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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO – FEAAC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO FEAAC

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ESTRESSE NA ATIVIDADE POLICIAL

Um estudo de caso no batalhão de policiamento comunitário - RONDA/NPC1

JOSÉ THIAGO LIMA CASEMIRO

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JOSÉ THIAGO LIMA CASEMIRO

ESTRESSE NA ATIVIDADE POLICIAL

ESTUDO DE CASO: Batalhão de Policiamento Comunitário - RONDA/NPC1

Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, contabilidade e secretariado - FEAAC como requisito parcial para conclusão do Curso de Graduação em Administração.

Orientador: Prof. Ms. Carlos Manta Pinto Araújo

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JOSÉ THIAGO LIMA CASEMIRO

ESTRESSE NA ATIVIDADE POLICIAL

ESTUDO DE CASO: Batalhão de Policiamento Comunitário - RONDA/NPC1

Esta monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Administração, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Administração, outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se à disposição dos interessados na biblioteca da referida Universidade.

Citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica.

Data de aprovação _____/_____/_____

Nota ____________________________________ ______

Prof. Ms. Carlos Manta Pinto Araújo Prof. Orientador

Nota ___________________________________ ______

Prof. Dra. Jacqueline Maciel Pombo Membro da Banca Examinadora

Nota ___________________________________ ______ Prof. Ms. José Guilherme Said Piette Carneiro

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AGRADECIMENTOS

Muitas foram as pessoas que tiveram papel importante para que fosse possível a conclusão desse curso e deste trabalho monográfico. Dessa forma, eu gostaria de agradecer e dedicar esse trabalho:

A Deus, fonte inesgotável de força e sabedoria;

Aos meus pais, Nailton e Velianir , que com muita dificuldade e paciência investiram na minha formação;

À minha esposa Mariana, que foi essencial, encorajando-me, apoiando-me e compreendendo-me;

Ao meu orientador, Prof. Carlos Manta, pela dedicação, empenho e comprometimento, como também a paciência em analisar e compreender meus escritos;

Aos colegas de turma, por terem estado tão presentes durante esses anos;

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“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”

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LISTA DE FIGURAS

Figura -1 categorias e conteúdos causadores do estresse em policiais conforme pesquisa realizada com policiais ... 16

Figura – 2 tabela mostra a presença de estresse por batalhão na PM do RN ... 17

Figura – 3 Modelo de estresse ... 19

Figura – 4 Problemas de saúde dos policiais ... 20

Figura - 5 Necessidade e satisfação ... 30

Figura – 6 Policial do Ronda com a Líder comunitária do bairro cidade 2000 ... 37

