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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

LEVANTAMENTO, AVALIAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DA FLORA EM ESTADO DE AMEAÇA NA ILHA

GRANDE, ANGRA DOS REIS, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Livia Correia Fróes

ORIENTADORA: Profa. Dra. Michaele Alvim Milward de Azevedo

TRÊS RIOS - RJ

DEZEMBRO – 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

LEVANTAMENTO, AVALIAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DA FLORA EM ESTADO DE AMEAÇA NA ILHA

GRANDE, ANGRA DOS REIS, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Livia Correia Fróes

Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TRÊS RIOS - RJ

DEZEMBRO - 2017

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iii Fróes, Livia Correia, 1994-

Levantamento, avaliação e distribuição geográfica das espécies da flora em estado de ameaça na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rios de Janeiro, Brasil / Livia Correia Fróes. - 2017. 69f.: 4 tabs., 5 figs.

Orientadora: Michaele Alvim Milward de Azevedo

Monografia (bacharelado em Gestão Ambiental) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios.

Bibliografia: f. 55-66.

1. Biodiversidade. 2. Lista Vermelha. 3. Conservação. 4. Insular. 5. Turismo.

I. Fróes, Livia Correia. II. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto Três Rios. III. Levantamento, avaliação e distribuição geográfica das espécies da

flora em estado de ameaça na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rios de Janeiro, Brasil

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iv UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

LEVANTAMENTO, AVALIAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DA FLORA EM ESTADO DE AMEAÇA NA ILHA

GRANDE, ANGRA DOS REIS, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Livia Correia Fróes

Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental como pré-requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Aprovada em 15/12/2017 Banca examinadora:

__________________________________________________

Orientadora Profa. Dra. Michaele Alvim Milward de Azevedo

__________________________________________________

Profa. Dra. Carla Y’ Gubáu Manão

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Profa. Dra. Erika Cortines

__________________________________________________

Profa. Dr. Fábio Souto de Almeida TRÊS RIOS - RJ DEZEMBRO – 2017

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v AGRADECIMENTO

Celina e Hermes, agradeço pela vida, pela formação, pelo amor e por sempre acreditarem nas decisões desta pequenina mulher, meus primeiros e eternos mestres.

Camila e Thales, meus jovens, agradeço o imenso amor e todas as risadas, independente da distância. Nossas dancinhas fazem valer a pena estar viva.

Luana, agradeço pelo companheirismo ao longo desses anos de faculdade (e estágio), pela força, estrutura, carinho em todos os momentos e conselhos eternos. Foi mãe, amiga e irmã.

Gabriel, Sara e Fernanda, eternos cônjuges, agradeço pelo maior aprendizado, respeitar e conviver com as diferenças. Pessoas tão distintas dividindo o mesmo espaço sem nunca faltar respeito, obrigada pelas melhores histórias.

Ana e Natália, luzes da minha vida, obrigada pelo amor, reiki, suporte e solicitude em todos os momentos, superou distâncias.

Michaele, a melhor orientadora que alguém poderia ter, agradeço por todas as oportunidades (e foram muitas), pelo aprendizado, amizade, incentivos, carinho, pelo Norte na vida, por me ensinar a reconhecer maracujás selvagens em qualquer lugar, pelas doideiras (fiquei sabendo que é a naftalina) e por nunca desistir de mim.

Erika e demais professores amigos, agradeço pelo afeto no ensino, pelos campos, pelo carinho e conhecimento da realidade.

Carla e Luis, agradeço por todo material que me forneceram para a elaboração do meu estudo.

Ilha, pode não ser uma pessoa, e sim a junção de todos os seres que estiveram por lá e me formaram a mulher que sou hoje, agradeço pelas experiências, crenças, valores e por me ajudar a enxergar que o mundo é muito mais bonito do que eu poderia imaginar... por aprender a amar e querer cuidar de um lugar mais que a mim mesma.

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vi “A ciência não pode solucionar os problemas éticos. Pode apenas estudar as consequências das ações humanas”

- Stephen J. Gould

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RESUMO

A necessidade de conservação da biodiversidade na região de Angra dos Reis, principalmente na Ilha Grande, se dá pela presença de vegetação nativa da Mata Atlântica e pela rápida ocupação territorial, advinda do crescimento turístico e dos grandes empreendimentos na região. Os diferentes ciclos econômicos deixaram uma série de impactos na vegetação nativa da Ilha G., sendo fonte de estudos de análise desse impacto. Porém, ainda há carência de pesquisas em que sejam apontadas quais espécies estão ameaçadas. Diante de tais fatos, o presente trabalho visa a análise da flora da lista vermelha ocorrentes na Ilha Grande. O levantamento foi realizado através do levantamento bibliográfico específico e sítios eletrônicos dos herbários virtuais. As coordenadas foram coletadas em campo e em exsicatas, plotadas em mapas e a avaliação das espécies se deu a partir dos critérios da IUCN. Foram encontradas um total de 65 espécies, entre elas 2 são classificadas como Criticamente em Perigo, 18 Em Perigo, 32 Vulneráveis, 13 Quase Ameaçadas e 19 com informações insuficientes, sendo quatro destas encontradas em campo nas trilhas de maior acesso pelos turistas: Anthurium luschnathianum Kunth, Euterpe edulis Mart., Hippeastrum striatum (Lam.) Moore e Rudgea macrophylla Benth. Apenas 11 espécies apresentaram dados suficientes para a avaliação do seu grau de ameaça no território da Ilha G., onde 9 alteraram seus status para Criticamente em Perigo. A grande maioria das espécies foram registradas nas vertentes sul e sudeste, pois existem muitas lacunas de coletas e pesquisas direcionadas para as vertentes norte e oeste. Além disso, na Ilha há a ocorrência da espécie Pleroma thereminiana (DC.) Cogn., espécie rara, de distribuição restrita à Costa Verde do estado do Rio de Janeiro. Por este motivo a Ilha Grande já se encontra como uma das áreas com maior prioridade para a conservação a Mata Atlântica e a ampliação de estudos sobre os impactos nas espécies ameaçadas de extinção e as que apresentam informações insuficientes (DD) também devem ser uma estratégia estimulada pela gestão.

Palavras-chave: biodiversidade, lista vermelha, conservação, insular, turismo.

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ABSTRACT

The need for conservation of biodiversity in region of Angra dos Reis, especially in Ilha Grande, is given by the presence of native vegetation of Atlantic Mata and fast territorial occupation, coming from the tourist growth and big enterprises in the region. The different economic cycles left a series of impacts on the native vegetation of Island G., being source for studies of analysis of the impact. However, there is still a gap of research where they are pointing which species are threatened. In front of such facts, the present work aims to analyze the flora of the red list with ocurrence on Ilha Grande. Faced with such facts, the present work aims to analyze the flora of the red list occurring in Ilha Grande. The survey was carried out through the specific bibliographical survey and electronic sites of the virtual herbarium.

The coordinates were collected on the field and in exsicatas, plotted on maps and the evaluation of the species was based on IUCN criteria. A total of 65 species were found, including 2 Critically Endangered, 18 Endangered, 32 Vulnerable, 13 Near Threatened and 19 with insufficient data, four of those were found in the field on the hikings of greater access to the tourists: Anthurium luschnathianum Kunth, Euterpe edulis Mart., Hippeastrum striatum (Lam.) Moore e Rudgea macrophylla Benth. Only 11 species had enough data to assess their degree of threat in the territory of Ilha Grande, where 9 changed their status to Critically Endangered. The great majority of the species were recorded in the south and southeast slopes, as there are many collect and surveys directed to the north and west slopes gaps. In addition, in Ilha Grande there is the occurrence of the species Pleroma thereminiana (DC.) Cogn., Rare species, presenting restricted distribution to Costa Verde of the state of Rio de Janeiro. For this reason Ilha Grande is already one of the areas with the highest priority for the conservation of the Atlantic Forest and the expansion of studies on the impacts on species threatened with extinction and those with insufficient information (DD) should also be a stimulated strategy management.

