• Nenhum resultado encontrado

FAI/Adamantina.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FAI/Adamantina."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

472

Influência de fosfito de cobre sobre a patogenicidade de Ralstonia Solanacearum em Corymbia citriodora

Copper phosphite influence’s over Ralstonia Solanacearum pathogenicity in Corymbia citriodora.

Luiz Guilherme Vicino Vidal*¹; Marcela Pagoti Bergamini2; Juliana Andréa Osorio Blanc1; Vitor Corrêa de Mattos Barretto; Vagner Oliveira3; Ana Carolina Firmino1;

¹ UNESP/FCAT/Campus Dracena; ² UNESP/FCA/Campus Botucatu; 3 FAI/Adamantina. *lgvv@hotmail.com.br

RESUMO

O trabalho foi realizado em laboratório visando testar a influência do fosfito de cobre sob a ação bacteriana da Ralstonia solanacearum em folhas de Corymbia Citriodora. A R.

Solanacearum é uma bactéria vascular, responsável por causar a mucha bacteriana. Essa doença é acometida em todas a regiões do Brasil. A doença pode ocorrer em todas as fases das culturas, causando a murcha da copa da árvore e consequentemente, a sua morte. Estudos de métodos de controle desta bactéria sempre são validos, visco que não há produtos registrados para controle desta doença em eucalipto. Com isso o presente trabalho teve como objetivo realizar estudos da resposta de C. citriodora a fosfito de cobre. As doses de fosfito estudadas foram: 0,0%; 0,1%; 0,2%; 0,3% e 0,4%. Após o tratamento das folhas as bactérias foram inoculadas. O tratamento que continha apenas o fosfito foi realizado para averiguar se o produto poderia causar alguma fitotoxidade que poderia ser confundida com sintomas. Os resultados obtidos não mostraram eficiência do fosfito sob o controle da bacteriose.

PALAVRAS CHAVES: manejo, bactéria, nutrientes

INTRODUÇÃO

A bactéria R. solanacearum tem um grande potencial de causar danos as culturas, por se tratar de um agente bacteriano cosmopolita, ou seja, atua em diversas culturas em seus canais vasculares e que se associa ao sistema radicular de várias plantas cultivadas e daninhas.

Ela consegue sobreviver por longos períodos no solo, pois, possui certas características únicas

(2)

473

de sobrevivência em regiões da rizosfera de plantas não hospedeiras, tornando assim, mais difícil seu controle (LOPES, 1994; TAKATSU, LOPES, 1997).

A primeira ocorrência de murcha bacteriana na cultura do eucalipto em campo foi no município de Prata, Minas Gerais, relatada por Sudo et. al. (1983). Posteriormente, Dianese e Takatsu (1985) isolaram R. solanacearum de eucalipto no estado do Pará. Robbs e colaboradores (1988) detectaram a presença desta bactéria na Bahia. Mais recentemente Auer et al. (2008) relataram que a murcha bacteriana no Estado de Santa Catarina. Em viveiros, a ocorrência desta bactéria é preocupante já que na preparação das miniestacas, se ferramentas a serem utilizada não forem descontaminadas com frequência, e o ambiente encontrado no minijardim clonal é favorável, a propagação da doença é maior (Alfenas, 2006).

A murcha bacteriana é responsável pela morte das plantas e contribui para aumentar a incidência de plantas invasoras, em virtude de maior número de falhas no plantio. No campo, as árvores infectadas têm uma redução brusca no desenvolvimento, assim como alterações na qualidade da madeira, logo a produção se torna muito prejudicada. (MAFIA, 2006).

Em virtude disso, o objetivo desse trabalho é avaliar o comportamento da R.

solanacearum quando exposta à diferentes concentrações de fosfito de cobre, visando o auxilio do manejo dessa doença em viveiros.