Figura – 7 Viatura do Ronda do Quarteirão ... 38

Figura – 8 Policial do Ronda do Quarteirão realizando visita comunitária ... 39

Figura – 9 O antes e o depois da criação do programa Ronda do Quarteirão ... 40

Figura – 10 Policial em ação no patinetes ... 41

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... 6

RESUMO ... 7

1. INTRODUÇÃO ... 10

2. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ... 12

2.1. Clima organizacional ... 14

2.2. O termo estresse desde a sua origem ... 18

2.3. O estresse e o trabalho ... 19

2.4. O estresse na vivencia policial ... 22

2.5. A peculiaridade da atividade policial ... 23

2.6. Os fatores estressantes ... 24

2.7. O caráter da atividade policial ... 27

2.8. Motivação no trabalho ... 29

2.9. A policia militar e sua estrutura organizacional ... 30

2.9.1 Breve contextualização da policia militar ... 32

2.9.2. A Policia Militar e o contexto político social ... 33

3. RELATO DE SITUAÇÕES DE ESTRESSE NO RONDA ... 35

3.1. Metodologia ... 35

3.1.1. Objeto de pesquisa ... 35

3.1.2. Coleta de dados ... 36

3.2.Programa de policiamento comunitário ... 37

3.3.O estresse como tema. ... 42

3.4. A tomada de decisões ... 43

3.5.Atores da pesquisa ... 44

3.6. Analise dos resultados ... 46

3.6.1. Analise das respostas dos sujeitos da pesquisa ... 47

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 52

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RESUMO

No presente trabalho, aborda-se a perspectiva do ambiente de trabalho policial. é um local onde uma pessoa vive grande parte de sua vida e por conseguinte, é submetida a diversas situações positivas e negativas, que lhe causam satisfação ou frustrações. Nele, assim como em qualquer outro, deve-se manter um clima organizacional ameno, de boa convivência e motivado pela satisfação em estar naquele ambiente. Em se tratando da Polícia Militar, é importante salientar que trata-se de uma profissão que exige múltiplas habilidades, que vão desde a cordialidade para se relacionar com uma pessoa, como a agressividade controlada para enfrentar situações com risco iminente de morte. Tem ainda, o peso dos preceitos militares com suas leis específicas, as quais desagradam muitos de seus integrantes. Pesquisa realizada acabou apontando que a extensa jornada de trabalho, bem como o serviço noturno, contribuem para alguns sintomas do estresse. Os estudos acerca do estresse, em suas varias manifestações, inclusive o ocupacional, apontam para a necessidade de uma relação aprazível entre os membros de uma organização, influenciando e sendo influenciado pelo ambiente de trabalho. Com essa pesquisa foi possível conhecer a percepção que os policiais tem sobre a contribuição do seu trabalho para os sintomas do estresse e suas motivações.

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ABSTRACT

The present work addresses the perspective of police work environment is a place where a person lives most of its life and is therefore subjected to various positive and negative situations that cause you satisfaction or frustration. In it, as in any other, must maintain an organizational climate mild, good living and motivated by the satisfaction of being in that environment. Concerning the Military Police, it is important to note that this is a profession that requires multiple skills, ranging from warmth to relate to a person, such as controlled aggression to face situations with imminent risk of death. It also has the weight of military precepts with their specific laws, which displease many of its members. Research conducted just pointing out that the extensive work day and night service, contribute to some symptoms of stress. Studies on the stress, in its various manifestations, including occupational, point to the need for a pleasant relationship between the members of an organization, influencing and being influenced by the work environment. With this research it was possible to know the perception that police officers have about the contribution of their work to the symptoms of stress and their motivations.

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1. .INTRODUÇÃO

Fortaleza é uma cidade com um elevado potencial turístico. Esse capital está sempre em festa, grandes eventos a movimentam em todas as épocas do ano. Quanto mais pessoas nas ruas, mais policiais são necessários para servir a sociedade e isso acaba por aumentar o trabalho para desses profissionais.

A Polícia Militar é responsável pela manutenção da ordem pública, e incumbida de oferecer sensação de segurança a sociedade, trabalhando para a coletividade mesmo que isso ocasione em risco de morte aos policiais.

Mesmo tendo um esforço grandioso dos gestores, ainda assim, o policial acaba se desgastando mais. Foi desenvolvido um estudo sobre a percepção que os policiais têm sobre o estresse. Uma maneira de se estudar o estresse ocupacional, de forma que os servidores públicos possam expressar sua experiência e suas convicções com relação ao assunto e sobre si mesmo.

Pensando assim, entende-se que se faz necessário manter uma interação no ambiente de trabalho que possibilite amenizar os fatores estressantes que o serviço desempenhado pelos policiais militares por si só já trazem para a saúde e o bem estar desses profissionais.

A exposição a riscos reais ou imaginários, inerentes à função de Policial Militar, remete estes profissionais ao sofrimento e ao estresse, conduzindo-os a um estado de alerta, entre outros agravos. Os profissionais que atuam perante o contato direto com assistência a outras pessoas estão mais propensas a desenvolverem estresse, que envolvem o surgimento de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais.

As razões que me motivaram a este estudo emergiram de uma grande curiosidade em compreender melhor a vida de um profissional de segurança pública daí este estudo ter por objetivo responder à seguinte questão: como os policiais militares de um Batalhão Policial Militar em Fortaleza-CE – sujeitos desta pesquisa – percebem os efeitos do estresse típico da atividade da atividade policial?

