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A Doutrina da Salvação e as Testemunhas de Jeová
REVISTA DEFESA DA FÉ, ICP – Instituto Cristão de Pesquisas, Ano 1, Número 1, Julho‐Setembro/1996 – Páginas 25‐27
“Um errado entendimento sobre quem é Jesus e o que ele veio fazer na terra, faz com que alguém não entenda o caminho da salvação”
Por Wagner Santos Cunha
“Senhores, o que tenho de fazer para ser Salvo?” Atos 16:30. Foi a pergunta que um carcereiro de Filipos, na Macedônia, fez ao apóstolo Paulo e a Silas. A resposta foi: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo" (v. 31). Esta resposta tem sido o ponto central da mensagem do evangelho e do cristianismo histórico. Mas, qual é a resposta que uma Testemunha de Jeová dá a esta pergunta cruciante? O que significa salvação para as Testemunhas de Jeová?
De acordo as Testemunhas de Jeová, o primeiro propósito ele Jesus vir à terra não foi o de morrer pelos nossos pecados (1º Timóteo 1:15), mas, sim, o de “prover uma defesa ao nome de Jeová” e, em segundo lugar, o de pregar o Reino de Deus, pois segundo o livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 60‐61, diz: "é esse reino que destruirá toda a iniqüidade e livrará o nome de Jeová de todo o vitupério lançado sobre ele". Assim sendo, segundo as Testemunhas de Jeová, Satanás desafiou a Jeová dizendo que nenhuma criatura no universo seria fiel a Ele se sofresse todos os tipos de provações e tentações. Nenhuma criatura seria fiel até a morte, assim como Adão não se manteve fiel e foi desencaminhado.
Diante de tal desafio, Jeová teria de fazer alguma coisa para vindicar o Seu nome diante de todas as suas criaturas. Então, entra em cena o Arcanjo Miguel (a primeira criação de Jeová). Ele se ofereceu voluntariamente, e Jeová o enviou à terra para suportar todos os tipos de tentações possíveis, para provar que é possível manter‐se fiel a Jeová até a morte, demonstrando assim que o desafio ele Satanás era infundado; de modo que, por permanecer fiel, Miguel (que para as Testemunhas de Jeová é o ressuscitado Jesus Cristo), capacitou‐se para ser o rei do Reino de Deus (que vindicaria a soberania Universal de Jeová). Tornou‐se assim a principal Testemunha de Jeová.
Mas, e quanto à salvação do pecador? Bem, esta estaria em segundo plano. Veja: “Assim, um motivo importante de Jesus vir à terra foi o de morrer por nos”. (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 61, parágrafo 12 ‐ O grifo é nosso). Noutra publicação das Testemunhas de Jeová lemos: "A nossa salvação não é a justificativa principal para a vida e a morte de Jesus na Terra". (Nota 1: Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, página 691, parágrafo 20). Segundo a doutrina do resgate (Expiação) difundida pelas Testemunhas de Jeová, Adão, ao pecar, perdeu para si e seus filhos a vida humana perfeita na terra paradisíaca. Era necessário, então, que outra vida humana perfeita fosse dada em troca daquela que Adão perdeu. Diz o livro supracitado na página 62, parágrafo 16: "Nenhum outro humano, além de Jesus, poderia ter provido o resgate. Isto se dá porque Jesus é o único homem que já viveu que era equivalente a Adão como filho humano perfeito de Deus". Assim, Adão perdeu a vida humana, e Jesus deu a dele em troca. Quando? Quarenta dias após a sua ressurreição, quando ele retornou ao céu. Ali, ele levou perante Deus a sua vida humana perfeita e a ofereceu como resgate, abrindo assim o caminho paia a libertação da humanidade.
O sacrifício de Jesus no calvário (na ótica da Testemunhas de Jeová), apenas removeu os efeitos do pecado de Adão, mas não os efeitos dos nossos pecados individuais. A completa obra de expiação ocorrerá depois que os sobreviventes do Armagedom (Nota 2: A guerra que Deus vai travar contra a humanidade, destruindo todos sobre a terra, exceto as Testemunhas de Jeová) retornarem a Jeová por vontade própria, procurando fazer a vontade dele e sujeitando‐se ao Seu governo teocrático.
