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EMPREGO DO SISTEMA RÁDIO TRONCALIZADO NAS OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS EM AMBIENTE URBANO NO RIO DE JANEIRO DURANTE A INTERVENÇÃO FEDERAL EM 2018 Eduardo Brito da Silva

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Academic year: 2021

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NO RIO DE JANEIRO DURANTE A INTERVENÇÃO FEDERAL EM 2018 Eduardo Brito da Silva

*

Daniel Seixas da Silva

**

RESUMO

Com o objetivo de compreender os aspectos operacionais das Comunicações Rádio nas Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, durante a Intervenção Federal na área de Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2018, o presente trabalho pretende identificar as características das Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, identificar possibilidades e limitações do Sistema Rádio Digital Trocalizado e verificar se o Exército Brasileiro já possui ou está adquirindo repetidoras para cobrir áreas sem cobertura rádio em Operações em ambiente urbano. O trabalho mostra também como o Comando e Controle foi exercido com a integração do Sistema Rádio Digital Troncalizado e o Sistema Pacificador, atualizando a Consciência Situacional dos comandantes de todos os níveis, utilizando de repetidoras fixas e móveis do Sistema Rádio Digital Troncalizado, bem como, evidencia a necessidade de aquisição de repetidoras de menor porte para áreas com pouca acessibilidade. Por fim, demonstra a importância do investimento em Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), para aumentar a Consciência Situacional na Área de Operações e contribuir para o processo decisório e a tomada de decisão dos comandantes.

Palavras-chave: Consciência situacional. Rádio Troncalizado. Pacificador. Intervenção Federal.

ABSTRACT

With the objective of understanding the operational aspects of Radio Communications in the Cooperation and Coordination Operations with Agencies, during the Federal Intervention in the Public Security area in the State of Rio de Janeiro in 2018, the present work intends to identify the characteristics of the Cooperation and Coordination with Agencies, identify possibilities and limitations of the Exchanged Digital Radio System and check if the Brazilian Army already has or is acquiring repeaters to cover areas without radio coverage in Urban Operations. The work also shows how Command and Control was exerted with the integration of the Trunked Digital Radio System and the Peacemaker System, updating the Situational Awareness of commanders of all levels, using fixed and mobile Trunked Digital Radio Repeaters, as well as, highlights the need to purchase smaller repeaters for areas with poor accessibility. Finally, it demonstrates the importance of investing in Information and Communications Technology (ICT) to increase the ability to update the situation in the Operations Area and to contribute to the decision making and decision making of commanders.

Keywords: Situational Awareness. Trunked Radio. Peacemaker System. Federal Intervention.

* Capitão da Arma de Comunicações. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2009.

** Capitão da Arma de Comunicações. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2006.

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1 INTRODUÇÃO

O Estado do Rio de Janeiro vem sofrendo, nos últimos anos, com a violência nos grandes centros urbanos. Esse crescimento da violência se deu devido a uma crise financeira, que acarretou na falta de recursos investidos na segurança pública, bem como outros problemas crônicos do Estado como desperdício de recursos públicos, corrupção de politicos e agentes de segurança pública.

Em situações de crise, o Governo Federal, através do Ministério da Defesa, pode realizar Operações de Cooperação e Coordenação com Agências em apoio a órgão governamentais, para restabelecer a normalidade e o bem comum da sociedade, utilizando os recursos militares de forma eficiente e efetiva.

Um fator que deve ser considerado e que influencia diretamente na forma de atuar das Forças de Segurança é o Combate em Áreas Humanizadas e, que segundo o Manual de Doutrina Militar Terrestre, é assim definido:

O ambiente operacional tornou-se congestionado, uma vez que as operações tendem a ser desenvolvidas prevalentemente em áreas humanizadas ou no seu entorno. A presença da população e de uma miríade de outros atores dificulta a identificação dos contendores e aumenta a possibilidade de danos colaterais decorrentes das operações militares. Isso não quer dizer que a letalidade de um exército deva ser reduzida, mas que ela deve ser seletiva e efetiva.

Somado aos aspectos da dimensão humana, esse fator impôs que as

“Considerações Civis” assumissem a condição de fator preponderante para a tomada de decisão em todos os níveis de planejamento e condução das operações. (BRASIL, 2014, p. 4-5).

O Exército participou de algumas Operações de Cooperação e Coordenação com Agências realizando tarefas de Garantia da Lei e da Ordem no ano de 2017, como por exemplo: patrulhamento da Av Brasil, Linha Vermelha, Estrada do Camboatá, Via Dutra, cerco da Comunidade de Lins de Vasconcelos, cerco na Comunidade de Manguinhos, cerco na Comunidade do Barro Vermelho e favela do Sapinho, cerco e ocupação da Comunidade Vila Joaniza e Barbante, cerco nas Comunidades Arará, Mandela I e II, Barreira do Vasco, cerco e ocupação na Comunidade Nova Holanda no Complexo da Maré.

Diante desse cenário, ficou evidente que o Estado do Rio de Janeiro não

estava conseguindo manter o funcionamento da segurança pública. Em 16 de

fevereiro de 2018, o Presidente da República Michel Temer, decretou Intervenção

Federal no Estado do Rio de Janeiro, que se limitava à área de segurança pública,

através do Decreto 9.288 e amparado pelo Art. 34 da Constituição Federal.

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Após o decreto de Intervenção Federal, a área de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro ficou sob a responsabilidade do Gen Ex Walter Souza Braga Netto (Interventor), que na época também era o Comandante Militar do Leste.