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autoestima, labilidade emocional, impaciência, dificuldades comportamentais associadas com irritabilidade, aumento de agressividade, dificuldade para relaxar, consumo de substâncias, isolamento, sentimento de onipotência, falta de interesse pelo trabalho, ironia, cinismo e risco de suicídio.

Antes de se chegar ao objeto de estudo, muito inquietações vêm à mente de um pesquisador e policial. É inquietante e assustador ao pesquisador o número de ideias soltas que não apontavam para um objetivo comum. Pensando assim, optar por pesquisar sobre algo que até então não se tinha apercebido, mas que fazia parte da sua vida, pois nada melhor do falar da atividade que se tem vivencia, no caso a de policial. Este tema sobre o qual se levanta grande curiosidade da maioria das pessoas e que remete interesse e utilidade por ser um tema que pesquisado poderá por fazer parte da vivência resultar em esclarecimento e, possivelmente, evolução profissional.

A monografia está estruturada da seguinte maneira: o primeiro capítulo, apresenta determinados conceitos que estão ligados ao tema, de acordo com a ótica de alguns autores. O segundo capítulo, trata da metodologia da pesquisa, enfocando, do mesmo modo, os meios em que a coleta de dados foi realizada, assim como a questão-problema. E, no terceiro capítulo, apresento os dados coletados e procuro analisá-los, tendo como base o corpus teórico exposto no Capítulo I. Por último no quarto capítulo tem-se as considerações finais.

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2. TRABALHO E CLIMA ORGANIZACIONAL

O termo meio ambiente foi definido, legalmente, pela primeira vez, por meio da

Lei nº 6.938/81 de 31 de agosto de 19811 em seu artigo 3º, inciso I – esta versou vários conceitos alusivos ao meio ambiente em si, sua definição legal e ainda, implementou a Política Nacional do Meio Ambiente –o qual aponta o meio ambiente como ”conjunto de

condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Vale salientar que a Constituição Federal, de 1988, não trouxe nenhuma definição de meio ambiente, contudo, é a primeira Constituição, dentre as anteriores, que possui um capítulo destinado exclusivamente ao meio ambiente, conforme se denota do Capítulo VI –Do Meio Ambiente (artigo 225), inserido no Título VIII – Da Ordem Social.

O referido conceito atinge grande amplitude, pois o legislador selecionou um conceito jurídico aberto, criando um espaço positivo de incidência da norma legal, o qual está em consonância com a Constituição Federal, que em seu artigo 225, tutela os aspectos do meio ambiente compreendido como natural, artificial, cultural e do trabalho, definindo, ainda, o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo um bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.

A Constituição de 1988 abraçou dois conceitos a cerca da questão ambiental, sendo um imediato, relativo à qualidade do meio ambiente em seu aspecto geral. O outro é tido como mediato, ou seja, a saúde, a segurança e o bem estar do cidadão, expresso nos conceitos de vida em todas as suas formas – prescrito no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/81 e em qualidade de vida predisposto no artigo 225, caput, da CF.

Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;

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III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lançem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

O meio ambiente de trabalho mencionado até então, alcança não apenas aquele que exerce suas funções com carteira de trabalho – CTPS – assinada e registrada. Transcende essa ideia e abrange de forma ampla e irrestrita, envolvendo todo trabalhador que desempenha uma atividade - remunerada ou não - pois todos são resguardados constitucionalmente, tendo direito de um ambiente de trabalho seguro e adequado, necessário à digna e sadia qualidade de vida.

O doutrinador Rocha (1997), defende que o meio ambiente do trabalho é caracterizado como a ambiência na qual se desenvolvem as atividades do trabalho humano. Ante as alterações por que passa o trabalho, o meio ambiente laboral não se resume ao micro ambiente - espaço interno – de uma fábrica ou empresa, mas se estende a sua residência ou ao ambiente urbano.

Para Mancuso (1996), o meio ambiente do trabalho tem o conceito de “habitat”

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Assim, pode ser considerado como meio ambiente de trabalho, o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, remuneradas ou não, em que o equilíbrio baseia-se na salubridade do meio e na ausência de sujeitos que influenciem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, disjunto da condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos etc.).

