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https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6884222 SANTA RITA, A GESTÃO DO TENENTE

Francisco de Paula Melo Aguiar

Santa Rita era sub-prefeitura da Prefeitura Municipal de João Pessoa, tendo como sub-prefeito nomeado o Tenente Francisco Pedro dos Santos, quando no dia 28 de dezembro de 1932, o então Interventor Federal na Paraíba, Gratuliano da Costa Brito, assinou o Decreto nº 352, com a seguinte redação:

Decreto nº 352, de 28 de dezembro de 1932 Restaura o município de Santa Rita.

Gratuliano da Costa Brito, interventor federal no Estado da Parahyba, tendo em vista o plano de urbanização da cidade que requer uma área para a zona industrial desta capital.

DECRETA

Art. 1º - Fica restaurado e desmembrado do da capital, o município de Santa Rita.

Art. 2º - O município ora restaurado terá por limites as divisórias anteriores. Na parte, porém, referente a esta capital, a divisão fica sendo feita por uma linha paralela à avenida Sanhauá com o afastamento de um kilomentro para o poente do eixo da mesma avenida, compreendendo somente o trecho em que as extremidades dessa linha alcançarem o rio no lado opposto á dita avenida Sanhauá, mantidos nos demais pontos as antigas divisórias.

Art. 3º - O presente decreto entrará em vigor no dia 1º de janeiro do anno próximo vindouro.

Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio da Redempção, em João Pessoa, 28 de dezembro de 1932. 44º da Proclamação da República.

GRATULIANO DA COSTA BRITO

ARGEMIRO DE FIGUEIREDO. [A UNIÃO, 29/12/1932, p.6].

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Foto 1 – Decreto nº 352, de 28/12/1932 [A UNIÃO, 29/12/1932, p.6].

Uma vez restaurada a emancipação política de Santa Rita, objeto do Decreto nº 10, de 19 de Março de 1890:

“Decreto nº 10, de 19 de Março de 1890. Art. 1º - Fica elevado a categoria de Vila a Povoação de Santa Rita, que continua a ter a mesma denominação, passando a freguesia do mesmo nome, com a do Livramento, a constituir um município com os seguintes limites: ao nascente o Rio Sanhauá até o Marés, deste em direitura ao Mumbaba de Baixo; Ao Sul, o Rio Gramame, desde o ponto em que recebe o Mumbaba; da nascença desde até a Estrada que do Santo Antônio vai a Pedras de Fogo compreendendo as Mumbabas do Cavalcante, do Trigueiro e do Mary até a Ponte do Cobé, no Rio Paraíba, ao Poente, da Ponte de Cobé em direitura ao lugar Serraria na antiga Estrada das Boiadas e por esta até a sua passagem no Rio Miriry, compreendendo os Engenhos Cobé, Santo Antônio, Calebouço, Engenho Novo e Tabocas que pertencia à Frequesia do Taipú, do Município de Pedras de Fogo; Ao Norte o Rio Miriry desde a passagem da Estrada das Boiadas até à Foz do mesmo rio, a leste e a nordeste o Rio Paraíba, desde o Sanhauá até a Barra do Miriry, compreendendo as Ilhas da Restinga, Stuart e Tiriry, pertencentes à Freguesia de Livramento. Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAIBA, em 9 de Março de 1890, e Segundo da República dos Estados Unidos do Brasil. VENÂNCIO NEIVA”. (GAZETA DA PARAHYBA, 21/03/1890, p.1). Transcrito com a ortografia da época.

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Foto 2 - Actos do Governo – Decreto nº 10, de 19 de Março de 1890 [GAZETA DA PARAHYBA, edição de 21 de Março de 1890, p. 1]. Biblioteca Nacional do Brasil - Disponível in.: <http://memoria.bn.br/pdf/808865/per808865_1890_00543.pdf>. Acesso em 03.Abr.2019.

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Foto 3 - Actos do Governo – Decreto nº 10, de 19 de Março de 1890 [GAZETA DA PARAHYBA, edição de 21 de Março de 1890, p. 1]. Biblioteca Nacional do Brasil - Disponível in.: <http://memoria.bn.br/pdf/808865/per808865_1890_00543.pdf>. Acesso em 03.Abr.2019.

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Por outro lado é importante mencionar a mudança de limites do Município de Santa Rita, determinados pelo Art. 2º, do já citado Decreto nº 352, de 28/12/1932 [A UNIÃO, 29/12/1932, p. 6].

A notícia da restauração da autonomia municipal de Santa Rita foi motivo de júbilo e alegria para todos os santarritenses, correu nos quatro cantos da municipalidade, chamando assim ao reconhecimento estadual e nacional da referida medida, tanto é assim que o jornal oficial do governo da Parahyba, noticiou em suas páginas o fato histórico e a programação das festividades comemorativas daquele final de ano de 1932 com a manchete:

“Véspera de Anno em Santa Rita”:

Auspiciam-se animadas as festas com que os habitantes da vizinha cidade de Santa Rita, preparam-se para receber o próximo anno de 1933.

A’s 19 horas do dia 31, será iniciada a retreta na Praça João Pessoa, pela banda de musica do Regimento Policial, para este fim contractada.

Haverá serviço de bar, kermesse, tombola e outras diversões, na referida praça, que estará feericamente illuminada e bastante ornamentada.

A população da vizinha cidade, regosijada, pela restauração do município, cujo acto veiu despertar-lhe a maior alegria, promoverá, ás 23 ½ horas, uma manifestação ao tenente Francisco Pedro, em agradecimento aos bons serviços prestados á cidade por aquelle militar, no cargo de sub-prefeito.

A manifestação terá logar na praça João Pessôa.

A’s 24 horas, será celebrado solenemente o Te Deum, na Matriz local, que ostentará belíssima ornamentação.

Terminado o Te Deum, o povo voltará á praça João Pessôa, onde continuarão os festejos, sendo que ás 4 horas, haverá missa campal na porta da matriz.

A’s 13 horas do dia 1º terá logar no Paço Municipal a solenidade de installação do município.

A Empresa Auto-Viação fará seus ômnibus trafegarem entre Santa Rita e João Pessôa, initerruptamente, desde 18 horas do dia 31 até egual hora do dia 1º de janeiro. [A UNIÃO, 30/12/1932, p.5]. Transcrevemos com a ortografia da época.

E assim foi dito e feito, o povo foi às ruas participar das festividades do final do ano de 1932, envolvendo os festejos profanos, religiosos e políticos, o que culminou com a reinstalação do município de Santa Rita que acabara de ser igualmente restaurado.

O município de Santa Rita foi restaurado pelo Decreto nº 352, de 28 de

dezembro de 1932, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1933, data em que

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o mesmo foi oficialmente reinstalado e cuja a cadeira de prefeito municipal vaga durante por dois dias, porque o cargo de sub-prefeito ocupado pelo Tenente Francisco Pedro dos Santos, terminou de meia noite do dia 31 de dezembro de 1932, tanto é assim que ele assina a ata de instalação do município como sub-prefeito, algo “sui generis”, embora não o fosse mais sub- prefeito, e que somente no dia 2 de janeiro de 1933 é que o Interventor Gratuliano da Costa Brito, nomeia-o prefeito de Santa Rita, ex-vi noticia publicada:

Prefeitura Municipal de Santa Rita – Por acto de hontem o sr.

Interventor Federal nomeou para o cargo de prefeito do município de Santa Rita, recentemente restaurado, o tenente Francisco Pedro dos Santos.

O nomeado vinha exercendo o cargo de sub-prefeito daquella cidade, em cuja administração se houve com critério e operosidade.[A UNIÃO, 03/01/1933, p. 5]. Transcrevemos com a ortografia da época. Grifamos!