O Interventor esteve subordinado diretamente ao Presidente da República, podendo requisitar recursos e meios, federais e estaduais, na área de segurança pública para a realização dos objetivos da Intervenção Federal.

Nesse período, as Forças Armadas e os orgãos de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro participaram de diversas Operações no Estado do Rio de Janeiro, onde três princípios se destacaram: Surpresa, Massa e Segurança. O Gabinete de Intervenção Federal ajudou a recuperar a Capacidade Operativa dos Orgão de Segurança Pública com compra de materiais, armamento e munição, bem como ajudou a reduzir diversos indices de criminallidade.

Com o presente estudo pretende-se compreender o Emprego do Sistema Rádio Digital Troncalizado nas Operações de Cooperação e Coordenação com Agências em ambiente urbano no Rio de Janeiro durante a Intervenção Federal em 2018, levantando questionamentos sobre o funcionamento do referido sistema rádio e fornecer subsídios para melhorar as comunicações rádio.

1.1 PROBLEMA

Durante a Intervenção Federal em 2018, quando as Forças Armadas eram acionadas, o Comando Conjunto emitiam a Ordem para a 1ª DE, para as Brigadas e Unidades envolvidas nas Operações, com um prazo curto de planejamento e execução. Havia também a compartimentação da informação, ou seja, a informação era passada de acordo com a necessidade para cada nível hierárquico, tudo isso para preservar o sigilo da Operação e se utilizar com plenitude o princípio da Surpresa.

Se por um lado, na maioria das vezes, se obteve o efeito surpresa, por outro lado, algumas atividades importantes para as Comunicações, como o Reconhecimento de Comunicações, ficaram prejudicados e muitas vezes a tropa chegava na Área de Operações e se deparava com uma área sem cobertura rádio na sua Zona de Ação.

Assim, o presente estudo busca solucionar o seguinte problema:

Como instalar, explorar e manter as Comunicações via Rádio Troncalizado em

Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, executando tarefas de

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Garantia da Lei e da Ordem, sem um Reconhecimento de Comunicações adequado, com pouco tempo entre o planejamento e a execução, e sem poder informar a sua tropa qual o local da Operação?

1.2 OBJETIVOS

O trabalho buscará responder o problema levantado por meio de estudos observacionais realizado nos aspectos operacionais das Comunicações Rádio nas Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, tendo como objetivo geral: compreender quais soluções poderiam melhorar a cobertura do Sistema Rádio Digital Troncalizado nessas Operações.

Como forma de atingir o objetivo geral, foram estabelecidos os objetivos específicos abaixo, de acordo com uma sequência lógica:

a) Identificar as características das Operações de Cooperação e Coordenação com Agências.

b) Identificar possibilidades e limitações do Sistema Rádio Digital Trocalizado.

c) Identificar quais as situações que o Sistema Rádio Digital Trocalizado apresentou problema de cobertura de sinal.

d) Verificar se o Exército Brasileiro já possui ou está adquirindo repetidoras para cobrir áreas sem cobertura rádio em Operações em ambiente urbano.

1.3 JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES

No período da Intervenção Federal, durante as Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, que nesse caso foram em Apoio a Órgãos Governamentais, o Sistema Rádio Digital Troncalizado funcionou junto com suas Repetidoras Fixas (Sites Fixos) instaladas na Cidade do Rio de Janeiro e integrado com o Sistema Pacificador. Esse conjunto de sistemas foram peças fundamentais do Comando e Controle e da Consciência Situacional para o Comandante do Comando Conjunto, das Grandes Unidades, das Unidades e Subunidades que participavam das Operações.

Em algumas ocasiões, quando uma determinada tropa operava em uma Zona

de Ação em que o sinal de cobertura do Sistema Rádio Digital Troncalizado era fraco

ou não existia, o Comando e Controle era muito prejudicado na Operação e causava

diminuição ou a perda da consciência situacional, deixando o Oficial de

Comunicações e Eletrônica (O Com Elt) com poucas opções para resolver o referido

problema. A definição do O Com Elt, segundo o Regulamento Interno e dos Serviços

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Gerais – R1 (RISG) é a seguinte “O oficial de comunicações e eletrônica é o encarregado das comunicações e da eletrônica da unidade e o responsável pela eficiência e continuidade de seu funcionamento.” (BRASIL, 2003, p 21).

Desta forma, a busca por soluções para a cobertura móvel do Sistema Rádio Digital Troncalizado, que trabalha integrado ao Sistema Pacificador, é de extrema importância para atingir a consciência situacional, que contribui com a superioridade de informação para a tomada de decisão dos Comandantes dos diversos níveis da estrutura de Comando das Forças Armadas.

2 METODOLOGIA

Quanto ao método, a pesquisa será estruturada a partir de uma abordagem qualitativa, com o objetivo de colher dados estudando os fatos ocorridos durante a Intervenção Federal e experiências de militares que participaram das Operações, na busca de oportunidades de melhoria que sejam úteis em Operações futuras.

Para isto, será desenvolvida uma pesquisa descritiva, ex-post-facto e estudo de caso, com foco nos ensinamentos colhidos a respeito do Emprego do Sistema Rádio Digital Troncalizado em Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, em ambiente urbano no Rio de Janeiro durante a Intervenção Federal em 2018 e uma possível solução para a cobertura de áreas onde o sinal do rádio não chega, de uma forma rápida e ágil.

