Florestais da Mata Atlântica
Relatório Técnico
PERÍODO 2017-2018
© Eduardo Knapp/Folhapress
Realização: Patrocínio: Execução Técnica:
Florestais da Mata Atlântica
Relatório Técnico
PERÍODO 2017-2018
Marcos Pontes - Ministro
Pedro Luiz Barreiros Passos – Presidente INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE
Ricardo Magnus Galvão – Diretor geral
COORDENAÇÃO
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA Marcia Makiko Hirota – Coordenação geral
INPE Flávio Jorge Ponzoni, Ieda Del’Arco Sanches e Claudio Almeida – Coordenação técnica EQUIPE DE TRABALHO E APOIO
Mario Cesar Mantovani, Olavo Garrido, Afra Balazina, Andrea Godoy Herrera, Marcelo Bolzan, Luiz Soares, Rodrigo Masuda e Ana Cíntia Guazzelli EXECUÇÃO TÉCNICA
Arcplan
Marcos Reis Rosa, Viviane Mazin, Jacqueline Freitas, Eduardo Reis Rosa, Fernando Paternost
Fundação SOS Mata Atlântica
Avenida Paulista, 2073, Conjunto Nacional Torre Horsa 1, 13º andar Cj. 1318
01311-300 São Paulo, SP São Paulo, 2019
http://mapas.sosma.org.br
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE Av. dos Astronautas, 1758
12227-010 - São José dos Campos, SP
Tel. (11) 3208-6454
1. Introdução 8
2. Metodologia 12
2.1 Limites da Mata Atlântica 12
2.2 Produtos de sensoriamento remoto 14
2.3 Critérios de mapeamento 14
2.4 Legenda adotada 15
2.5 Detalhamento das classes da Legenda 16
2.6 Detalhamento dos Limites da Mata Atlântica 27
2.7 Metodologia de identificação dos desflorestamentos 28
2.8 Validação dos desmatamentos 31
3. Resultados 32
3.1 Área avaliada 32
3.2 Resultado Geral para Área da Lei da Mata Atlântica 34
3.3 Resultados quantitativos por estado no período 2017-2018 38
3.4 Tabela Geral e Mapa do Bioma Mata Atlântica 62
Relação de Imagens 64
índice
APRESENTAÇÃO
A Fundação Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) têm a satisfação de apresentar à sociedade a décima terceira edição do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”. Esta edição inclui o mapeamento do território dos 17 estados inseridos no Mapa da Área de Aplicação da Lei 11.428 de 2006, a Lei da Mata Atlântica. Este relatório técnico apresenta, sinteticamente, a metodologia atual, os mapas-síntese do bioma, os dados por estado e as estatísticas globais também por estado. As demais informações, tais como os mapas, imagens, fotos de campo, arquivos em formato vetorial e dados dos remanescentes florestais e das áreas naturais, por município, estado, Unidade de Conservação, Bacia Hidrográfica, Corredor de Biodiversidade e Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade estão acessíveis nos portais www.sosma.org.br e www.inpe.br ou diretamente no servidor de mapas http://mapas.
sosma.org.br.
Em todas as etapas de sua atualização, o Atlas contou com a participação, contribuição e apoio de diversas instituições,
órgãos governamentais,
entidades ambientalistas, Ministérios Públicos estaduais, universidades, institutos de pesquisa, empresas, além de vários pesquisadores, cientistas e ambientalistas. Entre 1985 e 1990, obteve a participação da empresa Imagem Sensoriamento Remoto e o patrocínio do Banco Bradesco, da indústria Metal Leve e das Indústrias Klabin de Papel e Celulose. De 1990 a 1995, teve a participação da empresa Imagem Sensoriamento Remoto e do Instituto Socioambiental, e o patrocínio do Banco Bradesco, da Polibrasil Indústria e Comércio e co-patrocínio do Fundo Nacional do Meio Ambiente/
MMA. De 1995 a 2000, contou com a participação da Fundação de Ciências, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), da Geoambiente Sensoriamento Remoto, da Nature Geotecnologias e da ArcPlan Geoprocessamento, com o patrocínio do Banco Bradesco e co-patrocínio da Colgate-Palmolive/Sorriso Herbal. A quarta e a quinta edições referentes aos períodos de 2000 a 2005 e de 2005 a 2008, contaram com a execução técnica da empresa ArcPlan Geoprocessamento e patrocínio do Bradesco Cartões e co- patrocínio da Colgate-Palmolive/
Sorriso Herbal. Desde a sexta até a atual edição, o Atlas conta com a execução técnica da ArcPlan Geoprocessamento e patrocínio do Bradesco Cartões.
