversação santa. Assim como tudo aprendemos com a finalidade de

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praticar, assim também muito aprendemos por meio da prática... E só assim poderemos ter a certeza de que aquilo que aprendemos e sabemos corresponde, de fato, à verdade. Por isso, nosso Salvador nos disse: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo" (Jo 7.17)... Por esse meio, os estudantes serão continuamente levados a maior grau de conhecimento. Pois a nossa mente é capaz de receber contínuos suprimentos de luz e conhecimento cada vez mais brilhantes, enquanto estivermos neste mundo, se estivermos nos aprimorando para o devido fim e em obediência a Deus.

Sem isso, todavia, a mente logo fica saturada com conceitos, impedindo qualquer torrente proveniente da fonte da verdade.

Richard Baxter disse:

Se Ele é bom, infinitamente bom, então há toda razão no mundo para O amares; e não há como distorcer o raciocínio de que deverias amar mais a Ele do que ao mundo ou ao pecado. Se Ele é fiel e veraz, então suas ameaças devem ser temidas, e não deves desconfiar de suas promessas; não há razão para questionares a respeito da Palavra dEle.

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Se Ele é santo... então Ele precisa ser inimigo do pecado e de tudo quanto é profano, pois são contrários à sua natureza. Considera que Ele é todo-poderoso e que não há como oferecer-Lhe resistência... em um piscar de olhos Ele pode arrancar de teu corpo a tua alma culpada, lançando-a onde o pecado é punido. Uma palavra de sua boca pode lançar o mundo inteiro contra ti, incluindo a tua própria consciência...

E, se Ele for teu inimigo, então não importa quem seja o teu amigo; pois o mundo todo não poderá te salvar, se Ele ao menos condenar-te ...Ele existe desde a eternidade, e tu és apenas de ontem; o teu ser procede dEle; tua vida está sempre nas mãos dEle, e não podes viver um minuto sem Ele. Sem Ele, não podes sequer respirar, nem pensar um só pensamento, nem proferir uma só palavra, nem agitar um pé ou uma mão... nenhum amor pode ser profundo o bastante, nenhum louvor pode ser suficientemente sublime, nenhuma adoração pode ser santa e boa o suficiente para esse Deus... Ele não é um Deus que possa ser negligenciado, nem se pode brincar com Ele; Ele não é um Deus a quem se possa oferecer resistência, nem podes provocá-Lo, desobedecendo voluntariamente às suas leis...

Assim sendo, oh, demora-te em meditar sobre o Todo-Poderoso!

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Richard Sibbes disse:

O Espírito... testifica... por meio de... qualquer graça de Cristo que é aplicada a nós pelo Espírito. Porém, além de dar testemunho junto com esses testemunhos, o Espírito tem um testemunho distinto por meio do qual amplia a alma; o qual consiste em alegria na apreensão do amor paternal de Deus... O Espírito nem sempre testifica... através de argumento baseado na santificação, mas algumas vezes o faz de forma imediata, por meio de sua presença, da mesma forma que a mera presença de um amigo nos consola sem precisar de qualquer diálogo.

Há uma dupla certeza da salvação, conforme diz Goodwin: um dos meios é discursivo; um homem entende que Deus o ama com base nos efeitos [isto é, os sinais da regeneração], tal como concluímos que deve haver fogo, quando há fumaça. Mas o outro meio é intuitivo...

É um conhecimento tal que sabemos que a totalidade é maior que alguma parte... Há uma luz que vem e conquista a alma de um homem, assegurando-lhe que Deus é dele, que ele é de Deus e que Deus o ama para todo o sempre.

John Owen disse:

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Os pensamentos espirituais que surgem voluntariamente em nós, são oriundos da estrutura renovada de nossos corações pelo Espírito Santo.

Onde faltar tal estrutura de uma natureza renovada, os pensamentos serão carnais e não espirituais.

Todavia, é possível que alguém ocupe sua mente com coisas espirituais, sem ter uma nova natureza criada pelo Espírito Santo.

