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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL ADRIANA DE JESUS BRITO DOS SANTOS

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

ADRIANA DE JESUS BRITO DOS SANTOS

A EFICÁCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA FOBIA SOCIAL

São Paulo

2018

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ADRIANA DE JESUS BRITO DOS SANTOS

A EFICÁCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA FOBIA SOCIAL

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo

2018

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

Santos, Adriana de Jesus Brito dos

Desafios no atendimento do adolescente: como a Tcc pode ajudar.

Adriana de Jesus Brito dos Santos, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2019.

23 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1. Fobia Social 2. Terapia cognitivo-comportamental I. Santos, Adriana de Jesus BritoII. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

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Adriana de Jesus Brito dos Santos

A eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental no tratamento da Fobia Social

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho para “minha família “e meus amigos”. Por toda compreensão e carinho recebido por eles durante todo esse tempo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, primeiramente, pelo seu amor e benignidade pelos quais tem me tratado.

Sem dúvida, não teria chegado até aqui sem sua proteção diária, sabedoria e misericórdia. Foi ele quem me manteve forte e confiante, para não desistir frente às dificuldades que surgiram durante todo o percurso até aqui. Posso dizer, com grande alegria, que, até aqui, me ajudou o Senhor. Agradeço também aos meus familiares e mestres que estiveram comigo nessa trajetória.

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RESUMO

O Transtorno de Fobia Social (FS) é um transtorno marcado por sua cronicidade e prejuízos significativos na vida dos seus portadores. Porém, é passível de tratamento com boas respostas se feito um diagnóstico adequado e encaminhado para tratamento. Nos dias atuais, a Terapia cognitivo-comportamental e a farmacologia concomitantemente são reconhecidas como terapêuticas eficazes no tratamento da fobia social. A característica chave do transtorno é ansiedade mediante situações sociais, como: comer, beber, falar em público, pois seus portadores temem agirem de forma inadequada e assim serem ridicularizadas pelas pessoas passando a manifestar comportamentos de esquiva e no caso de enfrentamento, vivenciam essas situações com grande ansiedade e sofrimento. De modo geral, conclui se que a TCC é a terapêutica bem mais aceita e com resultados altamente satisfatórios no tratamento da fobia social. Evidenciando remissão dos sintomas e resultados mais duradouros.

Palavras-chave: Fobia Social, TCC, Tratamento.

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ABSTRACT

Social Phobia Disorder (FS) is a disorder marked by its chronicity and significant losses in the lives of its patients. However, it is amenable to treatment with good answers if an adequate diagnosis is made and sent to treatment. Today, cognitive behavioral therapy and pharmacology are concomitantly recognized as effective therapies in the treatment of social phobia. The key characteristic of the disorder is anxiety through social situations, such as:

eating, drinking, speaking in public, because its sufferers fear to act inappropriately and thus be ridiculed by people becoming dodging behaviors and in the case of coping experience these situations with great anxiety and suffering. In general, it is concluded that CBT is the most accepted therapy and with highly satisfactory results in the treatment of social phobia.

Evidence of remission of symptoms and longer lasting results.

Key words: Social Phobia, CBT, Treatment.

(9)

SUMÁRIO

1.

INTRODUÇÃO

... 8

2.

OBJETIVOS

... 10

3.

METODOLOGIA

... 11

4.

RESULTADOS

... 12

5.

DISCUSSÃO

... 20

6.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

... 22

REFERÊNCIAS

... 23

ANEXO

... 24

(10)

8

1 INTRODUÇÃO

A fobia social (FS) representa um problema grave de saúde mental com características incapacitantes em suas distintas formas de apresentação. É percebido que a mais comuns é o medo de ser ridicularizado ou humilhado em contextos sociais por manifestar atitudes inadequadas ou sintomas de ansiedade com tremor, sudorese excessiva e desatenção. A interação social torna se mais aversiva se for atrelada a um descontrole motor observável em comportamentos como beber, comer ou escrever (ROSO et al, 2008).

Conforme os autores acima citados, os sujeitos com FS, independente da faixa etária, têm maior risco de apresentar outros transtornos mentais, com transtorno de ansiedade generalizada, depressão, fobia especifica, e dependência de drogas psicoativas como álcool e tranquilizantes. Além disso, muitos sujeitos apresentam características do transtorno evitativo de personalidade (TEP) um padrão de esquiva do contato interpessoal que é visto para alguns autores como a forma mais grave de FS, com maior tempo de doença e de número e variedade de situações de sociais temidas (ROSO et al, 2008).