Espera-se que as informações
geradas e os produtos elaborados
sejam úteis para contribuir com o
conhecimento e para subsidiar
estratégias e ações políticas de
conservação da Mata Atlântica,
considerada um dos mais ricos
conjuntos de ecossistemas
do planeta e um dos mais
ameaçados de extinção.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA 8
INTRODUÇÃO
A visão conjunta da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre o mapeamento de fitofisionomias no Brasil nos últimos 28 anos tem como foco o bioma Mata Atlântica. Juntos envolveram, ao longo desses anos, inúmeras instituições governamentais ou não governamentais, e vários profissionais, acadêmicos e especialistas de diferentes áreas do conhecimento para gerar e disseminar dados concretos produzidos a partir da aplicação de metodologias cientificamente fundamentadas.
Imagens de satélite e tecnologias nas áreas da informação, sensoriamento remoto e geoprocessamento têm sido exploradas pela SOS Mata Atlântica, uma organização não governamental, e pelo INPE, um órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para elaboração do Atlas dos Remanescentes Florestais da
1 espacial dos remanescentes
florestais e de ecossistemas associados da Mata Atlântica, monitorar as alterações da cobertura vegetal e gerar informações permanentemente aprimoradas e atualizadas desse bioma.
O primeiro mapeamento publicado em 1990, com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), teve o mérito de ser um trabalho inédito sobre a área original e a distribuição espacial dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Desenvolvido em escala 1:1.000.000, tornou-se uma referência para pesquisas científicas relacionadas ao tema e para o desenvolvimento das ações políticas de conservação do bioma.
No ano seguinte, a SOS Mata
Atlântica e o INPE iniciaram um
mapeamento mais detalhado,
em escala 1:250.000, em 10
estados brasileiros, da Bahia ao
e Ecossistemas Associados da Mata Atlântica permitiu estimar o efeito da ação antrópica nos remanescentes florestais e nas vegetações de mangue e de restinga no período entre 1985 e 1990.
Uma nova atualização foi concretizada em 1998, desta vez referente ao período de 1990 a 1995, com análises mais precisas devido à implementação de aprimoramentos metodológicos, tais como a digitalização dos limites das fisionomias vegetais da Mata Atlântica, de algumas unidades de conservação (UCs) federais e estaduais e o cruzamento com a malha municipal digital do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros.
Em 2002, a SOS Mata Atlântica e o INPE lançaram os novos dados da situação da Mata Atlântica, cuja atualização compreendeu o período de 1995 a 2000. Esta fase teve como grande inovação a interpretação visual realizada sobre imagens dos sensores Thematic Mapper (TM) e Enhanced Thematic Mapper Plus (ETM+) dos satélites Landsat 5 e Landsat 7, respectivamente,
disponibilizadas em formato digital na escala 1:50.000 em tela de computador. Essa nova estratégia permitiu a identificação de fragmentos florestais, desflorestamentos ou regiões em regeneração com áreas superiores a 10 hectares. Nas edições anteriores do Atlas, só áreas acima de 25 hectares eram passíveis de serem mapeadas. Além disso, por orientação de cientistas e membros do Conselho Administrativo da SOS Mata Atlântica, decidiu-se modificar os critérios de mapeamento, incluindo a identificação de formações arbóreas sucessionais secundárias.
