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Deficiência de ferro e anemia em crianças de Vitória, ES*

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Academic year: 2021

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Artigo Original Original Article Artículo Original

Deficiência de ferro e anemia em crianças de Vitória, ES*

Iron deficiency and anemia in children from Vitória, ES, Brazil Deficiencia de hierro y anemia en niños de Vitória, ES, Brasil

Antônio Pádua Carneiro de Almeida1, Eliana Zandonade2, Marcelo Militão Abrantes3, Joel Alves Lamounier4

Departamento de Pediatria do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia. Vitória, ES, Brasil. Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, Brasil

Resumo

Objetivo: conhecer a prevalência de deficiência de ferro e anemia ferropriva em crianças de Vitória, ES. Casuística e Métodos: foi realizado estudo transversal com 760 crianças, com idade de 6 meses a 7 anos, selecionadas por randomização nos Centros Municipais de Educação Infantil. O parâmetro para diagnóstico de anemia em menores de 5 anos foi a hemoglobina com valor inferior a 11,0 g/dl, para crianças entre 5 e 7 anos foi adotado 11,5 g/dl, medida por HemoCue em sangue obtido por punção digital. Das crianças com hemoglobina abaixo de 11,9 g/dl, foram coletadas amostras de sangue venoso para determinar, em Coulter STKS, nova dosagem de hemoglobina e a concentração plasmática de ferritina, dosada por imunoensaio. Um valor de ferritina inferior a 12 ng/ml foi considerado diagnóstico de ferropenia. Resultados:

anemia foi constatada em 208 (27,4%) das crianças, por HemoCue. A reavaliação por Coulter STKS abrangeu 319 casos, dos quais 119 (37,3%) apresentaram anemia; dos 307 que realizaram a dosagem de ferritina foi constatada ferropenia em 96 (31,3%). A anemia predominou entre os lactentes. A correlação de resultados de Hb obtidos por HemoCue e Coulter foi significante. A desnutrição crônica (wasting) não implicou em risco para anemia. Conclusões: em Vitória, ES, cerca de 1/4 das crianças com idade entre 6 meses e 7 anos apresenta anemia. A deficiência de ferro está presente na maior parte destes casos, e constitui importante problema de saúde pública na cidade.

Descritores: Deficiência de ferro, diagnóstico. Anemia ferropriva, epidemiologia. Hemoglobina, análise. Estado nutricional.

Estudos transversais. Lactente. Pré-escolar.

Abstract

Objective: to determine the prevalence of iron deficiency and anemia in preschool children from Vitória, ES. Casuistic and Methods: a cross-sectional study was conducted on 760 children, aged between 6 months and 7 years, selected at random from Municipal Child Education Centers. The parameters for diagnosing anemia among children under five years of age was hemoglobin level under 11.0 g/dl and for children between 5 and seven was 11.5 g/dl measured by HemoCue, with

1Mestre em Pediatria=.Professor do Departamento de Pediatria do Curso de Medicina da EMESCAM

2Professora de Bioestatística do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Espírito Santo

3Doutorando em Pediatria da UFMG. Professor da Faculdade de Medicina de Barbacena, MG

1Professor Adjunto Doutor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG

*Baseado na Dissertação de Mestrado de Antônio Pádua Carneiro Almeida, falecido durante o programa de doutorado

*Apoio financeiro da Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Saúde de Vitória, ES, no fornecimento dos reagentes e kits para exames laboratoriais

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Introdução

A deficiência de ferro (DF), é definida como insuficiente aporte de ferro (Fe) às células do organismo após terem sido esgotadas as reservas. É a mais prevalente deficiência nutricional do mundo, atingindo todos os países em diferentes graus e pre- dominando nas regiões mais pobres. A DF atinge 3,5 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento, sendo portanto importante problema de saúde pública1. Cerca de 50% das pessoas portadoras de DF desenvolvem anemia ferropriva (AF), uma manifestação tardia.