Considerando que o habitat laboral se revela um local que nem sempre pode assegurar o mínimo de condições para uma razoável qualidade de vida ao trabalhador, tem como consequência uma lesão ao meio ambiente do trabalho.

Sem dúvida existem lugares que são estressantes para trabalhar, isto devido às características da localidade física, a falta de estrutura recursos indispensáveis e das condições ambientais, dentre outros fatores. Porém estas contingências não podem ser motivos para o policial deixar de desempenhar seu papel. Para algumas profissões, no entanto essas condições adversas podem até relegadas a um segundo plano, por exemplo, a de um profissional de segurança pública. O policial precisa usar de artimanhas para transformar o ambiente de trabalho e isso só ocorrerá se ele tiver algum motivo para mudar as coisas ao seu redor.

2.1 Clima Organizacional

Inicialmente é importante que se entenda o que vem a ser clima organizacional (CO) na terminologia de administração. Para (BEZERRA, 2011, p. 12) “CO é a situação

em que o colaborador se encontra dentro do ambiente de trabalho, que influencia em

seu comportamento tanto positivamente como negativamente.” A mesma autora define que segundo Campello e Oliveira 2008 apud BEZERRA (2011 p. 12) que a [ ...] palavra clima origina-se do grego klimae significa tendência ou inclinação. O clima é algo que

não se pode ver ou tocar, mas ele é facilmente percebido dentro de uma organização através do comportamento dos seus colaboradores.

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variáveis intra e interorganizacionais. Há, no entanto que ao se falar em clima sem que se tenha uma noção do que vem a ser cultura organizacional Bezerra (2011) afirma que o clima e subcondição da cultura organizacional tendo por base os meios, os valores, crenças, tradições, modos de operação e personagens dentro de um ambiente organizacional.

Vasconcelos (2005) expõe que a política de recursos humanos afirma que as organizações somente terão sucesso, se os mantiverem na organização, oferecendo-lhes um ambiente organizacional positivo, ou seja, que promova a motivação e engajamento, afirma também que o clima organizacional refere-se à qualidade de um ambiente interno de uma empresa, orientando a conduta e o comportamento dos seus componentes, servindo como base para interpretar situações e agindo, também, como uma fonte de tensão que direciona as ações.

Afirma ainda Vasconcelos (2005). acerca do clima organizacional, que, uma atmosfera soturna, contaminada de desrespeito, promessas não cumpridas, falta de transparência, tirania, injustiças, entre outras, norteiam as pessoas para a desmotivação e redução do desempenho na empresa.

Assim, se a cultura organizacional for virtuosa, o ciclo que se forma resultará no aumento dos comportamentos construtivos, gerando mais produtividade e possibilitando maior qualidade de vida. Contudo, se a cultura for viciosa, o ciclo de influências arrastará a empresa para comportamentos negativos e destrutivos, prejudicando a produtividade, acarretando em maior desgaste nos profissionais e em seus relacionamentos.

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Figura 1 – categorias e conteúdos causadores do estresse em policiais conforme pesquisa realizada com policiais.

Fonte: Robbins 2002.

De uma maneira geral na figura 1 alguns dos fatores ambientais, organizacionais e individuais que agem como fontes potenciais de estresse no trabalho policial.

Robbins (2002) aponta que com relação aos aspectos individuais como fontes potenciais de estresse, têm-se a relação do indivíduo com a família e sua ligação entre o trabalho e as relações familiares. As pesquisas apontam, consistentemente, que as pessoas primam muito por seus relacionamentos familiares e pessoais e que, dependendo do tipo de relacionamento e da ligação com os aspectos do trabalho, estes podem provocar altos níveis de estresse ocupacional.

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realidade perceptível da empresa, missão da empresa, política de recursos humanos, modelo de gestão, processos comunicativos, apreciação profissional e a identificação com a empresa.

De acordo com Coda (1997), os policiais estão entre as profissões de risco para uma síndrome em que o trabalhador perde o sentido de sua relação com o trabalho (burnout), passando a apresentar uma reação de tensão emocional crônica gerada a

partir do contato direto com outras pessoas no ambiente de trabalho, experimentando três fases que variam desde uma exaustão emocional, despersonalização até falta de envolvimento pessoal no trabalho. Os entrevistados não apresentam tal quadro sintomático: estresse, tensão muscular, insônia, tontura, sensação de incompetência, apatia, tristeza e cansaço excessivo, mas enfatizaram que tais sintomas eram mais intensos quando estava no quarto dia de serviço seguidos·.