2.1 REVISÃO DE LITERATURA

Iniciamos o delineamento da pesquisa com a definição de termos e conceitos,

a fim de viabilizar a solução do problema de pesquisa, sendo baseada em uma

revisão de literatura no período de jan/1997 a dez/2018. Essa delimitação baseou-se

na publicação do Manual de Operações (C 100-5), Manual de Operações em

Ambiente Interagências (EB20-MC-10.201), Manual de Operações (EB20-MF-

10.103), Manual de Operações (EB70-MC-10.223), Manual das Comunicações na

Força Terrestre (EB70-MC-10.241), Manual de Comando e Controle do Exército

Brasileiro (EB20-MC-10.205-C2), Manual Emprego das Comunicações (C11-1),

Manual Emprego do Rádio em Campanha (C 24-18), nos Relatórios de Operações

da 20ª Companhia de Comunicações Paraquedista, no Relatório de Lições

aprendidas de Comando e Controle no contexto da Intervenção Federal, nos dados

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técnicos da Motorola, nos fatos históricos que ocorreram no Estado do Rio de Janeiro e na constante evolução das tecnologias no ambiente operacional.

a. Critério de inclusão:

- Estudos publicados em português ou inglês, relacionados à consciência situacional, Comando e Controle e Operações de Cooperação e Coordenação com Agências;

- Estudos portifólio de empresas que retratam inovações tecnológicas com reflexos na consciência situacional; e

- Estudos sobre Operações de Cooperação e Coordenação com Agências.

b. Critério de exclusão:

- Estudos cujo foco central seja relacionado apenas a descrição de equipamentos e sistemas com finalidade diferente de Consciência Situacional.

2.1.1 Operações de Cooperação e Coordenação com Agências

O Interventor Federal exerceu o Controle Operacional das tropas das Forças Armadas que participaram da Intervenção, bem como da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Secretaria de Administração Penitenciária. Após isso, deu início às Operações para melhorar a sensação de segurança da população do Estado do Rio de Janeiro.

Foram desencadeadas uma sequência de Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, que segundo o Manual de Operações (EB70-MC- 10.223) tem a seguinte definição:

São operações executadas por elementos do EB em apoio aos órgãos ou instituições (governamentais ou não, militares ou civis, públicos ou privados, nacionais ou internacionais), definidos genericamente como agências. Destinam-se a conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum. Buscam evitar a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções, levando os envolvidos a atuarem com eficiência, eficácia, efetividade e menores custos.

Nas operações de cooperação e coordenação com agências, a liberdade de ação do comandante operativo está limitada pela norma legal que autorizou o emprego da tropa. Assim, o emprego é episódico, limitado no espaço e tempo. (BRASIL, 2017, p 3-14).

Essas Operações executadas pelas Forças de Segurança Federais, em apoio

aos órgãos governamentais do Estado do Rio de Janeiro, demandavam de uma

capacidade de Comando e Controle rápida, precisa e oportuna, devido as

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características dessas Operações. Segundo o Manual de Operações (EB70-MC- 10.223), são as seguintes características:

a) uso limitado da força;

b) coordenação com outros órgãos governamentais e/ou não governamentais;

c) execução de tarefas atípicas;

d) combinação de esforços políticos, militares, econômicos, ambientais, humanitários, sociais, científicos e tecnológicos;

e) caráter episódico;

f) não há subordinação entre as agências e, sim, cooperação e coordenação;

g) interdependência dos trabalhos;

h) maior interação com a população;

i) influência de atores não oficiais e de indivíduos sobre as operações;e

j) ambiente complexo. (BRASIL, 2017, p 3-15).

2.1.2 Comando e Controle

O Comando e Controle (C2) é uma função de combate da Força Terrestre que está ligada aos comandantes com o objetivo de informar e atualizar a dinâmica do ambiente operacional. Segundo o manual, a definição de Comando e Controle (C2) (EB20-MC-10.205):

Constitui-se no exercício da autoridade e da direção que um comandante tem sobre as forças sob o próprio comando, para o cumprimento da missão designada. Viabiliza a coordenação entre a emissão de ordens e diretrizes e a obtenção de informações sobre a evolução da situação e das ações desencadeadas. (BRASIL, 2015, p.

1-2 ).

A superioridade de informações e o ciclo do processo decisório dependem da integração de diversos sistemas que se definem segundo o manual As Comunicações na Força Terrestre (EB70-MC-10.241):

O apoio de comunicações à F Ter contribui para a obtenção da capacidade militar terrestre superioridade de informação e para a formação da consciência situacional, preconizadas na Doutrina para o Sistema Militar de C², por meio da integração dos sistemas geradores das funcionalidades relacionadas à informação e da difusão do conhecimento necessário ao processo decisório de modo seguro, eficiente e eficaz. (BRASIL, 2018, p. 2-3).

Durante uma Operação, a Consciência Situacional proporcionada pelos meios adequados de tecnologia da informação e de comunicações acelera o processo de tomada de decisão dos Comandantes em todos os níveis, contribuindo para o cumprimento dos objetivos propostos pelo escalão superior. Segundo o manual de Comando e Controle (EB20-MC-10.205):

A capacidade de os comandantes, em todos os níveis, tomarem decisões acertadas são fundamentais para potencializar a sinergia das forças, sob sua responsabilidade, cada vez mais exigidas a

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atuarem em operações de amplo espectro, as quais podem ser desenvolvidas em áreas geográficas lineares ou não, de forma contígua ou não, buscando contemplar as diversas missões que envolvem o emprego de meios militares.