A AF tem impacto sobre a imunidade, desenvol- vimento físico, psíquico, comportamental, cognitivo e de linguagem, principalmente na faixa etária de 3 a 15 meses2-7. Porém, as conseqüências mais séri- as, como retardo no desenvolvimento mental, ocor-

rem em lactentes. A Organização Mundial da Saú- de (OMS) estima a prevalência de AF para crianças entre 1 e 2 anos, pré-escolares e escolares, em tor- no de 48, 25 e 40%, respectivamente8. Estudos na- cionais mostram prevalência de anemia ferropriva entre 12,1% e 75%9-23. O problema não está restrito a crianças, sendo que o grupo que apresenta a maior taxa de prevalência é o composto por gestantes, cer- ca de 50%.

Segundo o Fundo das Nações Unidas de Apoio à Infância e Adolescência24, apesar da anemia ferropriva ser um dos problemas nutricionais mais estudados é pouco conhecida pelos familiares da criança. A ocorrência das anemias carenciais mostra-se como grande desafio em saúde pública, não somente em nosso meio, mas ao nível mundial. Em 1990, a Reunião blood obtained by digital punction. The children with hemoglobin under 11.9 g/dl had venous blood collected to determine hemoglobin using Coulter STKS. Radioimmunoassay was utilized to evaluate blood ferritin; values under 12 ng/ml were considered diagnostic for iron deficiency. Results: anemia was detected in 208 (27.4%) of the children through HemoCue.

Reevaluation by Coulter STKS among 319 cases found 119 (37.3%) with anemia; iron deficiency was found in 96 (31.3%) that underwent ferritin dosage. Anemia was predominant among infants. The correlation between HemoCue and Coulter results was significant. Chronic undernutrition (wasting) did not constitute a risk for anemia. Conclusions:

in Vitória, Espírito Santo (Brazil) approximately 1/4 of the children between six months and 7 years of age present anemia. Iron deficiency is present in most anemia cases, constituting an important public health problem in the city.

Keywords: Iron deficiency, diagnosis. Anemia, iron-deficiency, epidemiology, Hemoglobin, analysis. Nutritional status.

Cross-sectional studies. Child, preschool. Infant.

Resumen

Objetivo: Conocer la prevalencia de deficiencia de hierro y anemia por privación de hierro en niños de Vitoria, ES, Brasil. Casuística y Métodos: fue realizado estudio transversal con 760 niños, con edad de 6 meses a 7 años, seleccionados por randomización en los Centros Municipales de Educación Infantil. El parámetro para diagnóstico de anemia en menores de 5 años fue la hemoglobina en valor inferior a 11,0 g/dl, para niños entre 5 y 7 años fue adoptado 11,5 g/dl, medida por HemoCue en sangre obtenida de punción digital. De los niños con hemoglobina debajo de 11,9 g/dl, fue colectada muestra de sangre venoso para determinar, en Coulter STKS, nuevo examen de hemoglobina, y la concentración plasmática de ferritina medida por inmunoensaio. La ferritina en nivel inferior a 12 ng/ml fue considerada diagnóstico de privación de hierro. Resultados: anemia fue confirmada en 208 (27,4%) de los niños, por HemoCue. La nueva evaluación por Coulter STKS, abarcó 319 casos, de los cuales 119 (37,3%) presentaron anemia; de los 307 que realizaron medida de ferritina fue constatada ferropenia en 96 (31,3%). La anemia predominó entre los lactantes. La correlación de resultados de Hb obtenidos por HemoCue y Coulter fue significante. La desnutrición crónica (wasting) no implico en riesgo para anemia. Conclusiones: en Vitoria, ES, cerca de 1/4 de los niños con edad entre 6 meses y 7 años presenta anemia. La privación de hierro está presente en la mayor parte de estos casos, y constituye importante problema de salud pública en la ciudad.

Palabras-clave: Deficiencia de hierro, diagnóstico. Anemia ferropénica, epidemiología. Hemoglobinas, análisis. Estado nutricional. Estudios transversales. Preescolar. Lactante.

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de Cúpula de Nova York estabeleceu o combate à anemia nutricional ferropriva como uma das prioridades na área da saúde, para a última década.

A meta era a redução em um terço na prevalência, nos países em desenvolvimento24,25; esta não foi alcançada em nosso país.

O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência da deficiência de ferro (DF) e da ane- mia ferropriva (AF) em Vitória, capital do Espírito Santo, Sudeste do Brasil, na população de 6 me- ses a 7 anos. Procurou-se também investigar as- sociações entre anemia ferropriva e estado nutricional desta população.