Keywords: biodiversity, redlist, conservation, extinction, island, tourism.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

AOO – Área de Ocupação

APA – Área de Proteção Ambiental BFG – The Brazil Flora Group

CNCFlora – Centro Nacional de Conservação da Flora EOO – Extensão de Ocorrência

HB – Herbário Bradeanum

HRJ – Herbário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IUCN – Internacional Union for Conservation of Nature MMA – Ministério do Meio Ambiente

NT – Near threatened

PEIG – Parque Estadual da Ilha Grande

RBEPS – Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul RB – Herbário Barbosa Rodrigues

RBR – Herbário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro RFFP – Herbário da Faculdade de Formação de Professores da UERJ UC – Unidade de Conservação

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização da Ilha Grande, município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, Brasil ... 18 Figura 2. Unidades de conservação presentes na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil ... 20 Figura 3. Mapa de distribuição geográfica das espécies em estado de ameaça da flora da Ilha

Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro,

Brasil... 31 Figura 4. Mapa de trilhas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil... 33 Figura 5. Espécies em estado de ameaça ocorrentes na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil: a) Anthurium luschnathianum Kunth, b) Hippeastrum striatum (Lam.) Moore, c) Octomeria alexandri Schltr., d) Rauhiella Silvana Toscano, e) Rudgea macrophylla Benth, f) Aristolochia odora Steud., g) Begonia curtii L.B.Sm. & B.G.Schub, h) Cattleya guttata Lindl., i) Cedrela odorata L., j) Euphorbia insulana Vell., k) Euterpe edulis Mart., l) Ficus cyclophylla (Miq.) Miq., m) Heliconia farinosa Raddi, n) Maranta subterranea J.M.A. Braga, o) Monstera praetermissa E.G.Gonç. & Temponi, p) Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm., q) Vriesea bituminosa Wawra, r) Vriesea neoglutinosa Mez... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies da Flora presentes na Lista Vermelha da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil...... 24 Tabela 2. Espécies da Flora com Dados Insuficientes (DD) presentes na Ilha Grande, Angra

dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil

... 27 Tabela 3. Espécies da flora avaliadas pela sua Área de Ocupação (AOO) e Extensão de Ocorrência (EOO) na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil ... 28 Tabela 4. Distribuição geográfica e tipo de vegetação das espécies da flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil...35

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

1.1. OBJETIVO ... 17

1.1.1. Objetivos Específicos ... 17

2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 17

2.1. ÁREA DE ESTUDO ... 17

2.2. ESPÉCIMES ANALISADOS ... 21

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 22

3.1. Espécies em estado de ameaça da Ilha Grande, RJ, Brasil ... 38

a) Espécies Criticamente em Perigo (CR) ... 38

b) Espécies Em Perigo (EN)... 38

c) Vulnerável (VU)... 43

d) Quase Ameaçada (NT) ... 52

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 57

5. REFERÊNCIAS ... 58

6. REFERÊNCIAS DAS FIGURAS ... 65

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13 1. INTRODUÇÃO

O meio ambiente sofreu, e vem sofrendo, diversos impactos ambientais, com o crescimento industrial exaustivo a partir da Revolução Industrial no século XVIII, e consequentemente com o aumento da poluição e o aquecimento global, devido a massiva destruição dos recursos naturais e o elevado decréscimo da biodiversidade, desencadeado principalmente pelo aumento populacional, êxodo rural e urbanização (Milward-de-Azevedo 2017).

A instabilidade climática vivida devido ao intenso aquecimento global, envolve mudanças nos regimes de fogo, a perda de polinizadores e herbívoros, além de mudanças na fenologia das plantas (Pitman & Jørgensen 2002). Sendo estimado que mais de 60% das espécies endêmicas estão ameaçadas devido à perda de habitat em curso (Pitman & Jørgensen 2002). Portanto, as espécies em sua grande maioria, principalmente as espécies raras ou sobre algum tipo de ameaça, são sensíveis as mudanças climáticas, levando ao estresse reprodutivo e influenciando negativamente a fauna que depende deste recurso (Morellato 2008). A perda e fragmentação de habitats, em conjunto com as mudanças climáticas são alterações ambientais causadas por fatores antropogênicos, com consequências diretas sobre a distribuição das espécies (Giannini et al. 2012). Ou seja, estamos perdendo espécies ainda desconhecidas para a ciência (Pimm & Raven 2017). O problema é que a perda de habitat, influenciada pela ação antrópica, leva à redução da conectividade entre as populações, reduzindo a variabilidade genética e aumentando o risco de extinção das espécies (Banhos et al. 2016).

A Mata Atlântica é um bioma megadiverso, que possui um grande número de espécies endêmicas de plantas e animais, abrigando um complexo de formações geológicas (Lino &

Simões 2011), e se apresentando como uma das florestas com o maior número de espécies de animais e plantas por unidade de área, tendo entre 1% e 8% de toda flora e fauna mundiais (Marques et al. 2016). Das cerca das 33.000 espécies de Angiospermas registradas para o Brasil, aproximadamente 15.550 ocorrem na Mata Atlântica (BFG 2015, Marques et al. 2016, Flora do Brasil 2020), sendo que 8.443 são endêmicas da Mata Atlântica (Marques et al. 2016). O Estado do Rio de Janeiro apresenta atualmente um total 7.755 espécies de angiospermas, cinco de gimnospermas, 893 de briófitas e 638 de samambaias e licófitas (BFG 2015, Flora do Brasil 2020). Apenas 7% da cobertura original é composta por remanescentes florestais bem conservados, sendo o restante representado por áreas em regeneração (MMA 2007).

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14 Aproximadamente 70% da população brasileira moram na região de ocorrência da Mata Atlântica, resultado de uma história de ocupação que ocasionou uma redução de sua área a percentuais entre 11% e 16% da cobertura original. Dos fragmentos que existem, aproximadamente 80% apresentam menos de 50 hectares e apenas 9% estão em Unidades de Conservação de proteção integral. A Mata Atlântica juntamente com o Cerrado são os biomas mais degradados e ameaçados do Brasil (Marques et al. 2016).

Ao contrário dos outros biomas, na Mata Atlântica a expansão urbana sem planejamento é considerada a principal causa da degradação florestal e ainda uma das suas maiores ameaças (Diegues 2000, Dean 2004, Scarano 2012, Loyola et al. 2014). Com 1.544 espécies da flora ameaçadas de extinção, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro com maior número de espécies ameaçadas (Marques et al. 2016).

As Listas Vermelhas fornecem informações sobre as espécies em estado de ameaça e são consideradas uma ferramenta essencial para a conservação, permitindo que setores do governo, iniciativa privada e a sociedade priorizem ações em prol da conservação, minimizando os impactos sobre as espécies ameaçadas de extinção (Donaldson 2013). As Listas Vermelhas fornecem o estado de conservação das espécies com maior risco de extinção ou já categorizadas como extintas, avaliados segundo as categorias e os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), ou seja, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável (IUCN 2017).

As listas de espécies ameaçadas são projetadas principalmente para fornecer uma compreensão fácil da estimativa qualitativa do risco de extinção, uma das poucas ferramentas à disposição das agências reguladoras e do público para limitar os impactos ambientais adversos do desenvolvimento. Geralmente são utilizadas para relatar sobre o estado do ambiente, com base em estatísticas derivadas de valores de números e proporções de espécies extintas e ameaçadas por táxon (Possingham et al. 2002).

De acordo com Donaldson (2013), apesar dos benefícios das listas vermelhas, sua elaboração tem se revelado um desafio de grandes proporções, pois até 2012, foram incluídas apenas 14.500 espécies vegetais na Lista Vermelha da IUCN, ficando aquém das listas similares referentes à fauna.

O Instituto de Pesquisas Kew Botanical Gardens realizou em 2016, uma avaliação global do estado de conservação das plantas no mundo, afirmando que apenas 391.000 espécies de plantas vasculares são conhecidas para a ciência, e que 21% deste total estão ameaçadas de extinção. Em contrapartida, a Lista Vermelha da IUCN avaliou apenas uma amostra de

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15 aproximadamente 22.000 espécies, verificando que 7% deste total apresentam dados insuficientes, e 52% são considerados como ameaçadas (RBG Kew 2016).

Pela estimativa atual, uma em cada cinco espécies vegetais avaliadas (cerca de 22%) estão ameaçadas de extinção, enquanto uma em cada três espécies vegetais avaliadas (aproximadamente 30%) se apresentam como de elevada preocupação de conservação, consideradas como Ameaçadas ou Quase Ameaçadas, caso não sejam tomadas medidas para reduzir o seu declínio (Brummitt et al. 2015).

As espécies vegetais que não apresentam registro de coleta a mais de 30 ou 50 anos, podem ser consideradas como extintas, ou sob algum grau de ameaça, e por não serem coletadas ou por serem mal conhecidas, acabam sofrendo uma ameaça iminente de extinção (Milward- de-Azevedo 2017).