Os avanços tecnológicos nas áreas da informação, sensoriamento remoto, processamento de imagens de
satélites e geoinformação vêm
contribuindo favoravelmente
para a realização deste Atlas,
especialmente para torná-lo
mais preciso e detalhado e
mais acessível ao público em
geral, de forma a possibilitar
a criação de um cenário em
que cada cidadão pode, com
alguma facilidade, conhecer a
Mata Atlântica de sua cidade,
de sua região, de seu estado e agir em favor da conservação e da restauração florestal do bioma, meta atingida pelas organizações promotoras, ao criarem o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, em 2004.
Em 2007, a SOS Mata Atlântica e o INPE divulgaram os dados referentes ao período de 2000- 2005 e em 2009, os dados do período de 2005-2008. Esta fase manteve a escala 1:50.000 na interpretação visual em tela de computador, mas passou a identificar áreas acima de três hectares sobre as imagens dos sensores CCD do satélite sino-brasileiro CBERS-2 (CCD/
CBERS-2) e TM/Landsat 5 do ano de 2005, incluindo ainda a utilização de imagens TM/
Landsat 5 de 2008. A partir deste ano base, as duas organizações decidiram realizar a atualização de dois em dois
Remanescentes Florestais da Mata Atlântica abrange todos os limites do bioma nos 17 estados (AL, BA, CE, ES, PI, GO, MS, MG, RJ, SP, PB, PE, PR, SC, SE, RN, RS). Desde a oitava edição do Atlas, o Piauí foi incluído, após a realização do trabalho de campo para identificação dos remanescentes florestais e o lançamento da carta 1:1.000.000 de Vegetação da Folha SC.23 – Rio São Francisco / Volume 36 da Série Levantamento de Recursos Naturais – RADAMBRASIL pelo IBGE, confirmando a ocorrência da Floresta Estacional Decidual.
Nesta oportunidade foram
utilizadas imagens do sensor
OLI do satélite Landsat 8, que
apresentam características
técnicas similares àquelas
utilizadas na geração das
versões anteriores deste Atlas,
garantindo assim a comparação
Riacho Grande, distrito de São
Bernardo do Campo/SP
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA 12
2.1 Limites da Mata Atlântica
O Atlas utiliza como referência para o mapeamento das formações naturais e monitoramento do desflorestamento o Mapa da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica, Lei n
o11.428 de 2006, segundo Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008, publicado no Diário Oficial da União de 24 de novembro de 2008.
A Lei n
o11.428, aprovada pelo Congresso Nacional em 22 de dezembro de 2006, remeteu ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a elaboração do Mapa, delimitando as formações florestais e ecossistemas associados passíveis de aplicação da Lei, conforme regulamentação.
O Decreto n
o6.660, de 21 de novembro de 2008, estabeleceu que o mapa do IBGE previsto no Art. 2
oda Lei n
o11.428
METODOLOGIA
2 Densa; Floresta Ombrófila Mista,
também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual; campos de
altitude; áreas das formações pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e áreas aluviais; refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos interioranos e encraves florestais, representados por disjunções de Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual;
áreas de estepe, savana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânicas”.
É importante também
ressaltar a informação da Nota
Explicativa: “A escala adotada
para elaboração do mapa
(1:5.000.000) apresenta um nível
de agregação onde pequenas
manchas de uma determinada
tipologia foram incorporadas
em outras tipologias, o que não
Área de abrangência do Atlas, conforme Lei Federal n
o11.428/2006 e Decreto n
o6.660/2008.
No Atlas, são mantidas as formações florestais da Mata Atlântica identificadas na escala 1:50.000 na imagem de satélite e em tela de computador, mesmo que estejam fora do limite da Lei no mapa do IBGE por conta de deslocamento ou generalização decorrente da escala 1:5.000.000.
