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TRÍPLICE HÉLICE E O DESENVOLVIMENTO REGIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

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TRÍPLICE HÉLICE E O DESENVOLVIMENTO REGIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

Jeanderson da Silva Azeredo (UENF) jazeredo@yahoo.com.br Geraldo Galdino de Paula Junior (UENF) galdino@uenf.br Raphael de Brito Oliveira dos Santos (UENF) rbrito@censanet.com.br Juliana dos Santos Silva (UENF) jd.silva@gepro.uenf.br Fabíola Loyola Provedel Toscano (UENF) fabiolaloyola@ucl.br

Diversos autores tentaram descrever na literatura especializada como o processo de inovação flui e como a interação entre os diferentes agentes inseridos neste contexto pode trazer benefícios para os vários envolvidos. Recentemente, a trípllice hélice, um modelo que tenta explicitar como a interação positiva entre a universidade - indústria - governo pode trazer condições favoráveis para melhorar as condições para a inovação e proporcionar o desenvolvimento sustentável em sociedades baseadas em conhecimento, tem sido bastante estudado.

Assim sendo, o trabalho tem por objetivo analisar à luz dos conceitos disseminados pela tese da tríplice hélice as condições facilitadoras da inovação na indústria de cerâmica vermelha de Campos dos Goytacazes, região norte do estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chaves: APL, triplice hélice, cerâmica vermelha

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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2 1. Introdução

No mundo globalizado, em que, o conhecimento se tornou fator chave para o desenvolvimento sustentável de qualquer economia, seja em seu âmbito local ou global, diversos autores tem verificado que uma das razões principais para o subdesenvolvimento enfrentado por diversos países se deve principalmente pela carência de espaços de aprendizagem interativa o que tem cada vez mais ampliado a lacuna entre os países desenvolvidos e os ditos em desenvolvimento.

Nos países desenvolvidos, cujas economias são totalmente baseadas em conhecimento, existe um amplo espaço para a interação entre a indústria e as universidades possibilitando desse modo oportunidades para os diversos atores direcionarem suas capacidades para o processo de inovação. No entanto, nos países em desenvolvimento, no qual se inclui o Brasil, as economias têm por base a exploração de recursos naturais e o aproveitamento de tecnologias e conhecimento de outros países, desta forma suas vantagens figuram necessariamente no baixo custo da mão-de-obra.

Ademais, nota-se que nos países em desenvolvimento a produção de conhecimento é baixa e os processos inovativos tendem a ser inconstantes e isolados, principalmente pela escassez de recursos públicos e privados para o desenvolvimento científico e tecnológico. As relações entre os agentes econômicos e os centros de pesquisa são fracas, pela falta de políticas de longo prazo para a ciência e tecnologia em um cenário de instabilidade econômica.

Com o intuito de vencer essas barreiras, que por anos tem minado o processo de desenvolvimento de diversos países, existe uma tendência dos governos, tanto em sua perspectiva nacional quanto local, de buscar o crescimento econômico baseado no conhecimento, através do incremento de habilidades e vocações regionais com vistas a promover as condições favoráveis à competitividade em um mercado integrado, em consonância com as teses das relações universidade - indústria – governo (MELLO et al., 2005).

As relações existentes entre a universidade – indústria – governo e como estes podem interagir para promover o desenvolvimento de uma região por muitos anos tem sido tema de estudo de diversos pesquisadores. No entanto, nos últimos anos um modelo que tenta descrever de maneira concisa as relações existentes entre esses atores é o modelo da tríplice hélice. Segundo Cunha e Neves (2008), o modelo da tríplice hélice prevê a interação entre as universidades, as empresas e o governo, contrastando com o modelo tradicional do fluxo de conhecimento num sentido único, isto é, da pesquisa básica para a inovação, ou do tipo horizontal, para um modelo numa forma espiral onde o fluxo de conhecimento flui também no sentido inverso, da indústria para a universidade.

Diante deste contexto, o trabalho aqui apresentado toma como referência o modelo da tríplice hélice para analisar as interações relativas à produção e a disseminação de conhecimentos que agregam valor aos processos de produção da indústria cerâmica de Campos dos Goytacazes, cidade situada no norte do estado do Rio de Janeiro. A indústria cerâmica de Campos dos Goytacazes corresponde por aproximadamente 5% dos postos de trabalho da população economicamente ativa do município, o que representa cerca de 5000 empregos diretos, distribuídos nas cerca de 110 cerâmicas do setor (SOUZA e ARICA, 2006).