As forças empregadas devem estar aptas a combinar atitudes, simultânea ou sucessivamente, em operações ofensivas, defensivas, de pacificação e de apoio a órgãos governamentais, tudo isso em um ambiente conjunto e interagências e, por vezes, multinacional.

(BRASIL, 2015, p 1-1).

O conceito de Consciência Situacional envolve receber informações da Área de Operações de forma mais fiel possível à realidade, como prevê o manual de Comando e Controle (EB20-MC-10.205):

Percepção precisa dos fatores e condições que afetam a execução da tarefa durante um período determinado de tempo, permitindo ou proporcionando ao seu decisor, estar ciente do que se passa ao seu redor e assim ter condições de focar o pensamento à frente do objetivo. É a perfeita sintonia entre a situação percebida e a situação real. (BRASIL, 2015, p. 1-3).

Durante as Operações na Intervenção Federal, a integração entre os elementos de combate e os sistemas empregados nas operações aumentaram o poder de combate, através do Sistema Pacificador e do Sistema Rádio Digital Troncalizado, procedendo de acordo com o manual As Comunicações na Força Terrestre (EB70-MC-10.241):

Os enlaces de comunicações da F Ter permitem a integração entre sensores, armas e postos de comando; e entre esses e sistemas similares (civis, militares, nacionais ou multinacionais) em todos os níveis de comando, visando à ampliação do seu poder de combate.

(BRASIL, 2018, p 2-3).

No planejamento e na execução do Sistema de C2 das Operações durante a Intervenção Federal, se destacaram os seguintes Princípios de C2 que são descritos no manual C2 (EB20-MC-10.205) da seguinte forma:

FLEXIBILIDADE - É a capacidade de os sistemas de C² modificarem sua organização e suas funcionalidades, de modo a atender aos ditames impostos pela evolução da situação operativa. O sistema de C² deverá ter capacidade para ser reconfigurado rapidamente e para responder a uma iminente mudança de ambiente. O princípio da flexibilidade poderá ser obtido, por exemplo, por meio de projetos de sistemas inteligentes e pela possibilidade de utilização de instalações fixas, móveis e transportáveis. Para atender a esse princípio, a estrutura de um sistema de C² deverá ser capaz de agregar ou de incorporar produtos e conceitos derivados de inovações tecnológicas, além de adequar-se às condições impostas por reestruturações administrativas ou às alterações nos quadros político e estratégico.

RAPIDEZ - Os sistemas de C² devem proporcionar rapidez ao processo decisório. Isso significa que os enlaces devem ser estabelecidos com oportunidade, possibilitando o acesso imediato às informações de interesse por todos os escalões de comando.

INTEGRAÇÃO - Um sistema de C² de um determinado escalão não é isolado, faz parte do sistema do escalão superior e abrange os

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sistemas dos escalões subordinados e deve ter a capacidade de compartilhar informações com forças de mesmo nível. A interoperabilidade é um importante fator no atendimento ao princípio da integração. (BRASIL, 2015, p. 2-3 e 2-4).

Nesse contexto, os sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) cumprem um papel fundamental na atualização da situação do campo de batalha e na transmissão de informações para a tomada de decisão dos comandantes em todos os níveis, estando acordo com o manual de C2 (EB20-MC- 10.205):

A crescente complexidade das crises e dos conflitos modernos e a necessidade de obtenção de vantagens decisivas nas operações militares tornaram o processo decisório cada vez mais dependente de Sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) que garantam aos comandantes a execução dos ciclos de comando e controle, com rapidez, precisão e oportunidade.

Os sistemas de TIC permeiam todas as atividades operacionais e de apoio, em todos os níveis de decisão (político, estratégico, operacional e tático), assegurando o fluxo de informações que direciona e sincroniza tais atividades. Desse modo, contribuem para a interoperabilidade entre os diversos componentes das FA empregados nas operações conjuntas e para a obtenção da consciência situacional.(BRASIL, 2015, p. 1-1 e 1-2).

Durante a Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro, destacaram-se como meios de TIC o Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT) e o Sistema Pacificador, que em conjunto, mostravam a posição das tropas do Exército, Marinha, Aeronáutica e demais Forças Federais no ambiente operacional, em tempo real.

Além disso, transmitiam informações de voz via rádio, proporcionando aos Comandantes e seus Estado-Maiores (EM) acompanharem a evolução dos acontecimentos, atuando conforme o que preconiza o manual As Comunicações na Força Terrestre (EB70-MC-10.241):

O Apoio de comunicações à F Ter deve proporcionar rapidez, confiança e segurança na transmissão das informações de combate e das decisões do comando. Os sistemas de comunicações devem possibilitar a estrutura integrada de C², além de proporcionar ligações de comunicações e de sistemas de tecnologia da informação efetivas a todos os escalões desdobrados no Teatro de Operações/Área de Operações, alicerçada por um conjunto de meios (pessoal e material), processos e serviços. (BRASIL, 2018, p 2-8).

2.1.3 Reconhecimento de Comunicações

O Oficial de Comunicações e Eletrônica (O Com Elt), em contato com o

Estado-Maior (EM) do escalão superior, acompanha a evolução dos planejamentos

de uma Operação e tão logo esse EM apresente as prováveis linhas de ação a

serem adotadas, o O Com Elt determina a realização de Reconhecimentos de

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Comunicações por seus subordinados. Segundo o manual Emprego das Comunicações (C 11-1):

O reconhecimento de Comunicações é a operação que visa a obtenção de informações de interesse para as Comunicações . A quantidade de aspectos a levantar e dos pormenores a verificar é condicionada pelo tempo disponível e pelas possibilidades do pessoal executante. (BRASIL, 1997, p. 5-5).