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O "Jesus" das Testemunhas de Jeová não consegue salvar sozinho o homem do pecado e da morte!
Algo bastante interessante de mencionar é que as Testemunhas de Jeová crêem que durante o milênio os 144.000 (os únicos que irão para o céu) terão o direito de perdoar os pecados e elimina as imperfeições dos seus súditos que viverem na terra. (Nota 3: A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, STV, página 106, parágrafo 12).
Pergunta‐se: Será que o "Jesus" das Testemunhas de Jeová não consegue salvar sozinho o homem do pecado e da morte?
Recapitulando: Segundo as Testemunhas de Jeová, Jesus veio à terra para:
• Vindicar o nome de Jeová das acusações lançadas por Satanás;
• Sofrer as piores tentações e mostrar‐se fiel diante delas, para provar que é possível a um humano em condições perfeitas manter‐se fiel até à morte, demonstrando assim que Satanás é mentiroso;
• Dar a sua vida humana perfeita como sacrifício, em troca de resgate, para salvar a humanidade do pecado e da imperfeição.
Insuficiência de Jesus
A salvação do gênero humano ‐ para as Testemunhas de Jeová ‐ não depende somente de Deus; a responsabilidade recai também sobre o próprio homem. Então, que precisa o homem fazer a fim de se salvar, de acordo com as Testemunhas de Jeová? As Testemunhas de Jeová ensinam que o caminho para a vida terrestre ou celestial envolve muito mais do que crer em Jesus e aceitá‐lo pela fé como seu único e suficiente salvador. (Nota 4:
Em A Sentinela de 15 de setembro de 1989, páginas 5, 6, lemos: "Sim, crer em Jesus é fundamental para a nossa salvação, mas é necessário mais. (...) Alguns dizem que basta crer em Jesus. (...) Assim, muitos crêem que passar por uma conversão repentina o emocional é tudo o que precisa para garantir a vida eterna. Contudo, concentrar‐se em apenas um único requisito essencial para a salvação e excluir os outros é como ler uma cláusula fundamental num contrato e desconsiderar as demais". Vale comentar que a salvação não é um contrato, mas um dom gratuito de Deus ‐ Efésios 2:08, 09). É necessário uma série de obrigações. No último capítulo do livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, intitulado: O que você precisa fazer a fim de viver para sempre, encontramos as seguintes obrigações.
• Ter fé em Jeová e nas suas promessas (página 250);
• Deve haver obras (página 250, parágrafo 2);
• Dizer em oração a Deus que deseja ser servo dele, que deseja pertencer‐lhe (página 251, parágrafo 3);
• Batizar‐se (página 251, parágrafo 6);
• Pregar e ensinar de casa em casa: "Jeová não se esquecerá de seu trabalho, mas o recompensará ricamente" (página 253, parágrafo 9‐11). Quanto mais se dedicar a esta atividade, mais preeminente será a posição que se terá no futuro paraíso.
• "Você precisa pertencer a organização de Jeová e fazer a vontade de Deus, a fim de receber Sua benção de vida eterna" (página 255, parágrafo 14).
Trilhando o caminho errado
É interessante que seis requisitos foram alistados para conduzir o homem no caminho da salvação, menos um, aliás, o Único requisito necessário: crer em Jesus, recebê‐lo como Senhor e Salvador pessoal (Atos 16:30, 31;
João 1:12 com Colossenses 2:06; Romanos 10:09, 10).
Internamente, na organização, bombardeiam‐se as Testemunhas de Jeová com as seguintes informações:
• É preciso pertencei à única organização que Deus usa para comunicar suas verdades aos homens, que é a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
• Proclamar o Reino de Deus que começou no céu em 1914, com a expulsão de Satanás.
• Ser fiel a Jeová durante toda a vida: agora, até o Armagedom; depois, durante o milênio e na prova final, quando Satanás for solto.
Quão triste é este quadro de salvação condicional!
Ajude as Testemunhas de Jeová a ver que somente crendo em Jesus é que seremos salvos (Atos 16:30, 31).