Casuística e Métodos

Foi estudada uma amostra de 760 crianças selecionadas por randomização de um universo de 13.151 crianças com idade entre 6 meses a 7 anos, matriculadas em 42 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Vitória, localizadas nas diversas regiões da capital do Estado do Espírito Santo. As crianças matriculadas nos CMEIs correspondem a 57,2% de toda a população infantil estimada para esta faixa etária, na cidade de Vitória.

Para garantir que a amostra representasse as crianças matriculadas nos CMEIs, cada escola teve suas crianças relacionadas em ordem alfabética e posteriormente enumeradas de 0 a 13.151, considerando a ordem das regiões, ordem de escola por região e ordem alfabética das crianças por escola.

O cálculo amostral foi realizado no Epi-Info utilizando- se os seguintes parâmetros: tamanho populacional (size population) 13.151 crianças, precisão desejada (desired precision) 3%, prevalência esperada (expected prevalence) para anemia 25%, tipo do estudo (design effect) 1% e nível de confiança (confidence level) 95%. Foi estimada uma amostra de 755 crianças26. Porém, estudo piloto realizado com 42 crianças mostrou a necessidade de estimar a perda amostral em aproximadamente 30%. A perda amostral era motivada pela ausência da criança no momento de coleta do material, ou por estar nas seguintes condições: diarréia, desidratação, em uso de ferro medicamentoso. Por este motivo, aumentou-se para 1.080 o número de crianças convidadas para constituir a amostra. No estudo, a perda foi de 312 crianças.

Outras oito crianças não tiveram seus dados analisados por terem idade superior ao critério

estabelecido. Assim, a amostra final foi constituída por 760 crianças. A distribuição etária está contida na Tabela 1. A distribuição das crianças quanto ao sexo e cor nas diversas faixas etárias foi homogênea, com os valores de p = 0,715 e p = 0,290, respectivamente.

Em entrevista com os pais, utilizou-se questionário estratificado para obter informações socioeconômicas e demográficas da família, sobre a alimentação, uso de sais ferrosos, de vitaminas, e da saúde da criança.

As crianças foram submetidas a exame clínico, aferição antropométrica e, subseqüentemente, à punção digital com coleta de uma gota de sangue, para avaliação dos níveis de hemoglobina. As crianças foram pesadas em balança eletrônica Crown Brand Products. A balança teve sua calibragem checada antes de cada aferição. A estatura foi medida, em centímetros, por régua digital Soehnle. Na avaliação do estado nutricional foi empregado o escore Z dos índices peso/altura e altura/idade, frente aos padrões do NCHS18. Por este referencial, 3 (0,4%) das 760 crianças apresentavam desnutrição aguda (wasting) e 52 (6,8%) desnutrição crônica.

A concentração de hemoglobina foi medida pelo fotômetro HemoCue® 27-29. Uma cuveta de controle foi utilizada para verificar se a calibragem era estável, antes e durante as dosagens em cada escola. A pun- ção digital foi realizada na região lateromedial do dedo médio da mão direita, com lancetas EZ-Lets II Red da Palco Labs Incorporated, USA. As duas primeiras gotas de sangue foram desprezadas e a terceira gota colocada na microcuveta e levada ao fotômetro, com leitura do resultado no visor digital em 30 segundos.

As lancetas e as microcuvetas só foram utilizadas uma única vez. Foram consideradas anêmicas as crianças com hemoglobina menor que 11,0 g/dl para a faixa etária entre 6 e 59 meses, e aquelas com va- lor inferior a 11,5 g/dl e idade entre 60 e 84 meses30. As crianças com nível de hemoglobina sérica igual ou abaixo de 11,9 g/dl foram reavaliadas com a utili- zação de aparelho considerado de maior precisão, o Coulter STKS, automatizado. Às mães foi recomen- dado que as crianças estivessem em jejum; foi coleta- do sangue entre 7 e 9 horas da manhã nas Unidade de Saúde do Município (US) de referência do bairro da residência. As análises foram realizadas no labo- ratório da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS).