Assim sendo, o presente trabalho tem por objetivo entender a dinâmica do processo de inovação e como se dá a interação entre os diferentes atores que formam a tríplice hélice neste

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3 importante setor da economia da cidade de Campos dos Goytacazes. Para isso, a estrutura deste trabalho se formata da seguinte forma: após essa seção introdutória será apresentada uma breve contextualização do setor de cerâmica vermelha na cidade de Campos dos Goytacazes buscando demonstrar, a priori, sua importância regional, logo a seguir apresenta- se o referencial teórico sobre a tese da tríplice hélice, na quarta seção, apresenta-se as instituições que formam as bases da tríplice hélice e as linhas de pesquisas relativas aos estudos realizados e em andamento nas instituições que se inserem na relação universidade – indústria – governo e, por fim, são apresentadas as considerações finais do trabalho.

2. A Indústria de cerâmica vermelha de Campos dos Goytacazes

A cidade de Campos dos Goytacazes está situada no norte do estado do Rio de Janeiro, possui uma extensão territorial de 4032 km2 e uma população de 426.154 habitantes, sendo desse modo o maior município em extensão territorial do estado e o município com maior população do interior do estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2008).

O município apresenta uma grande reserva de argilas originárias de processo de decantação de materiais silto-argilosos da carga de suspensão em ambientes de planície de inundação após eventos de enchentes do Rio Paraíba do Sul; a área de concentração destes depósitos encontra-se à margem direita do Rio Paraíba do Sul, ao longo da estrada RJ-216 que liga a cidade de Campos ao Farol de São Tomé, região denominada de baixada campista (Ramos et al., 2008).

A indústria cerâmica da cidade possui atualmente cerca de 110 cerâmicas, o que configura esta indústria como uma das atividades econômicas mais importantes da cidade. Este setor da economia municipal gera em torno de três mil empregos diretos e quinze mil indiretos, possui uma produção média mensal da ordem de noventa milhões de peças cerâmicas, que corresponde em torno de 40% da produção do estado.

Entretanto, hoje as cerâmicas localizadas na baixada campista, em sua maioria, oferecem um produto de baixo valor agregado e de qualidade inferior perdendo dessa forma oportunidades de alavancar seus negócios através de produtos diferenciados que possam não ser consumidos somente por construções de baixa renda.

Atento a essa debilidade do setor diversas instituições tem tentado promover ações integradoras e desta forma dirimir essas fraquezas para que essa indústria possa se fortalecer e competir em mercados cada vez mais competitivos. Essas relações entre universidade – indústria - governo que começam a ser desenhadas de forma tímida neste aglomerado são o caso de estudo deste trabalho. O objetivo é retratar essas interações e com isso embasar o fomento de políticas que possam estreitar essas relações.

3. O Modelo da Tríplice Hélice

Diversas foram as tentativas de associar os atores econômicos e suas interações com vistas de tentar explicar o desenvolvimento econômico. Mas, na década de 1990 os pesquisadores Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff apresentaram o modelo denominado tríplice hélice. De acordo com Dzisah e Etzkowitz (2008) a tríplice hélice é um conceito analítico e normativo derivado da mudança do papel do governo nas diferentes sociedades em relação à academia e a indústria. O entendimento das interações entre universidade, indústria e governo, como organizações independentes, mas interdependentes, são a chave para melhorar as condições para a inovação e proporcionar o desenvolvimento sustentável em sociedades baseadas em conhecimento.

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4 Segundo Cunha e Neves (2008) o modelo da tríplice hélice prevê a interação entre as universidades, as empresas e o governo, se diferenciando dos modelos precedentes que retratavam o fluxo de conhecimento num sentido único, ou seja, da pesquisa básica para a inovação. A tríplice hélice prevê um modelo baseado numa espiral onde o fluxo flui não somente na forma dos modelos tradicionais e também no sentido inverso, da indústria para a universidade.

