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PROJETO DE LEI N° ~, DE 2011
"Dispõe sobre normas a serem observadas na promoção e fiscalização da defesa sanitária animal quando da realização de rodeios."
O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE
FAÇO SABER que a Assembléia Legislativa do Estado do Acre decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1° - Observada a Lei Federal nO.10.519, de 17 de julho de 2002, aplicam - se aos rodeios, de maneira geral, as disposições relati~s à defesa sanitária animal previstas, para o caso de exposições, feiras e leilões de animais.
Parágrafo primeiro - Considera-se rodeio de animais as atividades de montaria ou de cronometragem, em que entram em julgamento a habilidade do ser humano em dominar o animal, com perícia e elegância, assim como o desempenho do próprio animal.
Parágrafo segundo - Equipara-se a Rodeio para efeito dessa Lei as atividades de desfile/passeata, que utilizem animais como montaria.
Artigo 2° - Qualifica-se como entidade promotora do rodeio toda e qualquer pessoa jurídica devidamente constituída para tal finalidade, que requeira a promoção do evento perante o órgão competente da Prefeitura do Município onde ele se realize.
Artigo 3° - A realização do rodeio, por envolver concentração de animais, dependerá de prévia autorização da IDAF - Instituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre.
Artigo 4° Caberá à entidade promotora do rodeio, a suas expensas, prover:
1- infra-estrutura completa para atendimento médico, com ambulância de plantão e equipe de primeiros socorros, com presença obrigatória de clínico-geral;
11 - médico veterinário habilitado, responsável pela garantia da boa condição física e sanitária dos animais e pelo cumprimento das normas disciplinadoras. impedindo maus tratos e injúrias de qualquer ordem, que sem prejuízo da fiscalização estadual própria, responsabilizar-se-á pelo acompanhamento das condições fslcae e sanitárias dos animais participantes.
111 - transporte dos animais em veículos apropriados e instalação de infra-estrutura que
garanta a integridade física deles durante sua chegada, acomodação e alimentação;
IV - arena das competições e bretes cercados com material resistente e com piso de areia ou outro material acolchoador, próprio para o amortecimento do impacto de eventual queda do peão de boiadeiro ou do animal montado.
Parágrafo único - Ao médico veterinário de que trata o "caput" deste artigo, caberá prestar ao órgão estadual competente as informações técnicas concementes ao rodeio, de interesse da defesa sanitária animal.
Artigo 5° Os apetrechos técnicos utilizados nas montarias, bem como as características do arrea mento , não poderão causar injúrias ou ferimentos aos animais e devem obedecer às normas estabelecidas pela entidade representativa do rodeio, seguindo as regras intemacionalmente aceitas.
§ 10 As cintas, cilhas e as barrigueiras deverão ser confeccionadas em lã natural com dimensões adequadas para garantir o conforto dos animais.
§2° Fica expressamente proibido o uso de esporas com rosetas pontiagudas ou qualquer outro instrumento que cause ferimentos nos animais, incluindo aparelhos que provoquem choques elétricos.
§3° As cordas utilizadas nas provas de laço deverão dispor de redutor de impacto para o
animal. .-.
Artigo 6° Os organizadores do rodeio ficam obrigados a contratar seguro pessoal de vida e invalidez permanente ou temporária, em favor dos profissionais do rodeio, que incluem os peões de boiadeiro, os "madrinheiros", os "salva-vidas", os domadores, os porteiros, os juízes e os locutores.
Artigo 7° - Para o ingresso dos animais nos recintos de concentração serão exigidos, em relação aos bovinos e bubalinos, os competentes atestados de vacinação contra a febre aftosa e, no tocante aos eqüídeos, os certificados de inspeção sanitária e controle de anemia infecciosa eqüina.
Parágrafo único - Não serão admitidos ao rodeio animais que apresentem qualquer tipo de doença, deficiência fsica ou ferimento que os impossibilitem de participar das montarias.
Artigo
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Na realização dos rodeios, deverão ser atendidas, ainda, as seguintes determinações:I - o transporte dos animais até o local do evento será feito em caminhões próprios para essa finalidade, que lhes ofereçam conforto, não se permitindo superlotação nos caminhões, para evitar que os animais cheguem estressados;
11 - após a chegada, os animais deverão ser colocados em áreas de descanso convenientemente preparadas, protegidas do sol, dando - se -lhes alimentação apropriada, com oferta de água;
111 - os embarcadouros de recebimento dos animais deverão ser construídos com largura e altura adequadas, evitando - se colisões dos animais e conseqüentes hematomas;
IV - o piso da arena deverá conter volume de areia adequado ao amortecimento de impacto da queda, tanto do animal como do profissional que o monta;
V - a cerca da arena deverá ser construída de material resistente, próprio para conter os animais, com altura mínima de 2,00 metros;
VI - em todo evento deverá existir infra - estrutura adequada para primeiros socorros,
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compreendendo ambulância de plantão e equipe especializada de atendimento.
Artigo 9° - A proteção e integridade fsica dos animais compreenderá todas as etapas, desde o transporte dos locais de origem, passando pela chegada, recebimento, acomodação, trato, manejo e montaria.
Artigo 10 - Ficam especialmente proibidas as seguintes práticas lesivas às condições de sanidade dos animais:
1- privação de alimentos;
11 - uso, na condução e domínio dos animais, ou durante as montarias, dos seguintes equipamentos:
a) qualquer tipo de aparelho que provoque choques elétricos;
b) esporas com rosetas que contenham pontas, quinas ou ganchos perfurantes;
...
c) sedém fora de especificações técnicas, que cause lesão física ao animal;
d) barrigueira que igualmente não atenda às especificações técnicas ora recomendadas.