Ainda segundo o manual Emprego das Comunicações (C 11-1), existem alguns aspectos a serem levantados em um reconhecimento de Comunicações:

- topografia (cobertas e abrigos, relevo, obstáculos, rede de estradas, locais para sítios de antenas, etc);

- recursos locais gerais (postes, torres, energia elétrica etc);

- recursos de comunicações (telefone, radioamadores etc);

- instalações civis;

- atividades e materiais que possam afetar as operações de nossas comunicações, particularmente no que diz respeito à Guerra Eletrônica;

- possíveis locais para a instalação de PC. (BRASIL, 1997, p. 5-5).

Durante a Intervenção Federal, a atividade de Reconhecimento de Comunicações foi prejudicada pelo pouco tempo disponibilizado entre o planejamento e a execução das diversas missões. Outro fator que contribuiu para dificultar a referida atividade foi a compartimentação da informação, onde a informação era passada de acordo com a necessidade para cada nível hierárquico para preservar o sigilo da Operação e se utilizar com plenitude o princípio da Surpresa.

2.1.4 Sistema Rádio Digital Troncalizado

O Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT) APCO 25 é um sistema de

Comunicações rádio que começou a funcionar no Rio de Janeiro na Copa do Mundo

de Futebol em 2014 e desde então vem sendo utilizado pelas Forças Federais,

destacando-se nas Olimpíadas 2016, nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem

em 2017 e a Intervenção Federal 2018. O SRDT permite que vários usuários utilizem

os canais das Repetidoras fixas instaladas na cidade do Rio de Janeiro (Pico do

Couto, Sumaré, Corcovado, Penna, Mendanha, Vila Militar e Ilha Rasa), que

encontram-se conectadas entre si pela EB Net (rede corporativa do Exército

Brasileiro), formando uma área de cobertura na cidade.

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FIGURA 1 – Cobertura dos Sites fixos do Sistema Rádio Digital Troncalizado

Fonte: Relatório de Lições aprendidas de Comando e Controle no contexto da Intervenção Federal (2018)

Todas as repetidoras fixas do sistema, que são chamadas de Sites Fixos, na cidade do Rio de Janeiro, encontram-se conectados ao Master Site, que é o centro de gerenciamento das informações do sistema, onde é feito a integração entre os usuários e o sistema pacificador. O Master Site fica localizado no Batalhão Escola de Comunicações.

FIGURA 2 – Diagrama Sites Fixos – Master Site Fonte: Motorola (2018)

Durante a Intervenção Federal, as Forças Armadas operaram em Áreas onde o

SRDT não fornecia cobertura rádio e nem dados. Para reduzir estas áreas sem

cobertura, foram utilizados os Sites Móveis, que são viaturas com um Sítio de

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Repetição atrelado a elas, que forneciam uma cobertura adicional. Esses Sites Movéis foram eficazes, porém, pelo tamanho das viaturas, nem sempre eles podiam ser empregados em qualquer local, então foi constatada a necessidade de um meio ainda mais móvel e versátil.

FIGURA 3 – Site Móvel em Operação em Santa Cruz - RJ Fonte: O autor (2018)

2.1.5 Sistema Pacificador

O Pacificador é um sistema que contribui para a Consciência Situacional em Operações em ambiente urbano, que trabalha em conjunto com o SRDT na localização dos rádios em tempo real, através das informações que trafegam nos sites fixos e móveis, e na EB Net (rede corporative de dados do Exército). Destacou- se na Segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, como podemos ver a seguir:

Cada vez mais, o Pacificador consolida-se como importante instrumento de apoio ao Comando e Controle nas ações de segurança dos Grandes Eventos, transmitindo, aos Comandantes em todos os níveis e aos usuários, confiabilidade, fidedignidade e precisão no processamento de eventos em tempo real. (Disponível em: http://www.eb.mil.br/web/midia-impressa/noticiario-do-exercito/- /asset_publisher/IZ4bX6gegOtX/content/sistema-pacificador-garantiu- seguranca-e-defesa-dos-jogos-rio-2016. Acesso em: 21 mar 2019).

O sistema Pacificador possui a versão Cop, que é acessada através de um

desktop e se conecta com o servidor do sistema. Possui também a versão móvel,

que é acessada através de um aplicativo instalado no sistema Android, em um

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smarphone, onde é possível ver a localização do agente e lançar relatos de ocorrências.

FIGURA 4 – Funcionalidades do Pacificador Móvel Fonte: Guia do Pacificador Móvel (2014)

De fato, o sistema se consolidou ao longo do tempo e foi amplamente utilizado no Estado do Rio de Janeiro na Ocupação do Complexo da Maré em 2014, nos Jogos Olímpicos Rio 2016, em Operações de Garantia da Lei e Ordem em 2017 e durante a Intervenção Federal em 2018, cumprindo um papel decisivo no exercício do Comando e Controle dos Comandantes em todos os níveis.

FIGURA 5 – Pacificador COp na Operação do Complexo do Alemão, Penha e Maré durante a Intervenção Federal em 2018.