Somente o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (1º João 1:07; Apocalipse 5:09 ; 12:11 ; Hebreus 9:22; 1º Pedro 1:19; Romanos 3:25; 5:09 e Colossenses 1:14, 20). Somos salvos pela graça de Deus, mediante a fé, e não por obras (Efésios 2:08, 09).
Quando falar com uma Testemunha de Jeová, guarde em mente que ela crê na morte de Cristo, mas que ela nada mais foi do que um sacrifício perfeito do Seu corpo. De acordo com isso, Deus não estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2º Coríntios 5:20; 1º Timóteo 3:16); porém, segundo as Escrituras, Jesus, na condição de homem, pagou o preço de nossos pecados tomando‐os sobre si na cruz e morrendo por eles. Na condição de Deus, contudo, seu sacrifício tem eficácia no tempo, e por toda a eternidade. Só Deus pode resistir ao pecado, e Cristo resistiu porque era Deus sem deixar de ser homem. Identificou‐se com a natureza humana sem deixar a divina. Ao ensinar que a morte de Jesus foi simplesmente o resgate pelo pecado de Adão, as Testemunhas de Jeová “diminuem”, por assim dizer, o valor do sangue Resgatador de Jesus.
Em vez de nos "purificar de todo o pecado" (1º João 1:07), é limitado, pois limpa apenas os efeitos dos pecados de Adão. Em harmonia com essa crença, as Testemunhas de Jeová em sua versão distorcida das Escrituras (Tradução do Novo Mundo) verteram a palavra grega Antilytron (= "resgate") que aparece unicamente no Novo Testamento, em 1º Timóteo 2:06 por "resgate correspondente", querendo dizer que a morte de Cristo tinha a intenção de ser meramente o sacrifício de um ser humano perfeito para compensar o pecado de um só homem, Adão; mas essa posição é refutada em Marcos 10:45, que diz: “...mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca (lutron anti) de muitos”.
Morrendo em favor de Milhões
Cristo, portanto, não era meramente um homem que morria em favor de um só outro homem; estava morrendo em favor de milhões de homens, mulheres, crianças. Cristo é chamado o "ultimo Adão" e contrastado
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com Adão (Romanos 5:12‐21; 1º Coríntios 15:21‐22, 45). Isso porém, não comprova que Ele era "nada mais" do que Adão. Durante os dez anos em que fui Testemunha de Jeová, sempre aprendi a ver Jesus como "o maior homem que já viveu", um exemplo, o resgatador, mestre, instrutor, "o mestre de obras de Jeová", mas nunca aprendi a necessidade de ter Jesus como meu Salvador pessoal. Como foi dito anteriormente, o "Jesus" das Testemunhas de Jeová não salva, apenas abre o caminho para que o indivíduo alcance a salvação através de sua fidelidade à organização.
Não permitamos portanto que estas pessoas que batem à nossa porta continuem no erro. Tomemos com seriedade as palavras de Paulo em 2º Timóteo 2:24, 26 e 2º Coríntios 10:03‐06. Que o Senhor nos abençoe. Amém!
Notas
1. Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, página 691, parágrafo 20.
2. A guerra que Deus vai travar contra a humanidade, destruindo todos sobre a terra, exceto as Testemunhas de Jeová.
3. Confira na obra: A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, página 106, parágrafo 12 ‐ editado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
4. Em A Sentinela de 15 de setembro de 1989, páginas 5, 6, lemos: "Sim, crer em Jesus é fundamental para a nossa salvação, mas é necessário mais. (...) Alguns dizem que basta crer em Jesus. (...) Assim, muitos crêem que passar por uma conversão repentina o emocional é tudo o que precisa para garantir a vida eterna. Contudo, concentrar‐se em apenas um único requisito essencial para a salvação e excluir os outros é como ler uma cláusula fundamental num contrato e desconsiderar as demais". Vale comentar que a salvação não é um contrato, mas um dom gratuito de Deus (Efésios 2:08, 09).
Wagner S. Cunha ‐ É pesquisador e conferencista do ICP. Atuou como missionário na Espanha (antes de ser enviado ao campo missionário, trabalhou durante dois anos no ICP). Lecionou várias matérias no Seminário Teológico Batista de São Miguel Paulista.