De acordo com Abdalla et al. (2009), a abordagem da Hélice Tríplice caracteriza a dinâmica da inovação dentro de um contexto de evolução, onde as relações se estabelecem entre três esferas institucionais (conforme figura 1), envolvendo três atores distintos: a universidade, a indústria e o governo, configurando três pás distintas de uma mesma hélice. Ainda de acordo com Toscano e Ribeiro (2009), a Tríplice Hélice promove a interação sistêmica entre as três partes, tal como as exigências dos conhecimentos econômicos, a competitividade através das inovações que demandam grande conhecimento científico na fase de desenvolvimento e no envolvimento da produção.

A tese da tríplice hélice é que a interação universidade – indústria –governo é a chave para melhorar as condições para inovação numa sociedade baseada no conhecimento. Indústria é membro da hélice tripla como o locus de produção, o governo como a fonte de relações contratuais que garantem interações estáveis e a universidade como a fonte de novos conhecimentos e tecnologias (Etzkowitz e Mello, 2004).

Figura 1 – Os atores da Tríplice Hélice Fonte: Toscano e Ribeiro (2009)

Segundo Etzkowitz e Leydesdorff (2000), o modelo da hélice tripla sofreu evolução ao longo do tempo, motivada pelas idéias incrementais inseridas ao modelo. Ademais, as interações entre os agentes também estão em evolução constante, necessitando desta forma de novas formas de representação geométrica do processo. Na fase I o governo envolve a universidade e a indústria e tem papel central no processo, a configuração da hélice tripla é conforme a figura abaixo. É importante ressaltar que o governo irá conduzir as relações entre as universidades e as indústrias, a inovação tem caráter normativo, fruto das diretrizes e autoridades do governo e não da dinâmica e relação entre a universidade e a indústria.

Governo

Universidade Indústria

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5

Figura 2 - Tríplice Hélice I Fonte: Adaptado de Etzkowitz e Leydesdorff (2000)

Na fase II as esferas institucionais estão separadas e tem fortes limites de fronteira, onde cada um tem papel definido, recorrendo um ao outro somente quando necessário.

Figura 3 - Tríplice Hélice II

Fonte: Adaptado de Etzkowitz e Leydesdorff (2000)

Na Fase III há uma intensa interação entre os agentes. Pode haver uma certa atuação de um agente na área do outro. È prevista a existência de uma infra-estrutura de conhecimento com a sobreposição das esferas institucionais, com cada um podendo executar o papel do outro e com organizações híbridas emergindo nas interfaces.

Figura 4 - Tríplice Hélice III

Fonte: Adaptado de Etzkowitz e Leydesdorff (2000)

Torna-se necessário o entendimento de como se gera, flui e se distribui o conhecimento de maneira a poder definir políticas capazes de intervir positivamente nestes espaços. Dessa forma, o autor acredita ser interessante efetuarem-se análises no plano regional para se detectar às potencialidades existentes capazes de fomentar o desenvolvimento de espaços regionais de conhecimentos em campos tecnológicos e/ou setores econômicos específicos.

Indústria Universidade

Governo

Indústria Universidade

Governo

Redes Tri-Laterais e Organizações Híbridas

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6 Com base nos preceitos expostos anteriormente apresenta-se nas seções seguintes a análise das interações para a produção e aplicação de conhecimentos que agregam valor aos processos produtivos nas atividades produtivas da indústria cerâmica de vermelha de Campos dos Goytacazes.

4. O Modelo de Interação – Os Atores

A infra-estrutura científica e tecnológica do município de Campos dos Goytacazes possui instituições locais que se destacam no estudo dos problemas relacionados a indústria cerâmica, entre elas podemos destacar a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e a recém criada Escola Técnica de Cerâmica, ademais, por parte dos empresários existe uma associação que é chamada de Rede De Cerâmicas de Campos - RCC, cujo objetivo é criar novas oportunidades para o setor como um todo. Através de entrevistas e da análise documental realizada montou-se um quadro síntese dessas instituições a seguir apresentado.

4.1. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF

A Universidade Estadual do Norte Fluminense foi criada em 1993 para desenvolver as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão e assim promover o desenvolvido sustentado da região norte fluminense, ora mencionada como uma das mais pobres do estado do Rio de Janeiro. No campo de estudo da cerâmica vermelha, a universidade desempenha suas atividades de pesquisa nesse campo através, principalmente, do Laboratório de Materiais Avançados – LAMAV e do Laboratório de Engenharia Civil – LECIV. Os dois laboratórios são responsáveis pelos cursos de graduação em Engenharia Metalúrgica e de Materiais e Engenharia Civil, respectivamente. Além disso, oferecem também cursos de pós-graduação ministrados por cerca de 20 professores doutores, em nível de mestrado e doutorado, nas áreas aos quais se inserem.