O já referido jornal oficial também faz publicar na íntegra a ata de instalação do município de Santa Rita, valendo apenas destacar a participação de senhoras da sociedade local, ex-vi, as assinaturas de trinta e uma senhoras, dentre as senhoras presentes naquele ato histórico solene, uma vez que:

Ante-hontem realizou-se, em Santa Rita, a cerimônia da installação do município, da qual se lavrou a seguinte acta:

“CÓPIA - Acta da installacção do município de Santa Rita, restaurado pelo decreto numero 352, de 28 de dezembro de 1932. Ao primeiro dia do mês de janeiro do anno de mil e novecentos e trinta e três, no edificio do Paço Municipal desta cidade de Santa Rita do Estado da Parahyba, pelas trêse horas, presentes innumeras pessôas, acclamado assumiu a presidência da reunião o bacharel Belino Souto, juiz municipal deste Termo, ora em exercício da 1ª vara de Direito da comarca da capital, a que pertence este Termo, e disse que declarava instalado o município de Santa Rita, pelos limites constantes do decreto numero 352, de 28 de dezembro de 1932, cujo decreto foi por lido em sua integra. Em seguida o presidente da reunião congratulou-se com os munícipes de Santa Rita pela restauração do município, dizendo ser um acto de justiça praticado pelo doutor Interventor Federal, que veiu ao encontro das justas aspirações dos santarritenses. Estava o doutor Interventor de parabéns por ter praticado este ato de reparação, e os santarritenses por vêr assim voltar a autonomia de seu município. Declarou que se congratulava com todos os presentes, pela restauração do município e aproveitou o ensejo para pedir não só aos presentes como aos ausentes, o apoio, e solidariedade ao tenente Francisco Pedro dos Santos, que

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exercendo as funcções de sub-prefeito da então sub-Prefeitura de Santa Rita, do município da capital, soube em menos de um anno transformar a face material desta cidade, fazendo melhoramentos vultuosos, além de ter feito nascer na sua repartição, a ordem, a moralidade e o trabalho. Franquiou em seguida a palavra aos circumstantes, tendo o tenente Francisco Pedro, agradecido as referencias que lhe foram feitas, dizendo que se benefícios fez a esta terra, cabe-lhe os ter delineado, pois da parte do povo respeitador e ordeiro, sempre encontrou a melhor bôa vontade em vir em apoio aos melhoramentos que levou a effeito. Ninguém mais pedindo a palavra, mandou o presidente da reunião que eu, Bernardino Gomes da Silveira, secretário, lavrasse a presente acta, que vae por todos assignada. Eu, Bernardino Gomes da Silveira, secretario, a escrevi. (Ass.). Belino Souto, Tenente Francisco Pedro dos Santos, sub-prefeito; conego Raphael de Barros Moreira, Joaquim Gomes da Silveira, João Baptista Barbosa de Paiva, Anesio Serrano Navarro, José Luiz Correia, João de Souza Mello, Abdias Pereira Borba, Manuel Antonio de Carvalho, João Arcebispo de Carvalho, João de Deus Meirelles, Jorge Vianna Correia, Rinaldo Gomes da Silveira, Erasmo Pereira de Britto, Carlos de Mendonça Furtado, Altino Meirelles, Pedro Gerbase, Adelino José Bezerra, Victal Bonifácio de Paiva, Luiz Gomes da Silva, Manuel José da Penha, Manuel Herminio de Oliveira, João Gonçalves do Nascimento, Antonio de Almeida Araújo, Manuel Enéas Rooco, Manuel Meirelles, Altino Meirelles, João Valerio de Carvalho, Manuel José da Silva, Oscar Pereira de Lucena, José Maria de Carvalho, Raul Geraldo de Oliveira, Pedro Ferreira, José Gaspar da Cunha, Pedro Fernandes Torres, Jorge Silva, Garibalde Romano, Nathanael da Costa Gadelha, João Soares Cavalcante, Pedro Severiano de Paiva, Genesio Lelis, Solon Pereira de Lucena, João de Andrade Guimarães, Major Victorino Toscano de Britto, Luiz Moreira Daltro, José Bernardo de Oliveira, Francisco Gomes de Azevêdo, Aluizio Patricio, Geroncio Meirelles, Rozendo José de Oliveira, Alfredo Tavares, Estevam Lelis, José Ferreira de Britto, Octacilio Alves Toscano, Amelia Augusta de Medeiros, João Teixeira de Vasconcellos, José Janiuario de Souza, Amalia Soares de Oliveira, José Cavalcante de Barros, Julita Gomes dos Santos, José Cavalcante, Mario Costa Sobrinho, José Dias Coutinho, Celestina de Lucena, Odilon de Lucena, Americo Lucena, Carlos Mares Celani, Antonio Domingos da Silva, Severino Feliz Pereira, Luiz Baptista de Assis, Manuel Tristão de Mello, Francisca Baptista do Carmo, Maria do Carmo Taveira dos Santos, Enéas de Oliveira Maia, Antonio Victoriano, Josepha Emilia da Silva, João Menezes do Nascimento, Maria Ferraz de Carvalho, Cacilda Ferraz de Carvalho, Elvira Ferraz de Carvalho, Miguel Ferraz, Elionice Ferraz de Carvalho, Maria Freire de Mello, Elza Ferraz de Carvalho, Honorio Gomes da Silva, Amelia de Souza Brandão, Aluizia Farias de Barros, Maria Farias, Manuel Moraes, Estelino José do Nascimento, Ascendino Teixeira, Anália de Medeiros Ramos, João José de Medeiros, Idalina de Medeiros, Raphael Guedes, Florêncio Araújo, Joanna Paulino do Carmo, Joaquim Batista do

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Carmo, Anália Baptista de Carvalho, Rita Bernarda da Costa, Ignez da Silva Dias, Francisco Gomes Cardoso, Benedicto de Lucena Cardoso, Francisco Monteiro Paiva, Antonio de Oliveira, Manuel Francisco de Oliveira, Oscar Monteiro Paiva, Doralice Monteiro Paiva, João José de Oliveira, Eliseu Serrão de Oliveira, José Vieira Filho, Martinho Candido Loubato, João Ignácio Freire, Luiz Gonzaga de Jesus, João Baptista dos Santos, Maria Philomena da Silva, Joanna Paiva, Maria Paiva, Antonio Soares da Silva, Dorcas dos Santos, Joanna Soares da Silva, Julia Nunes de Almeida, Pedro Cunha de Vasconcellos, Joaquim Cunha de Vasconcellos, Maria Ferreira da Silva, Manuel Bento Fernandes, Manuel Francisco Cordeiro, Francisco Leal Bezerra, Luiz de França, Angelina Florêncio de França, José Faustino Alves, Manuel Alves Cabral, Antonio Alves Cabral, Helena Fernandes de Figueirêdo, José Baptista dos Santos, Izidro Ferreira de Moura, Manuel Victor da Silva, João Gomes de Azevêdo, Luiz de França da Costa, Odesio de Almeida, Francisco Nunes do Rêgo, Ascendino Teixeira Filho, Lydia Francisca da Cruz, João Toscano de Britto. Era o que se continha em dita acta, que foi copiada verbo-ad-verbum do próprio original, e pela qual me reporto por ser a expressão da verdade. Santa Rita, 2 de janeiro de 1933. Bernardino Gomes da Silveira, secretário”. [A UNIÃO, 03/01/1933, p. 5].

Transcrevemos com a ortografia da época. Grifamos!.

Os políticos profissionais de plantão depois de restaurada a autonomia municipal resolveram aparecer no cenário político como pais da criança, isso é deduzível pela simples leitura do documento encaminhado ao Interventor Gratuliano da Costa Brito, conforme transcrevemos:

“A restauração do município de S. Rita – Ao sr. Interventor federal foi dirigido ,de Santa Rita, o despacho seguinte: Santa Rita, 30 – Vimos apresentar a vossencia nossos protestos de agradecimento volta autonomia nosso município conforme decreto 352. Justa aspiração dos que desejam o engrandecimento de Santa Rita. A comissão abaixo que pleiteou este acto de justiça aproveita o ensejo para patentear-vos grande estima e consideração. Terencio Ferreira; Adalberto Gomes da Silva; Horácio Furtado; José F.

de Moura e Silva; Colombo Rodrigues de Carvalho; Mário Costa Sobrinho; Abiathar Vasconcellos.”(A UNIÃO, 01/01/1933, p. 1). Ortografia da época. Grifamos!

Pelo sim ou pelo não, nenhum dentre eles foi convidado para ser o

nomeado prefeito de Santa Rita pelo Inteventor Gratuliano da Costa Brito, uma

vez que o município de Santa Rita instalado em 1º de Janeiro de 1933, sem ter

prefeito nomeado, ex-vi que somente em 2 de janeiro de 1933 é nomeado o

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prefeito Tenente Francisco Pedro dos Santos, o mesmo que fora sub-prefeito até 31 de dezembro 1932. O município foi instalado e passou dois dias em brancas nuvens, sem prefeito na forma da lei.