Parágrafo único - Não haverá restrições à utilização de:
I - esporas segundo modelos não agressores, usados internacionalmente e aprovados por associações de rodeio de outros países;
11 - sedém confeccionado em material que não fira o animal. No sedém a ser usado em montaria, o segmento que ficar em contato com a parte interior do corpo do animal deve ser de material macio (lã ou algodão), excluídos, em qualquer caso, acessórios que importem em lesões físicas;
111 - barrigueira confeccionada em largura de, no mínimo 17,0 centímetros, que não cause
desconforto ao animal em montarias de modalidade "sela americana", "bareback" e
"cutiano".
VI - os equipamentos anteriormente citados dependerão ainda de autorização do IDAF - Instituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre.
Artigo 11 - A entidade promotora deverá comunicar, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a realização do rodeio ao IDAF - Instituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre, para que o médico veterinário designado possa acompanhar e fiscalizar a instalação do evento, declarando atender às condições especificadas nesta lei e seu respectivo regulamento.
Artigo 12 - Independentemente das penalidades previstas em legislações específicas, com base na fiscalização exercida, o IDAF - Instituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre, em face do grau da irregularidade constatada, poderá aplicar à entidade promotora as seguintes sanções:
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1- advertência por escrito;
11- suspensão temporária do rodeio;
111-suspensão definitiva do rodeio.
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Parágrafo único - Verificada a ocorrência de fatos que possam configurar infração penal, o IDAF - Instituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre poderá dar ciência ao Ministério Público.
Artigo 13 -A presente lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das sessões deputado Francisco Cartaxo.
21 de Setembro de 2011
.•..
( Deputado Edvaldo Souzã
Líder do PSDC
JUSTIFICATIV A
Considerando a legislação federal existente e pertinente ao caso, entendemos que é necessário regulamentar no âmbito estadual as normas a serem observadas na realização de rodeios observando a promoção e fiscalização da defesa sanitária animal.
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Art. 1°
do projeto de Lei faz menção à Legislação Federal existente e pertinente ao caso, dispondo em seu parágrafo único sobre o conceito de RODEIO. Contém em seu parágrafo segundo uma ampliação do#âmbito de aplicação da Lei que abrangerá qualquer evento que envolva necessariamente a montaria de animais.O Art. 2° contém o conceito de Entidade Promotora de Rodeio, estabelecendo que a realização do evento de Rodeio deve ser precedida de requerimento à prefeitura municipal do respectivo município onde se realizará o evento de Rodeio.
O Art. 3° estabelece que a realização do evento de Rodeio dependerá também de prévia solicitação e autorização do IDAF - k1stituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre, isso em razão de o evento envolver necessariamente o uso de animais.
O Art. 4° da Lei estipula que a entidade promotora de rodeio deverá obrigatoriamente arcar com todo o custo pertinente e necessário para a promoção da segurança, tanto dos trabalhadores como do público, mencionando especificamente a responsabilidade do médico veterinário. Especifica que obrigatoriamente a entidade promotora de rodeio deverá disponibilizar em todo qualquer evento realizado, um medico veterinário habilitado para acompanhar o referido evento, especificando em seu parágrafo único que será responsabilidade do médico veterinário prestar ao estado toda e qualquer informação técnica relacionada à defesa sanitária animal.
O Art. 6° reforça a obrigatoriedade contida na Lei Federal 10.519, de 17de julho de 2002, de contratação de Seguro Pessoal de Vida e Invalidez permanente ou temporária, em favor dos profissionais do rodeio.
O Art. 7° da Lei estipula, em síntese, que os animais que participarem de eventos de rodeios ou equiparados deverão estar em perfeito estado de saúde e seus proprietários deverão fazer prova da condição de saúde de seus animais. O presente dispositivo é fundamental para evitar a contaminação de animais sadios por qualquer mal possível.
Os Arts. 5, 8, 9 e 10 criam uma série de regras específicas com intuito de preservar a saúde dos animais utilizados em eventos, pretendendo impedir o acontecimento de maus-tratos aos animais participantes em todo o período em que o evento acontecer.
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Art. 7° da Lei estipula, em síntese, que os animais que participarem de eventos de rodeios ou equiparados deverão estar em perfeito estado de saúde e seus proprietários deverão fazer prova da condição de saúde de seus animais. O presente dispositivo é fundamental para evitar a contaminação de animais sadios por qualquer mal possível.Os Arts. 5, 8, 9 e 10 criam uma série de regras específicas com intuito de
preservar a saúde dos animais utilizados em eventos, pretendendo impedir o acontecimento de maus-tratos aos animais participantes em todo o período em que o evento acontecer.
BARRIGUEIRA
Acessório de metal onde o cavaleiro coloca os pés. Usado no Cutiano e na Sela Americana.
SEDÉM
Corda feita de lã ou com fios do rabo do cavalo amarrada na virilha do animal. É usado para estimular os pulos. Não machuca, apenas incomoda. É usado em todas as modalidades de montaria em cavalo e touro.
"Sela americana", "bareback" e "cutiano" são tipos diferentes de sela para montaria.
O Art. 9° estabelece uma antecedência mínima de 30 (trinta) dias para que a entidade promotora de evento comunique ao IDAF - k'lstituto de Defesa Animal e Florestal do Estado do Acre, que designará Médico Veterinário habilitado para proceder o acompanhamento e a fiscalização das instalações do evento.
O Art. 10 especifica as penalidades administrativas que serão aplicadas às entidades promotoras de eventos que não observarem as disposições contidas na lei
especial proposta.