MATERIAL E MÉTODOS

Aplicação dos fosfitos nas folhas

O experimento foi conduzido na UNESP, Campus de Dracena-FCAT. Foi utilizado o protocolo descrito por Pilotti et al. (2004) com adaptações. As folhas utilizadas foram retiradas de mudas de C. citriodora e não apresentavam sintomas aparentes de doenças. As folhas foram retiradas dos terços médio de mudas com cerca de sete meses de idade. As mesmas foram tratadas com Fosfito de Cobre em concentrações diferentes. Os tratamentos foram a de fosfito de cobre adicionados a água esterilizada. As folhas foram imergidas durante 10 minutos na água contento o produto. Estas folhas foram colocas em placas contento agarose, para que estas se mantenham verdes e túrgidas e depois firam armazenadas

(3)

474

em ambiente escuro a 25oC. Após 48 horas as folhas tratadas foram inoculadas com R.

solanacearum . Foram realizados tratamentos continham apenas o fosfito nas mesmas concentrações testadas para averiguar se o produto poderia causar alguma fitotoxidade que poderia ser confundida com sintomas causados pela bactéria. Houveram cinco repetições de cada tratamento e duas parcelas.

Inoculação do patógeno.

Passado 48 horas do tratamento químico, as bactérias foram inoculadas nas folhas.

Para realizar a inoculação usou-se placas de Petri com colônias de bactérias com três dias de idade. As placas foram lavadas com água estéril e preparou-se uma solução de 20ml de uma suspenção de células bacterianas calibrada para a OD600=0,1, ca. de 1x108 ufc/ml. As folhas de cada tratamento foram mergulhadas nessa mistura por cinco minutos. Passado o tempo as folhas foram colocadas em suas respectivas placas de Petri e incubadas a 25ºC durante sete dias no escuro.

Avalição do experimento.

Avaliação foi feita seguindo a escala diagramática proposta por Citadin et al. (2008) (Figura 1), adaptada para folhas de C. citriodora.

Figura 1: Escala diagramática adaptada para avaliação da severidade de R.

solanacearum em eucalipto (CITADIN et al. (2008)

(4)

475

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Aplicou-se uma regressão polinomial (Tabela 1) nos dados obtidos no tratamento de fosfito de cobre juntamente com a inoculação bacteriana. O R2 encontrado foi 0,7514 enquanto o R2 corrigido foi 0,7159. O modelo estatístico utilizado no gráfico 1 foi:

y= -4,55562+6,23730x-1,83675x2+0,17558x3.

Tabela 1: Análise de regressão polinomial referente as notas de severidade de R.

Solanacearum em função das doses de fosfito de cobre.

Coeficiente de variação Estimativas Desvio Padrão Teste T P-Valor

Intercepto -4,5562 1,31702 -3,459 0,00235**

Regressão Linear 6,23730 1,72154 3,623 0,00159**

Regressão Quadrática -1,83675 0,63898 -2,875 0,00907**

Regressão Cúbica 0,17598 0,07055 2,494 0,02104*

** P-Valor <0,01 *P-Valor <0,05

O presente trabalho não apresentou resultados significativos para o controle de R.

Solanacearum sob efeito do fosfito de cobre em nenhuma de suas concentrações. A dose 0%

de fosfito e inoculado com bactéria apresentou menor incidência de sintomas quando comparado com as doses com fosfito de cobre a 0,1%; 0,2%; 0,3% e 0,4%, como mostra a figura 1. As folhas que foram tratadas somente com fosfito de cobre à 0,1%; 0,2%; 0,3% e 0,4% não apresentaram sintomas de fitotoxidade, que pudessem ser confundidas com os sintomas causados pela bactéria (Figura 3). Alguns estudos apontam a capacidade de algumas bactérias tem de se adaptar a presença do cobre. Ascarrunz e colaboradores (2011) ao estudares a rápida adaptação de R. solanacearum a presença de cobre mostram que quando as células de um isolado desta bactéria foram expostos a 20 uM de CuSO4, entre 12 horas ou 24 horas não foi detectada nenhum UFC porem, após 36 h, no entanto, 1foi detectada 1,97 UFC mL-1 que aumentou progressivamente ao longo do tempo, atingindo quase o CFU inicial em 108 horas. Investigações de bactérias resistentes a cobre revelaram vários mecanismos, principalmente determinado por plasmídeo, que impedem a absorção celular de níveis elevados de cobre livres. No entanto, estes estudos também revelaram que as bactérias aparentemente têm sistemas cromossomicamente codificados eficientes para captação e gestão de níveis de traços de cobre, estando estes ligados a resistência que elas podem adquirir a este produto (COOSEY, 1993).

(5)

476

Os resultados obtidos entre as doses de fosfito de cobre juntamente com a inoculação bacteriana, não diferiram entre as doses 0,1; 0,2% e 0,3%. Enquanto as doses 0,0% e 0,4%

apresentaram índices de incidências opostos.