Conforme Rey e Pacini (2015) a fobia social é um dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes na população geral. As principais formas de tratamento são a farmacologia e a psicoterapia. Os autores referem que o medo social na grande maioria das vezes está relacionado as vivências de desempenho como falar em público, ir numa festa, uma entrevista de emprego, ou seja, nas interações sociais do dia a dia. A pessoa teme mostrar sintomas de ansiedades que lhe sejam humilhantes, e a exposição a situação social temerosa evoca uma resposta de intensa ansiedade que pode evoluir para um ataque de pânico. O sujeito geralmente foge estas situações ou a suporte com grande sofrimento. As pessoas com fobia social apresentam uma sensibilidade exacerbada a criticas, mantém uma avaliação negativa a respeito de si mesma, carregado de sentimento de inferioridade e apresentam grande dificuldade em serem assertivas.

As pessoas fóbicas também sofrem de grandes déficits nas habilidades sociais. Como por exemplo, iniciar uma conversa com uma pessoa desconhecida, comportar se numa entrevista de emprego, comportamentos na paquera e outros (REY E PACINI, 2015).

Geralmente o perigo percebido pela pessoa fóbica não é condizente com a realidade, contudo, devido a percepção do sujeito os sintomas fóbicos se tornam cada vez mais reforçados. Os autores acima citados defendem que os fóbicos sociais preocupam se com suas

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respostas físicas (somáticas), e pensamentos negativos, o que atrapalha o desenvolvimento das suas habilidades frente a situação temida. A forma como o sujeito se comporta do sintoma fóbico pode provocar atitudes de desaprovação de outras pessoas contribuindo para a piora dos sintomas. A ansiedade nas vivências sociais, portanto, é um ciclo vicioso, uma vez que a ansiedade antecipatória leva o sujeito a evitar as situações de medo, o que por sua vez, maximiza a ansiedade antecipatória e a ansiedade das situações sociais. A pessoa fóbica tem consciência que seu medo é exacerbado, todavia, teme deixar transparecer indícios de ansiedade como sudorese, pensam frequentemente que são motivos de comentários e risos (GUSMAO et al, 2013).

Para Rey e Pacini (2006) apontam que um dos principais mantenedores desse transtorno está associado ao fato de que os fóbicos utilizarem se da mesma forma que se veem para construir uma impressão que as demais pessoas os enxergam com a mesma ótica. Os autores enfatizam que segundo o modelo cognitivo, os fóbicos sociais estariam sujeitos a interpretar uma vivência social de forma aflitiva, decorrente de crenças disfuncionais que possuem deles mesmos, e da forma como devem agir nessas situações.

O presente trabalho objetiva discorrer sobre a eficácia da TCC no tratamento da fobia social. Atualmente os pesquisadores e clínicos têm focado sua atenção sobre o tratamento com a Terapia Cognitivo-comportamental e a farmacologia na Fobia Social.

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2 OBJETIVO

Pesquisar sobre a eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental no transtorno de Fobia Social.

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3 METODOLOGIA

O método para realização deste trabalho foi através de busca de artigos com dados científicos relevantes sobre a eficácia da TCC no transtorno de Fobia Social.

A busca foi realizada nos bancos de dados Scielo e biblioteca USP. Os indicadores que nortearam esta pesquisa foram TCC, fobia social e tratamento.

Como critérios de inclusão definiram-se artigos publicados somente em português, entre os anos de 2006 a 2016. Os critérios de exclusão foram artigos em outras línguas diferentes do português, em período anterior a 2006 e que incluam outras patologias que não Transtorno de Fobia Social.

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4 RESULTADOS

4.1 A FOBIA SOCIAL

Na sociedade contemporânea, cada vez mais é esperado que as pessoas tenham um bom desempenho em suas atividades realizando as de forma satisfatória, e bem elaborada. É nesse contexto de exigências, de expectativas grandiosas e pressões que se instauram os transtornos de ansiedade. Uma forma eficaz de distinguir uma ansiedade normas da patológica é através de uma avaliação, se atentando aos sintomas e sua compatibilidade com o estimulo observado. Os autores destacam fatores que ser levados em conta na avaliação e no tratamento dos transtornos de ansiedade no que se refere a infância, todavia, tais informações são relevantes em qualquer fase do desenvolvimento como: início dos sintomas, possíveis fatores desencadeantes etc (GUSMÃO ET AL, 2013) .