2.2 Produtos de sensoriamento remoto
A principal referência para atualização do período 2017- 2018 foram as imagens orbitais do sensor OLI/LANDSAT 8. As imagens foram selecionadas principalmente no segundo semestre de 2018.
Nesta atualização, foram novamente utilizadas as técnicas de interpretação visual de imagens disponibilizadas em formato digital, visualizadas em tela de computador na escala 1:50.000. Os mapas gerados foram validados a partir da observação de imagens de alta resolução do Google Earth, sempre que disponíveis, e com as imagens TTM/Landsat 5 de 2010 e 2011 e OLI/Landsat 8 e OLI/LANDSAT 8 de 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018.
2.3 Critérios de mapeamento
A área mínima de mapeamento, assumindo a visualização em tela na escala 1:50.000, foi definida como de três hectares, tanto para as áreas alteradas (desflorestamentos) como para os fragmentos florestais delimitados. A extração de informação das imagens foi feita mediante a interpretação visual. Áreas de remanescentes florestais com menos de três hectares foram mantidas no mapeamento final. Áreas com desflorestamento menor que três hectares foram marcadas como indício de desmatamento e serão observadas novamente nas próximas versões do Atlas para acompanhamento de sua dinâmica.
Todos os valores de áreas
são calculados com base nos
mapas em projeção ALBERS,
DATUM SIRGAS2000 e
meridiano central -45. Não
foram utilizados os valores
oficiais de área dos estados
para melhor compatibilização
com as áreas calculadas pelo
mapeamento do Atlas da Mata
Atlântica.
2.4 Legenda adotada
Considerando o caráter de monitoramento dos remanescentes florestais e ecossistemas associados do bioma Mata Atlântica, a legenda adotada incluiu:
• Remanescentes Florestais – Mata;
• Desflorestamento (em Mata monitorada pelo Atlas);
• Remanescentes de Restinga Florestal;
• Decremento de Restinga Florestal;
• Remanescentes de Vegetação de Mangue;
• Decremento de Vegetação de Mangue;
• Áreas Naturais não Florestais:
◊ Áreas de Formações Pioneiras (Várzeas);
◊ Campos de Altitude Naturais;
◊ Refúgios Vegetacionais;
◊ Dunas;
◊ Restinga Herbácea;
◊ Apicum;
◊ Banhado e Campo Úmido.
As formações naturais não florestais são essenciais para manutenção do ambiente natural e biodiversidade em suas áreas de ocorrência, portanto, são também mapeadas e monitoradas pelo Atlas.
Os dados de desmatamento lançados periodicamente são sempre produzidos a partir da
comparação das imagens de
cada período, portanto, mesmo
com os aprimoramentos dos
critérios de interpretação da
classe “mata”, que se refere
aos remanescentes florestais,
pode-se afirmar que os dados
de desmatamento ainda são
comparáveis historicamente.
2.5 Detalhamento das classes da Legenda
Remanescentes Florestais - Mata
O Atlas identifica formações florestais naturais equivalentes às matas primárias e secundárias em estágios inicial, médio e avançado de regeneração. O Atlas adota um critério mais conservador, mapeando
as áreas de vegetação que possuem menor interferência antrópica e maior capacidade
de proteger parte da sua biodiversidade original. Na imagem abaixo (Landsat 8 OLI), a vegetação é apresentada em tons de vermelho/marrom.
O marrom mais claro representa áreas com vegetação de um porte mais baixo e menor densidade ou áreas de pastagem ou agricultura. Áreas com sinais de alteração não são incluídas no Atlas.
As áreas de florestas plantadas (silvicultura) também não são incluídas no mapeamento.
Imagem Landsat 8 OLI com remanescentes florestais delimitados
em verde com indicação das Áreas 1 e 2 que serão detalhadas.