Assim, há homens cujo chamado e trabalho é estudar a Bíblia, e pregá-la a outros, podem não ter muitos pensamentos genuínos sobre coisas espirituais, e ainda pode ser, que frequentemente sejam remotamente espirituais.

Eles podem ser forçados pelo seu trabalho e chamada a ocuparem suas mentes dia e noite com tais pensamentos sobre coisas espirituais, mas ainda assim, não serem espirituais.

Seria bom que todos os pastores se examinassem diligentemente à luz desta citação de Ez 33.31:

“Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem

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as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois com a boca professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro.”

Esta citação descreve o grande caráter da estrutura das mentes de homens de condição irregenerada, ou seja, sem o novo nascimento do Espírito Santo.

Por isso, “toda imaginação dos pensamentos dos seus corações só é continuamente má”, como se afirma em Gênesis 6:5, porque são carnais e não espirituais.

Eles estão cunhando invenções e imaginações continuamente nos seus corações, e estampando-os em pensamentos que são vãos, tolos, e maus.

Todos os seus demais pensamentos são ocasionais; estes, são o produto natural,

genuíno dos seus corações.

Consequentemente, a mais querida, e às vezes primeira, descoberta do tesouro mau, que não tem fundo, de sujeira, loucura, e maldade que está por natureza no coração do homem, é a multidão inumerável de imaginações más que são cunhadas lá e que são empurradas adiante diariamente.

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Assim, é dito que “os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo.” (Is 57.20).

Há uma abundância de maldade nos seus corações, assim como água no mar; esta abundância é colocada em movimento ininterrupto pelas suas cobiças e seus desejos impetuosos; consequentemente o lodo e sujeira de pensamentos maus são acrescentados continuamente neles.

E é digno de registro que a mente carnal tem prazer no que é carnal, daí se dizer “a inclinação ou pendor da carne”. Ou seja, o que se quer, aquilo em que a carne tem prazer é aquilo que é tolo, vão e mau, que se expressa geralmente por meio de pensamentos tolos, vãos e maus.

É então evidente que a predominância de pensamentos voluntários é a melhor e mais segura indicação da estrutura interior e do estado da mente; porque se é assim por um lado com a mente carnal, dá-se o mesmo por outro lado, com a mente espiritual.

Portanto, ser espiritual, em primeiro lugar, é ter no curso e fluxo desses pensamentos, que são comumente produzidos por nós, aquilo que nós

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aprovamos por serem resultantes de nossos afetos pelas coisas espirituais.

Nisso consiste a inclinação do Espírito.

Desta forma, é possível conhecer se alguém é carnal ou espiritual, pelo tipo da sua conversação, porque a boca fala do que está de fato cheio o coração.

Pessoas espirituais, movidas pelo Espírito Santo, e que têm suas naturezas continuamente renovadas pelo lavar regenerador e renovador do Espírito, não se ocupam com tolices, impurezas, malícias, e toda forma expressão carnal revelada naqueles que não andam no Espírito, e que se inclinam portanto para a carne, e não para o Espírito.

Os pensamentos espirituais que surgem voluntariamente em nós, são oriundos da estrutura renovada de nossos corações pelo Espírito Santo.

Onde faltar tal estrutura de uma natureza renovada, os pensamentos serão carnais e não espirituais.

Mas sabendo que nem todos os homens são espirituais, nós temos que considerar o que é requerido para saber como tais pensamentos

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podem fazer uma certa indicação do estado de nossas mentes.

E há estas três coisas a serem consideradas:

1o - Que há pensamentos naturais, que surgem de nós mesmos, e não de situações externas.

O salmista menciona o “pensamento interior do homem” nos Salmos 49:11, 64:6.

Os pensamentos interiores surgem somente dos princípios, disposições, e inclinações interiores dos homens, e não são sugeridos ou estimulados por qualquer objeto externo.

Nos ímpios tais pensamentos naturais se expressam nas suas cobiças, por meio das quais são atraídos e seduzidos, como se afirma em Tg 1.14, fazendo com que façam provisão para a carne.

Estes são os seus "pensamentos interiores".

Da mesma fonte são esses pensamentos naqueles que são espirituais, isto é, aqueles que têm a inclinação do Espírito.