No Brasil, a Lista Vermelha de espécies da Flora do Brasil foi e continua sendo executada pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora - http://cncflora.jbrj.gov.br/portal) juntamente com taxonomistas renomados. O intuito é apresentar para a comunidade esforços para a avaliação do risco de extinção, fornecendo subsídios para a tomada de decisões, e contribuindo para a maior conscientização e mobilização da sociedade em torno das questões ambientais, além de estabelecer prioridades de ação para a conservação, assim como, direcionar pesquisas científicas que possam preencher lacunas de conhecimento (Martinelli & Moraes 2013).

De acordo com a "Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção", Portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Nº 443, de 17 de dezembro de 2014, o Brasil apresenta 2.113 espécies da sua flora ameaçadas de extinção (MMA 2014). O Rio de Janeiro, em conjunto com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo lideram a lista de espécies em risco de extinção (Coelho et al. 2017), devido ao regime econômico empregado na região Sudeste por muitos anos, resultando na vulnerabilidade da vegetação causado pela fragmentação e degradação, juntamente com os efeitos das mudanças climáticas e a perda da diversidade. Apesar do Catálogo da Flora do Estado do Rio de Janeiro (<http://florariojaneiro.jbrj.gov.br>) não constituir uma lista oficial de espécie ameaçadas, o mesmo indicou 786 espécies com algum grau de ameaça e 17 espécies classificadas como extintas na flora fluminense (Coelho et al. 2017).

A Ilha Grande, localizada no sul do estado do Rio de Janeiro, no município de Angra dos Reis, é um dos importantes remanescentes de Mata Atlântica (Nunes-Freitas et al. 2009).

Apontada como um dos maiores patrimônios naturais do Estado do Rio de Janeiro, a Ilha G.

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16 apresenta dois acontecimentos que marcaram a sua história: a intensificação do fluxo turístico após a implosão do Instituto Penal Cândido Mendes (1994) e a instituição de leis ambientais com a criação de três unidades de conservação da natureza: o Parque Estadual da Ilha Grande – PEIG (1971), a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul - RBEPS (1981) e a Área de Proteção Ambiental de Tamoios - APA de Tamoios (1982) (Mendonça 2008).

A Ilha Grande é mencionada pela população e por diversos segmentos externos como um “paraíso ecológico” a ser preservado, ao mesmo tempo em que é alvo de intensa visitação por turistas (Mendonça 2008). É notório que o turismo na Ilha Grande não é planejado de forma adequada e está operando bem acima da capacidade de suporte do lugar. E, desta forma, tem- se como consequência o comprometimento dos ambientes de florestas, a qualidade dos mananciais, a disponibilidade de água para consumo e a qualidade de vida (Leal Filha 2005 apud Gama et al. 2006).

Os problemas de ordem socioculturais e ambientais são os atuais desafios para os gestores ambientais desta área. E, que de acordo com Rocha (2006) apud Gama et al. (2006), causam o seguinte dilema: ao mesmo tempo em que os investidores necessitam dos recursos naturais conservados, pois são os maiores atrativos da Ilha Grande, a má utilização poderá levar à destruição do ecossistema local e consequentemente ao declínio da atividade turística. Em função de sua característica insular, constitui um ecossistema independente delimitado, apresentando uma biodiversidade vasta em endemismo e tornando alta a vulnerabilidade da fauna e flora local. Segundo Serafini et al. (2010), as ilhas são ambientes distintos e potencialmente mais vulneráveis, abrigando uma biodiversidade peculiar devido ao seu isolamento geográfico, e apresentando um grande número de espécies endêmicas. Porém as espécies exóticas invasoras são consideradas como uma das principais causas de perda de biodiversidade em ilhas, em decorrência da grande quantidade de espécies endêmicas e aos seus habitats restritos.

Esse impacto ambiental, causado pelos diferentes ciclos econômicos, foi fonte para diversos estudos (Araújo et al. 2005), (Araújo 2006), (Vallejo 2005), (Brito 2001), (Costa &

Alves 2012), (Prado 2003), (Oliveira 2006), (Sampaio 2005), realizados na Ilha Grande. Porém, mesmo sendo uma área de conservação, ainda há carência de pesquisas locais direcionadas para a população residente e aos turistas, mostrando o real problema da perda da biodiversidade, pois pouco se conhece sobre os atrativos ambientais locais, restringindo-se apenas às características cênicas da região. Diante de tais fatos, foram pensadas estratégias para

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17 divulgação das espécies da lista vermelha ameaçadas de extinção, auxiliando desta maneira, na divulgação e na conservação da biodiversidade na Ilha Grande.

1.1. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi analisar as espécies da Flora da Ilha Grande, Angra dos Reis-RJ, pertencentes à Lista Vermelha, e criar subsídios para as tomadas de decisões dos Gestores do Parque Estadual da Ilha Grande.

1.1.1. Objetivos Específicos

 Gerar uma listagem completa das espécies da flora pertencente à Lista Vermelha da Ilha Grande, a partir dos registros existentes, conforme os critérios estabelecidos pela IUCN;

 Avaliar o grau de ameaça das espécies que apresentam coordenadas suficientes para a formação de um polígono dentro do território da Ilha Grande;

 Plotar as espécies da flora pertencente à Lista Vermelha da Ilha Grande, de acordo com as coordenadas encontradas nos registros dos herbários do Estado do Rio de Janeiro, para avaliar sua distribuição geográfica;

 Fornecer subsídios para a tomada de decisões, gerar sensibilização, mobilização e preocupação dos Gestores das Unidades de Conservação da Ilha Grande, sociedade, assim como daqueles que trabalham com políticas públicas para estabelecer prioridades de ações conservacionistas.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

A Ilha Grande localiza-se no município de Angra dos Reis, litoral Sul do estado do Rio de Janeiro, entre as coordenadas 23°05'-23°14' S e 44°05'-44°23' O, e com aproximadamente 193Km², representando a maior ilha do Estado do Rio de Janeiro e a terceira do Brasil (Gama et al. 2006). Suas dimensões aproximadas são: 29km de comprimento (leste-oeste) e 16 km de

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18 largura (norte-sul), totalizando 19.300 ha (UFRRJ/IEF/PRÓ-NATURA 1993). Apresenta dois distritos: Araçatiba, localizado na porção Oeste, cuja principal vila de moradores é Provetá; e Abraão, localizado na porção Leste, cujo principal povoado é conhecido como Vila de Abraão (Gama et al. 2006) (Figura 1).

Figura 1. Localização da Ilha Grande, município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Fonte:< http://www.ilhagrande.com.br/mapas/>.

A Ilha está isolada do continente por um canal com cerca de 2,0 km de largura e suas características físicas são semelhantes às observadas na Serra do Mar, com algumas montanhas atingindo aproximadamente 1.000m de altitude (Esbérard et al. 2006). O relevo é predominantemente montanhoso e fortemente escarpado, destacando-se os topos aguçados, morros e pontões. Os picos mais elevados são Pedra d’Água (1.031 m), Pico do Papagaio (959 m) e Morro do Ferreira (735 m). As declividades variam de 21°, na vertente continental, a mais de 80° em alguns pontos, conferindo aos cursos d’água a possibilidade de cheias e erosão intensa (Vallejo 2005, Gama et al. 2009). A área do PEIG apresenta 32 microbacias hidrográficas, sendo 27 na vertente oceânica e cinco na vertente continental (UFRRJ/IEF/PRÓ- NATURA 1993, Morokawa et al. 1994, INEA 2013). As bacias de maior significado hidrológico são as do Abraão, do Bicão e da Andorinha, as duas primeiras abastecendo a Vila do Abraão, e Andorinha abastecendo Dois Rios (Vallejo 2005). A bacia do Córrego do Bicão é estratégica para o abastecimento da Vila do Abraão (UFRRJ/IEF/PRÓ-NATURA 1993, Morokawa et al. 1994).

Possui clima tropical, quente e úmido, sem estação seca, e com temperatura média variando entre 15°C e 30°C (Araújo et al. 2005), podendo as médias de temperatura máxima serem superiores a 30ºC em fevereiro (Salgado & Vasquez 2009). A Ilha Grande situa-se no domínio de Mata Atlântica, apresentando fitofisionomia de Floresta Ombrófila Densa, Restinga e Mangue (Veloso et al. 1991, Magalhães 2008, IBGE 2013), em diferentes níveis de

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19 regeneração (Antonini & Nunes-Freitas 2004). Em função do espraiamento de roças de subsistência de populações caiçaras e, principalmente, das áreas de regeneração de roças abandonadas, a paisagem é formada por mosaicos de tratos de florestas secundárias em diferentes idades sucessionais, de acordo com a época de abandono para pousio (Oliveira &

Coelho Netto 2001). As florestas da Ilha Grande caracterizam-se, em sua maior parte como secundárias tardias, embora se encontrem manchas com vegetação secundária recente (UFRRJ/IEF/PRÓ-NATURA 1993). Em alguns trechos, geralmente de acesso mais remoto, são encontrados tratos de Floresta Atlântica em estádio clímax (Oliveira 2002).