É o Natal uma Festa Pagã?
REVISTA DEFESA DA FÉ, ICP – Instituto Cristão de Pesquisas, Ano 1, Número 1, Julho‐Setembro/1996 – Páginas 28‐29
Durante os catorze anos em que vivi entre as Testemunhas de Jeová, aprendi a odiar o Natal, literalmente. Minha família não podia se reunir e celebrar o nascimento de Jesus. As
razões apresentadas eram diversas: o Natal é uma festa pagã; o 25 de dezembro era uma data dedicada ao deus sol, Mitra; foi Satanás quem instituiu o Natal a fim de desviar os
cristãos da adoração pura e verdadeira etc.
Por Aldo dos Santos Menezes
Na literatura jeovista havia profusa citação de enciclopédias (religiosas e seculares) que apontavam para a origem pagã do Natal. Assim, eu tinha todas as razões para descartar totalmente a data de 25 de dezembro do meu calendário.
Causa‐me tristeza, todavia, ao ver que no meio evangélico muitos irmãos estão se levantando contra a observância do Natal, apresentando as mesmas razões que eu, como Testemunha de Jeová, apresentava. Diante disso surgiu a pergunta inevitável: É pecado celebrar o Natal de Jesus em 25 de dezembro? Antes de responder a esta pergunta, vamos conhecer um pouco a história do Natal.
A origem do Natal
É verdade que a data de 25 de dezembro marcava a celebração de uma festa pagã conhecida como Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol invencível), em homenagem ao deus Mitra (da religião persa), (Nota 1: Enciclopédia Barsa, Volume 9, São Paulo, 1968, páginas 437, 438), e que esta festa era estimulada com orgias sexuais e embriaguez. No ano 440 d.C., porém, a data foi fixada para marcar o nascimento de Jesus, já que ninguém sabia a data de seu nascimento.
A questão fundamental é: Esta origem pagã depõe contra os cristãos que hoje celebram o 25 de dezembro em homenagem a Jesus? Necessariamente, não! O Natal (mesmo tendo uma origem pagã) é um evento que deveria ser celebrado por todos os cristãos ao redor do mundo (sem dogmatizar). Mas, por quê? Ora, havia uma festa dedicada a um deus falso, Mitra, considerado o Sol Invencível. As atencões eram voltadas para ele (e isto, sim, servia aos propósitos de Satanás). Surge, porém, a igreja com uma mensagem inovadora aos pagãos: O Sol Invencível existe, e não é Mitra (uma entidade mitoIógica); seu nome é JESUS! Ele foi visto e tocado, pois era real (1º João 1:01). Dele falou o profeta Malaquias: “Mas para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação debaixo das suas asas”
(4:02). A festa mitraica oferecia prazeres terrenos e momentâneos (portanto, efêmeros); ao passo que Jesus oferecia a salvação, a libertação do pecado e a vida eterna (valores perenes). “Pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).
9 Foi o cristianismo paganizado? Nunca! Jamais!
Que nome lhe vem à mente quando mencionamos a data 25 de dezembro: Mitra ou Jesus? Mitra já foi esquecido, há muito tempo. O Sol da justiça veio e venceu, provando que Ele, sim é verdadeiramente o Invencível! Assim, o nome de jesus foi mais uma vez engrandecido. Onde havia trevas, resplandeceu a luz.
Para entender melhor esta questão, veja os seguintes exemplos:
No princípio era o Logos ...
Muito antes de João escrever que "no princípio era o Verbo (do grego logos) e o Logos estava com Deus e o Logos era Deus" (João 1:01), já havia no mundo greco‐romano uma concepção particular do que era o logos (o termo, portanto, não era desconhecido para os leitores do apóstolo). Uma das idéias que se propagava entre alguns filósofos da época era a de que o Deus Supremo era inatingível: nenhuma criatura poderia manter contato com ele, mas apenas com seres intermediários conhecidos como aeons. O logos, então, seria um dentre muitos aeons. (Nota 2: CHAMPLIN, Russell Norman & BENTES, João Maques, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Gnosticismo. Vokume 2, São Paulo, Candéia, 1991).