Pode-se observar as áreas 1 e 2 das figuras apresentadas a seguir, sobre imagens de alta resolução, para melhor entendimento dos critérios de interpretação.
Área 1: Nessa área é possível verificar que o Atlas inclui no mapeamento os fragmentos bem conservados (delimitados em verde). As Matas Ciliares, no entorno dos rios, são incluídas apenas quando estão bem preservadas.
Área 2: Nessa área é possível verificar que o Atlas inclui apenas os remanescentes florestais bem preservados. A vegetação com sinais de alteração e as áreas de silvicultura não estão incluídas nos fragmentos de mata (delimitado em verde).
Imagem de alta resolução de 8/11/2011.
Imagem de alta resolução de 8/11/2011.
Vegetação de Várzea
Desde 2012, o mapeamento inclui a vegetação de várzea e a identificação da mata galeria, mata ciliar que ocorre no entorno dos rios.
Mesmo com a limitação das imagens de satélite e da
escala de mapeamento, esse detalhamento mais preciso visa permitir uma visão global do estado de conservação das áreas de preservação permanente (APP) da Mata Atlântica.
Atlas 2011 com formações florestais delimitadas em verde.
Formações florestais delimitadas
em verde e áreas de várzea e mata
galeria (delimitadas em vermelho)
incorporadas ao mapeamento do Atlas
em 2012.
Área de ocorrência de restinga florestal (delimitado em amarelo) no Rio Grande do Norte.
Figura com área de restinga herbácea (delimitada em amarelo) em Jaguaruna, em Santa Catarina.
Restinga arbórea
O mapeamento das formações de restinga inclui a vegetação florestal de restinga.
Restinga herbácea
Essa classe inclui as formações de restingas herbáceas, incluindo formações arbustivas e herbáceas que ocorrem sobre cordões arenosos,
também chamados de campos
litorâneos no Rio Grande do
Sul. Em muitos casos, essas
áreas já apresentam estradas
ou sinais de loteamentos ainda
não ocupados ou com pouca
ocupação.
Área de ocorrência de restinga herbácea (delimitada em amarelo) e a classe de dunas (delimitada em laranja), no litoral do Piauí.
Figura com área de restinga herbácea
(delimitada em amarelo) em Tapes, no
Rio Grande do Sul.
Estão incluídas nessa classe as áreas mapeadas pelo CPRM como mussunungas:
Figura com área de mussunungas (delimitada em amarelo) incluídas como restinga herbácea em Jaguaripe, na Bahia.
Figura com área de duna (delimitada em amarelo) em Luis Correia, no Piauí.
Duna
Essa classe inclui as formações
de dunas sem cobertura
vegetacional.
Mangue
O mapeamento da vegetação de mangue inclui as formações
Figura com área de Dunas (delimitada em amarelo) em Jaguaruna, em Santa Catarina.
Área de ocorrência de mangue (delimitada em amarelo) na Baía Formosa, no Rio Grande do Norte.
de porte florestal e as áreas
de apicuns, que são parte
integrante do ecossistema
manguezal.
Área de ocorrência de mangue (delimitada em amarelo) na Baía Guanabara, no Rio de Janeiro.
Figura com área de apicum (delimitada em amarelo) em Apicum Iguape, em São Paulo.
Figura com área de apicum (delimitada em amarelo) em São Franciso do Sul, em Santa Catarina.
Apicum
Essa classe inclui as formações
vegetacionais não florestais que ocorrem no interior e entorno
das áreas de mangue.
Áreas de Campos Naturais de Altitude
Foram incluídas no Atlas as formações não florestais de campos naturais de altitude que
ocorrem no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Figura com as áreas de ocorrência original dos campos naturais de altitude (em verde) incluídos no Atlas desde 2012.
Figura da esquerda com imagem LISS III/Resourcesat da região do município de Capão Alto/SC. Na imagem da direita, em verde, as formações florestais, e em amarelo, as formações interpretadas como campos de altitude naturais.