Foi realizada nova dosagem de hemoglobina e avali- ação da ferritina. A ferritina foi dosada em kit da Abbott Axsym System, um imunoensaio de partículas

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Crianças de 6 a 84 meses dos CEI de Vitoria N = 13.151

Seleção randomizada N = 1.080 Carta convite aos pais ou responsáveis

para participar da pesquisa

Outras anemias, encaminhamento para Hematologia Pediátrica Confirmada anemia ferropriva ou

ferropenia, tratamento com sulfato ferroso Não confirmada anemia, carta

dirigida aos pais com cópias dos exames realizados

Hb < 11,9 g/dl encaminhamento às US para exames complementares

N = 319 Hb > 11,9 g/dL informou-se que a

criança não era portadora de anemia N = 441

Entrevista com os pais. Crianças: avaliação clínica, antropometria, dosagem de Hemoglobina por HemoCue

N = 760 Perda amostral

N = 320

enzimáticas para determinação quantitativa no plas- ma humano. A ferropenia foi definida para os casos com ferritina abaixo de 12 ng/ml de sangue31.

Para todas as crianças identificadas como porta- doras de anemia ferropriva ou ferropenia, foi enca- minhada carta aos pais ou responsáveis. Esta con- tinha cópias dos exames laboratoriais, e informava sobre os resultados dos exames sendo anexada re- ceita dos medicamentos, especificando a forma de uso. Para tratamento de deficiência de ferro ou de anemia ferropriva foi usado sulfato ferroso, na dose de 3 mg/kg/dia de ferro.

Os pais ou responsáveis das crianças portadoras de anemia não esclarecida receberam carta de en- caminhamento para o serviço de Hematologia Pediátrica do Hospital Infantil Nossa Senhora da Gló- ria, de Vitória, pertencente à Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo, para exames comple- mentares e tratamento. As crianças sem anemia ou ferropenia também foram informadas, por carta dirigida aos pais, contendo cópias dos exames laboratoriais.

Os dados das crianças foram codificados e arma- zenados na planilha do software estatístico Minitab 11 for Windows32,33. Foram usados os seguintes testes

estatísticos34: Qui-quadrado, em variáveis dicotômicas;

odds ratio, para avaliar a magnitude das associações;

t de Student para comparação de variáveis contínuas;

e Anova para mais de duas variáveis contínuas. Na verificação de normalidade na distribuição de variá- veis contínuas foi utilizado o teste não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov. A correlação de Pearson foi usada como medida de dispersão dos dados. O teste de Ducan foi utilizado para comparar as médias dos valores de hemoglobina por faixa etária. O teste de Kappa foi usado para comparar os métodos diag- nósticos32. Foi adotado o nível de significância de 5%.

A pesquisa de anemia na cidade de Vitória seguiu os preceitos éticos recomendados pelo Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Biomédico da Universidade Federal do Espírito Santo. Os pais ou responsáveis foram esclarecidos verbalmente e por escrito sobre os termos de consentimento e procedimentos usados na pesquisa, de acordo com a Resolução 196, de 10 de outubro de 1996 e 251 de 07 de agosto de 1997, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil. Todas as crianças identificadas, durante o estudo, como portadoras de alguma enfermidade foram tratadas e/ou enca- minhadas a ambulatórios especializados ou referidas a seus médicos preferenciais (Figura 1).

Figura 1 – Fluxograma da pesquisa.

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Resultados

A distribuição dos valores da hemoglobina nas 760 crianças, triadas por HemoCue®, em Vitória, ES, é vista na Figura 2. O resultado do teste de Kolmogorov- Smirnov (KS) indica que a distribuição desta variável é Gaussiana, permitindo inferências estatísticas paramétricas.

Figura 2 - Distribuição dos valores da hemoglobina, aferidos por HemoCue®, em 760 crianças de Vitória, ES.

Os níveis de hemoglobina nestas 760 crianças estão contidos na Tabela 1. Na faixa etária até 59 meses, 119 crianças (27,0%) eram anêmicas, do total de 440 crianças, considerando o limite inferior de 11,0 g/dl14. Na faixa etária de 60 meses ou mais, 89 crianças (27,8%) tinham valores inferiores a 11,5 g/dl, entre 320 crianças14. A prevalência total de anemia foi de 27,4%

(208 crianças). A diferença na prevalência de anemia nas diversas faixas etárias é estatisticamente significante (Tabela 1). O maior percentual de anêmicos ocorreu entre os lactentes.

63,0

Tabela 1 - Distribuição das crianças por faixa etária e valores de hemoglobina aferidos por HemoCue®, em crianças de Vitória, ES.