Figura 2 – tabela mostra a presença de estresse por batalhão na PM do RN.

Fonte: Revista pan-americana de saúde, 2010.

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entre unidade e presença de estresse não seja estatisticamente significativa (P = 0,0935). Contudo, a associação entre sexo e estresse foi positiva (P = 0,0337).

O estresse pode ser desencadeado por grandes e pontuais motivos, como também por inúmeros e pequenos motivos que vão se acumulando durante as ocorrências atendidas, sem que possamos perceber quando teve início.

Seja como for, a mensagem clara que nossos sistemas físico, emocional e mental estão nos enviando é a de que passamos do nosso limite!

2.2 O termo estresse desde sua origem

O termo estresse vem do latim stringere que denomina uma série de reações do

organismo causadas por agressões de ordem física, psíquica, infecciosas, entre outras capazes de afetar a homeostase2 (LAUROSSE, 2005).

A palavra estresse em tempos mais próximos do nosso, era muito usada nos campos da Engenharia e da Física com o significado de forças que agiam em determinada resistência, indicando a carga que um objeto pode suportar antes de romper-se. Atualmente estresse significa insistência, pressão. E estressado tem o significado de estar sobre pressão. Devido a suas proporções imensas, o estresse é visto como uma questão de Saúde Pública que gera gastos para as pessoas, para seus empregadores, assim como para o Estado, conforme (BUJDOSO, 2005).

O estresse origina-se a partir de uma interação que integra a pessoa com o ambiente e as circunstâncias que as envolve, sendo interpretada como ameaça ou algo que extrapole seus próprios recursos, que comprometem seu bem-estar.

Assim sendo, o conceito de estresse, remete a uma dimensão biopsicossocial, levando-se em conta os estímulos externos, como trabalho e relações sociais, e estímulos internos que correspondem ao pensamento e emoções, incluindo a resposta que o organismo emite frente a esta estimulação.

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Figura 3 – Modelo de estresse

Fonte: Osterman, 1989

O estresse está inserido no cotidiano da vida emocional dos indivíduos através de determinadas respostas emocionais, e mesmo que este termo tenha conotações negativas, um nível moderado de estresse pode ser benéfico. Neste sentido, diversas pessoas podem se beneficiar com diferentes níveis de estresse, de tal importância, que descobrir o quanto de estresse que a pessoa consegue administrar é fundamental para conceber seus efeitos diante do bem estar mental, físico e emocional.

2.3 Estresse e trabalho

O estresse no trabalho é compreendido como estímulos estressores do ambiente, respostas do organismo a eventos estressores, psicológicos, fisiológicos ou comportamentais, que são emitidos pelos indivíduos quando suas habilidades não se sobrepõem à situação, e também estímulos estressoras-respostas, os quais envolvem o impacto que os estímulos do trabalho geram nas pessoas.

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profissões são muito mais suscetíveis ao estresse do que outras, como por exemplo, policial militar.

Diante do estresse policial, torna-se comum que a corporação também esteja estressada, pois se uma pessoa se estressa no quartel, ela também pode influenciar os colegas, e assim, aos poucos, todos os policiais ficam estressados.

Figura 4 – Problemas de saúde dos policiais

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Conforme Vasconcelos (2005), no que se referem aos eventos estressores do ambiente de trabalho em ambas as profissões, podem ser citados, por exemplo, chefia intransigente e autoritária, condições físicas inadequadas de trabalho, colegas de trabalho pouco colaborativos ou excessivamente competitivos, carga horária excessiva, entre outras situações, este conjunto de fatores possibilita problemas de saúde como os que são mencionados na figura 4.