Isso é fato e contra fato não se argumento, e até porque corrobora com essa linha de pensamento e pesquisa histórica a publicação oficial da instalação do município na imprensa da época, vide os termos da ata publicada antes acima transcrita.

Ainda que por analogia, a figura de político profissional de plantão vem ganhando corpo em todo tempo e lugar, pois, essa gente abandona sua profissão e ou seu meio de vida como: senhor de engenho, fazendeiro, usineiro, médico, professor, advogado, economista, engenheiro, padre, pastor protestante, etc., para não falar de estrela da televisão, comediante, ex-jogador de futebol, etc., para ocupar cargos eletivos em todos os níveis da administração pública federal, estadual e municipal.

Entre Santa Rita e João Pessoa ainda não existia um só palmo de calçamento e muito menos de asfalto, portanto, o transporte rodoviário era feito pela estrada de terra batida e/ou transporte marítimo, via a canoagem e/ou pequenas embarcações e/ou canoas pela foz do rio Paraíba a partir de Livramento, Forte Velho [e/ou Lucena, que até então pertencia a Santa Rita]

desaguando no rio Sanhauá e/ou pela estrada de ferro via trem, até então o maior transporte de massa da região.

Assim sendo, nem os meios de transportes dificultariam o intercambio de parte de nossa população e especialmente da elite dominante da época no ir e vir de Santa Rita ao Palácio da Redempção, em comissão para bajular e ou agradecer ao primeiro mandatário estadual pela assinatura do Decreto nº 352, de 28 de dezembro de 1932, algo parecido com o beija mão da época do

“imperador” nos tempos do Império Brasileiro, ainda que por analogia, diante da noticia publicada pela:

Prefeitura Municipal de Santa Rita

Numerosa commissão de habitantes de Santa Rita esteve hontem no “Palácio da Redempção”, a fim de agradecer ao sr.

Interventor Gratuliano Brito, a assignatura do decreto que restabeleceu aquelle município, bem como convidar a sua exc.

para a manifestação que vae ser promovida ao tenente Francisco Pedro dos Santos, prefeito local.

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Compunha-se esta comissão das seguintes pessôas:

senhoritas: Anadita de Vasconcellos, Juliêta Cardoso de Albuquerque, Eloah Gonçalves do Nascimento, Iracy Cardoso de Albuquerque, Maria Ivonise da Silveira, Áurea Ribeiro Lacet, Celsa Porto, Zita Cardoso de Albuquerque e d. Isabel Iracema Feijó da Silveira. Srs. Bernardino Gomes da Silveira, Adalberto Gomes Ribeiro, João Cardoso de Albuquerque e major Victorino Toscano de Britto. [A UNIÃO, 06/01/1933.p. 5].

Ortografia da época.

E o agradece [...], agradece ao interventor Gratuliano de Brito pela nomeação do prefeito Tenente Francisco Pedro dos Santos é de “azedar”

naquele instante em plena Ditadura Vargas entre os “representantes” da população de Santa Rita e o governo do Estado da Paraíba, a elite dominante e parte de seus dominados fizeram enviar telegramas e mais telegramas de afago ao “ego” do referido governante estadual, ex-vi parte do puxa-saco escrito:

Por motivo da nomeação do tenente Francisco Pedro dos Santos para prefeito municipal de S. Rita, o chefe do governo recebeu as seguintes mensagens:

Santa Rita, 3 – Os santarritenses abaixo firmados congratulam-se vossencia justa nomeação tenente Francisco Pedro dos Santos prefeito. Cordiaes saudações: Antonio da Silva Melo e família; conego Raphael Barros; Bernardino Gomes da Silveira; Gonçalo Botto Fillho e família; Anesio Serrano Navarro; João Batispta Barbosa de Paiva e família;

major Victorino Toscano de Britto; João Cardoso de Albuquerque; João de Souza Mello; Adelino Pereira Borba;

João de Mello Filho; Manuel Antonio de Carvalho; Osorio Ferreira Silva; Belino Souto; João Soares Cavalcanti; Francisco Batispta do Carmo; Iracema Feijó da Silveira; Alfredo Ribeiro;

Francisco Nunes do Rego; Francisco Gomes de Azevêdo;

Cicero Xavier de Souza; Estevam Lelis; Horacio Mendonça Furtado; Ovidio Henriques Magalhães; Pedro Gerbasi; Carlos Mari Celani; Minervino Deodato Araújo; José Luiz Correia;

Jorge Silva; Oscar Paiva; Altino Meirelles; Julia de Vasconcellos; Anadita Lacet Vasconcellos; Eloah Gonçalves;

Adhylda Lacet Vasconcellos; Francisco Alves Toscano Britto, Severino Gomes e família; Celsa Lacet Porto; Maria Lacet Porto e família; Maria Eugenia Lacet e família; João Gonçalves do Nascimento e família; Luiz Emilio de Albuquerque e família;

Francisco Soares Sobrinho; Domiciano Soares Mendonça;

Antonio Galdino Lopes; João Batispta Figueiredo; Severino Rodrigues Paulista e família; Nicano Thomaz de Aquino e família; Feliciano Filho e família; Isaura Rocha e família;

Henrique Motta e família; Francisco Madruga e família;

Heriberto Barbosa e família; Altino Meirelles e família; Paulo Cruz de Oliveira; Nancy de Novaes; Iracema Cardoso de Albuquerque; João Bento Pereira; Joaquim Guedes e família;

Salvador Guedes e família; Manuel Tristão de Mello, Raul

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Geraldo Oliveira e família; Maria de Lourdes Araújo; Maria do Carmo Araújo; Esmeralda de Pace Araújo; Ernestina Araújo;

Rocco Merces Araújo de Oliveira; Emilia Pace Araújo; Maria das Neves Araújo; João Francisco Araújo; Antonio de Oliveira;

Antonio Dornelino Silva; Valdevino Carvalho e família; João José de Medeiros e família; Joaquim Baptista Carmo e família;

Pedro Celestino do Carmo e família; Rita Bernarda da Costa;

Analia Baptista Carvalho; Francisco Araújo da Silva; José Gomes da Silveira; José Coelho Marinho e família; Nathanael da Costa Gadelha; Manuel Baptista do Carmo; João Ferreira de Deus e família; Aluizio Patricio; José Toscano de Brito;

Manuel Moraes de Mello e família; Domiciano Gomes da Silva e família. [A UNIÃO, 06/01/1932, p. 5]. Ortografia da época.

O jornal A União fez publicar o inteiro teor dos textos dos agradecimentos ao governo da Paraíba de plantão nos dias que se seguiram a nomeação do prefeito Francisco Pedro dos Santos, enviados também por comerciantes e empresários de Santa Rita, dentre os tantos, citamos os seguintes telegramas:

João Pessoa – 4 – Congratulo-me v.exc., nomeação tenente Francisco Pedro prefeito Santa Rita. Saudações. Ovidio de Mendonça.

Santa Rita – 4 – Nome União Comercial Santa Rita representando totalidade classes conservadora esta cidade cumprimento vossencia motivo nomeação tenente Francisco Pedro dos Santos prefeito este município muito terá lucrar intelligência operosidade já reveladas melhoramentos realizados. Saudações. Aluzio Patricio. 2º secretario. [A UNIÃO, 06/01/1933.p. 5]. Ortografia da época. Transcrevemos.

Dentre os eleitores constantes do edital de alistamento eleitoral da então 1ª (primeira) zona eleitoral, constituída na época pelos municípios da Capital, Santa Rita e Pedra de Fogo pela Sub-prefeitura de Cabedelo, tendo como juiz, o Dr. Sizenando de Oliveira, e como escrivão, o Dr. Pedro Ulysses de Carvalho, encontra-se o nome do professor Severo Rodrigues da Silva, sob número de ordem da publicação 1225 e com a data do deferimento em 7 de março de 1933. [A UNIÃO, 09/03/1933, p. 3]. Grifamos.