14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0

Hemoglobina em Coulter STKS (g/dL)

14

13

12

11

10

9

8

Figura 3 - Diagrama de dispersão dos valaores de Hb avaliados por HemoCue® e STKS em 319 crianças de Vitória, ES.

Figura 4 - Distribuição dos valores de hemoglobina, afe- ridos pelo Coulter STKS, em 319 crianças de Vitória, ES.

KS = 0,821 p = 0,510 (KS = Kolmogorov-Smirnov)

Número de crianças

Hemoglobina em Coulter STKS (g/dl)

Número de crianças

Hemoglobina em Coulter STKS (g/dl)

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Faixa etária Média de hemoglobina (em g/dl)

Grupos com hemoglobina semelhante*

06 - 24 10,6 A

24 - 36 11,5 B

36 - 48 11,7 BC

48 - 60 11,8 CD

60 - 84 12,0 D

*Comparação por Anova

Tabela 2 - Valores médios da hemoglobina por faixa etária, aferidos por HemoCue®, em Vitória, ES.

A diferença entre as médias da hemoglobina nas diversas faixas etárias foi estatisticamente significante (Anova F = 22,078; p < 0,001). As faixas etárias com resultados semelhantes foram 24-36 meses e 36-48 meses; e esta última faixa com a de 48-60 meses (Ta- bela 2).

Das crianças analisadas por HemoCue® , 319 ti- nham Hb < 11,9 g/dl e foram reavaliadas através do Coulter STKS. A distribuição dos valores de Hb destas crianças é vista no diagrama de dispersão (Figura 3). O teste de Pearson mostrou que os re- sultados obtidos por HemoCue® e Coulter STKS são correlatos (R = 0,677; p < 0,001). A distribui- ção dos valores da hemoglobina medida pelo Coulter STKS em 319 crianças é apresentada na Figura 4. Pelo teste de Kolmogorov-Smirnov (KS) o resultado mostra uma distribuição Gaussiana desta variável (KS = 0,821; p = 0,510).

O resultado de Hb das 319 crianças avaliadas pelo Coulter STKS, por faixa etária, estão contidos na Tabela 3. Em noventa destas crianças (28,2%) houve o relato de sinais e sintomas de doença inflamatória

e/ou infecciosa, no espaço de duas semanas antes da coleta dos exames. Considerando o ponto de corte estipulado pela OMS30 (1968), hemoglobina inferior a 11 g/dl para a faixa etária até 60 meses, 69 crianças (31,2%) eram anêmicas. Para a faixa etária de 60 a 84 meses, 50 crianças (51,0%) tinham valores inferiores a 11,5 g/dl. No total foram 119 anêmicos (37,4%). Observou-se uma diferença estatisticamente significante na prevalência de anemia nas diversas faixas etárias, predominando entre os lactentes.

Na tabulação cruzada dos testes diagnósticos de anemia por HemoCue® e por Coulter STKS, o teste estatístico de Kappa, resultou em 0,793, com valor de p < 0,001 indicando uma ótima concordância entre os dois métodos diagnósticos34.

Foi realizada dosagem de ferritina plasmática em 306 crianças sendo que 96 (31,3%) apresentaram nível diagnóstico de ferropenia (ponto de corte adotado < 12 ng/dl). A ferropenia foi detectada na ampla maioria das crianças anêmicas, predominando naquelas com idade reduzida. Os resultados estão contidos na Tabela 4.

Tabela 3 - Distribuição das crianças por faixa etária e valores agrupados de hemoglobina medidos por Coulter STKS .

(7)

Na avaliação do estado nutricional foi usado o escore Z do índice peso/altura e altura/idade, respectivamente, com referências do NCHS18,35. Esta avaliação mostrou que 0,6% das crianças anêmicas (Coulter STKS) apresentavam desnutrição aguda (wasting) e 10,0% desnutrição crônica (stunting). Não houve associação estatisticamente significativa entre a anemia e a desnutrição, aguda ou crônica.

Discussão

A prevalência de anemia em crianças de Vitória, ES – 27,3%, mostra que também nesta cidade esta é ainda um importante problema de saúde pública.