Fonte: O autor (2018)

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2.1.6 Zonas de Silêncio

Em algumas missões da Intervenção Federal, foram detectadas algumas áreas sem cobertura rádio, que de acordo com o manual Emprego do Rádio em Campanha (C 24-18), são chamadas de Zonas de Silêncio. Essas Zonas de Silêncio nas Zonas de Ação de algumas tropas não comprometeram a missão, mas diminuíram significativamente a capacidade de C2 e serão abordadas com mais detalhes no Item 3 deste trabalho.

2.2 COLETA DE DADOS

Na sequência do aprofundamento teórico a respeito do assunto, o delineamento da pesquisa contemplou a coleta de dados através de entrevista exploratória e grupo focal.

2.2.1 Entrevista

Com a finalidade de ampliar o conhecimento teórico e identificar experiências relevantes, foi realizada uma entrevista exploratória (Anexo – B) com os seguintes especialistas, em ordem cronológica de execução:

Nome Justificativa

ALEXSSANDER DE SOUZA MELLO – Cap EB Experiência como Cmt SU Com e Adj D6 CML na Intervenção Federal

VITOR YURI DA SILVA GARCIA – Sgt EB Experiência como Chefe de Turma Rádio na Intervenção Federal

LEONARDO NUNES DOMINGOS – Sgt EB Experiência como Chefe de Turma Rádio na Intervenção Federal

THIAGO DA SILVA MARCELINO – Cap EB Experiência como Cmt SU Com na Intervenção Federal

FELIPE SILVA LUCAS – Maj EB Experiência como Cmt da 20ª Cia Com Pqdt na Intervenção Federal

LEONARDO CORRÊA DAMASCENO – Ten EB Experiência como Cmt Pel Com na Intervenção Federal

QUADRO 1– Quadro de Especialistas entrevistados Fonte: O autor

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os entrevistados 100% participaram da Intervenção Federal no

Estado do Rio de Janeiro e 16,7% participaram da Missão de Paz no Haiti. Das

funções que os entrevistados exerceram 33,3% foram Cmt Cia, 16,7% Ch Seção,

33,3% foram Cmt Pel, 50% foram Integrantes de Turma (Tu Rad, Tu Pacificador,

etc).

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GRÁFICO 1 – Funções exercidas durante a Intervenção Federal em 2018 Fonte: O autor

Uma das características das Operações na Intervenção Federal era a compartimentação das Informações, ou seja, as informações sobre a Área de Operações eram passadas de acordo com a necessidade para cada nível hierárquico. Havia também o curto prazo para o planejamento das Operações, tudo isso com o objetivo de se utilizar com plenitude o princípio da Surpresa.

Foi perguntado aos entrevistados, se foi prejudicial a falta de tempo para realizar Reconhecimento de Comunicações, para se obter uma melhor noção sobre a cobertura do Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT), nas operações realizadas na Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro. A percepção de 66,67% da amostra foi que a falta de tempo para a realização de Reconhecimento de Comunicações foi prejudicial para se obter uma melhor noção sobre a cobertura do Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT), que apesar da utilização de software de predição de cobertura do sistema, em alguns poucos casos não correspondia com a realidade, comprometendo o C2 da Operação.

Na missão de investimento com ações dinâmicas de estabilização nas comunidades de TERRA NOSTRA e LAGARTIXA (O1), PEDREIRA (O2), QUITANDA (O3) e TOM JOBIM I E II (O4) a partir de 280530JUN18, a Brigada de Infantaria Paraquedista (Bda Inf Pqdt) foi acionada em 260900JUN18. A partir daí, começaram os planejamentos, onde foi realizado um reconhecimento de Comunicações no entorno da Área de Operações, pois devido ao sigilo não era

0 10 20 30 40 50 60

Funções exercidas

Cmt Cia Ch Seção Cmt Pel Ch Turma

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possível entrar na referida área. Durante o investimento na comunidade realizado pela tropa, foi constatado que a região do Objetivo 4 (O4), área do 8ª Grupo de Artilharia Paraquedista era uma Zona de Silêncio, conforme figura 6, apesar da predição mostrar que havia sinal do SRDT naquela área. O Site Móvel do BEsCom foi acionado, mas devido a sua mobilidade reduzida a tropa teve Comunicações limitadas até que o Site estivesse funcionando.

FIGURA 6 – Zona de silêncio no Objetivo 4 (O4).

Fonte: O autor (2018)

Na missão de realizar investimento para conquistar e estabilizar MORRO DO

CARACOL (O1), MORRO DA PENHA (O2), MORRO DA FÉ (O3), MORRO DA

CHATUBA (O4), VILA CRUZEIRO (O5) e PARQUE PROLETÁRIO (O6) a partir de

180700AGO18, a Bda Inf Pqdt foi acionada em 161500AGO18. Foi feito o

planejamento da missão e um reconhecimento no entorno da comunidade, pois

devido ao sigilo não era possível entrar na referida área. Durante o investimento

realizado pela tropa na comunidade, foi constatada uma Zona de Silêncio na Área

de Operações do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, próximo a O6, conforme

figura 7. A predição da cobertura para essa área já apresentava problemas,

conforme figura 8, então o Site Móvel foi instalado pelo BEsCom no Instituto de

Pesquisas da Marinha, na Ilha do Governador, conforme figura 9. Mesmo assim,

(17)

devido ao relevo da área e a densidade de construções na área, o sinal sofreu atenuações.

FIGURA 7 – Área de Operações da Bda Inf Pqdt no Complexo da Penha.

Fonte: O autor (2018)

FIGURA 8 – Predição da cobertura do SRDT na Área de Operações.

Fonte: O autor (2018)

(18)

FIGURA 9 – Distância do Site Móvel até a Área de Operações.