Eles são de outra natureza, mas também brotam na mente, independentemente de qualquer estímulo externo.

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Assim em homens cobiçosos há dois tipos de pensamentos por meio dos quais a sua cobiça opera, a saber:

Os que são estimulados por oportunidades e objetos externos, tal como se deu com Acã, em Josué 7.21: Ele disse:

“Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo.”.

A visão de Acã destes objetos, com uma oportunidade de possuí-los, inspirou pensamentos cobiçosos entusiasmados e desejos nele.

Isto é o que ocorre diariamente com outras pessoas, às quais as ocasiões as chamam para conversar com os objetos das suas cobiças.

E ficam aprisionados por estes pensamentos.

Eles se torturam e se movem para se empenharem para obter o objeto da sua cobiça.

E alguns, através de tais objetos podem ser surpreendidos em pensamentos com os quais as

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suas mentes não estão habitualmente inclinadas; e então quando forem conhecidos, é nosso dever evitá-los.

É através do conhecimento deste princípio de se produzir a cobiça através da produção de pensamentos a partir de estímulos externos, que a mídia opera, uma vez que as pessoas em sua grande maioria recebem tais impulsos sem submeterem tais pensamentos a um juízo crítico de valor.

Mas há um tipo de pessoas que têm pensamentos desta natureza que surge deles próprios, de suas próprias disposições e inclinações interiores, sem qualquer provocação externa, como lemos em Is 32.6:

“O louco fala loucamente, e o seu coração obra o que é iníquo”.

E em Is 32.8:

“Mas o nobre projeta cousas nobres, e na sua nobreza perseverará.”

Assim, a pessoa de coração transformado, que tem recebido a coparticipação da natureza de Deus, pelo novo nascimento do Espírito, pode e deve ter pensamentos nobres e perseverar na nobreza, pela vigilância e estruturação de seus

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pensamentos, ocupando-os nas coisas nobres recomendadas em Fp 4.8.

Mas o ímpio, da sua própria disposição e inclinação interior, permanece inventando o modo de agir de acordo com os seus pensamentos, para satisfazer a sua cobiça.

Para evitar esta armadilha, Jó fez um pacto com os seus olhos, como se vê em Jó 31.1, e nosso Salvador fez a declaração santa sobre o mau uso do olhar em Mt 5.28.

Mas o ímpio tem em si mesmo uma fonte habitual destes pensamentos, para os quais está constantemente inclinado e disposto.

Consequentemente o apóstolo Pedro nos fala em II Pe 2.14 acerca de tais pessoas que elas têm

“olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza”.

Os seus próprios afetos lhes tornam inquietos nos seus pensamentos e ideias sobre o pecado.

Assim se dá com aqueles que são dados a excesso de vinho ou bebida forte.

Eles têm pensamentos agradáveis elevados em si mesmos do objeto da sua cobiça.

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Consequentemente Salomão aquele conselho contra a ocasião deles, em Provérbios 23:31:

“Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo, e escoa suavemente.”.

O ato de fixar o olhar nisto, pode produzir pensamentos de cobiça para bebê-lo.

Daí o conselho de não se fixar o olhar nas possíveis fontes de tentação.

O mandamento bíblico é que fujamos delas, que as evitemos.

E Salomão destaca em Pv 23.32-35 as consequências do que for vencido pela tentação, por não seguir a instrução de Pv 23.31:

“Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. Os teus olhos verão cousas esquisitas, e o teu coração falará perversidades.

Serás como o que se deita no meio do mar, e como o que se deita no alto do mastro, e dirás:

Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então tornarei a beber.”. (Pv 23.32-35).

Sucede o mesmo em outros casos.

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Agora, há outros tipos de pensamentos, que não são estimulados por objetos externos, mas que são originados no interior dos homens, sem qualquer influência externa.

O salmista diz no Salmo 45:1:

“De boas palavras transborda o meu coração: ao Rei consagro o que compuz; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor.”.

Ele estava meditando em coisas espirituais, nas coisas relativas à pessoa e reino de Cristo.

Consequentemente “o seu coração transbordou para cima uma boa composição.”.