As áreas de campo de altitude foram consideradas como naturais mesmo quando existe um uso para pastagens. Foram
excluídas da interpretação
áreas de floresta plantada
(silvicultura) e áreas com uso
agrícola.
Refúgios Vegetacionais
Foram incluídas no Atlas as formações não florestais de refúgios vegetacionais do mapa
1:5.000.000 do IBGE do estado de Minas Gerais.
Figura com as áreas de ocorrência original de refúgios vegetacionais (em verde) incluídos no Atlas desde 2012.
Figura com área de refúgio
vegetacional (delimitada em amarelo) no interior de Minas Gerais.
Os refúgios são formações naturais não florestais com predominância de formações
rochosas e uma vegetação
natural arbustiva.
Banhado e campos úmidos Banhados e campos úmidos são fisionomias de vegetação de várzea, mas, quando possível, foram discriminadas.
As áreas de banhados foram mapeadas principalmente na região sul do Brasil, enquanto
áreas de campos úmidos foram separadas daquelas de vegetação de várzea quando foi possível interpretar uma maior quantidade de água na fisionomia.
Figura com área de banhados/
campos úmidos (delimitado em azul)
em Banhados Arroio Grande, no Rio
Grande do Sul.
2.6 Detalhamento dos Limites da Mata Atlântica
O mapa da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica do IBGE foi disponibilizado na escala 1:5.000.000. É importante ressaltar a nota de esclarecimento existente no mapeamento:
“A escala adotada para elaboração do mapa (1:5.000.000) apresenta um nível de agregação onde pequenas manchas de uma determinada tipologia foram incorporadas em outras tipologias, o que não caracteriza sua inexistência.”
O mapeamento do Atlas realizado na escala 1:50.000 permite a observação de remanescentes da Mata Atlântica fora dos limites da área da Lei da Mata Atlântica do IBGE, seja pela eliminação
de pequenas áreas ou deslocamentos dos limites decorrentes da generalização da escala 1:5.000.000.
Para melhorar a referência dos limites das fisionomias vegetacionais originais da Mata Atlântica, o Atlas utilizou como referência o mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica do IBGE na escala 1:5.000.000, mas utilizou o mapa de vegetação disponibilizado pelo IBGE no projeto RADAM na escala 1:1.000.000 para refinamento dos limites desses polígonos, chegando no mesmo resultado, mas com uma escala de trabalho mais compatível.
Os dados utilizados para refinamento dos limites das fisionomias vegetacionais estão disponíveis no site do IBGE:
ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_
tematicos/vegetacao/folhas_
radam/
Exemplo da Carta de Vegetação
1:1.000.000 do RADAM. Volume 28 –
Folha SF.21 (Campo Grande).
2.7 Metodologia de identificação dos desflorestamentos
Toda a área da Mata Atlântica foi dividida em pequenas áreas que correspondem à visualização
do mapa na escala 1:50.000 na tela do computador.
Exemplo das áreas que correspondem à visualização do mapa na escala 1:50.000.
Essas pequenas áreas são utilizadas como referência para acompanhamento do processo de monitoramento, permitindo a realização do mapeamento parcial conforme a disponibilidade de imagens sem cobertura de nuvens.
A identificação dos
desflorestamentos ocorre
pela comparação da área
de remanescentes naturais
vetorizada nos períodos
anteriores com as imagens de
satélite do período atual, como
pode ser observado nas figuras
a seguir:
As áreas com sinais de alteração identificadas visualmente são comparadas com a imagem do período anterior para confirmar
se os sinais de alteração já estavam presentes na imagem anterior ou se realmente são novas alterações:
Áreas naturais delimitadas em amarelo sobre imagem Landsat de 2015.