E na realidade o prefeito Tenente Francisco Pedro dos Santos, com

poucos recursos, realizou uma grande, operosa e profícua administração para

a cidade Santa Rita, isso porque o principio número um de toda e qualquer

administração pública e/ou privada deve ser sem sombras de dúvidas a

honestidade, uma vez que: “Os maus são apanhados na armadilha das suas

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próprias palavras, mas os homens direitos conseguem sair das dificuldades.”

[PROVÉRBIOS, 12:13].

E é justamente, a honestidade, o valor primeiro e essencial do caráter do ser humano, isso porque ela não é somente em si e por si a verdade, e sim a veracidade, uma vez que aí está incluída a intenção da própria verdade, os fatos por si mesmos se justificam, é o zelo pela coisa pública, o que vamos encontrar pela simples leitura, ainda que a grosso modo e/ou a “olho nu”, a prestação de contas do dinheiro público de Santa Rita relativo a administração do prefeito Francisco Pedro dos Santos, referente ao ano de 1933, publicado no jornal A União, na seção “Prefeituras do interior”, conforme segue sua transcrição textual:

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA RITA Em 14 de fevereiro de 1934

Exmo. sr.dr. Interventor Federal - João Pessoa.

Receita e despesa – Em documento anexo, passo ás mãos de v.exc. o quadro demonstrativo da receita prevista e arrecadada e despesa prevista e realizada neste município, no exercício p.

findo.

Débito – Quando ao debito do município, em 31 de dezembro de 1932, era de doze contos oitocentos e noventa e quatro mil novecentos e quarenta reis (12:894$940), cuja importancia foi liquidada com as rendas de 1933.

Instrução Sobre a taxa de instrução , relativamente ao exercício de 1933, foi toda recolhida na Mesa de Rendas desta cidade.

Administração – Cumpre-me apresentar a v. exc., uma administração da vida administrativa deste município, que imerecidamente me foi confiada: Santa Rita, se bem que seja um município pequeno em sua área territorial e pouco populoso relativamente a sua boa situação geográfica, todavia, vem aumentando as suas fontes de receita, cuja dívida passiva consiste apenas em um pequeno debito de luz referente aos quatro últimos meses do exercício de 1933, por não terem os proprietários da Empreza querido receber, pelo que foi encerrado o exercício passado com um saldo para o corrente exercício de quinze contos cento e oitenta e um mil cento e setenta e nove réis (15:181$179), achando-se todo funcionalismo em dia.

Penso,, portanto, que o bom estado financeiro deste município, depende exclusivamente de uma boa administração, o que procurarei fazer dentro de minhas possibilidades administrativa, contanto para este fim com a boa vontade de seus habitantes com o que felizmente tenho contado até hoje. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9]. Ortografia da época. Grifamos.

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O Tenente Francisco Pedro dos Santos teve um comportamento ético a frente da Prefeitura Municipal de Santa Rita, conforme transcrevemos suas próprias palavras em sua prestação de contas do exercício de 1933:

Arrecadação - No tocante a arrecadação dos impostos, tem havido uma pequena irregularidade, isto talvez, devido a crise comercial oriunda de muitos fatores, dentre os quais, podemos citar a seca como o principal e a mal interpretação das posturas por parte de alguns contribuintes. Entretanto, até agora, não foi procedida nenhuma cobrança executiva. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9].

E tanto é assim que o tenente prefeito nomeado, enfatiza em sua prestação de contas do exercício administrativo do ano de 1933, primeiro ano da gestão como prefeito de fato e de direito, todos os principais serviços planejados, executados e inaugurados por ele, a saber:

Serviços Passo a enumerar os serviços concluídos no exercício de 1933 e outros iniciados no mesmo ano e que estão em vias de conclusão, os quais, vão abaixo descriminados pelo nome das ruas onde foram e estão sendo executados:

Rua Juarez Távora - Iniciados por mim os serviços da rua Juarez Távora no exercício de 1932, foram concluídos, tendo sido feito na referida artéria um aterro em toda sua extensão que é de 530 metros, 1060 metros de calçadas de alvenaria e concreto revestidas de cimento, muitas das quais auxiliadas pela Prefeitura que também fez todo serviço de meio fio;

conseguindo dos proprietários as reconstruções das frentes de suas casas que se achavam arruinadas. Foi também construída uma grande boeira de alvenaria em toda extensão da largura da estrada, assim como uma sargeta de pedra revestida de cimento em ambos os lados da rua acompanhando o meio fio, medindo 70 centímetros de largura, para escoamento das águas fluviais. A mesma rua foi dotada de numeração pelo método moderno, sendo o numero de metal com placas de igual natureza.

[A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].Grifamos.

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Foto 4 .: Rua Juarez Távora [Pós 1930]. Arquivo Foto Viegas.

Igual tratamento foi dispensado à rua de entrada e de saída de Santa Rita para Santa Rita e do interior para a capital do Estado e vice versa:

Rua Siqueira Campos – Identicos serviços foram na rua Siqueira Campos, numa extensão de 320 metros, prolongando- se pelas Praças João Pessoa e D. Pedro II, até encontrar á rua Juarez Tavora, com uma iluminação dupla em postes de ferro, pelo centro, com lâmpadas de arco, canteiros e arborização, formando duas vias ou sejam mão e contra-mão quanto ao transito de veículos, em cuja rua também foram feitas as calçadas de alvenaria e concreto e respectiva sargeta de pedra revestidas de cimento. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época. Grifamos.

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Foto 5: Rua Siqueira Campos [Maio/1972]. Arquivo: Foto Viegas.

A Praça João Pessoa (antiga Praça Padre Ferreira) foi totalmente refeita em versos, prosas, pedra, cal, madeira e ferro, uma vez que a:

Praça Dr. João Pessoa – Reconstrui totalmente a Praça Dr.

João Pessoa e o coreto que nele existia, dando-lhe um novo aspecto, com uma ótima iluminação em lindos postes de ferro fundido com globos leitosos de porcelana, sendo a fiação subterrânea, tendo transformado o tanque nela também existente, em uma cascata. Aproveitando um triangulo que fica ao lado sul desta mesma Praça, fiz dele uma pequena Praça ajardinada com um magnífico poste de ferro fundido ao centro, com arco para luz duplo e dois grandes globos leitosos de porcelana, com fiação elétrica também subterrânea. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época.

Grifamos.

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Foto 6.: Coreto da Praça João Pessoa [ex-Praça Padre Ferreira] reconstruído pelo prefeito Francisco Pedro dos Santos em 1933. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Arquivo do Foto Viegas.

Avista-se a olho nu por trás do “coreto” o casario pobre, o antigo Mercado Público Municipal [o primeiro de Santa Rita]; a Igreja Matriz com a torre inaugurada em 01 de novembro de 1932 por Monsenhor Rafael de Barros Moreira; o muro do entorno da Praça Getúlio Vargas e suas escadas separando a via pública da praça mencionada; a sopa e/ou marinete, transporte rodoviário que levava e trazia o povo de Santa Rita para João Pessoa e vice versa. As árvores e os postes de ferro da iluminação pública da praça e com a fiação subterrânea [ainda atualmente existentes] e bancos de cimento armado sem encostos.

Foto 7.: Monsenhor Rafael de Barros Moreira [1933].

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E o trabalho volumoso e operoso do prefeito Francisco Pedro envolvendo a administração pública o respeito pelo dinheiro do povo não parou por aí, vamos encontrar com a construção da:

Praça D. Pedro II (Antiga Praça da Matriz) – De todos os serviços concluidos, o de maior vulto foi o desta Praça, que para chegar ao ponto em que se acha, foi preciso fazer uma grande escavação em uma parte, para aterrar outra em uma altura de um metro e sessenta centímetros, sendo nela construída uma grande balaustrada em toda sua extensão, medindo 140 metros e sessenta centímetros por 80 centimetros de largura, ficando a mesma Praça isolada da via principal de transito. Este serviço de alto empreendimento e que tanto embelesou a cidade, foi de muito dispêndio para o município, não só pela escavação e aterro acima referidos, como também pela mão de obra e grande quantidade de material empregado, em virtude da profundidade dos alicerces e espessura da parede para poder suportar o peso do aterro ali feito; além disso, ainda foi preciso fazer os degraus de alvenaria em frente ao mercado público, na mesma extensão da Praça, por ter ficado não só este e os demais edifícios adjacentes, em um plano superior, motivado pela escavação feita no terreno. Fui ainda pela necessidade, obrigado a fazer a demolição do tradicional cruzeiro que muito tirava a estética daquela urbe, sendo o mesmo conduzido para o cemitério publico desta cidade, onde foi localizado. Em frente a balaustrada foi feito o meio fio, pelo lado externo com a respectiva calçada e sargeta de pedra circulando a mesma. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].