A fobia social (FS) é caracterizada por um medo exacerbado e persistente de uma ou mais situações sociais, nas quais o sujeito é exposto a pessoas estranhas ou uma possível avaliação pelos outros. Nestas vivências, o fóbico acredita que poderá fazer algo que lhe seja humilhante, vergonha ou demonstrar sintomas de ansiedade. As situações sociais são vivenciadas de forma intensa e muito sofrida, sendo assim, evitadas ou vivenciadas ou suportadas com intensa ansiedade e sofrimento que interferem significativamente na sua rotina, esfera ocupacional, nas atividades sociais e interpessoais. Há dois subtipos de fobia social (KINJNIK ET AL, 2006):

1) Generalizada: presente na maioria das vivências sociais, representando de 80 a 90 % das FS. É considerada o tipo mais incapacitante com um alto índice de comorbidades, origem familiar e curso crônico.

2) Não generalizada ou circunscrita: restrita a uma ou duas situações- em geral relacionada ao desempenho: beber, comer na frente de outras pessoas e falar em público.

Segundo o DSM – V na sua quinta edição, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, 2014), o transtorno de fobia social, é definido com o medo ou ansiedade muito significativa gerados pela exposição a certos tipos de vivências sociais que podem ser de desempenho, de observação ou de interação.

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É sabido que a fobia social exacerbada atinge comumente crianças, adolescentes e adultos comprometendo sua qualidade de vida de forma significativa e incapacitante. Com o aumento do conhecimento desse transtorno, um grande número de pesquisas e consequentemente terapêuticas tem surgido tanto na área farmacológica quanto psicoterápica. As comorbidades mais associadas à fobia social são: fobia simples, dependência de álcool e depressão maior.

Os pacientes que apresentam comorbidade de depressão maior tem risco elevado de suicídio (15,7%) e de incapacitação social (KINJNIK ET AL, 2006).

Corroborando o supracitado, Del Rey et al (2007) enfatizam que a fobia social está atrelada a um grande sofrimento e minimização da qualidade de vida de seus portadores, principalmente o subtipo generalizado. Ela apresenta curso crônico, com início por volta dos 15 anos.

Del Rey e Pacini (2006) mencionam que a fobia social é um transtorno ansioso com curso crônico, além de ser conhecida como passível de gerar graves prejuízos em diferentes esferas da vida do indivíduo como escolaridade, trabalho, atividades sociais etc.

Segundo Roso et al (2008), a fobia social em adultos é mais frequente em mulheres e tem início na adolescência, embora muitos adultos relatem sintomas desde a infância. Em crianças é comum tantos no sexo masculino quanto feminino. Os autores supramencionados esclarecem que independente da faixa etária os portadores tem maior risco de apresentarem comorbidades psiquiátricas como: depressão, abuso de substâncias psicoativas e tranquilizantes. Os fatores relacionados a fobia social são múltiplos, estudos familiares demonstram um padrão de agregação familiar de FS, principalmente do subtipo generalizada.

A maior incidência de FS em parentes de primeiro grau de sujeitos acometidos demonstra que, pelo menos parcialmente, esse transtorno seja geneticamente herdado.

Quanto seu tratamento, a fobia social pode ser tratada através de medidas psicofarmacológicas e psicoterápicas, sendo profícua a combinação de ambas, em particular cita se a Terapia Cognitivo-comportamental (SILVEIRA ET AL, 2005).

A seguir será discorrido sobre a eficácia do tratamento da fobia social na perspectiva da Terapia Cognitivo-comportamental.

4.2 TRATANDO A FOBIA SOCIAL COM A ABORDAGEM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

Confundida com timidez, a fobia social é bem mais abrangente que isso. É um transtorno severo que traz consigo muito sofrimento e perdas de oportunidades para o

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indivíduos. Diversos tratamentos farmacológicos e cognitivos comportamentais comprovaram sua eficiência e estão atualmente disponíveis para os pacientes com fobia social. Embora muitos estudos evidenciarem a eficácia dos tratamentos psicológicos no tratamento da fobia social, cada vez menos pacientes vêm se beneficiando desta modalidade de tratamento (GREENBERG et al, 2007).