Segundo Farias et al. (2017), a população da Ilha Grande encontra-se distribuída em 20 localidades de características bastante diferenciadas, tanto na perspectiva socioeconômica, quanto na de ocupação urbanística. Os dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a ilha abriga uma população de aproximadamente 5.021 habitantes e evidenciam uma concentração na enseada de Abraão de cerca de 1.971 habitantes, seguida de Provetá com 1.065 habitantes.

Primitivamente, a Ilha Grande era recoberta por extensa cobertura de Floresta Ombrófila Densa, desde os pontos culminantes até as áreas sob influência marinha. A paisagem foi bastante modificada pelos diversos ciclos agroeconômicos que ali se sucederam (café, cana-de- açúcar, legumes, frutos, grãos e gado). Hoje, a parte norte da Ilha Grande apresenta-se coberta por vegetação secundária principalmente, e a vertente sul, bem como o centro geográfico da ilha, a vegetação encontra-se em melhor estado de conservação. Os remanescentes florestais apresentam-se bastante alterados em relação as formações primitivas, em função dos diversos movimentos de ocupação da ilha. A vegetação das vertentes voltadas para o continente é menos exuberante do que as vertentes oceânicas, que são beneficiadas pela unidade trazida pelos ventos do quadrante sul (Valejjo 2005).

A colonização da Ilha Grande teve início no século XVIII, quando se tornou ponto de desembarque de escravos e com o desenvolvimento agrícola, com cultivos de cana-de-açúcar, café, laranja e banana, que entraram em declínio devido à escassa mão-de-obra. No século XX, a pesca expande-se e observa-se, em 1950, que 20 fábricas de enlatamento de sardinhas estão instaladas. Porém, com o declínio da pesca na década de 1980, devido a problemas ambientais, as fabricas encerraram suas atividades, tendo a última delas sido fechada em 1992 (Araújo et al. 2005, Costa & Alves 2012). Em 1903, foi instituído na ilha o presídio político, e em 1940, o Instituto Penal Cândido Mendes, desativado em 1994.

(20)

20 Na década de 1990, com o incremento do transporte para a Ilha Grande, estabelecido com a instituição dos serviços da empresa Barcas S/A, aliado à desativação do presídio e a queda da atividade pesqueira, a população local viu no turismo um forte potencial de renda e emprego (Araújo et al. 2005, Costa & Alves 2012). O crescimento do turismo na Ilha Grande, estimulou a proliferação de inúmeros estabelecimentos de hospedagem e alimentação, bem como outros, equipamentos e serviços de apoio ao turista, acelerando o processo de degradação impacto ambiental na área (Araújo et al. 2005, Costa & Alves 2012).

A Ilha Grande apresenta um mosaico de quatro unidades de conservação com papéis complementares entre si, sendo elas: a Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA- Tamoios), criada através do decreto lei nº 9.452 em 1982; o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), criado em 1971 com 4.330 ha (43,30 km²), ampliado em 2007 para 12.052 ha (120,52 km²), passando a preservar 62,5% da área total da Ilha Grande; a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (RBPS), criada em 1981 por meio do Decreto Estadual 4.972, com área de 3.600 ha e abrigando cinco ecossistemas naturais: mata de encosta, manguezal, restinga, lagunas e costões rochosos; e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro (RDSA), criado em 2014 com a redução de 2,7% da RBPS (Figura 2). Cada unidade de conservação possui uma categoria distinta, apresentando características exclusivas quanto à preservação e uso do solo, principalmente quando relativo ao acesso público.

Figura 2. Unidades de conservação presentes na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Adaptado de:< http://www.ilhagrande.org/pagina/mapa-reserva-desenvolvimento- sustentavel-aventureiro>.

(21)

21 2.2. ESPÉCIMES ANALISADOS

O levantamento das espécies da flora da Ilha Grande pertencentes à lista vermelha, foi realizado através do levantamento bibliográfico no Livro Vermelho da Flora do Brasil (Martinelli & Moraes 2013), no Plano de Manejo (fase 2) - Resumo Executivo do Parque Estadual da Ilha Grande (INEA 2013), Araújo & Oliveira (1988), Delamonica (1997), Callado et al. (2009), Manão (2011), além da visualização do acervo dos materiais depositados nos herbários virtuais do Species Link (http://splink.cria.org.br/), RB – Herbário Barbosa Rodrigues – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (http://aplicacoes.jbrj.gov.br/jabot/v2/consulta.php), HB – Herbário Bradeanum – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (http://hb.jbrj.gov.br/v2/consulta.php), RFFP – Herbário da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (http://rffp.jbrj.gov.br/v2/consulta.php), HRJ – Herbário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (http://hrj.jbrj.gov.br/v2/consulta.php) e RBR – Herbário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (http://rbr.jbrj.gov.br/v2/consulta.php), para obtenção dos dados geográficos de ocorrência das espécies na Ilha Grande. Os acrônimos dos herbários estão de acordo com Thiers (continuously updated).

O grau de ameaça das espécies encontradas, de acordo com os critérios da IUCN, foram confirmados nos sítios eletrônicos do Centro Nacional de Conservação da Flora – CNCFlora (http://cncflora.jbrj.gov.br/portal), da Flora do Brasil 2020 (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/), do Catálogo da Flora do Estado do Rio de Janeiro (https://florariojaneiro.jbrj.gov.br/consulta.php), da Fundação Biodiversitas (http://www.biodiversitas.org.br/) e “Botanic Garden Conservation International” (https://www.bgci.org/threat_search.php),

Após o levantamento das espécies pertencentes à lista vermelha da flora da Ilha Grande, a listagem foi conferida no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008) e na Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014), sendo conferido o grau de ameaça apresentado nestas listagens oficiais da flora brasileira.

Os nomes atualmente aceitos, assim como, o tipo de hábito das espécies, fitofisionomia presente, e se as espécies são endêmicas ou não, foram verificados em BFG (2015) e nos sítios eletrônicos Flora do Brasil 2020 e “The Plant List” (http://www.theplantlist.org/).

Os dados das coordenadas geográficas foram obtidos das fichas de exsicatas do material encontrado nos herbários virtuais, assim como, do material marcado em campo. Estes dados

(22)

22 foram planilhados e as coordenadas geográficas convertidas para graus decimais para a plotagem nos mapas. Os dados foram plotados em mapa e analisados através do programa DIVA-GIS.

O estado de conservação das espécies foi baseado nos critérios estabelecidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN 2017) para as seguintes categorias:

Extinta (EX), Extinta da natureza (EW), Regionalmente extinta (RE), Criticamente em perigo (CR), Em perigo (EN), Vulnerável (VU), Quase ameaçada (NT), Menos preocupante (LC), Dados insuficientes (DD) e Não aplicável (NA).

O cálculo da área a partir do mínimo polígono convexo que possa ser traçado para incluir todos os pontos conhecidos e projetados de uma espécie (Extensão de Ocorrência - EOO), e da área medida apenas no interior do polígono (Área de Ocupação - AOO), para as espécies pertencentes à Lista Vermelha ocorrentes na Ilha Grande foram realizados utilizando a ferramenta GeoCAT (http://geocat.kew.org/editor), utilizando o Grid de 2 km para o cálculo da AOO, conforme recomendado pela IUCN (2017).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após minuciosa análise das amostras vegetais depositadas nos acervos dos herbários, além das bibliografias citadas: Araújo & Oliveira (1988), Delamonica (1997), Callado et al.

(2009), Manão (2011) e INEA (2013), foram verificadas 65 espécies, pertencentes a 54 gêneros e 35 famílias (Tabela 1). Deste total, aproximadamente 89% correspondem à espécies endêmicas da Mata Atlântica, e apenas sete espécies não são exclusivas do bioma Mata Atlântica: Cedrela fissilis Vell. (Meliaceae), Cedrela odorata L. (Meliaceae), Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Mikania argyreiae DC. (Asteraceae), Melanopsidium nigrum Colla (Rubiaceae), Monstera praetermissa E.G.Gonç. & Temponi (Araceae) e Octomeria alexandri Schltr. (Orchidaceae). Cerca de 92% das espécies avaliadas são endêmicas do Brasil, e 11%

(sete espécies) são endêmicas do Rio de Janeiro: Anthurium luschnathianum Kunth (Araceae), Cheilanthes incisa Kunze ex Mett. (Pteridaceae), Couratari pyramidata (Vell.) Kunth (Lecythidaceae), Miconia gigantea Cogn. (Melastomtaceae), Rudgea macrophylla Benth (Rubiaceae), Pleroma thereminiana (DC.) Triana (Melastomataceae) e Vriesea rubyae E.