Foto 8.: Praça Dom Pedro II/1926 [atual Praça Getúlio Vargas – nome dado depois da revolução de 1930]. Arquivo do Foto Viegas.

(19)

Foto 9.: Praça Getúlio Vargas [07/09/1934].Arquivo do Foto Viegas.

É fato que “em Santa Rita elementos de todas as classes promoveram a sua exc. carinhosa recepção, viajando o ministro José Américo, a seguir para esta capital” [A UNIÃO, 21/03/1933, p. 1 ].

E além do mais:

Em Santa Rita aguardavam a passagem do preclaro homem público autoridades e escolares, e numerosa massa popular, que se achava aglomerada a Praça João Pessoa.

Falou do corêto daquella praça o dr. Bellino Souto, que em nome do povo saudou, em palavras cheias de enthusiasmo, ao ministro José Américo.

Sua excia., agradeceu a homenagem, dizendo do conforto que sentia ao contacto com aquelle povo generoso e sincero.

Essas manifestações foram promovidas pela seguintes commissão: dr.Manuel Velloso Borges; dr. Bellino Souto;

conego Raphael de Barros, prefeito Francisco Pedro, Joaquim Gomes da Silveira, Antonio da Silva Mello, Francisco Soares de Avezêdo, dr. José Galvão de Mello e Aluizio Gomes da Silva.

A commissão acompanhou o eminente conterrâneo até esta capital, bem como a banda de música local, que se transportou em caminhão [ A UNIÃO, 21/03/1933,p. 3]. Ortografia da época.

(20)

E a imprensa oficial é detalhista em informar de que ainda dentro da recepção ao ministro José Américo, agora já em João Pessoa, naquele dia 20 de março de 1933, ainda:

Na Praça Venâncio Neiva também tocaram em retréta as bandas de música de Campina Grande e Santa Rita. [A UNIÃO, 21/03/1933,p. 3]. Ortografia da época.

É importante observar a fotografia [de autor desconhecido] do desfile cívico escolar e militar de Santa Rita, referente ao 7 de setembro de 1933, na administração Francisco Pedro dos Santos, onde se constata que a Praça Getúlio Vargas [antiga Praça Pedro II e/ou Praça da Matriz], ainda em terra batida, inclusive a via pública [atual estrada de rodagem estadual PB 004 que na zona urbana de Santa Rita se confunde com a Rua Siqueira Campos;

Praça Getúlio Vargas; e Rua Juarez Távora], a praça já com seu solo rebaixo e construído o muro de arrimo e com sua mureta de proteção e escadarias, a praça sem bancos para assento da população, cheia de árvores [sombreiros] e com modestos postes com fiação elétrica, vendo ao fundo o casario da época, onde se destaca o sobrado da família Madruga [ainda de pé e conservado, atualmente].

E não foi diferente com as ruas laterais de ambos os lados da Igreja Matriz, atual Santuário de Santa Rita de Cássia, a exemplo da rua 29 de julho [rua da casa paroquial e/ou casa do padre], cujo nome é uma homenagem de Santa Rita ao dia nego [aquele da Bandeira do Estado da Paraíba], originado via a analogia do telegrama de 29 de julho de 1929, assinado e enviado por João Pessoa, então presidente [governador] da Paraíba negando apoio a candidatura de Júlio Prestes à sucessão presidencial da República do Brasil.

Em Santa Rita não diferente do resto da Paraíba e do Brasil, tudo respirava política inspirada nos ideais da Revolução de 1930. Uma prova disso é o nome da rua e o zelo a mesma dispensada naquele tempo e ainda hoje presente:

Rua 29 de Julho - Em vias de conclusão, acha-se esta artéria que dá acesso á Empreza de luz a Igreja Matriz. Nela também foram bastantes dispendiosos os serviços, pela necessidade de retirar um aterro na metade de seu percurso, com um metro e vinte centímetros de altura, que muito a afeiava, para poder transforma-la em uma via aprasivel como atualmente se acha.

(21)

Em virtude da largura em que ficou, deu margens para que fosse transferido para o centro da rua, os postes de cimento armado com a rede elétrica, ficando como duas vias de transito, obedecendo também mão e contra-mão quanto ao transito de veículos. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época.

O mesmo cuidado dispensado foi dado também a Travessa da Conceição [atual Travessa Dr. Fonseca]:

Travessa da Conceição – Não menos importante são os trabalhos iniciados á Travessa da Conceição nos últimos meses de ano p.passado, onde se fez preciso a remoção de um bloco de terra bastante grande, para dar a Travessa aludida uma nova afeição não só com a terraplanagem da rua como também com a construção das frentes das casas ali existentes.

[A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].Ortografia da época. Grifamos.

E além do mais confessa que na:

Rua Dr. João Pessoa (Antiga de São João) - Se bem que ainda não fosse possível por em execução os trabalhos que são exigíveis nesta rua, o que muito breve farei, tenho entretanto, feito alguns serviços de emergência, aterrando-a para prevenir a mesma contra o efeito destruidor das chuvas.

[A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].Ortografia da época. Grifamos.

Foto 10.: Rua São João [1952].

(22)

Ressaltamos de que a atual Rua São João, já se chamou: Rua São João; Rua Dr. João Pessoa; e Rua Djalma Dutra, cuja artéria era até então via de passagem obrigatória quem ia pegar o trem [Estação Ferroviária], ao cemitério [onde atualmente se encontra o Mercado Central Municipal de Santa Rita], a cadeia pública e a mata existente no local onde foi construído o Bairro Popular entre 1947/49.

Quando da publicação da prestação de contas de 1933, o prefeito Francisco Pedro afirma que Santa Rita tem quatro cemitérios a saber:

Cemiterios - Com o desta cidade, tenho mantido uma limpeza eficiente e também me impuz a obrigação de colocar ali o cruzeiro que mandei demolir do pateo da Praça D. Pedro II.

Mandei remontar o cemitério de Livramento cercando-o de páo a pique com estacas de boa qualidade e regular grossura, passando arame farpado, serviço para durar muito tempo.

Regularisei todo serviço deixando apenas em funcionamento no município quatro, sendo: os dois acima citados, um na praia de Lucena e o outro em estivas no lugar Geraldo. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época. Grifamos.

A Praça D. Pedro II é a mesma Praça da Matriz, atual Praça Getúlio Vargas em 31 de maio de 1934. Por outro lado, ainda consta a conservação das estradas, dentre as quais cita nominalmente a que vai desta cidade a praia de Lucena [pertenceu a Santa Rita até o inicio da década de 60 do século XX], além de ter iluminado a referia praia com iluminação a querosene, segundo o prefeito Francisco Pedro, ex-vi que:

Na minha gestão, esta Prefeitura tem sido exigente na conservação das estradas e por esta razão mandei fazer grandes melhoramentos na estrada que vai desta cidade á praia de Lucena, nos quais posso incluir até consertos de pontes sobre os rios que cortam a mesma estrada. Iluminei também a praia de Lucena de uma boa iluminação a querozene. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época.

Grifamos.

O atual município e cidade de Bayeux, na época chamava-se

Barreiras [nome originado ser local de cobrança de impostos, taxa de pedágio

e que rendeu o apelido de João Porteira ao então Presidente João Pessoa, que

o criou na Paraíba da época] e era um pequeno povoado de Santa Rita, o qual

(23)

recebeu para época significas benfeitorias, ex-vi o relatório publico pelo já citado prefeito no exercício de 1933:

Em Barreiras, com a criação da feira nos dias de domingo, fui obrigado a fazer naquele subúrbio os melhoramentos de que ele se recentia, adquirindo o terreno necessário ao aludido fim, tendo construído ali um galpão coberto de zinco para abrigar os feirantes, com bancos apropriados de tampo de pedra para o talho de carne verde e os demais apetrechos necessários a realização das feiras. [A UNIÃO, 31/05/1934, p.