A TCC é vista como uma intervenção breve, estruturada e focada na resolução de problemas, através de modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Essa terapia não se configura somente como meio de tratamento, mas se configura como uma teoria da personalidade e da psicopatologia unificadas, tendo comprovação de sua eficiência por meio de evidências empíricas no manejo de diversos transtornos (GUSMÃO et al, 2013).

A TCC baseia se no modelo cognitivo, que entende que as cognições repercutem as emoções e comportamentos que por sua vez são afetados pela interpretação e percepção das situações vividas. Trata se de uma linha psicoterapêutica educativa, com foco, baseada em discussões em que o terapeuta assume uma postura colaborativa, fazendo uso de técnicas cognitivas e comportamentais. A TCC pode ser adaptativa a sujeitos de todas as idade e classes sociais, não mostrando somente resultados em trabalhos individuais , mas também mostrando excelentes resultados em psicoterapias de grupo, família e casais.

Dos tratamentos psicológicos, a Terapia Cognitivo-comportamental é a que vem ganhando maior atenção dos pesquisadores e clínicos no tratamento da fobia social, pois essa forma de psicoterapia evidenciou se ideal e com efeitos terapêuticos duradouros. Outras abordagens foram testadas, todavia, nenhuma delas atingiu os resultados que a terapia cognitivo-comportamental alcançou na remissão do quadro fóbico social (DEL REY e PACINI, 2006).

Corroborando com esse pensamento, Ito et al (2008) enfatizam que a TCC, juntamente com a farmacologia, são abordagens terapêuticas empíricas e testadas, como eficazes no tratamento da fobia social. Se referindo a TCC, os autores a mencionam como educativa e de natureza focal, que prioriza discussões práticas realizadas nas sessões e tarefas de casa. Os autores supraditos referem que para a fobia social circunscrita 12 a 16 sessões individuais ou em grupo são suficientes para a minimização significativa dos sintomas. Já para a fobia social generalizada a resposta ao tratamento vai depender da quantidade das comorbidades e da gravidade dos sintomas, sendo o tratamento mais longo e os resultados mais limitados.

Uma das principais características do fóbico diz respeito à atenção dirigida em situações temidas. Nesses momentos os sujeitos acometidos pelo transtorno interpretam que estão sendo avaliados por outras pessoas de forma negativa, dessa forma acabam

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redirecionando sua atenção para o automonitoramento de forma minuciosa. Esse comportamento colabora para o aumento de ansiedade, visto que produz uma maior consciência de respostas da ansiedade temida e interfere no processamento da vivência e no comportamento de outras pessoas (GUSMÃO et al, 2013).

Gusmão et al (2013) enfatizam que na fobia social estão presentes crenças disfuncionais e estímulos neutros interpretados de forma desadaptativa, ao passo que os estímulos positivos e neutros são desvalidados. Os autores supracitados discorrem sobre os prejuízos das interpretações errôneas podem gerar na vida dos acometidos pelo transtorno. Tal percepção errônea pode desencadear sintomas físicos, comportamentais e cognitivos que causam desconfortos, reforçam a autoimagem de inadequação e sentimentos de humilhação, repercutindo e contribuindo no distanciamento do convívio social.

Atualmente os pesquisadores e clínicos tem focado no tratamento da fobia social através da terapia cognitivo-comportamental e da farmacologia na fobia social. Os inibidores de recaptação de serotonina vêm constituindo como umas das mais relevantes intervenções da fobia social. Quanto à terapia cognitivo-comportamental da fobia social, as principais técnicas utilizadas que vêm sendo pesquisadas são a exposição, técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva e habilidades sociais. Muitas das técnicas comportamentais e cognitivas tendem de modelos psicológicos e biológicos dos transtornos de ansiedade. A TCC dispõe de diversas técnicas para o manejo da fobia social, em seguida algumas delas (DEL REY e PACINI 2006):

1. Técnica de Relaxamento: Tais técnicas auxiliam os pacientes a controlar sintomas fisiológicos antes ou durante o evento temeroso. A principal técnica de relaxamento utilizada é o relaxamento progressivo de Jacobson. Essa técnica é apropriada para pacientes com fobia social que manifestam intensos sintomas fisiológicos de ansiedade frente uma situação social os de desempenho. As técnicas de relaxamento facilitam a exposição do paciente a situação temerosa, todavia, não são eficazes isoladamente no tratamento da fobia social (DEL REY e PACINI, 2006) .