Pereira (Bromeliaceae) (ver Tabela 1). Porém, de todas as espécies avaliadas, apenas 60% estão protegidas do corte e ou exploração por Lei, de acordo com a Lista Oficial de Espécies da Flora

(23)

23 Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014).

As famílias com maior riqueza foram Bromeliaceae (9 ssp.), Myrtaceae (5 ssp.), Orchidaceae (5 spp.), Rubiaceae (5 spp.) e Araceae (4 spp.), correspondendo a cerca de 43%

das espécies levantadas e a grande maioria com potencial ornamental (ver Tabela 1).

Entre as espécies analisadas em estado de ameaça na Ilha Grande-RJ, foram apontadas com valor ornamental: Hippeastrum striatum (Lam.) Moore (Amaryllidaceae), Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm. (Bromeliaceae), Vriesea neoglutinosa Mez, Vriesea rodigasiana E. Morren (Bromeliaceae) e Vriesea rubyae E. Pereira (Bromeliaceae), Rhipsalis oblonga Loefgr. (Cactaceae), Heliconia farinosa Raddi (Heliconiaceae), Calathea aemula Körn. (Marantaceae), Cattleya guttata Lindl. (Orchidaceae), Epidendrum hololeucum Barb. Rodr. (Orchidaceae), Grandiphyllum hians (Lindl.) Docha Neto (Orchidaceae), Octomeria alexandri Schltr. (Orchidaceae), Rauhiella silvana Toscano (Orchidaceae), e com interesse econômico: Cedrela fissilis Vell. e Cedrela odorata L. (Meliaceae), Couratari pyramidata (Vell.) Kunth (Lecythidaceae), Cupania furfuraceae Radlk. (Sapindaceae), Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Plinia edulis (Vell.) Sobral (Myrtaceae), Inga sellowiana Benth.

(Fabaceae), Melanopsidium nigrum Colla (Rubiaceae), Roupala sculpta Sleumer (Proteaceae), Sloanea obtusifolia (Moric.) Schum. (Elaeocarpaceae) e Xylopia brasiliensis Spreng.

(Annonaceae) (Tabela 4).

Apesar da literatura analisada não informar o valor ornamental da maioria das espécies herbáceas encontradas em estado de ameaça no presente estudo, deve-se ter uma atenção redobrada em relação às espécies das famílias Araceae, Bromeliaceae e Orchidaceae, que apresentam alto valor comercial para contrabandistas e colecionadores. Pois, sua remoção sem que tenham completado seu ciclo reprodutivo, ou quando retiradas por completo (raiz, caule, folha e flores), como é o caso de algumas bromélias e orquídeas, podem acarretar na extinção dessas espécies. Observa-se também que espécies ameaçadas são utilizadas como refúgio e alimentos para a fauna e seu desaparecimento, poderia ocasionar uma série de impactos em cadeia. Segundo Barroso et al. (2007), a extração de plantas para a comercialização configura uma das principais causas da extinção, pois parte considerável das espécies raras ou ameaçadas tem notável potencial ornamental ou econômico.

(24)

24 Tabela 1. Espécies da Flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Legenda: * Espécies classificadas pelo Catálogo da Flora do Estado do Rio de Janeiro (2014); # Espécies classificadas pela Fundação Biodiversitas (2007); ∆ Espécies citadas na Portaria IBAMA nº 37-N (1992); Status: CR= Criticamente em Perigo, EN= Em Perigo, VU= Vulnerável e NT= Quase Ameaçada; Hábito: AR= arbóreo, HE=

herbáceo, AB= arbustivo, SB= subarbustivo, TP= trepadeira e LI= liana; Origem: MA= Mata Atlântica, CE=Cerrado, AM=Amazônia, CA=Caatinga; AI: Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008); LO: Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014 (MMA 2014). (Continua)

Status Família Espécie Hábito AI LO Endêmica RJ Endêmica Brasil

CR Bromeliaceae Vriesea rubyae E. Pereira HE X X X

CR Pteridaceae # Cheilanthes incisa Kunze ex Mett. HE X X X X

EN Amaryllidaceae Hippeastrum striatum (Lam.) Moore HE X

EN Araceae Anthurium luschnathianum Kunth HE X X X X

EN Begoniaceae Begonia undulata Schott SB X X

EN Bromeliaceae Neoregelia hoehneana L.B.Sm. HE X X

EN Bromeliaceae Wittrockia superba Lindm. HE X X

EN Chrysobalanaceae Couepia schottii Fritsch AR X X

EN Elaeocarpaceae Sloanea obtusifolia (Moric.) Schum. AR X X

EN Lecythidaceae Couratari pyramidata (Vell.) Kunth AR X X X

EN Marantaceae Ischnosiphon ovatus Körn HE X X

EN Melastomataceae * Miconia gigantea Cogn. AR X X

EN Monimiaceae ∆ Mollinedia glabra (Sprengel) Perkins AB/AR X X

EN Myrtaceae Neomitranthes amblymitra (Burret) Mattos AR X X

EN Orchidaceae Octomeria alexandri Schltr. HE X X

EN Orchidaceae Rauhiella silvana Toscano HE X X

EN Rubiaceae # Rudgea interrupta Benth. AB/AR X X

EN Rubiaceae Rudgea macrophylla Benth AB X X X X

EN Sapotaceae Pradosia kuhlmannii Toledo AR X X

EN Smilacaceae Smilax spicta Vell. LI/TP X X

(25)

25 Tabela 1. Espécies da Flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. (Continua)

Status Família Espécie Hábito AI LO Endêmica RJ Endêmica Brasil

VU Araceae * Monstera praetermissa E.G.Gonç. & Temponi HE X

VU Arecaceae Euterpe edulis Mart. AR X X

VU Aristochiaceae Aristolochia odora Steud. LI/TP X X

VU Asteraceae Mikania argyreiae DC. LI/TP X X

VU Begoniaceae Begonia curtii L.B.Sm. & B.G.Schub SB X X

VU Bromeliaceae * Aechmea gracilis Lindm. HE X

VU Bromeliaceae # Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm. HE X

VU Bromeliaceae Nidularium serratum Leme HE X X

VU Bromeliaceae # Vriesea bituminosa Wawra HE X

VU Bromeliaceae * Vriesea neoglutinosa Mez HE X

VU Bromeliaceae * Vriesea rodigasiana E.Morren HE X

VU Euphorbiaceae * Euphorbia insulana Vell. HE

VU Genesriaceae Codonanthe carnosa (Gardner) Hanst. HE X X

VU Heliconiaceae ∆ Heliconia farinosa Raddi HE X X

VU Lauraceae Urbanodendron bahiense (Meisn.) Rohwer AR X X

VU Marantaceae Maranta subterranea J.M.A. Braga HE X X

VU Meliaceae Cedrela fissilis Vell. AR X

VU Meliaceae Cedrela odorata L. AR X

VU Menispermaceae # Odontocarya vitis (Vell.) J.M.A.Braga AR/AB X

VU Monimiaceae # Macrotorus utriculatus (Mart.) Perkins AR/AB X X

VU Moraceae Ficus cyclophylla (Miq.) Miq. AR X

VU Myrtaceae Eugenia bunchosiifolia Nied. AR X X

VU Myrtaceae Eugenia vattimoana Mattos AR X X

VU Myrtaceae Calyptranthes fusiformis M.L.Kawas. AR X X

VU Myrtaceae Plinia edulis (Vell.) Sobral AR X X

VU Orchidaceae Cattleya guttata Lindl. HE X X

VU Orchidaceae Grandiphyllum hians (Lindl) Docha Neto HE X X

VU Proteaceae Roupala sculpta Sleumer AR X X

(26)