9.]. Ortografia da época. Grifamos.

Afirma também o dito prefeito Francisco Pedro dos Santos que:

Em todos estes serviços realizados, foi despendida a quantia de trinta e sete contos seiscentos e trinta e oito mil quinhentos e dezesete réis (37:638$517). [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época. Grifamos.

O prefeito Francisco Pedro dos Santos [1933/junho/1934], não conheceu os fundamentos que regem a “compliance” dos dias atuais, porém, o dinheiro público em sua gestão tinha dono, porque:

Além dos serviços concluídos e os que se acham em vias de conclusão, constantes do presente relatório, o municipio ainda se recente da necessidade calçamento, principalmente na via principal de transito, a começar do principio da rua Juarez Tavora, atravessando as Praças D.

Pedro II e João Pessoa, indo até o fim da rua Siqueira Campos; serviço este que empreendi e tenciono levar a efeito por todo este ano. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época. Grifamos.

O que por si só se justifica o fato histórico contido em 31 de dezembro de 1933 no texto do citado relatório/prestação de contas do referido prefeito nomeado, valendo salientar de que Santa Rita ainda não tinha um palmo de calçamento em nossas principais ruas, praças e estradas de rodagem.

Tanto é assim que a única estrada de rodagem da época que ligava

Santa Rita a João Pessoa, ainda era revestida de barro batido, literalmente

falando.

(24)

Foto 11.: Estrada João Pessoa – Santa Rita [Foto de 17/10/1933]. [A UNIÃO, 06/01/1934, p.

10].

Em uma época em que Santa Rita não tinha se quer um matadouro público condigno, não tinha água encanada, um prédio para a Prefeitura Municipal, o Tribunal do Júri, Delegacia de Polícia e Posto Médico e além do mais a febre amarela dentre outras doenças a serem combatidas nas zonas rural e urbana. É justamente o que se deduz em lendo o relatório de 1933 da administração de Santa Rita:

Aponto também como de inteira necessidade os seguintes:

construção de um matadouro moderno, preenchendo todas as condições técnicas e higiênicas; abastecimento de agua á cidade por meio de chafarizes; construção de um prédio para a Prefeitura Municipal, com as acomodações necessárias não só para esta, como também para o tribunal do júri, delegacia de policia, cadeia, profilaxia rural e posto de febre amarela. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época. Grifamos.

E o prefeito Francisco Pedro dos Santos, continua firme, sonhando com o bem de nossa Terra e do nosso povo quando afirma: “Tenho em mira fazer logo os dois de mais utilidades que são: calçamento e matadouro” [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].

Não é por acaso que os grupos escolares brasileiros surgiram como

verdadeiras “vitrines” da República proclamada em 15 de Novembro de 1889,

(25)

uma vez que a reunião de escolas isoladas por assim dizer aclamada como formula mágica para resolver os problemas do ensino primário, segundo Souza (1998, p. 39).

Por outro lado, inicialmente as escolas isoladas até então existentes, cederiam o lugar aos grupos escolares, tanto na memória quanto na realidade espacial, haja vista que eram mais racionais e abrangentes no dizer de Faria Filho [1998].

O Estado da Paraíba criou o Grupo Escolar Dr. Thomas de Aquino Mindello, em 1916 na administração do coronel Antônio da Silva Pessoa, 1º vice presidente do Estado, conforme Lima [2011], uma vez que até então existiam apenas as cadeiras [professores únicos] masculinas e femininas isoladas nas cidades, distritos e povoados. [PINHEIRO, 2002].

Assim sendo, em Santa Rita não era diferente ainda no inicio da década de 30 do século XX, tanto é assim que aqui não existia a figura do grupo escolar reclamado no relatório da prestação de contas do exercício de 1933 da administração do prefeito Francisco Pedro dos Santos, tendo em vsita que:

A nossa cidade que já começa a experimentar o influxo da civilização, precisa ser dotada de um grupo escolar, a exemplo do que tem feito o Executivo Estadual, em outros municípios, em conjunto com os prefeitos. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].

Ortografia da época. Grifamos.

E o referido alcaide santarritense, se não bastasse acrescenta e com razão ao texto do relatório anual de 1933 de sua gestão municipal:

Pois é de lastimar que sendo S. Rita o município mais próximo da Capital, não tenha recebido de nossos governos este benefício de alta significação administrativa, e por um principio de equidade, igualmente precisamos reclamar um prédio que se destine aos Correios e Telegrafos para melhor atender as aspirações de nosso povo. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.].

Ortografia da época. Grifamos.

E conclui sua fala relatório administrativo, histórico, ético e financeiro dizendo:

Portanto, na administração desta edilidade, estou disposto á trabalhar em cooperação com seu governo, não só por este município como pelo engrandecimento geral do Estado.

(26)

E movido por um dever patriótico é que venho dando conta neste relatório do que fiz e tenho por fazer, desejando ter as minhas falhas corrigidas pela orientação de v. exc., naquilo que se fizer necessário. V. exc. ainda poderá me exigir os esclarecimentos que julgar necessário em torno de minha administração.

Terminando meu relatório, não preciso dizer que sou de v.exc., um dos seus mais humildes administradores que tudo envida pelo engrandecimento geral.

Cordiais saudações

Tenente Francisco Pedro dos Santos, prefeito. [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.]. Ortografia da época.

Na mesma edição do jornal oficial da Paraíba, a Prefeitura Municipal de Santa Rita, faz publicar o quadro demonstrativo contendo a receita e a despesas municipal do exercício de 1933, que até a presente data ainda não foi contestada judicial e extrajudicialmente, apesar do decurso do tempo.

QUADRO DEMONSTRATIVO SOBRE A RECEITA E A DESPESA DO MUNICIPIO DE SANTA RITA NO EXERCÍCIO DE 1933

RECEITA PREVISTA RECEITA ARRECADADA

Licença 25:000$000 Licenças 29:283$717

Imposto de feira 20:000$000 Imposto de feira 29:422$710

Gado abatido 6:000$000 Gado abatido 6:715$900

Aferição 2:000$000 Aferição 2:720$500

Imposto predial (décima) 25:000$000 Imposto predial (décima) 15:350$580 Taxa de limpeza público 2:500$000 Taxa de limpeza pública 2:689$300

Cemitério 2:500$000 Cemitério 2:459$000

Matricula 1:000$000 Matricula 229$000

Imposto de veículos 3:000$000 Imposto de veículos 640$00

Reg. terreno de plantação 5:000$000 Reg. terreno de plantação 1:778$300 Estatística Municipal 5:000$000 Estatística Municipal 9:031$422

Rendas diversas 2:000$000 Rendas diversas 2:243$275

Dívida ativa 1:000$00 Dívida ativa 9:976$942

100:000$000 Depósito de fiança 100$000

112:640$646

Fonte: A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9.

DESPESA PREVISTA DESPESA REALIZADA

Funcionalismo 18:480$000 Funcionalismo 17:245$400

Fiscalização 15:000$000 Fiscalização 15:874:380

Iluminação Publica 12:000$000 Iluminação Publica 8:987$800

Obras publicas 14:000$000 Obras publicas 18:205$865

Taxa de limpeza publica 7:000$000 Taxa de limpeza publica 6:552$450

Instrução publica 15:000$000 Instrução publica 11:563$386

Despesas diversas 5:520$000 Despesas diversas 16:295$815

Divida Passiva 13:000$000 Divida Passiva 12:894$940

100:000$000 107:640$036

Prefeitura Municipal de Santa Rita, 12 de janeiro de 1934

Bernardino Gomes da Silveira, tesoureiro interino [A UNIÃO, 31/05/1934, p. 9].

E a administração municipal corria em vento e poupa, com austeridade,

seriedade e rigidez no trato do dinheiro público, tanto é assim que através do

Decreto nº 12, de 20 de dezembro de 1933, que “orça a receita e fixa

despesa do Município de Santa Rita, para o exercício de 1934” [grifamos],

(27)

conforme texto publicado na imprensa oficial [A UNIÃO, 09/02/1934, p. 9], o prefeito Francisco Pedro dos Santos, projeta e sonha o que pretende fazer com o dinheiro público no decorrer do exercício financeiro de 1934.