4.2. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE

Em 1990 surge o SEBRAE como entidade que é hoje, desvinculando-se da administração pública e transformando-se em uma instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, mantida por repasses das maiores empresas do país, proporcionais ao valor de suas folhas de pagamento.

As áreas de atuação da entidade são consideradas chaves para o crescimento das micro e pequenos empreendimentos e podem ser resumidas nas quatro áreas abaixo:

Articulação de políticas públicas que criem um ambiente institucional mais favorável;

Acesso a novos mercados;

Acesso a tecnologias e inovação; e

Facilitação e ampliação do acesso aos serviços financeiros.

Com relação ao aglomerado cerâmico de Campos dos Goytacazes essa entidade tem desenvolvido ações na área de governança corporativa, ao qual, tem por finalidade criar a cultura do cooperativismo no setor e a idéia que a articulação conjunta dos diversos atores compreendidos neste setor terá resultados mais consistentes que ações isoladas. Além disso, a entidade tem trazido referências nacionais e internacionais na área da indústria de cerâmica vermelha e os colocado em contato direto com os empresários da região, assim como,

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7 instituições de apoio financeiro como o Banco do Brasil que disponibiliza um crédito especial para os empresários que fazem parte dessa iniciativa do SEBRAE.

4.3. Escola Técnica de Cerâmica (Centro Vocacional Tecnológico de Cerâmica)

A Escola Técnica de Cerâmica criada em 2009 surgiu de investimentos da ordem de 2 milhões de reais do governo federal e estadual. A escola tem por missão capacitar trabalhadores para atuarem na indústria cerâmica região de Campos dos Goytacazes. A escola está subordinada a administração estadual, através da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro – FAETEC.

No escopo de cursos oferecidos pela escola existem cursos de pequena duração direcionados ao ramo cerâmico e em 2010 entrou em operação o curso técnico de Cerâmica, formando profissionais multicapacitados para suprirem as novas demandas do setor.

A estrutura da escola conta com 5 laboratórios para diversos ensaios dos materiais e práticas de ensino.

4.4. Rede Campos de Cerâmicas – RCC

A RCC é uma Rede de Indústrias de Cerâmica criada para cooperar entre si. Essa interrelação se dá por intermédio de troca de conhecimentos, melhoria de processos, compartilhamentos de recursos humanos, compras, vendas e etc. Hoje, a RCC tem sido um exemplo no país, em cooperação empresarial. Com a criação da RCC, o mercado passou a contar com um player, que contando com o apoio de entidades públicas e privadas, investe em padrão e qualidade.

5. Políticas de Intervenção: Alguns Casos de Sucesso

É notório que cada vez mais os governos nas suas mais diversas esferas devem ter como objetivo principal o desenvolvimento de uma determinada região de acordo com suas vocações, fornecendo as ferramentas necessárias para que esses espaços sejam transformados e possam, a partir de então, melhorar a vida dos indivíduos que ali estão inseridos.

Desta forma, nesta parte do trabalho buscamos retratar como as interações positivas entre a universidade – indústria, a indústria – governo e governo – universidade gera resultados extraordinários para os atores envolvidos. Assim sendo, mostraremos daqui em diante um estudo realizado na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro em parceria com a indústria de cerâmica vermelha de Campos dos Goytacazes.

5.1. Caso 1 - O Desenvolvimento de uma nova morfologia para peças cerâmicas para aplicação em alvenaria estrutural.

O estudo realizado como parte das exigências para obtenção do título de mestre em Engenharia Civil no Laboratório de Engenharia Civil (LECIV) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma nova morfologia para o bloco estrutural de cerâmica vermelha com vista de adequação as características da indústria de cerâmica vermelha de Campos dos Goytacazes – RJ.

Os blocos estruturais consistem em uma alternativa interessante para utilização em obras, pois, possibilita a redução dos materiais de construção (não há a necessidade de colunas de concreto) utilizados na obra, redução da mão-de-obra, redução do tempo de execução da obra e conseqüentemente redução dos custos totais.