Estresse no trabalho policial envolve uma situação na qual o sujeito interpreta seu local de trabalho como ameaçador frente a sua necessidade de crescimento pessoal e profissional, ou a sua saúde física e psíquica que causam prejuízos na sua relação com o trabalho, na medida em que este se torna muito sobrecarregado para o indivíduo, ou não possui estratégias adequadas para lidar com certas ocorrências.

Portanto, deve-se levar em conta que o estresse não resulta apenas de eventos negativos, podendo haver também eventos positivos que vão eliciar uma carga emocional considerada excessiva, como por exemplo, uma promoção ou a mudança de Batalhão, em razão das responsabilidades e consequências para a vida pessoal que representam.

Vasconcelos (2005), o estresse pode ser concebido como um risco associado de formas variadas a todos os tipos de trabalho, e assim, podendo causar prejuízos à saúde e ao desempenho da atividade policial. Várias reações fisiológicas, emocionais, cognitivas e comportamentais estão relacionadas com o estresse. Dentre as mais recorrentes está a hipertensão, taquicardia, sudorese, irritação, humor depressivo, ausência de motivação, atenção e percepção diminuída, problemas de memória e aprendizagem diminuída, impulsividade, agressividade e uso de drogas.

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latentes. Com isso, podem surgir úlceras, hipertensão arterial, diabete, problemas dermatológicos, alergias, impotência sexual e obesidade.

Corrêa e Menezes (2002), esclarecem:

Em questão de minutos pode-se passar da fase de alarme ou alerta para fase de resistência. O indivíduo tenta se adaptar instintivamente ao que passa por meio de reservas de energia adaptativa que possui. Nessa fase de adaptação, o organismo requer muita energia para ser utilizada em outras funções vitais. Surgem então, sinais desgastantes, como cansaço excessivo e esquecimentos freqüentes. (p 12)

2.4 O estresse na vivência do policial

O estresse como efeito da necessidade em responder a algum estímulo, está contido em todas as fases da vida do ser humano. Vem desde a infância e estende-se por toda sua vida. é algo inevitável (CARRILLO, 2004; ZANCHIETTA e BABIERI, 2004). É perceptível que a evidência de os policiais serem suscetíveis ao estresse está ligada à sua disposição aos enfrentamentos de acontecimentos tensos (estressantes). A maneira de como a pessoa reage a eles é crucial para o desenrolar de um estado de estresse, principalmente quando a jornada está no fim.

Muitos estudiosos concordam que o termo estresse tem sido utilizado na linguagem popular constantemente e de forma aleatória como sendo qualquer circunstância causadora de qualquer tipo de mal estar. Desta forma, o estresse por diversas ocasiões é confundido com nervosismo, raiva, ansiedade, cansaço e frustração. Por esse motivo, o verdadeiro significado de tal terminologia fica comprometido, gerando inconsistência em seu real conceito.

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categoria profissional policial militar no grupo de risco: a missão constitucional de preservar a ordem pública implica atuação direta com o fenômeno social da violência.

2.5 As peculiaridades da atividade policial

A profissão de policial requer um cuidado redobrado em busca da salubridade. Além de essa ser em si mesma uma atividade que favoreça o desgaste pessoal e, consequentemente a vulnerabilidade de quem a exerce traz consigo um adicional: a arma de fogo. A familiaridade com a arma de fogo facilita o seu uso, inclusive em situações desnecessárias (que poderiam ser resolvidas sem ela), ou seja, transforma inclusive as ocorrências corriqueiras em situações potencialmente traumáticas.

Contudo, a falta dela pode transformar o policial em alvo fácil aos transgressores em busca de retaliação. Mais um preço a ser pago por aqueles tem por obrigação o uso da farda que em alguns lugares assume dimensão dramática como a abaixo no Portal Terra de notícias3:

A recente onda de violência contra policiais no Rio de Janeiro mudou a rotina dos PMS da capital carioca. Para fugir dos ataques dos criminosos, que na semana passada mataram 12 policiais, os agentes escondem a farda e evitam divulgar que atuam na área de segurança pública. [...] O medo que toma conta dos PMs faz com que muitos deles não saiam de casa fardados para o trabalho. Um deles mostrou à reportagem que esconde a farda e a arma embaixo do banco traseiro do carro para que os bandidos não o identifiquem.