E assim termina o mês de fevereiro de 1934, em notas de palácio que foram ontem [24/02/1934] recebidos, em audiência pelo Sr. Interventor Federal Interino [...]; professora Iracema Feijó e tenente Francisco Pedro dos Santos, prefeito de Santa Rita [A UNIÃO, 25/02/1934, p. 1].

Foto 12 – Iracema Feijó da Silveira

O nome de Santa Rita volta a aparecer na imprensa oficial da Paraíba quando da publicação do “Balancete da Receita e da Despesa da Prefeitura Municipal de Santa Rita”, referente ao mês de fevereiro, daquele ano, onde podemos destacar: a subvenção a banda de música de Santa Rita e o pagamento da aposentadoria de Terêncio Ferreira, ex-tesoureiro do municipio.[A UNIÃO, 29/02/1934. p.7].

Na década de 30 do século XX, a elite local se fazia presente nas noticias

sociais na imprensa estadual, um exemplo típico disso, se deduz pela simples

leitura na secção “Nascimentos”:

(28)

Do major Vitorino Toscano de Brito e sua esposa d. Otacilia Alves de Brito, residentes em Santa Rita, recebemos um cartão participando-nos o nascimento de seu filho que na pia batismal, se chamará Francisco de Paula”. [A UNIÃO, 05/04/1934, p. 3].

Grifamos.

A vida judiciária e/ou o termo [comarca] judiciário de Santa Rita subsistiu a própria extinção da emancipação do município, conforme o artigo denominado

“Competência Judicial”, de autoria do jurista José Flóscolo da Nóbrega [ex-sub- prefeito de Santa Rita e que antecedeu o sub-prefeito e prefeito Tenente Francisco Pedro dos Santos na prefeitura de Santa Rita], ex-vi que:

[...]

Não adianta, tão pouco, argumentar com os casos de Santa Rita e Alagoa Nova, em que os Termos subsistiram á supressão dos municípios correspondentes. Porque ninguém jamais confundiu Município, que é circunscrição administrativa, com Termo, que é circunscrição judiciária; e embora ambos em geral coexistam, um pode existir sem o outro, o que em nada infirma a nossa tese. O que sustentamos é que, salvo em casos excecionais, os limites de ambos coincidem; tanto isso é verdade que, suprimido o Município de Santa Rita, o Termo subsistiu com os limites daquele. Além do que, o caso de Santa Rita, como o caso de Alagoa Nova, são exceções creadas por leis especiais; e argumentar com exceções é racionar as avessas.[A UNIÃO, 08/04/1934, p. 11]. Ortografia da época.

A população santarritense do ano de 1934 só tinha seis viagens diárias

em ônibus [sopas, marinetes] para capital da Paraíba e vice-versa em “horários

de ônibus de Santa Rita”, segundo a Empresa de Viação Luz e Força. [A

UNIÃO,10/04/1934, p. 5].

(29)

Foto 13.: Sopas/marinetes de Santa Rita a João Pessoa/PB-1934.

Por outro lado, o prefeito Francisco Pedro, procura a ferro e fogo cumprir a legislação federal e estadual, inclusive no que se refere à educação pública, ex-vi a publicação na seção: “A contribuição dos municípios para a Instrução Pública” no jornal do governo da Paraíba:

O prefeito de Santa Rita comunicou ao sr. Interventor Federal interino haver recolhido, á Mesa de Rendas daquela cidade, a quantia de 1:346$523, correspondente a contribuição de 15%, destinada a Instrução Publica, referente ao mês de março do corrente ano. [A UNIÃO, 20/04/1934, p.1]. Ortografia da época.

É importante ressaltar de que a instrução pública era mantida pelas unidades estaduais da federação nacional, daí a obrigação que tinha cada prefeitura em contribuir obrigatoriamente com 15% (quinze por cento) da receita mensal municipal para o governo estadual manter as cadeiras e/ou escolas primárias e/ou secundárias [se existentes].

O rebanho de gado bovino paraibano, assim como o de Santa Rita foi atacado pelo carbúnculo, o qual foi combatido in loco, uma vez que:

[...]

Já se encontram, neste Estado, para auxiliarem nos serviços de combate, três técnicos e cinco auxiliares, distribuídos, já, pelos seguintes setores: Guarabira, Alagoa Grande, Pilar,

(30)

Espirito Santo e Santa Rita, os quais estão incumbidos de percorrer os vários municípios atacados, levando a vacina necessária e cedendo-a aos respectivos criadores. [A UNIÃO, 29/04/1934, p.8].

E além do mais a Repartição da Defesa Sanitária Animal da época alerta de que:

É importante pedir-se a atenção absoluta dos srs. Prefeitos municipais, autoridades fiscais e policiais e dos criadores, para que não deixem sair nenhuma partida de gado, dos locais afetados, para quaisquer outros, pois, virá isso redundar em maior prejuízo ainda, com o alastramento do carbúnculo, tornando, desse modo, impotentes todos os esforços da Repartição da Defesa Sanitária Animal. [A UNIÃO, 29/04/1934, p. 8].

A administração do Tenente Francisco Pedro dos Santos, como sub- prefeito e depois como prefeito igualmente nomeado, teve altos e baixos, nem sempre foi amado e muito menos odiado por todos santaritenses, um exemplo disso é o caso do julgamento pelo:

Termo de Santa Rita

O dr. Juiz de Direito da 2ª Vara da capital julgou improcedente a ação de indenização proposta por Odon Leite, contra a Fazenda Municipal, pela demolição e sequestro do pavilhão

“Siqueira Campos”.

Foi interposta apelação dessa sentença. Advogam os interesses das partes em litigio os drs. Horácio de Almeida e Evandro Souto. [A UNIÃO, 29/04/1934, p. 11]. Grifamos!

Naquele tempo o caminho de acesso da Paraíba ao Recife, Estado de

Pernambuco de ida e de volta ou era através da estrada de ferro via o trem e

ou via a estrada de barro batido que vinha de João Pessoa, passando pela rua

Juarez Távora, praças João Pessoa [ex-Praça Padre Ferreira] e Getúlio Vargas

[ex-Praça D. Pedro II] e rua Siqueira Campos [Santa Rita], passando por dentro

da cidade de Cruz do Espirito Santo [ex- Espirito Santo e ex-Maguary], Cobé

[que quer dizer nome de pessoa do gênero masculino, ser harmonioso e que

privilegia a família em primeiro lugar], Massangana, Fazenda Desterro [ainda

sem a capela de Nossa Senhora do Desterro que é de 1869], Engenho Maraú

[de propriedade dos monges beneditinos e lugar visitado por Dom Pedro II e

(31)

comitiva em 1859 quando em visita a Paraíba com destino a cidade de Pilar e daí para Mamanguape], passando sobre a ponte do rio Gurinhém, destruída pela cheia de 1947 e atualmente em ruinas, Café do Vento [terra do Engenho Itapuá], São Miguel de Taipu [até então pertencente a Cruz Espirito Santo], Pilar, Oratório[Itabaiana] a Goiana e/ou a Timbaúba, Aliança, Nazareth da Mata, Tracunhaém [palavra que quer dizer a panela da formiga ou formigueiro em tupy-guarany], Carpina, Paudalho, São Lourenço da Mata e daí até Recife [Pernambuco]. Não existia a BR 101 de João Pessoa [PB] ligando ao Recife [PE].

Segundo nos informa o engenheiro civil Jofili Pereira da Costa, então diretor da R.A.O.P – Repartição de Agricultura e Obras Públicas da Paraíba, que :

[...]

Ainda, há, diariamente o serviço de ônibus entre João Pessoa e o Recife. É evidente a preferência dos passageiros pelo transportes nas “sopas”, o preço é bastante reduzido, em comparação com o da estrada de ferro e a viagem é muito mais rápida, principalmente no verão. Aliás, este ano, nos meses de chuva o serviço de ônibus não foi interrompido no brejo e no litoral como acontecia, em anos anteriores, o que é mais uma demonstração do cuidado da administração pública pelas nossas rodovias. [A UNIÃO, 06/01/1934, p. 10].

E acrescenta ainda o já referido relatório do R.A.O.P que:

A via férrea muito vem sentindo a concorrência do ônibus e do auto-caminhão e uma grande redução das suas tarifas, ultimamente, é bastante expressiva. [A UNIÃO, 06/01/1934, p.