A avaliação feita por Hemocue, um teste rápido, foi validada com a realização do teste de STKS em parte da amostra, como se observa na Figura 3, em avaliação que reforça sua utilização para grandes amostras. Na ampla maioria dos casos de anemia foi constatada a ferropenia, o que determinou a cau- sa da mesma. A ferropenia pode, em verdade, estar ocorrendo em proporção ainda maior dos casos de anemia, e mesmo entre as crianças não anêmicas.

De um lado, os testes diagnósticos poderiam ser ampliados, completando a avaliação com a dosa- gem de ferro sérico, a saturação de siderofilina e a hematoscopia (microcitose com hipocromia). Como estes testes de ferropenia foram realizados apenas em parte dos casos, não foram incluídos no estu- do36. Sob outro ângulo, a ferritina sérica pode sofrer elevação do nível sérico durante ou após quadro infeccioso/inflamatório. Isto resulta em avaliação falso-negativa de ferropenia. No grupo avaliado cer- ca de 40% das crianças estavam nestas condições

Tabela 4 - Distribuição das crianças por faixa etária agrupada e valores de ferritina, em Vitória, ES.

clínicas, o que pode ter subestimado a ferropenia.

Porém, deve ser considerado que algumas crian- ças diagnosticadas como tendo anemia ferropriva podem apresentar outra causa associada, visto que não foram avaliadas as carências vitamínicas, as anemias hereditárias, e outras etiologias de anemia mais raras.

O índice de anemia ferropriva de Vitória, ES, foi menor que o observado na maioria das outras cida- des brasileiras, mas é, ainda, muito maior que a taxa de países desenvolvidos2,4. Os principais resultados de estudos brasileiros sobre a prevalência de ane- mia ferropriva estão contidos na Tabela 5. Em algu- mas destas localidades a maioria das crianças apre- senta anemia. A faixa etária e as características da amostra variam entre os estudos, mas a dimensão da anemia ferropriva no país fica evidenciada.

Nos estudos brasileiros, como na presente avalia- ção em Vitória, ES, o maior percentual de crianças com anemia ferropriva ocorre na faixa etária entre 6 e 24 meses. De fato, esta idade é mais susceptível à ocorrência de anemia devido ao intenso crescimento das crianças e pela pouca oferta de alimentos ricos em ferro. Especialmente as crianças com dietas à base de leite de vaca podem desenvolver anemia ferropriva.

Neste alimento a quantidade de ferro é pequena e tem baixa biodisponibilidade. Em parte das crianças em utilização de fórmulas lácteas pode, adicionalmente, desenvolver-se uma alergia intestinal com perda local de sangue, o que irá agravar a ferropenia. A menor taxa de anemia observada na faixa etária dos escola- res deve-se ao menor crescimento relativo e melhora na ingestão de ferro, como reconhecido na literatura.

Com relação ao estado nutricional, o percentual de desnutrição crônica (stunting) foi de 10%, similar ao estimado pela OMS1 para crianças com idade inferior aos cinco anos na América do Sul. A associação com anemia ferropriva, observada em outros estudos, não foi verificada.

Nos países desenvolvidos existe uma grande preocupação com a precocidade no diagnóstico e com o desenvolvimento de estratégias de prevenção da anemia/ferropenia. No Reino Unido, em estudo longitudinal, observou-se que baixos níveis de hemoglobina aos 8 meses de idade (Hb < 9,5 g/dl) estavam associados com danos ao desenvolvimento motor após 18 meses, levando a uma proposição de screening para anemia aos 8 meses de idade ou

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Localidade Faixa etária Prevalência (%) Referência

Brasília, DF < 36 meses 28,7 9

Goiânia, GO 6-12 meses 60,9 10

Pernambuco (Estado) 6-59 meses 40,9 11

Bento Gonçalves, RS 6-12 anos 21,4 12

Porto Alegre, RS < 36 meses 47,8 13

Criciúma, SC < 36 meses 54,0 14

Rio de Janeiro, RJ 12-18 meses 50,0 15

São Paulo (Estado) < 24 meses 59,1 16

São Paulo, SP < 36 meses 75,0 17

São Paulo, SP < 60 meses 46,9 18

Pontal, SP 12-72 meses 68,7 19

Belo Horizonte, MG < 72 meses 37,3 20

Vale do Jequitinhonha, MG 2-7 anos 23,9 21

Vale do Jequitinhonha, MG 7-10 anos 20,0 21

Novo Cruzeiro, MG - 12,1 22

Carrancas, MG Diamantina, MG Vitória, ES

< 72 meses

< 60 meses

< 60 meses

47,2 43,2 27,3

23 42

estudo atual Tabela 5 - Prevalência de anemia ferropriva em estudos nacionais.