Fonte: O autor (2018)

Outro item procurou investigar a utilização do Site Móvel, levando em conta a rapidez e a dinâmica das Operações na Intervenção Federal e a falta de tempo para a realização de Reconhecimento de Comunicações, o fato de muitos militares não saberem onde era a Área de Operações, a compartimentação do terreno e o tamanho de ruas e vielas das Comunidades onde ocorreram as Operações.

Foi perguntado aos entrevistados se eles acreditavam que uma tecnologia de repetição e integração do SRDT com menor porte, de tamanho reduzido, poderia ajudar na cobertura de eventuais Zonas de Silêncio na Área de Operações. A percepção de 100% da amostra foi que uma tecnologia de repetição e integração do SRDT com menor porte e que fosse mais rápida de se instalar, poderia ajudar em eventuais Zonas de Silêncio, tendo em vista que o Site Móvel tem aproximadamente 5m e é rebocado por uma viatura 5 Ton.

Durante as entrevistas, foi levantada a necessidade de aumentar a quantidade de Sites Fixos, como por exemplo, Angra dos Reis, São Gonçalo, Duque de Caxias, entre outros. Também foi levantado que o Batalhão Escola de Comunicações adquiriu 03 Sites Táticos após a Intervenção Federal de 2018.

O Site Tático foi adquirido pelo Exército através do Batalhão Escola de

Comunicações em 2019, após a Intervenção Federal, fruto do levantamento da

necessidade de possuir uma plataforma mais flexível e com facilidade de acessar

locais de pouca mobilidade, bem como, com capacidade de se integrar ao SRDT.

(19)

Foram comprados 03 Sites Táticos no valor de 900 mil reais cada, que possuem um mastro de 18m, têm alcance de 20 Km de cobertura de sinal rádio digital e são embarcados em uma Viatura Marruá de acordo com entrevista realizada com o 1º Ten Paulo Henrique Ebner, Engenheiro de Telecomunicações, que serve no Batalhão Escola de Comunicações.

FIGURA 10 – Site Tático.

Fonte: O autor (2019)

FIGURA 11 – Site Tático.

Fonte: O autor (2019)

(20)

Em entrevista realizada em 22 de julho de 2019, com o 1º Ten Paulo Henrique Ebner, Engenheiro de Telecomunicações, que serve no Batalhão Escola de Comunicações, foi levantado que os Sites Táticos ainda não foram testados em Operação ou Exercício, tendo em vista que foram recolhidos ao fabricante por apresentar problemas na base da torre e tão logo retornem serão feitos os testes.

Ainda na mesma entrevista foi levantado também que foram instalados mais 03 Sites Fixos: 01 em São Gonçalo, 01 em Nova Iguaçu e 01 em Angra dos Reis, que encontram-se em funcionamento.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quanto às questões de estudo e objetivos propostos no início deste trabalho, verifica-se que o presente trabalho atendeu ao pretendido, ampliando a compreensão sobre as Comunicações Rádio nas Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, durante a Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2018, e quais as soluções poderiam melhorar a cobertura do Sistema Rádio Digital Troncalizado.

A revisão de literatura possibilitou compreender as ligações rádio do SRDT integradas com o Pacificador, que foram de grande importância para a Consciência Situacional nas Operações conduzidas durante a Intervenção Federal. Nas situações em que esta cobertura do SRDT não alcançava determinada Zona de Ação, o Comando e Controle era muito prejudicado. Era necessário empregar o Site Móvel para ampliar a referida cobertura, porém, pelo tamanho das viaturas, nem sempre eles poderiam ser empregados em qualquer local. Então, logo foi constatada a necessidade de um meio ainda mais móvel e versátil.

Dessa forma, durante a coleta de dados, foi levantado que após a Intervenção Federal foram adquiridos 03 Sites Táticos pelo Batalhão Escola de Comunicações.

Foi levantado, também, que foram instalados mais 03 Sites Fixos: 01 em São Gonçalo, 01 em Nova Iguaçu e 01 em Angra dos Reis.

A compilação de dados permitiu identificar que, dentre os entrevistados, todos

verificaram que, durante a Intervenção Federal, houve a necessidade de uma

tecnologia de repetição e integração do SRDT de menor porte, e que fosse mais

rápida de se instalar, para cobrir Zonas de Silêncio, tendo em vista que o Site Móvel

tem aproximadamente 5m e é rebocado por uma viatura 5 Ton.

(21)

Conclui-se, portanto, que o investimento em Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) aumenta a capacidade de consciência situacional na Área de Operações e contribui para o processo decisório, otimizando a tomada de decisão dos comandantes em todos os níveis.

Como sugestão, é interessante que se tenha um levantamento de posições

prévias de instalação dos Sites Móveis e Sites Táticos em prováveis Áreas de

Operações.

(22)

REFERÊNCIAS

BRASIL. Exército. C 100-5: Operações. 3. ed. Brasília, DF, 1997.

BRASIL. Exército. C 11-1: Emprego das Comunicações. 2. ed. Brasília, DF, 1997.

BRASIL. Exército. C 24-18: Emprego do Rádio em Campanha. 4. ed. Brasília, DF, 1997.

BRASIL. Exército. EB20-MC-10.201: Operações em ambiente interagências. 1.

ed. Brasília, DF, 2013.

BRASIL. Exército. EB20-MC-10.205: Comando e Controle. 1. ed. Brasília, DF, 2015.

BRASIL. Exército. EB20-MF-10.103: Operações. 4. ed. Brasília, DF, 2014.