Ainda concernente ao logos, acreditavam que por ser de constituição espiritual, ele não poderia assumir um corpo humano (para tais filósofos, a matéria era inerentemente má).
Tudo isso era um empecilho para que as pessoas não buscassem ter um relacionamento íntimo com Deus, nem aceitassem a idéia de que o logos se encarnou, assumindo a natureza humana (sem pecado).
O apóstolo João dá então um golpe mortal nas concepções errôneas dos filósofos de sua época.
Ele diz: "No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era Deus. E o Logos se fez carne, e habitou entre nós. Vimos a sua glória..." (1:01, 14). João não negou a existência do Logos, mas corrigiu o conceito errado que havia sobre ele. Era possível ter comunhão direta com Deus através do Logos, e o Logos não apenas estava com Deus, mas o próprio Logos era Deus (ou seja, tinha a natureza divina); e para espanto de todos, João disse que o Logos (que era Deus) se fez carne (tornou‐se humano) e habitou entre nós. Quem ainda poderia duvidar de que era possível ter comunhão com Deus, se o próprio Deus andou entre nós na pessoa de Jesus de Nazaré, buscando reconciliar o homem com si mesmo?
Do mesmo modo como a mensagem de João sobre o Logos veio para corrigir um conceito errado sobre a pessoa de Deus e da própria natureza humana, assim também a igreja agiu no ano 440 d.C., desviando a atenção das pessoas da adoração errônea que se prestava a Mitra, guiando‐as ao único que é digno de receber "poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor... para todo o sempre"
(Apocalipse 5:12, 13).
Ao Deus desconhecido
Este é outro exemplo que nos mostra que onde havia trevas, resplandeceu a luz.
O apóstolo Paulo passeava por Atenas, e diz a Bíblia que o seu "espírito se revoltava em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria" (Atos 17:16). Apesar de sua revolta, ele não saiu pela cidade chutando ídolos, amarrando demônios ou dizendo que tudo aquilo era de Satã. A atitude de Paulo foi
sensata e inteligente. Ele disse aos atenienses: "Homens atenienses, em tudo vejo que sois muito religiosos. Pois passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito:
AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, esse que vôs honrais sem conhecer é o que eu vos anuncio" (versículos 22, 23). Paulo usou o ídolo como ponte a fim de transmitir a mensagem do evangelho. Onde havia trevas, resplandeceu a luz, pois diz a Escritura que "aderiram alguns homens a ele, e creram, entre os quais estava Dionísio, o areopagita, e tinha mulher por nome Dâmaris, e com ele outros" (versículo 23).
Evitando os extremos
Antes de tudo, é preciso esclarecer o seguinte: O Natal não é um artigo de fé; não faz parte do corpo doutrinário da igreja; é questão de ordem pessoal. É preciso que haja espírito de tolerância para com os que não pensam como nós em aspectos secundários de nossa fé (Romanos 14). Os extremos devem ser evitados. Não se deve dizer a respeito de quem comemora o Natal: "Está em pecado;
enganado por Satanás". Por outro lado, quem não celebra o 25 de dezembro não deve ser crucificado por causa disso. Creio, porém, que quem se fecha para essa data, perde uma grande oportunidade, pois nesse dia a maioria das pessoas está sensível a ouvir algo sobre Jesus. Pergunte‐lhes o que acham de Jesus ou o que acham do Natal; qual o seu real significado; será que Natal significa comer e beber, cantar e dançar?
Diga que o mundo precisa do Pai da Eternidade (Isaías 9:06) e não do "papai Noel". Anuncie para o mundo o que um anjo disse aos pastores ao nascer Jesus: "Eu vos trago novas de grande alegria, que o será para todo o povo. Na cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lucas 2:10, 11).
Feliz Natal Notas
1. Enciclopédia Barsa, Volume 9, São Paulo, 1968, páginas 437, 438.
2. CHAMPLIN, Russell Norman & BENTES, João Maques, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Gnosticismo. Vokume 2, São Paulo, Candéia, 1991.