Está insinuada uma fonte de águas vivas.

De sua própria vida fluem rios de águas vivas (Jo 4.10,12).

Assim se dá com aqueles que são espirituais, que seguem a inclinação do Espírito e que nada dispõem para a carne.

Há uma abundância viva de coisas espirituais nas suas mentes e afetos, que os elevam para cima em pensamentos santos.

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O Espírito, com as suas graças residindo no coração de um crente, é um rio de água viva.

Assim como do próprio coração do homem fluem continuamente maus pensamentos, oriundos de sua natureza terrena, de igual modo, da presença do Espírito Santo em nós, pode fluir também agora, continuamente, pensamentos santos e bons.

Eles brotarão incessantemente da nova natureza implantada nos crentes.

Se eles andarem no Espírito, eles verão que fluirá neles estes pensamentos celestiais.

A água viva que Jesus nos dá é de outra natureza.

Não é água para ser mantida num poço ou numa cisterna, de onde deve ser retirada por nós; mas está dentro de nós como uma fonte eterna, que não pode secar e se tornar inútil.

É por isso que Jesus diz em Mt 12.35 que “O homem bom tira do tesouro bom cousas boas;

mas o homem mau do mau tesouro tira cousas más.”.

Primeiro, o homem citado é bom; como ele disse antes no verso 33: “Ou fazei a árvore boa e o seu

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fruto bom, ou a árvore má e o seu fruto mau;

porque pelo fruto se conhece a árvore.”.

Ele é feito bom por graça, na mudança e renovação da sua natureza; porque em nós mesmos não habita qualquer bem.

Este homem bom tem um bom tesouro no seu coração.

Mas todos os homens têm um tesouro; como está dito:

“mas o homem mau do mau tesouro tira cousas más.”.

E esta é a grande diferença que há entre os homens neste mundo.

Todo homem tem um tesouro no seu coração;

quer dizer, um princípio inesgotável de todas suas ações e operações.

Mas em alguns este tesouro é bom, em outros é mau; quer dizer, o princípio que prevalece no coração é o que leva junto com ele suas disposições e inclinações, para serem boas ou más.

Do bom tesouro saem coisas boas.

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É a presença do Espírito no coração do crente que lhe dá tal inclinação para o que é bom, e que lhe permite ter bons pensamentos, segundo o coração de Deus.

Os pensamentos que surgem do seu coração são da mesma natureza do tesouro que está nele.

Se os pensamentos que naturalmente surgem em nós forem em sua maior parte vãos, tolos, sensuais, terrestres, egoístas, tal é o tesouro que está em nossos corações, e tal somos nós; mas onde os pensamentos que assim naturalmente procedem do tesouro que está no coração são espirituais e santos, é uma prova que somos de fato espirituais.

Alguém que seja meramente religioso, que não tem o Espírito Santo, está desprovido da fonte de onde fluem os bons pensamentos, e assim, poderá apresentar uma fachada religiosa como os fariseus, que eram tidos na conta de homens santos, mas os seus pensamentos, ainda que não manifestados exteriormente em palavras e ações, tinham sua prevalência na fonte má de suas naturezas caídas.

Por isso nosso Salvador lhes tirou a máscara quando disse que eram sepulcros caiados,

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bonitos por fora, mas cheios de podridão no seu interior.

Por isso os homens podem ter pensamentos relativos às coisas espirituais, e que em sua maioria não surgem deste princípio, mas isto pode ser entendido por duas outras causas:

A primeira é a Força interior, e a segunda causa são as Ocasiões externas.

A primeira causa que nos leva a ter pensamentos espirituais, que chamamos de Força interior, se refere a convicções.

Convicções colocadas como um tipo de força na mente, ou uma impressão que faz com que a mesma aja de modo contrário à sua própria disposição e inclinação habitual.

É da natureza da água descer; mas se aplicamos um instrumento fazendo compressão na mesma, isto a forçará a subir, como se isso fosse seu movimento natural.

Mas tão logo cesse a força que é imprimida sobre ela, imediatamente voltará à sua própria tendência, e descerá.