2. Técnica de Habilidades Sociais: As mais utilizadas no treinamento de habilidades sociais são a modelagem pelo terapeuta, ensaio comportamental, reforçamento social e o treinamento realizado nas tarefas de casa. Este recurso tem se mostrado muito eficiente em reduzir a ansiedade no confronto interpessoal (DEL REY e PACINI, 2006).

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3. Técnica de exposição: Essa técnica sugere que o paciente imagine o evento temido, ou até mesmo seja exposto a ele. O primeiro passo é realizar junto com o paciente uma lista de situações aversivas do item que causa menos ansiedade ao que causa mais ansiedade e desconforto. Nas fases iniciais a exposição é enfrentada na companhia do terapeuta até que possa ocorrer a habituação da ansiedade. Após a exposição repetida e não eliciar altos níveis de ansiedade e desconforto, passa se ao próximo itém elencado da lista de problemas. O processo permanece até que o paciente possa enfrentar os itens com redução significativa de ansiedade e desconforto (DEL REY e PACINI, 2006).

4. Técnica Reestruturação Cognitiva:

A reestruturação cognitiva consiste em uma série de intervenções das teorias e terapias cognitivas. Os pacientes são ensinados a reconhecer seus pensamentos, realizar o teste da realidade e corrigir os conteúdos errôneos e as crenças disfuncionais. Essa reavaliação e reconhecimento das cognições distorcidas permitem que o sujeito perceba que estava hipervalorizando negativamente uma situação, desvalorizando sua competência de enfrentamento da mesma. A reestruturação cognitiva tem como objetivo ensinar o paciente observar e controlar pensamentos irracionais, exame das evidências favoráveis e contrárias aos pensamentos distorcidos. A técnica é aplicada tanto nos pensamentos que ocorrem antes, como naqueles que ocorrem durante ou após a situação temida. Diversos estudos evidenciaram que a reestruturação cognitiva é muito eficaz na fobia social, principalmente se aplicada juntamente com técnica de exposição (DEL REY e PACINI, 2006).

Roso et al (2008) enfatizam que é fundamental que se inclua no início do tratamento a psicoeducação, para esclarecimento de todas as informações que o paciente necessite sobre o seu transtorno e tratamento. A orientação familiar deve incluir sobre o manejo das dificuldades na interação com o paciente.

Os autores mencionam que o uso medicamentoso é de extrema valia no tratamento cognitivo-comportamental, pois os medicamentos, principalmente os antidepressivos, facilitam a aplicação de técnicas comportamentais. A terapia cognitivo-comportamental e a farmacologia segundo a literatura científica são consideradas hoje como as principais intervenções terapêuticas nos quadros de fobia social (DEL REY e PACINI, 2006)

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4.3 CASO CLÍNICO

Paciente de 38 anos, casado, pai de uma menina de 10 anos, dono de uma loja de decoração juntamente com sua esposa. Na loja ele não falava diretamente com os funcionários, cabendo a sua esposa esse papel. Chegando ao consultório, sua primeira fala foi

“você vai dizer que sou louco, mas meu problema é que não consigo escrever na frente de ninguém”. Menciona que foi se afastando das pessoas por isso, se esquivando por medo de escrever na frente de alguém. Com o passar do tempo começou a sentir-se mais triste, ansioso e desmoralizado devido seu problema. Procurou ajuda após precisar fazer uma certificação digital em que foi solicitado a preencher alguns dados e começou a tremer, suar, teve que inventar uma desculpa e disse que ia sair para sacar um dinheiro, para fugir da situação.

Paciente decidiu que não podia mais viver nessa situação e procurou ajuda sem ninguém saber.

Durante a avaliação foi feito o diagnóstico de fobia social circunscrita (medo grave de assinar seu nome da frente de outras pessoas) (BROERING, 2015).

OBJETIVO DO TRATAMENTO

“Fazer com que o paciente assinasse seu nome em qualquer lugar, principalmente em lojas e na presença de outras pessoas, conhecidas ou desconhecidas”. Quanto ao quadro fóbico do paciente, foi considerado importante incluir dois componentes: a exposição ao vivo, para auxilia-lo a não sentir ansiedade frente à situação aversiva e consequentemente, não as evitasse. A reestruturação cognitiva objetivou lhe ensinar uma visão mais adaptativa das situações que o deixavam desconfortável, fazendo com que aprendesse uma forma mais funcional de pensar sobre o medo de escrever seu nome diante de outras pessoas. Paciente também orientado a fazer o relaxamento (BROERING, 2015)

QUADRO 1. REGISTRO DE PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS

Situação Pensamento Sentimentos O que fez O que poderia ter feito

Entrada no parque

“Vou ter que preencher esse negócio”

Pânico Pediu para a mulher preencher

Fazer o

exercício e enfrentar

Indo para a consulta médica

“Será que terei que preencher algum

formulário?”