menos37. Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Pediatria recomenda screening com dosagem de hemoglobina ou hematócrito entre 9 e 12 meses para todas as crianças, e dosagem adicional entre 1 e 5 anos nos grupos de risco38, além de promover medidas para prevenção da deficiência de ferro. Estas incluem: aleitamento materno nos primeiros 6 a 12 meses; em caso de uso de fórmulas, a fortificação com ferro; não uso do leite de vaca no primeiro ano de vida, pelo risco aumentado de sangramento gastrintestinal oculto;

nos casos de introdução de alimentos sólidos, entre 4 e 6 meses, estes deverão conter cereais enriquecidos com ferro39. Com tais medidas, os índices de prevalência de anemia/ferropenia em menores de um ano nos Estados Unidos permanecem baixos, mostrando a efetividade das ações40. Infelizmente, no Brasil, a questão da anemia ainda está longe de ser resolvida. Do ponto de vista coletivo, as estratégias mais recentes para o combate ao problema são a suplementação medicamentosa e a fortificação dos alimentos nos lactentes41.

Em relação à suplementação medicamentosa, verificam-se fatores limitantes à sua adesão: os efei- tos colaterais do medicamento (intolerância

gastrintestinal, alterações na cor e consistência das fezes, impregnação de ferro nas fraldas e nos den- tes), esquema de administração em dose diária por tempo prolongado, e custo. Recentemente, estudos têm sugerido alternativas ao esquema convencio- nal de suplementação férrica diária, utilizando do- ses a intervalos maiores, a cada dois ou três dias na semana ou, até mesmo, em dose única sema- nal. Há bons resultados: redução nos efeitos colaterais, maior adesão ao tratamento e eficácia terapêutica semelhante21.

A utilização de alimentos fortificados com ferro, tais como as farinhas de trigo e de milho e o leite, tem se mostrado eficaz. Na cidade de São Paulo, o fornecimento de leite enriquecido com ferro e vitami- na C a crianças de 6 a 18 meses foi associado a uma redução na anemia de 72,6% para 38,9%, após 3 meses de uso, e uma redução para 18,5% após 6 meses. Alguns problemas mostram-se presentes na tentativa de enriquecer-se alimentos usados pela po- pulação de baixa renda, como o açúcar e o sal, devi- do ao grande número de produtores envolvidos, difi- cultando a normatização e controle da fortificação.

Uma outra possibilidade seria a fortificação da água para consumo, indicada como bom veículo, com con- seqüente diminuição da prevalência de anemia em pré-escolares21,39-43.

(9)

Conclusões

Este estudo mostrou elevado percentual de anemia e deficiência de ferro em crianças de Vitória, principal- mente na faixa etária entre 6 e 24 meses. O diagnóstico rápido por Hemocue foi acurado e pode ser usado em inquéritos epidemiológicos. Portanto, programas de suplementação coletiva de ferro e a detecção individual de anemia devem ser implementados, como formas de prevenção e tratamento desta importante carência nutricional na infância.

Agradecimentos

À EMESCAM pelo apoio técnico e recursos financei- ros; à Professora do DP/CM/EMESCAM Magda Tereza Prente Rosado; à Professora Adriana Sperandio da Se- cretaria Municipal de Educação de Vitória; ao Secretário Municipal de Saúde Anselmo Tose que disponibilizou a estrutura da SEMUS; ao Professor Doutor Enrico A.

Colossimo do Departamento de Estatística da Universi- dade Federal de Minas Gerais; à equipe de alunos do último ano do Curso de Medicina da EMESCAM.

Referências

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Endereço para correspondência:

Prof. Joel Alves Lamounier

Departamento de Pediatria - Faculdade de Medicina da UFMG Av. Alfredo Balena 190,

CEP: 30130-100 - Belo Horizonte - MG -Brazil, Tel.: 0XX (31) 3248-9632

E-mail: jalamo@medicina.ufmg.br

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Referências

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