Nos estudos realizados pelos pesquisadores (ver DA SILVA, 2005) chegou-se a uma nova morfologia para o bloco estrutural que possibilitou em média redução 78,56%, quando

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8 comparados bloco estrutural convencional, nos custos da obra. Abaixo podemos observar a nova morfologia desenvolvida e as existentes.

Figura 5 - Tijolo cerâmico de vedação (9x19x19)

Figura 5 - Tijolo cerâmico de vedação (9x19x19)

Figura 7 – Bloco estrutural (9x19x29)

Além disso, o trabalho desenvolveu uma nova morfologia de bloco estrutural para facilitar o esquadrejamento da obra, desta forma, definindo cantos da obra com mais facilidade e facilitando também a amarração das paredes.

Figura 8 - Bloco cantoneira (9x19x29) Fonte: DA SILVA, 2005

6. Considerações Finais

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9 De fato boas articulações entre os diferentes atores envolvidos no contexto da tese da tríplice hélice proporcionam inquestionável poder de transformação de espaços anteriormente estagnados. Contudo, a tríplice hélice consiste apenas como um modelo que possibilita analisar as interações existentes entre a universidade, indústria e governo e daí então dar subsídios para formulação de estratégias que possam aproximar as interações entre todos os envolvidos.

Com relação, a análise feita na indústria de cerâmica vermelha de Campos dos Goytacazes notou-se que a universidade tem feito de forma satisfatória seu papel, proporcionando novas soluções em termos de produtos, soluções em processos de produção e em matérias primas.

Contudo, o governo tem desempenhado de forma insatisfatória seu papel não criando facilidades. A indústria regional por outro lado tem, de forma geral, está estagnada na adoção das novas soluções desenvolvidas perdendo a chance de se tornar cada vez mais competitiva.

A formulação de estratégias públicas que facilitem a adoção das inovações desenvolvidas pela indústria regional de cerâmica vermelha tem se tornado latente. O governo deve se envolver mais oferecendo, principalmente, linhas de créditos especiais para adequação dos processos, a indústria e os seus gestores tem que deixar de ser tão inertes e não esperar somente as facilidades oferecidas pelos governos e a universidade tem que continuar a desenvolver inovações orientadas a aplicação e assim ser o canalizador das transformações que podem acontecer no espaço da região.

7. Referências

ABDALLA, M. ; CALVOSA, M. ; BATISTA, L . Hélice tríplice no Brasil: um ensaio teórico acerca dos benefícios da entrada da universidade nas parcerias estatais. Revista Cadernos de Administração, v. 1, p. 52-69, 2009.

CUNHA, S. K.; NEVES, P. Aprendizagem Tecnológica e a Teoria da Hélice Tripla: Estudo de Caso num APL de louças. RAI - Revista de Administração e Inovação, v.5, p. 97-111, 2008.

DA SILVA, F.A.A. Proposta de Morfologia Racional de peças Cerâmicas para Aplicação em Alvenaria Estrutural. 2005. 163 p. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,Campos dos Goytacazes – RJ, 2005.

DZISAH, J.; ETZKOWITZ, H. Triple helix circulation: the heart of innovation and development.

International Journal of Technology Management and Sustainable Development, v. 7, n. 2, p. 101-115, 2008.

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ETZKOWITZ, H.; MELLO, J.M. C. The Rise of a Triple Helix Culture - Innovation in Brazilian Economic and Social Development. International Journal of Technology Management and Sustainable Development v. 2, n.

3, p. 159-171, 2004.

MELLO, J. M. C.; LIMA, M. S.; PIMENTA, N. L. A Tríplice Hélice e o Desenvolvimento Regional: criação e disseminação de conhecimentos em Fármacos & Cosméticos e Piscicultura no Estado do Amazonas. In: XI Simpósio ALTEC Ibero americano de Gestão da Tecnologia, 2005, Salvador. CD-ROM, 2005.

RAMOS, I. S.; ALEXANDRE, J. ALVES, M. G. ; Vogel, V.; GANTOS, M. A indústria cerâmica vermelha de Campos dos Goytacazes e a inclusão social das artesãs da baixada campista através do projeto Caminhos de Barro. Revista Cerâmica, v. 54, p. 280-286, 2008.

SOUZA, S. D. C.; ARICA, J. Mudança Tecnológica e Estratificação Competitiva em um Arranjo Produtivo do Setor Ceramista. Revista Produção, v.16, n.1, p. 88-99, 2006.

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