26 Tabela 1. Espécies da Flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. (Conclusão)

Status Família Espécie Hábito AI LO Endêmica RJ Endêmica Brasil

VU Rubiaceae Melanopsidium nigrum Colla AR/AB X X X

VU Rubiaceae # Rudgea francavillana Müll.Arg. AB X X

VU Sapindaceae Cupania furfuraceae Radlk. AR X X

VU Sapindaceae Cupania concolor Radlk. AR X X

NT Annonaceae Xylopia brasiliensis Spreng. AR X

NT Araceae Anthurium ianthinopodum (Schott ex Engl.) Nadruz & Mayo HE X

NT Araceae * Philodendron curvilobum Schott HE X

NT Cactaceae Rhipsalis oblonga Loefgr. SB X

NT Fabaceae Inga sellowiana Benth. AR X

NT Humiriaceae * Humiriastrum dentatum (Casar.) Cuatrec. HE X

NT Malpighiaceae Heteropterys patens (Griseb.) A. Juss. LI/TP X

NT Marantaceae Calathea aemula Körn. HE X

NT Melastomataceae Pleroma thereminiana (DC.) Triana AR X X

NT Orchidaceae Epidendrum hololeucum Barb.Rodr. HE X

NT Piperaceae Piper scutifolium Yunck. AB/LI/TP X

NT Rubiaceae Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. AB X X

NT Rutaceae Pilocarpus giganteous Engl. AR X

(27)

27 Somando-se a listagem da Tabela 1, foram verificadas 19 espécies ocorrentes na Ilha Grande, cujas informações disponíveis, como distribuição geográfica, tamanho populacional ou mesmo ameaças, não são suficientes ou adequadas para uma avaliação de seu risco de extinção, sendo consideradas como espécies com Dados Insuficientes (DD) (Tabela 2).

Nenhuma das espécies classificadas como DD são endêmicas do Rio de Janeiro, e cerca de 58%

são endêmicas do Brasil. Assim como as espécies consideradas como Quase Ameaçadas (NT), não foram incluídas na Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, publicada pela Portaria MMA nº443, de 17 de dezembro de 2014.

Tabela 2. Espécies com Dados Insuficientes (DD) presentes na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil.

Família Espécie Endêmica

Brasil

Asteraceae Vernonanthura lindbergii (Baker) H.Rob. X

Bromeliaceae Billbergia pyramidalis (Sims) Lindl.

Bromeliaceae Tillandsia recurvifolia Hook. X

Cactaceae Rhipsalis crispata (Haw.) Pfeiff. X

Commelinaceae Commelina rufipes Seub. var. rufipes

Euphorbiaceae Acalypha gracilis Spreng. X

Gentinaceae Voyria aphylla (Jacq.) Pers.

Meliaceae Chondrodendron platiphyllum (A.St.-Hil.) Miers X Menispermaceae Disciphania hernandia (Vell.) Barneby X Orchidaceae Warczewiczella wailesiana (Lindl.) Rchb.f. ex E.Morren X Piperaceae Peperomia distachya (L.) A.Dietr.

Solanaceae Aureliana fasciculata var. tomentella (Sendtn.) Barboza &

A.T. Hunz.

Solanaceae Dyssochroma viridiflorum (Sims) Miers X

Solanaceae Solanum argenteum Dunal X

Solanaceae Solanum carautae Carvalho X

Solanaceae Solanum decompositiflorum Sendtn. X

Solanaceae Solanum mauritianum Scop.

Solanaceae Solanum pseudoquina A.St.-Hil.

Dentre todas as espécies ameaçadas levantadas, apenas 11 espécies apresentaram dados de coordenadas geográficas suficientes para formar um polígono, para o cálculo da AOO e EOO, permitindo a avaliação do estado de ameaça dessas espécies na Ilha Grande (Tabela 3).

Apenas Anthurium luschnathianum Kunth manteve a mesma categoria estabelecida pelo CNCFlora (2012.2), três espécies anteriormente classificadas como NT: Piper scutifolium Yunck., Pleroma thereminiana (DC.) Triana e Xylopia brasiliensis Spreng., foram aqui classificadas como CR, CR e EN, respectivamente, e as demais espécies que estavam

(28)

28 classificadas como EN ou VU, foram aqui classificadas como CR, enfatizando a necessidade de proteção dessas espécies.

Tabela 3. Espécies da flora avaliadas pela sua Área de Ocupação (AOO) e Extensão de Ocorrência (EOO) na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Status: CR=

Criticamente em Perigo; EN= Em Perigo.

Espécie AOO EOO Status

Anthurium luschnathianum Kunth 24.000 km² 47.650 km² EM Calyptranthes fusiformis M.L.Kawas. 8.000 km² 1.248 km² CR

Cattleya guttata Lindl. 8.000 km² 0 CR

Euterpe edulis Mart. 8.000 km² 1.093 km² CR

Hippeastrum striatum (Lam.) Moore 8.000 km² 0 CR

Maranta subterranea J.M.A. Braga 8.000 km² 0 CR

Melanopsidium nigrum Colla 8.000 km² 0.084 km² CR

Piper scutifolium Yunck. 8.000 km² 0 CR

Rudgea macrophylla Benth 8.000 km² 0.750 km² CR

Pleroma thereminiana (DC.) Triana 4.000 km² 0 CR

Xylopia brasiliensis Spreng. 12.000 km² 8.941 km² EM

Embora a perda de biodiversidade tenha ocorrido a uma escala global, os ecossistemas insulares foram muito mais afetados. A extinção significativa das endemias das ilhas tem ocorrido desde os tempos pré-históricos, porém a colonização das ilhas pelos humanos acelerou significativamente as taxas de extinção das espécies (Fisher 2004). A perda e fragmentação de habitats insulares ocorreu quando as florestas foram retiradas para a implantação da agricultura e pastagem, e atualmente, a ameaça evolui do desenvolvimento turístico, já que as economias da grande maioria das ilhas com climas quentes são dependentes desse setor (Marin 2004).

As ilhas constituem ecossistemas autônomos delimitados, com seu próprio agrupamento único de biodiversidade, que é frequentemente limitado (Marin 2004), elas possuem a mais alta proporção de registros de extinção de espécies e continuam a ser significativamente ameaçadas por espécies exóticas invasoras, variabilidade e mudanças climáticas, desastres naturais e ambientais, degradação de terras e fontes terrestres da poluição marinha (CBD 2006). Dessa forma, encontram-se sob sérias ameaças e constituem prioridades globais para a conservação.

Apesar de a Ilha Grande ser afastada do continente por apenas 2,0 km de distância, aparece como área prioritária para conservação com importância extremamente alta (MMA 2002, 2007).

(29)

29 O conhecimento da flora da Ilha Grande ainda apresenta grandes lacunas (Callado et al.

2009), pois os estudos mais generalistas sobre a flora realizados na Ilha Grande, como de Araújo

& Oliveira (1988), Delamonica (1997), Callado et al. (2009), Manão (2011) e INEA (2013), apontam áreas de amostragens consideradas pequenas em relação a área total da ilha e em áreas de maiores alterações de modificação da paisagem.

Manão (2011) afirmou que o conhecimento relativo à riqueza florística na Ilha Grande encontra-se até o momento insuficiente em muitos trechos de floresta, devido à dificuldade de acesso a determinadas áreas, ao baixo esforço de coleta para determinados grupos botânicos e aos fatores climáticos adversos. Nunes-Freitas et al. (2009) em sua revisão da lista de Bromeliaceae ocorrentes na Ilha Grande, afirmaram que um dos principais fatores para o aumento do número de espécies registradas na Ilha Grande, foi a realização de amostragens em todas as formações vegetais e em quase todas as áreas da Ilha Grande.

A possibilidade do pesquisador escolher áreas de estudo com maior acessibilidade pode ocasionar a exclusão do conhecimento de espécies raras ou que possuam algum risco de extinção. O endemismo é uma das características mais marcantes do bioma Mata Atlântica (Marques et al. 2016), e determinadas espécies são restritas a regiões muito específicas, aumentando a probabilidade de uma espécie desaparecer antes mesmo de ser descoberta. Um exemplo de espécie endêmica da região da costa verde do Rio de Janeiro, e que tem ocorrência na Ilha Grande é Pleroma thereminiana (DC.) Triana (Callado et al. 2009, Manão 2011, Pinheiro 2013), considerada como rara por Pinheiro (2013). De acordo com Pinheiro (2013), P.

thereminiana ocorre em áreas abertas, em paredões de solo argiloso e próximo a constantes fluxos de água. Foi registrado em área degradada na Ilha Grande, ocorrendo em local em processo erosivo e com solo exposto, dominado pela invasora Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon, em topo de morro na porção central da ilha (Pinheiro 2013).