BRASIL. Exército. EB70-MC-10.223: Operações. 1. ed. Brasília, DF, 2017.

BRASIL. Exército. EB70-MC-10.241: As Comunicações na Força Terrestre. 1. ed.

Brasília, DF, 2018.

BRASIL. Exército. Guia do Pacificador móvel. 1. ed. Brasília, DF, 2014.

BRASIL. Exército. Noticiário do Exército. Exército Brasileiro. Disponível em:

<http://www.eb.mil.br/web/midia-impressa/noticiario-do-exercito/-

/asset_publisher/IZ4bX6gegOtX/content/sistema-pacificador-garantiu-seguranca-e- defesa-dos-jogos-rio-2016>. Acesso em: 21 mar 2019

MINISTÉRIO DA DEFESA. Comando Conjunto - Relatório de Lições aprendidas de Comando e Controle no contexto da Intervenção Federal. Rio de Janeiro, RJ, 2018.

MOTOROLA. Astro 25 Systems. Chicago, IL, 2018.

(23)

ANEXO A – SOLUÇÃO PRÁTICA

FLUXOGRAMA PARA UTILIZAÇÃO DE SITES DE REPETIÇÃO EM OPERAÇÃO

Sim

Não

Utilizar Site móvel Utilizar Site Tático

Sim Não

Acionamento para Operação

É possível fazer Reconhecimento de Comunicações?

Utilizar Site Fixo

Foi detectada Zona de Silêncio na predição dacobertura rádiona área?

Tem

acessibilidade?

Não

Sim

(24)

ANEXO B – ENTREVISTA

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS SEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

ENTREVISTA COM ESPECIALISTAS (SRDT)

O presente instrumento é parte integrante da especialização em Ciências Militares do Cap Com Eduardo Brito da Silva, cujo tema é Emprego do Sistema Rádio Troncalizado em Operações de apoio a Orgãos Governamentais em ambiente urbano no Rio de Janeiro durante a Intervenção Federal em 2018.

Pretende-se, através da compilação dos dados coletados, fornecer subsídio para um direcionamento mais preciso do emprego de novas tecnologias em proveito do Exército Brasileiro (EB) em futuras Operações dessa natureza.

A fim de conhecer as necessidades operacionais dos militares, o senhor foi selecionado, dentro de um amplo universo, para responder as perguntas deste questionário. Solicito-vos a gentileza de respondê-lo o mais completamente possível.

A experiência profissional do senhor irá contribuir sobremaneira para a pesquisa, colaborando nos estudos referentes à aquisição e emprego de novos materiais de emprego militar que aumentem a eficiência dos diversos escalões do EB. Será muito importante, ainda, que o senhor complemente, quando assim o desejar, suas opiniões a respeito do tema e do problema.

Desde já agradeço a colaboração e coloco-me à disposição para esclarecimentos através dos seguintes contatos:

Eduardo Brito da Silva (Capitão de Comunicações – AMAN 2009) Celular: (21) 99555-4381

E-mail: dudugoh@msn.com

IDENTIFICAÇÃO

1. Posto/graduação e Nome-de-guerra, Experiências Profissionais relevantes, Cursos e Estágios inerentes à área de estudo...

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

(25)

QUESTIONAMENTOS

2. Qual é a sua experiência em operações reais em ambiente urbano?

( ) Haiti

( ) Op Arcanjo (Pacificação Complexo do Alemão e da Penha – RJ) ( ) Op São Francisco (Pacificação do Complexo da Maré – RJ) ( ) Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro em 2018

( ) Outras: _________________________________________________

( ) Nenhuma.

3. Qual (is) função (ões) exerceu nas operações acima citadas?

( ) Comandante de Companhia

( ) Chefe de Seção/Adjunto/Auxiliar de Estado-Maior ( ) Comandante de Pelotão

( ) Integrante de Turma (Tu rádio, Tu Pacificador, etc)

( ) Outras: ___________________________________________________

4. Uma das características das Operações na Intervenção Federal era a compartimentação das Informações, ou seja, as informações sobre a Área de Operações era passada de acordo com a necessidade para cada nível hierárquico, havia também o curto prazo para o planejamento das Operações, tudo isso com o objetivo de se utilizar com plenitude o princípio da SURPRESA. Analisando apenas a falta de tempo para realizar Reconhecimento de Comunicações, na sua opinião, foi prejudicial para se obter uma melhor noção sobre a cobertura do Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT) nas operações de garantia da lei e da ordem, na Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro? Por favor, justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5. O Site Móvel permite aumentar a cobertura do sistema SRDT no local

de instalação, podendo estar troncalizado com os outros sites ou estar funcionando

de forma isolada, porém devido ao seu tamanho ele precisa que os locais de

instalação tenham uma acessibilidade considerável.

(26)

Fonte: O autor (2018)

Levando em conta a rapidez e a dinâmica das Operações na Intervenção Federal, bem como a falta de tempo para a realização de Reconhecimento de Comunicações e até o fato de muitos militares não saberem onde era a Área de Operações e ainda a compartimentação do terreno, o tamanho de ruas e vielas das Cidades onde ocorreram as Operações, o Sr acredita que uma tecnologia de repetição e integração do SRDT com menor porte (tamanho) poderia ajudar na cobertura de eventuais Zonas de Silêncio na Área de Operações? Por favor, justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

FECHAMENTO

6. O Sr gostaria de acrescentar alguma consideração sobre o presente estudo?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigado pela participação.

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