Medo Deu várias voltas antes de estacionar e chegou atrasado para tentar não preencher

Sentou no canto do consultório para preencher

onde não

poderia ser visto

FONTE: BROERING, 2015

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A partir do momento que o paciente passou a reconhecer suas sensações na ocorrência do ato de escrever, ele conseguiu fazer o exercício de respiração, fazendo com que as sensações sucumbissem e assim seus pensamentos ocorressem de forma mais funcional. Nas demais sessões o paciente passou a adquirir novos repertórios comportamentais. Para isso, preencheu registros de pensamentos disfuncionais, para reconhecer seus pensamentos, sensações aflitivas, sentimentos e comportamentos. Descobriu no decorrer do tratamento que não sentiu mais medo de escrever na frente da filha.

Paciente foi solicitado a fazer uma lista de problemas de forma hierárquica e a cada medo atribuir um valor de 0 a 10 de acordo com a intensidade de medo, conforme quadro 2 (BROERING, 2015).

QUADRO 2. HIERARQUIA DE MEDOS

MEDOS NOTAS

DE PERCEREM QUE TREMO 10

MEDO DO QUE OS OUTRAS PENSAM 08

LUGAR COM MUITAS PESSOAS 06

NA FRENTE DA FILHA 02

ESCREVER SOZINHO 00

Fonte: BROERING, 2015

Com a lista em mãos foi iniciado o processo de exposição. No inicio foi solicitado que para ele escrever sozinho no consultório com a saída da psicóloga. Em caso de ansiedade realizasse os exercícios de respiração ensinado anteriormente. Num segundo momento foi sugerido preencher um formulário na presença da psicóloga com uso do treino de respiração em vigência de ansiedade ou desconforto. Ao passo que o paciente passou a se controlar, a sequência de exposição de medos foi ocorrendo de forma mais manejável. Por meio do debate socrático foram questionados os motivos que pelos quais ele não se permitia falhar, e o que mudaria se as pessoas percebessem que ele falha, bem como o pior que poderia acontecer nessa situação. Em vigência de ansiedade era sempre orientado realizar as técnicas previamente aprendidas. Aos poucos foi registrando o que acontecia e como conseguia lidar com as situações, seja mudando seus comportamentos ou pensamentos (BROERING, 2015).

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RESULTADO DO TRATAMENTO

É notório que o medo de escrever em publico não existia sozinho. O paciente apresenta esse medo acompanhado de sensações aflitivas que lhe deixava mais ansioso. A partir do trabalho da psicoeducação sobre seu quadro de ansiedade, ficou mais fácil de entender como ela funcionava.

Utilizando das técnicas comportamentais de relaxamento, exposição, reestruturação cognitiva, o paciente começou a reconhecer seus comportamentos, função e como manejá-los.

A partir do momento que ele começou a se conhecer e identificar o menor sinal de ansiedade ele poderia reestruturar seus pensamentos e monitorar seus comportamentos mesmo em situações aversivas, ele começou a manejar melhor seus pensamentos e sentimentos. A conclusão bem sucedida das tarefas terapêuticas e a manutenção dos ganhos adquiridos, consequentemente, dependem da adequação da estratégia terapêutica em lidar com estes pensamentos negativos (BROERING, 2015)

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5. DISCUSSÃO

A fobia social é um transtorno de ansiedade que traz em seu bojo grandes sofrimentos.

É um transtorno ansioso que de evolução crônica, além de conhecida como passível de acarretar déficits em diferentes esferas da vida do paciente, como escolaridade, trabalho, atividades sociais. Os clínicos e pesquisadores subdividem o transtorno em tipo generalizado e circunscrito. Sendo o primeiro considerado mais incapacitante. Dos tratamentos psicológicos, a terapia cognitivo-comportamental vem ganhando maior atenção dos pesquisadores e clínicos no tratamento da fobia social, decorrente de sua eficácia e resultados duradouros. Outras abordagens foram estudadas, todavia seus resultados não apresentaram remissão do quadro fóbico como foi apresentando pela terapia cognitivo-comportamental (DEL REY e PACINI, 2005).