Áreas naturais delimitadas em amarelo sobre imagem Landsat de 2014
Em caso de nuvem no ano
anterior, são utilizadas imagens de até dois anos para confirmar
se a área estava preservada:
Nas áreas onde existe a confirmação de que a imagem do período anterior apresentava
a vegetação conservada, procede-se a delimitação da área desflorestada no período:
Áreas desflorestadas delimitadas em amarelo sobre imagem Landsat 8 de 2017.
Polígono de desmatamento lançado sobre imagens de alta resolução espacial do Google Earth
Após a identificação do desflorestamento, o intérprete compara a área com imagens históricas (2010, 2008, 2005 etc.) para confirmar se realmente é uma área de vegetação natural.
A última checagem realizada pelo intérprete é visualizar a área
delimitada sobre as imagens de alta resolução do Google Earth.
Normalmente as imagens do
Google Earth são mais antigas,
mas permitem a confirmação
de que a área atualmente
desmatada era realmente uma
formação natural:
2.8 Validação dos desmatamentos
Todo desmatamento identificado é analisado por um outro intérprete para qualificar o grau de certeza da informação.
Os desmatamentos onde as imagens não fornecem um bom grau de confiança, todos os desmatamentos com
menos de três hectares são classificados como “indício de desmatamento”. Esse
“indício de desmatamento”
não é divulgado e é utilizado como referência para uma nova observação no próximo período.
Visualização em maior detalhe da
floresta natural que foi desmatada.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA 32
3.1 Área avaliada
Este relatório apresenta a seguir os resultados quantitativos globais e parciais por estado.
RESULTADOS
3 Os 17 estados foram avaliados
no período de 2017 e 2018.
Estados avaliados 2018
Área parcialmente avaliada
Área não avaliada (nuvem 2018)
Avaliado em 2018
Não avaliado em 2018 (nuvem) Paercialmente avaliado em 2018
Da área total de 130.973.638 hectares do Mapa da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica, 87% foram avaliadas no período, 10% foram parcialmente avaliadas por
conta de imagens parcialmente cobertas por nuvens e 3%
não foram possíveis de ser avaliadas pela indisponibilidade de imagens.
Áreas não avaliadas ou parcialmente
avaliadas em 2018
3.2 RESULTADO GERAL PARA ÁREA DA LEI DA MATA ATLÂNTICA
Comparando a supressão da floresta nativa nos mesmos 17 estados mapeados no período de 2017 a 2018, houve redução de 9,3% na taxa de desmatamento.
A tabela abaixo apresenta o histórico de desmatamento desde o início do monitoramento do Atlas:
3.2.1 Remanescentes Florestais O total de desflorestamento (classe mata – remanescentes florestais monitorada histori- camente pelo Atlas) identificado nas áreas dos 17 Estados da Mata Atlântica no período de 2017 a 2018 foi de 11.399 hectares (ha), considerando áreas com tamanho igual ou acima de três hectares.
Desmatamento Observado Total Desmatado
(ha) Intervalo
(anos) Taxa anual (ha)
Período de 2017 a 2018 11.399 1 11.399
Período de 2016 a 2017 12.562 1 12.562
Período de 2015 a 2016 29.075 1 29.075
Período de 2014 a 2015 18.433 1 18.433
Período de 2013 a 2014 18.267 1 18.267
Período de 2012 a 2013 23.948 1 23.948
Período de 2011 a 2012 21.977 1 21.977
Período de 2010 a 2011 14.090 1 14.090
Período de 2008 a 2010 30.366 2 15.183
Período de 2005 a 2008 102.938 3 34.313
Período de 2000 a 2005 174.828 5 34.966
Período de 1995 a 2000 445.952 5 89.190
Período de 1990 a 1995 500.317 5 100.063
Período de 1985 a 1990 536.480 5 107.296
Gráfico do histórico do desmatamento e média exponencial:
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 150000
1985198619871988198919901991199219931994199519961997199819992000200120022003200420052006200720082009201020112012201320142015201620172018