Ocorre o mesmo frequentemente com os pensamentos dos homens.

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Eles são terrenos, o seu curso natural e movimento é para baixo na direção das cousas terrenas; mas se houver uma impressão de convicção eficaz na mente, isto forçará os seus pensamentos para cima em direção às coisas divinas.

Pode mesmo se pensar por muito tempo que seja este o seu curso e movimento natural, mas tão logo cesse o poder da convicção de sobre a mente, os pensamentos retornarão novamente ao seu velho curso, e tenderão para baixo, para as cousas terrenas, assim como a água, em nossa ilustração.

Isto sucede com muitos que ficam convencidos de serem crentes debaixo da pregação do evangelho, mas que não se converterão de fato.

Este estado e estrutura são descritos no Salmo 78.34-37:

“Quando os fazia morrer, então o buscavam;

arrependidos procuravam a Deus. Lembravam- se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu redentor. Lisonjeavam-no, porém de boca, e com a língua lhe mentiam.

Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança.”.

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Os homens quando se encontram em dificuldades, perigos, doenças, temores de morte, ou debaixo de convicção forte de pecado, tentarão pensar e meditar em coisas espirituais;

mas não poderão fazer sair coisas boas de uma fonte má, e assim, ainda que seja forte o esforço que façam para obedecer à vontade de Deus, isto não passará de hipocrisia e fingimento, porque a sua verdadeira inclinação e disposição interior não é espiritual, mas carnal.

Assim, com a boca podem louvar a Deus, mas o seu coração não será firme para com Ele, e os pensamentos espirituais que se esforçaram por manter, se deterioraram e desapareceram e a mente foi impelida à sua posição natural.

O profeta dá a razão disto em Jer 13.23:

“Pode acaso o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.”

Como estariam inclinados para as coisas espirituais, estando a sua mente inclinada naturalmente para as coisas terrenas?

Assim, uma vez cessada a convicção imprimida sobre suas mentes pelas dificuldades que

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sofriam, eles voltarão ao antigo curso de seus pensamentos carnais.

É por isso que nos é ordenado um caminhar constante no Espírito, que é a fonte de onde procedem os bons pensamentos.

Não há em nós mesmos nenhuma fonte inesgotável e eterna de pensamentos espirituais.

Assim, toda a espiritualidade ocasional, produzida por convicções ocasionais renovadas, que sobem e caem, quando estamos debaixo de repreensões de Deus, não são de modo algum o modo com o qual deve ser dirigida nossa vida espiritual, porque estes pensamentos espirituais se deterioram com as nossas convicções, tão logo estas sejam afastadas.

Somente os pensamentos espirituais que surgem de um princípio interno prevalecente de graça no coração; são constantes, a menos que uma interrupção sobrevenha a eles em determinada ocasião através de tentações.

Estes pensamentos espirituais que surgem de um princípio interior da graça operando no coração não podem surgir espiritualmente nas

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mentes e corações dos homens por meios e ocasiões externos.

A finalidade determinada por Deus para tais pensamentos espirituais é a de produzir uma disposição e afetos santificados prevalecentes.

Os próprios pensamentos em si mesmos não provam portanto, que alguém é espiritual.

Quando você cultiva e aduba sua terra, e se ela produzir colheitas abundantes, isto é uma evidência que a terra é boa e fértil; mas se ao cultivar a terra, você colocar adubo suficiente nela, e assim mesmo a produção não melhorar, você dirá que a terra é estéril.

Ocorre o mesmo com o coração dos homens.

O coração estéril pode ter pensamentos espirituais pela força da convicção, mas não produzirá o fruto espiritual esperado por Deus, porque a terra do coração é estéril.

Mas o coração fértil terá pensamentos espirituais que fluem do seu próprio interior, pela presença do Espírito Santo, que produz em nós pensamentos e desejos santos.

A terra fértil do coração que recebe as chuvas da graça do Espírito e produz erva útil é abençoada

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por Deus, mas aquela que produz espinhos e abrolhos é rejeitada por Deus e está perto da maldição e o seu fim é ser queimada, como lemos em Hb 6.7,8.

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