Segundo Ziller (2005), as invasões biológicas constituem uma das principais ameaças à biodiversidade e aos ecossistemas naturais, além dos prejuízos econômicos e riscos à saúde humana. As samambaias pertencentes ao gênero Pteridium Gled. ex Scop. são extremamente invasoras devido sua resistência às condições ambientais variadas, aliadas ao manejo inadequado provocado pelo homem, e o desmatamento e a transformação de áreas para uso agropecuário contribuem para à sua disseminação, colonizando rapidamente estes espaços (Hojo-Souza et al. 2010).

(30)

30 Na Figura 3, observa-se o maior número de espécies amostradas aparecem nas vertentes Sul, Sudeste e Leste da Ilha Grande, coincidentemente são áreas com trilhas de maior acesso, e o principal trajeto entre o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS), a Vila do Abraão e a RBEPS. Oliveira (2002) ressalta que a vertente sul e o centro geográfico da Ilha Grande apresentam vegetação em melhor estado de conservação.

O fato dessas amostras aparecerem somente nestas regiões, não significa que as espécies ameaçadas apenas ocorram nestas áreas, e sim, que a falta de inventários e amostragens para a região Central, além das vertentes Norte e Oeste da ilha. Uma das justificativas da falta de amostragem para essas áreas voltadas para o continente é provavelmente a grande concentração de área urbana. De acordo com Oliveira (2002), a vertente Norte, assim como, as áreas próximas aos povoados e vilas estão cobertas por vegetação degradada e áreas recentes de capoeira, com 5 a 25 anos de regeneração.

Em seu estudo, Oliveira (2002) avaliou a evolução das roças caiçaras na composição e estrutura da Mata Atlântica em três diferentes estágios sucessionais, delimitadas com as idades de 5, 25 e 50 anos, na mata de encosta da RBEPS na Ilha Grande, comparando com um trecho de floresta em estágio clímax, sem nenhum registro de atividade humana, próximo ao Pico do Papagaio no PEIG, inventariando um total de 236 espécies, das quais 26 espécies foram amostradas para área de 5 anos, 70 na de 25 anos, 63 na de 50 anos, e 134 na área clímax, demonstrando a maior riqueza de espécies na área de Mata Atlântica intacta, e retratando a lenta evolução das florestas secundárias, que são marcadas na estrutura e composição da vegetação a herança das roças caiçaras e dos grupamentos indígenas que os antecederam. Os estudos foram realizados em áreas protegidas integralmente desde 1980, e amostraram espécies que atualmente são classificadas como ameaçadas nas áreas alteradas pela roça e em atual estágio de regeneração, sinalizando mais uma vez a importância de ser conservar a biodiversidade na Ilha Grande (Oliveira 2002).

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31

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32 As modificações na paisagem da Ilha Grande iniciaram-se no século XVI, no primeiro povoamento na região da costa brasileira com o intuito de proteger o litoral brasileiro frente às investidas das nações estrangeiras, realizando uma colonização de Oeste para Leste. À princípio, a economia do século XVII estava fundamentada na pesca, lavoura de subsistência, na extração de madeira e no cultivo de cana, surgindo os primeiros engenhos para a produção do açúcar e aguardente, e a partir da segunda metade do século XVIII inicia o cultivo de café.

Apesar de na ilha ser rara a presença de pau-brasil, encontrava-se espécies como ipê, jequitibá, maçaranduba, canela, angelim, cedro, vinhático, jacarandá e o bracuí, utilizados para a extração de madeira. Essas atividades econômicas deram lugar para a pesca na transição dos séculos XIX para o XX, que entrou em declínio na década de 1970, e na década de 1920, a cultura de banana substituiu os antigos cafezais (Santiago et al. 2009). Essas atividades econômicas realizadas prejudicaram a biodiversidade da Ilha Grande, causando fragmentações das áreas de floresta, e demonstrando que essas explorações podem ter levado algumas espécies ao declínio de populações na ilha, como no caso do cedro, explorado para extração de madeira.

Segundo Rodrigues et al. (2016), as trilhas da Ilha Grande são divididas em 16 percursos (Figura 4), no presente trabalho, as espécies Anthurium luschnathianum Kunth (EN), Rudgea macrophylla Benth (CR), Euterpe edulis Mart. (CR), Hippeastrum striatum (Lam.) Moore (CR), Cattleya guttata Lindl. (CR) e Rhipsalis oblonga Loefgr. (NT), ocorrem principalmente nas trilhas T10 (Abraão – Mangues – Pouso), T11 (Praia de Pouso – Lopes Mendes), T14 (Abraão – Vila de Dois Rios) e T16 (Dois Rios – Praia da Parnaioca), e coincidentemente são as trilhas mais visitadas pelos turistas, principalmente na alta temporada.

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33 Figura 4. Mapa de trilhas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Fonte:<

http://www.ilhagrande.com.br/atrativos/atividades/trilhas-trekking/>.

Na medida em que se intensifica a visitação pública em ambientes de elevada fragilidade, sem planejamento adequado, coloca-se em risco a dinâmica ambiental ou a integridade ecológica dos espaços preservados (Rodrigues et al. 2016). O percurso que corresponde ao trecho Abraão – Lopes Mendes, trilhas T10 e T11 foi considerado por Rodrigues et al. (2016), com o maior número de impactos negativos e erosão, observando trilhas mal conservadas, sem sinalização e sem adequado monitoramento pelo órgão ambiental responsável por seu manejo, além da inexistência de uma política de conscientização ambiental na Ilha Grande, informando aos turistas e moradores o que é permitido ou não em Unidades de Conservação, sendo essas trilhas consideradas vetores de pressão antrópica e causam degradação ao meio ambiente. O fato destas espécies estarem em trilhas de múltiplos usos (população e turismo), pode levar ao desaparecimento delas na Ilha Grande, por este motivo, fundamentos como meio ambiente, ecologia e diversidade biológica, precisam ser compreendidos em termos de ciência, e repassados para a comunidade residente e todos que de alguma forma transitam pela ínsula, sendo enfatizado a reorientação de valores e os significados sobre o lugar, abrindo espaço para a sensibilização ambiental.

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34 O município de Angra dos Reis possui mais de 50% de estoque de áreas verdes para conservação e preservação, porém as ameaças de perda de biodiversidade são atualmente oriundas de fatores como o índice de pressão composto pelo crescimento econômico, taxa líquida de migração, introdução de espécies exóticas, turismo desordenado, extrativismo predatório e retirada da mata para o cultivo (Pinheiro 2013).

Administrar as espécies significa melhorar as condições econômicas dos povos diretamente ligados a elas, porém, para isto, é necessário investir em pesquisa e tecnologia, pois cada espécie que desaparece é uma opção a menos para as gerações futuras (IUCN 1980). O não conhecimento da biologia das espécies, do seu potencial econômico e de variabilidade genética inter e intra populacionais, vêm levando à perda irreversível de recursos genéticos de inúmeras espécies, antes que esses estudos ao menos tenham sido efetuados (Fachim & Guarim 1995).

A etapa subsequente da avaliação de risco de extinção das espécies, é a criação de subsídios para a retirada das espécies da lista vermelha. Assim sendo, o planejamento de ações para a conservação (PAN) atua no sentido de reunir todas as informações relativas a áreas prioritárias, dados sobre as espécies e políticas públicas, e elaborar uma série de ações para mitigar as ameaças que incidem nos diversos territórios. As medidas indicadas pelo PAN são importantes para as tomadas de decisões políticas e estão citadas na Portaria MMA Nº 443, de 17 de dezembro de 2014, a qual reconhece a flora brasileira ameaçada de extinção.

De acordo com a Portaria nº 43 de 31 de janeiro de 2014, é atribuído ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro/CNCFlora a responsabilidade de elaborar e publicar Planos de Ação Nacional para todas as espécies da flora ameaçadas de extinção. Dessa forma, o CNCFlora/JBRJ conduz o processo de elaboração, implementação e monitoramento dos PANs. O principal foco dos PANs elaborados pelo CNCFlora/JBRJ é em uma abordagem territorial para combater e mitigar as ameaças incidentes nas áreas, e nas populações de todas as espécies com ocorrência no território abordado (CNCFlora 2017).

De acordo com Callado et al. (2009), a briófita Frullania gymnotis Nees & Mont.

(Frullaniaceae) foi considerada como Em Perigo, porém, no presente estudo não conseguiu encontrar dados sobre o estado de ameaça da espécie, necessitando-se de mais estudos acerca desta espécie. A especialista Dra. Denise Pinheiro, em comunicação informal, mencionou que não há nenhuma espécie de briófitas em estado de ameaça no Estado do Rio de Janeiro.