Dos 12 policiais assassinados no Rio de Janeiro na semana passada, sete estavam de folga. "Mãe de policial sofre 24 horas por dia. Até quando está de folga... dormindo", afirma Maria José de Souza, mãe de uma das vítimas da última semana.

Para o comando da PM do Rio de Janeiro, as recentes mortes de policiais não estão relacionadas à ação de quadrilhas especializadas e promete estudar cada assassinato para concluir o caso.

Solomon (1993), afirma que um terço dos policiais envolvidos em tiroteio apresenta reação leve, outro terço reações moderadas e outro terço reações severas,

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quando considerada a intensidade dos sintomas decorrentes de uma situação na qual há risco de vida.

A realidade desse batalhão, responsável pelo policiamento comunitário numa região nobre de Fortaleza, traz hoje, no mínimo, uma ocorrência com tiroteio por semana. Considerando uma guarnição composta por dois homens numa viatura, a fragilidade do serviço fica muito precária. A troca de tiro pode constituir-se em uma situação que tende a produzir grave ameaça à integridade física, risco de morte e morte de fato, gerando como resposta nos indivíduos que testemunharam ou passaram por essa circunstância extrema e de forte impacto físico e emocional negativo.

Na cultura policial-militar, o reconhecimento de transtornos emocionais se torna mais difícil pelo próprio portador e pelos que estão em volta, com a constante do efetivo dos batalhões ser menor que o previsto, não raro nos deparamos com policiais fardados em pleno exercício operacional sem a mínima condição física nem psíquica de qualquer exercício profissional. Esse fato compromete ainda mais a saúde do indivíduo e as possíveis consequências sociais do seus atos inadequados.

2.6 Os fatores estressantes

É denominado estressor, o estímulo que principia uma reação estressante, podendo trazer benefícios ou malefícios que causem emoções ao indivíduo deixando marcas profundas. É também, um fato, situação, objeto ou pessoa que possibilite uma certa carga emocional, ocasionando estímulos que levam ao estresse (PAFARO e MARTINO et al., 2004).

Os fatores estressantes apresentam características variadas, as quais alcançam desde a parte emocional como: ansiedade, raiva, perda, frustração, entre outros; até aqueles que abrangem a parte ambiental, biológicas e físicas, são eles: variações de temperatura, poluição, distúrbios nutricionais, carga excessiva de trabalho.

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como: traços de personalidade, problemas afetivos; os quais refletem de forma crônica na área sentimental dos indivíduos.

As diferenças de enfrentamento de conflitos variam de pessoa para pessoa, o que esclarece que nem todos os estressores levam à mesma consequência. São diversos os fatores que podem influenciar nas reações dos indivíduos – o sexo, idade, gênero – entre outros como: cultura, dieta, nutrição, medicamentos, situações conflitantes já vivenciadas etc. Ao ser submetido a uma situação de estresse pode ocorrer a liberação de hormônios no organismo do indivíduo que causem: distúrbios cardiovasculares, relativos a parte respiratória, diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos internos, afetando até mesmo a parte vascular-cerebral.

Essas alterações tanto físicas como psicológicas podem ser ocasionadas pelo estresse no homem. Em sua pesquisa, Couto (1987) in Silva (2009) expõe as consequências físicas provenientes do estresse tais como:

 Dores musculares  Abafamento no peito

 Fadiga fácil  Palpitações

 Cefaleias  Asma

 Enfarte precoce  Dores abdominais generalizadas

 Taquicardia  Úlcera

Dores generalizadas no corpo  Artrite

 Adinamia  Urticária

 Emagrecimento  Infecções graves

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 Mãos frias  Vontade de fugir de tudo  Problemas com a memória  Problemas dermatológicos

 Boca seca  Apatia,depressão ou raiva prolongada

 Impossibilidade de trabalhar  Insônia

 Pesadelos  Aumento de sudorese

 Nó no estômago  Náusea, má digestão

 Diarreia  Tiques

 Dúvida quanto a si própria  Hipertensão arterial

 Enxaqueca  Pensar continuamente num só assunto

 Mudança de apetite  Tédio

 Dificuldades sexuais  Irritabilidade excessiva  Aumento súbito de motivação  Taquicardia