Corroborando com essa perspectiva, Gusmão et al (2013) descrevem a fobia social como uma ansiedade desmedida frente a distintos contextos sociais, em que o individuo teme não se não comportar de forma adequada, seja por demonstrar exacerbada ansiedade como por desempenho insatisfatório. Frente a isso o sujeito passa a emitir comportamentos de esquiva a todas as situações temidas, ou as encara com grande ansiedade e/ou sofrimento, mesmo que seu desejo seja de ter contato social. As consequências do supracitado são prejuízos acadêmicos, ocupacionais, laborais e sociais. Seu curso é marcado por prejuízos significativos e altos índices de comorbidades psiquiátricas.

Diante do explanado, ressalta-se a relevância do diagnóstico e o tratamento serem realizados o mais precoce possível, para melhor controle dos sintomas e consequentemente melhor qualidade de vida dos seus portadores (GUSMÃO et al,2013)

Seu diagnóstico correto e encaminhamento para o tratamento adequado é de suprema importância para a minimização dos sintomas, manejo do transtorno e melhor qualidade de vida. A Terapia Cognitivo-comportamental e a farmacologia segundo a literatura científica, constituem se hoje, como intervenções terapêuticas profícuas para os quadros de fobia social (DEL REY e PACINI, 2006).

É profícuo responder com ansiedade certas vivências aversivas. Para diminuir ou controlar os sintomas de ansiedade social, como seres sociais, nos preparamos para exposições, tanto na aparência como no comportamento e treinamento (aulas, apresentações, encontros amorosos etc). Dessa forma, podemos falar de ansiedade social normal, contrastando com a ansiedade patológica- a fobia social.

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Esta é uma resposta inadequada a certos estímulos, em virtude de sua intensidade excessiva, duração e sintomas. Diferentemente da ansiedade normal que é inerente a todos os seres humanos, a patológica paralisa o indivíduo, trazendo prejuízos ao seu desempenho de forma global e não permitindo que o mesmo enfrente situações ameaçadoras, ou as enfrente de forma disfuncional carregada de ansiedade e sofrimento.

Para realização deste trabalho foi observada pouca literatura que discorresse sobre a etiologia e fatores associados para a manifestação do transtorno da fobia social. Deixando, de certa forma, o trabalho menos consistente que o esperado. Porém, vale salientar, que essa revisão baseou-se somente em artigos publicados na língua portuguesa, o que pode ter limitado os resultados.

Mesmo que o transtorno de fobia social seja um dos mais incapacitantes na população geral, acredita-se que mais pesquisas na área podem auxiliar maior entendimento desse transtorno, bem como promover intervenções mais condizentes.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo discorrer sobre a fobia social, seus subtipos e os prejuízos associados a cada subtipo. Foi trazida também a contribuição da TCC como terapêutica bem aceita e vantajosa no tratamento. Foi possível evidenciar a eficácia da TCC no tratamento da fobia social, através de suas técnicas possibilitando resultados satisfatórios como foi explanado no caso clínico.

De modo geral a TCC é uma das terapias bem mais aceitas e com resultados altamente satisfatórios no tratamento da fobia social. Evidenciando remissão dos sintomas e resultados mais duradouros.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual Diagnóstico e Estatísticode Transtornos Mentais.5ª Edição. Texto revisado. Porto Alegre: Artmed; 2014.

BROERING, Camila, Volpato. Medo de escrever em público: um estudo de caso . 2007 Disponível em: file:///C:/Users/User/Favorites/Downloads/817-Texto%20do%20artigo- 3279-1-10-20160406%20(2).pdf acesso em 23/10/2018

DEL REY, Gustavo Fonseca; PACINI, Carla, Alessandra, Terapia cognitivo- comportamental da fobia social: modelos e técnicas; 2006 Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722006000200005 acesso em: 23/10/2018

GREENBERG ET AL.terapia cognitivo comportamental de grupo no tratamento da gobia social generalizada, 2007. Disponível em : https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/20551 acesso em: 26/10/2018

GUSMAO, Estefani Èlida da Silva et al,. Contribuições da terapia cognitivo- comportamental para o tratamento da fobia socia. 2013 Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872013000200007 acesso em: 20/10/2018

ITO et al. Terapia cognitivo comportamental para fobial social, 2008. Disponível em:

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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Adriana de Jesus Brito dos Santos, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-comportamental, sob o título “A eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental no Tramento da Fobia Social”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

Referências

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