(35)

35 Tabela 4. Distribuição geográfica e tipo de vegetação das espécies da flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Legenda: * Espécies com valor ornamental; # Espécies com valor comercial; Tipo de Vegetação: AA=Área Antrópica, CA=Campos de Altitude, CAA=Caatinga, CEL=Cerrado (latu sensu), CR=Campo Rupestre, FE=Floresta Estacional, FED=Floresta Estacional Decidual, FEP=Floresta Estacional Perenifólia, FES=Floresta Estacional Semidecidual, FC=Floresta Ciliar, FOD=Floresta Ombrófila Densa, RE=Restinga, FOM=Floresta Ombrófila Mista, FTF=Floresta de Terra Firme, FV=Floresta de Várzea, GA=Galeria, MA=Manguezal, VAR=Vegetação sobre Afloramento Rochoso; Distribuição Geográfica:

X=Informação Insuficiente; Siglas dos Estados. (Continua)

Status Família Espécie Distribuição Geográfica Tipo de Vegetação

CR Bromeliaceae *Vriesea rubyae E. Pereira RJ FO

CR Pteridaceae Cheilanthes incisa Kunze ex Mett. RJ FO

EN Amaryllidaceae *Hippeastrum striatum (Lam.) Moore BA/SE/RJ/SP/MG/ES/PR/RS/SC FES/FO/RE

EN Araceae Anthurium luschnathianum Kunth RJ FO

EN Begoniaceae Begonia undulata Schott RJ/SP RE

EN Bromeliaceae Neoregelia hoehneana L.B.Sm. RJ/SP FO

EN Bromeliaceae Wittrockia superba Lindm. RJ/SP/PR/SC FO

EN Chrysobalanaceae Couepia schottii Fritsch ES/RJ/BA RE

EN Elaeocarpaceae # Sloanea obtusifolia (Moric.) Schum. BA/PE/ES/MG/RJ/SP FC/GA/FO

EN Lecythidaceae # Couratari pyramidata (Vell.) Kunth RJ FO

EN Marantaceae Ischnosiphon ovatus Körn BA/RJ/SP/MG/ES/PR/SC FES/FO/RE/VAR

EN Melastomataceae Miconia gigantea Cogn. RJ FO

EN Monimiaceae Mollinedia glabra (Sprengel) Perkins BA/ES/RJ/SP/MG FO/RE

EN Myrtaceae Neomitranthes amblymitra (Burret) Mattos MG/RJ/SP FES/FO

EN Orchidaceae Octomeria alexandri Schltr. BA/PE/RJ/SP/ES/RS/SC CR/FES/FO/VAR

EN Orchidaceae *Rauhiella silvana Toscano BA/ES/RJ FO

EN Rubiaceae Rudgea interrupta Benth. BA/ES/RJ FO

EN Rubiaceae Rudgea macrophylla Benth RJ FO

EN Sapotaceae Pradosia kuhlmannii Toledo BA/PE/ES/RJ FO

EN Smilacaceae Smilax spicta Vell. ES/RJ/SP FO

(36)

36 Tabela 4. Distribuição geográfica e tipo de vegetação das espécies da flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. (Continua)

Status Família Espécie Distribuição Geográfica Tipo de Vegetação VU Araceae Monstera praetermissa E.G.Gonç. & Temponi AC/PA/RO/BA/CE/PE/GO/MT/ES

RJ/MG/SP/PR

FES/FO

VU Arecaceae # Euterpe edulis Mart. AL/BA/PA/PE/RN/SE/DF/GO/ES/MG/RJ

SP/PR/RS/SC

FC/GA/FO

VU Aristochiaceae Aristolochia odora Steud. BA/ES/SP/MG/RJ AA/FES/FO

VU Asteraceae Mikania argyreiae DC. BA/MG/RJ/SP/PR AA/CA/FO

VU Begoniaceae Begonia curtii L.B.Sm. & B.G.Schub RJ/ES/MG FO

VU Bromeliaceae Aechmea gracilis Lindm. RJ/SP/SC/PR FO

VU Bromeliaceae * Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm. BA/ES/RJ/SP MA/RE/VAR

VU Bromeliaceae Nidularium serratum Leme ES/RJ FO

VU Bromeliaceae * Vriesea bituminosa Wawra BA/ES/RJ/SP/MG FO

VU Bromeliaceae * Vriesea neoglutinosa Mez BA/ES/RJ/SP/PR/SC RE/VAR

VU Bromeliaceae * Vriesea rodigasiana E.Morren BA/CE/PE/RJ/SP/ES/PR/SC/RS FES

VU Euphorbiaceae Euphorbia insulana Vell. AL/BA/CE/PB/PE/RN/SE

GO/MT/ES/RJ/MG/SP/PR/SC

RE

VU Genesriaceae Codonanthe carnosa (Gardner) Hanst. ES/MG/RJ/SP FC/GA/FO

VU Heliconiaceae *Heliconia farinosa Raddi ES/RJ/SP/PR/RS/SC FO

VU Lauraceae Urbanodendron bahiense (Meisn.) Rohwer BA/RJ/SP FO

VU Marantaceae Maranta subterranea J.M.A. Braga BA/ES/RJ FES/FO

VU Meliaceae # Cedrela fissilis Vell. AL/AP/AM/BA/CE/DF/ES/GO/MA/MT

MS/MG/PA/PB/PR/PE/RJ/RO/SC/SP/SE TO/PI/RS

CEL/FED/FEP/FES FO/FTF

VU Meliaceae # Cedrela odorata L. AL/AP/AM/BA/CE/DF/ES/GO/MA/MT/MS

MG/PA/PB/PR/PE/RJ/RO/SC/SP/SE

CAA/CEL/FC/GA FV/FED/FEP/FES/FO

VU Menispermaceae Odontocarya vitis (Vell.) J.M.A.Braga BA/ES/RJ/SP FED/FO/RE/VAR

VU Monimiaceae Macrotorus utriculatus (Mart.) Perkins ES/RJ/SP FO

VU Moraceae Ficus cyclophylla (Miq.) Miq. PA/SE/BA/MG/SP/ES/RJ FO/RE

VU Myrtaceae Eugenia bunchosiifolia Nied. RJ/SP/PR FO

VU Myrtaceae Eugenia vattimoana Mattos MG/RJ FES/FO/FOM/RE

(37)

37 Tabela 4. Distribuição geográfica e tipo de vegetação das espécies da flora presentes na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. (Conclusão)

Status Família Espécie Distribuição Geográfica Tipo de Vegetação

VU Myrtaceae Calyptranthes fusiformis M.L.Kawas. RJ/SP FO

VU Myrtaceae # Plinia edulis (Vell.) Sobral TO/BA/RN/ES/RJ/SP/PR/SC/RS FO

VU Orchidaceae *Cattleya guttata Lindl. BA/PE/RJ/ES/MG/SP/PR/SC FO

VU Orchidaceae *Grandiphyllum hians (Lindl) Docha Neto ES/MG/RJ/SP/PR/SC/RS FES/FO

VU Proteaceae # Roupala sculpta Sleumer RJ/SP FO

VU Rubiaceae # Melanopsidium nigrum Colla BA/ES/RJ/MG CEL/RE

VU Rubiaceae Rudgea francavillana Müll.Arg. MG/RJ FES/FO

VU Sapindaceae # Cupania furfuraceae Radlk. BA/ES/RJ/MG FO

VU Sapindaceae # Cupania concolor Radlk. RJ/SP/MG FO

NT Annonaceae # Xylopia brasiliensis Spreng. MG/RJ/SP/PR/SC FES/FO

NT Araceae Anthurium ianthinopodum (Schott ex Engl.) Nadruz & Mayo

BA/ES FO

NT Araceae Philodendron curvilobum Schott MG/RJ/SP/PR FO/RE

NT Cactaceae *Rhipsalis oblonga Loefgr. BA/ES/RJ/SP FOM/FC/GA

NT Fabaceae # Inga sellowiana Benth. RJ/SP/PR/SC FO/FOM/RE

NT Humiriaceae Humiriastrum dentatum (Casar.) Cuatrec. RJ/SP RE

NT Malpighiaceae Heteropterys patens (Griseb.) A. Juss. RJ/SP FES/FO

NT Marantaceae *Calathea aemula Körn. X X

NT Melastomataceae Pleroma thereminiana (DC.) Triana RJ FO

NT Orchidaceae *Epidendrum hololeucum Barb.Rodr. RJ/ES/SP FO

NT Piperaceae Piper scutifolium Yunck. RJ/ES/SP/MG FO

NT Rubiaceae Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. AL/BA FO

NT Rutaceae Pilocarpus giganteous Engl. BA/ES/RJ/SP/MG FES/FO/RE

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