10].

E o relatório do R.A.O.P também enfatiza ainda a existência na Paraíba dos anos 30 do século XX, da cobrança do pedágio, atualmente restabelecido em quase todo o país nas grandes rodovias federais e estaduais:

O “imposto de porteira” ou de “barreira”, que corresponde á

“taxa sobre o viajante” (tax upon the traveler), dos americanos, não deu, quando aplicado no Estado o resultado que dele se esperava, nenhum beneficio compensador tendo advindo para as estradas. Aliás, é oportuno transcrever as palavras de João Luderitz. (Anais do Quarto Congresso Nacional de estradas de rodagem, pag. 253), baseadas no trabalho de Ira O. Baker

“Roads and Pavements”: “Modernamente, o sistema de barreiras e pedágio é considerado imprudente e nocivo, tanto

(32)

por motivos econômicos como políticos; tem sido abolido em toda a parte”. [A UNIÃO, 06/01/1934, p. 10].

Sem sombra de dúvidas quem ia e quem vinha da capital pernambucana para a capital paraibana tinha que passar por dentro do município e da cidade de Santa Rita e vice versa, uma vez que dentre os principais trabalhos realizados pelo Governo da Paraíba [no ano de 1933] se encontrava:

[...]

O novo revestimento da estrada João Pessoa-Santa Rita- Espirito Santo-Cobé (tronco rovodiário), onde foi empregado pedregulho numa extensão de 15 quilômetros, sendo 12 quilômetros restantes revestidos com piçarra construindo-se um boeiro de concreto armado entre João Pessoa e Santa Rita.

[...] [A UNIÃO, 06/01/1934, p. 10].

Tanto é assim que a manchete estampada na primeira página do jornal A União, órgão oficial do governo do Estado da Paraíba de 1º de maio de 1934 afirma: “Regressa, hoje, a esta capital, o sr. Interventor Gratuliano de Brito” e

“As grandes homenagens que o povo paraibano tributará ao digno Chefe do Estado” e complementa que:

Em nome de todas as classes sociais saudará o ilustre conterrâneo o Dr. Samuel Duarte – A hora exata da chegada de S.

Exc. – Adesões dos municípios do interior – Os boletins distribuídos nesta Capital e na vizinha cidade de Santa Rita – As delegações das sociedades de classes” [...] (A UNIÃO, 01/05/1934, p. 1). Grifamos.

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Foto 14 - Interventor Gratuliano da Costa Brito [A UNIÃO, 1934].

Então quem vinha do Recife para João Pessoa tinha que primeira passar por Santa Rita, fosse por estrada de rodagem e/ou por estrada de ferro, até então.

Tanto é assim que o jornal A União, em “outras notas” do já referido órgão de imprensa, da mesma edição antes mencionada, se constata o registro da passagem do Dr. Gratuliano da Costa Brito, interventor federal na Paraíba, pela cidade de Santa Rita vindo do Recife, rumo a João Pessoa, antes proveniente do Rio de Janeiro, então Capital Federal do Brasil, uma vez que:

Essas homenagens terão lugar no Pavilhão da Praça João Pessoa, onde discursará o talentoso jornalista Aderbal Piragibe.

Santa Rita, 1º de maio de 1934. – A comissão. (A UNIÃO, 01/05/1934, p. 1). Grifamos.

(34)

Foto 15 - Pavilhão da Praça João Pessoa [1934].

Enfim, trata-se do Pavilhão [Coreto] da Praça João Pessoa, existente

em 1934; que foi de demolido e reconstruído em cimento armado na forma

(35)

arredonda de “pire” na gestão Flávio Maroja Filho, na década de 40 do século XX.

Assim sendo, ressaltamos, porém, de que em 1º de maio de 1934, dia da homenagem ao Interventor Gratuliano de Brito, ainda não existia o prédio do Pavilhão Santa Rita, haja vista que o mesmo foi construído e inaugurado em 12 de outubro de 1935, já durante a gestão do prefeito João Gomes Vieira, que administrou Santa Rita de 6 de agosto a 30 de dezembro de 1935, tendo uma vez que:

No dia 12 deste mês terá logar a esperada inauguração do Pavilhão Santa Rita de propriedade do sr. Francisco Gomes de Azevêdo. Como já tivemos opportunidade de dizer, o alludido pavilhão foi construído a capricho e com os requesitos exigidos pela technica moderna, visando offerecer a esta cidade um estabelecimento em acordo com o seu progresso e onde a família santarritense e todos os que tiverem opportunidade de nos visitar possam ser servidos condignamente.

Provavelmente na mesma data será inaugurada a nova instalação do cinema Independência, de propriedade do sr.

Horácio de Mendonça Furtado.

O apparelho adquirido por aquelle cavalheiro é do tipo

“Cineton”, falado e synchronizado, estando por esse motivo de parabéns os nossos inúmeros fans, apreciadores do bom cinema. [A UNIÃO, 2ª secção, 13/10/1935, p. 4]. Ortografia de época. Grifamos.

Assim sendo, o referido Pavilhão Santa Rita “viveu” seus dias de glamour da sociedade santarritense e de seus visitantes de 12 de outubro de 1935 a década de 50 do século XX, era o cartão de visita da cidade e que

“sabia” recepcionar os locais e os viajantes do interior para a capital e da

capital para o interior da Paraíba e para outros estados, como por exemplos, os

viajantes de Pernambuco e para o Rio Grande do Norte, que por aqui

passavam e faziam suas refeições, o que vale apenas afirmar que o belo

artístico do prédio triangular entre as ruas Dr. João Pessoa; Siqueira Campos e

a Praça João Pessoa [antiga Praça Padre Ferreira e ou Praça do Coreto e/ou

Pire], nas imediações dos fundos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, que

foi derrubada em 1937 para no local ser construído o Grupo Escolar João

Ursulo, inaugurado em 1939, se misturava com as refeições e bebidas

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servidas, e bem assim com a recepção gentil e cavalheira, o que não deixaria de ser, ainda que por analogia, o belo artístico, criado e mantido pelo ser humano, ali existente parecia que era algo “superior à natureza, sua superioridade se comunica igualmente aos seus produtos, e por conseqüência, à arte” [HEGEL, 1993, p. 2].

O Pavilhão Santa Rita com a morte de seu fundador e proprietário Francisco Gomes de Azevedo, teve como herdeiros o seu genro Lau Farias e esposa, tempos depois entrou em declínio, foi vendido e derrubado nos primeiros anos da década de 60 do século XX, já na gestão do Prefeito Heraldo Gadelha e que em seu terreno foi construído o Posto de Gasolina Esso, inaugurado em 5 de maio de 1964, pelo empresário Ceslau da Costa Gadelha Filho. O referido pavilhão era considerado como a casa dos boêmios santarritenses da época de sua existência.

Foto 16.: Pavilhão Santa Rita – Inaugurado em 12 de Outubro de 1935 – Santa Rita/PB. [Foto Viégas/1960].

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Foto 17.: Pavilhão Santa Rita [Foto Viegas/1960].

Por incrível que pareça essa foto perpetua a historicidade das lutas

estudantis pelo domínio do Centro Estudantil Santarritense, antes da

Revolução de 31 de Março de 1964, tendo em vista que ela registra como

testemunha ocular dos tempos que não voltam mais, ex-vi o escrito em forma

de pichação: “Os estudantes de tino votam em Aécio e Liberalino”. Era o mote

da disputa da referida chapa apresentada como forma de convencimento aos

estudantes de Santa Rita. Assim sendo, vale apenas lembrar de que os nomes

ali declinados, tratam-se do ilustre advogado Aécio Flávio Farias de Barros – in

memoriam, neto do fundador e proprietário do Pavilhão Santa Rita, e do

igualmente ilustre advogado José Liberalino da Nóbrega, ambos fizeram

carreira jurídica, exemplos de perseverança para as novas gerações de Santa

Rita.

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Foto 18.:Pavilhão Santa Rita – abrigando em sua calçada os engraxates da época em busca de defender o pão de cada dia para suas proles.

Foto 19.: Posto Ceslau Gadelha [Bandeira Esso], inaugurado em 5 de maio de 1964.

[Foto Viégas].

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