Figura 2: Análise da regressão referente as notas de severidade de R. Solanacearum em função das doses de fosfito de cobre (Tratamentos=doses do produto aplicados).

Figura 3: resultado dos tratamentos somente com o fosfito de cobre. Observa-se que não houve incidência de R. Solanacearum .

Resultados obtidos por Junqueira (2010), apontam que não houve crescimento bacteriano, aos seis dias após inoculação, em meio de cultura, quando tratados com fosfito de Cobre. E em teste realizados com maracujazeiro em casa de vegetação, comparando com a testemunha, o fosfito reduziu em 40,48% a mancha por bacteriose. Assim como Morais et al.

(2014), afirma que o fosfito de Cobre inibe completamente o crescimento de Pseudomonas syringae, quando feito in vitro.

0,0%; 0,1%; 0,2%; 0,3% 0,4%

(6)

477

CONCLUSÃO

O fosfito de cobre não foi efetivo no controle de R. Solanacearum em folhas de C.

citriodora.

REFERÊNCIAS

ALFENAS, A. C. et al. Ralstonia solanacearum em viveiros clonais de eucalipto no Brasil.

Fitopatol. bras., Brasília, v. 31, n. 4, p. 357-366, Aug. 2006. access on 09 Sept. 2016.

ASCARRUNZ, S. D. M.; NATSUAKI, T.; HONJO, H.; FUKUI, R. Quick adaptation of Ralstonia Solanacearum to copper stress to recover culturability and growth in water and soil. Braz. J. Microbiol., v.42, n.2 pp.576-591. 2011.

COOKSEY, D. A. Copper uptake and resistance in bacteria. Molecular microbiology, v. 7, n.

1, p. 1-5, 1993.

EDER. M. (2012). Murcha bacteriana do eucalipto causada por Ralstonia solanacearum http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10404/3/2012_EderMarques.pdf> acesso set. de 2016.

LOPES, C. A. (2013) Comunicado técnico - Diagnóstico de Ralstonia Solanacearum em

tomateiro. Disponível em:

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/960772/1/cot92.pdf > acesso em set. de 2016.

LOPES, C. A. Situação da murcha bacteriana no Brasil. In: Enfermedades bacterianas de la papa. Memórias del taller sobre enfermedades bacterianas de la papa. Brasília:

CNPH/EMBRAPA-CIP, 1994.

LOPES, C. A.; TAKATSU, A. Controle da murcha bacteriana. Fitopatologia Brasileira, v.22, n.1, p.224-225, 1997.

MAFIA, Reginaldo Gonçalves; ALFENAS, Acelino Couto; FERREIRA, Maria Alves.

Avaliação da resistência do eucalipto à murcha bacteriana causada por Ralstonia solanacearum . Rev. Árvore, Viçosa, v. 38, n. 4, p. 649-656, Aug. 2014.

(7)

478

MORAIS, Otávio J.S. et al. Controle alternativo da mancha aureolada.

- 2014, Pouso Alegre/MG.

PILOTTI, M. et al. Biological assays to study induction of resistance in Platanus× acerifolia to Ceratocystis fimbriata. Journal of Plant Pathology, p. 71-83, 2004.

Referências

Documentos relacionados

2 Chefe de Serviço e Professor de Dermatologia e Venereologia/Consultant Chief and Professor, Dermatology and Venereology; Serviço de Dermatologia/Department of Dermatology,

Realizar esse trabalho possibilita desencadear um processo de reflexão na ação (formação continuada), durante a qual o professor vivencia um novo jeito de

Some realizations of theories with fractional dynamics or fractional geometric characteristics, like fractional electrodynamics, fractional quantum mechanics, fractional

Neste estudo utilizaram-se como variáveis independentes apenas o facto da classificação da EF contar ou não para a média, sendo pertinente conduzirem-se mais

Nesse sentido, Ridola (2014) afirma o Estado possui como dever, perante a sociedade, a criação de condições que permitam o devido exercício da dignidade.. Entretanto,

Moreover, the study also demon- strated the impact of MS on health-related quality of life and the impact of fatigue on daily living, providing a broader analysis of the economic

This is an extremely important part of an application’s development since it the business layer is responsible of performing all the system’s actions, and the interface is the only

Hoje, os FPGAs possuem uma quantidade de memória interna (BRAMs) que permitem: implementações bastante flexíveis de buffers de armazenamento temporário, dando grande liberdade