 Entusiasmo súbito  Angústia ou ansiedade

 Músculos tensos  Excesso de gases

 Tontura  Perda do senso do humor

 Hipersensibilidade emotiva  Aperto da mandíbula ou ranger dos dentes

As tensões já fazem parte da vida dos policias, tanto em seu ambiente de trabalho, quanto na vida de um modo geral. No local de trabalho eles são submetidos a desgastes emocionais que vão se tornando muito significativos para determinar desordens ligadas ao estresse, como por exemplo: fobias, depressão, ansiedade patológica, pânico, doenças gastrointestinais e psicossomáticas, etc., sendo que tais implicações trazem prejuízos ao desempenho dos profissionais no ambiente de trabalho, podendo deixá-los irritados e deprimidos.

Houtman (2008), afirma que entre as razões que levam ao estresse laboral estão:

 Ambiente de trabalho em condições impróprias,  A pressão por parte dos superiores,

 A cobrança por rapidez no atendimento,

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superiores, carreira sem perspectiva de crescimento profissional, jornada de trabalho extenso e intenso, baixa remuneração, competitividade entre colegas de trabalho, assim como a descrença em si mesmo.

O homem de um modo geral passa um terço de sua vida no ambiente de trabalho e por esse motivo, fica suscetível à situações criadoras de tensão, aflição e agressão que com o transcorrer do tempo resultar em doenças, principalmente às de origem psicossomáticas. Pensando assim, o estresse nesse contexto é um dos responsáveis pelo desgaste físico e psicológico, além de fatores como a ansiedade que causam sofrimento e sintomas psicossomáticos que podem interferir na vida profissional.

Em algumas profissões, o estresse é potencializado, em decorrência de exigências e cobranças, vindas da comunidade em geral e de superiores, como também por existirem muitas atribuições e uma limitação de permissões necessárias para a sua realização.

No contexto da Policia Militar essa situação é recorrente, seus componentes estão inseridos nos mais diversos tipos de conflitos e nem sempre tem a autorização para sanar certos casos, seja por limitação institucional, seja por limitação legal. Estas circunstancias levam a frustrações, incertezas, conflitos e insatisfação no trabalho, fatores estes, ligados diretamente ao estresse.

O estresse ocupacional é responsável por uma série de reações fisiológicas, emocionais, cognitivas e comportamentais nos profissionais, sendo os mais recorrentes a: hipertensão, taquicardia, aumento da sudorese, irritação, humor depressivo, ausência de motivação, atenção e percepção diminuída, problemas de memória e aprendizagem reduzida, comportamento impulsivo, agressividade e uso excessivo de drogas e bebidas.

2.7 O Caráter da atividade do Policial Militar

(28)

analisar os fatos. Dessa especificidade do trabalho policial pode decorrer as seguintes condições - consideradas elementos estressores:

 Tomada de decisão emergencial no local dos fatos;  Exposição a insultos e críticas do público;

 Excesso de responsabilidade;  Risco da Própria vida e do parceiro;

 Situações que requerem o emprego de força física;  Matar alguém no cumprimento do dever;

 Ter que cumprir leis desagradáveis;  Exposição ao suborno e outras tentações;  Receber apoio inadequado do supervisor;  Notificar a morte de pessoas;

 Necessidade de dirigir em alta velocidade para prender criminosos;

 Trabalhar com equipamento de poder de dissuasão inferior aos dos meliantes que enfrenta;

 Ver crianças e adultos espancadas ou mortas, ou sentindo dor;  Sofrer ferimentos em serviço;

 Enfrentar situações que envolvem o desconhecido;

 Enfrentar situações de violência sexual contra mulheres e crianças;  Responder a um processo-crime em andamento;

 Ter que agir como policial contra pessoa do sexo oposto;  Confronto com multidões agressivas;

 Falta de esclarecimentos suficientes para o serviço a que foi designado;  Combate rotineiro com criminosos (tiroteio)

 Contato com colegas que não desempenham adequadamente o serviço;  Sofrer acidente com a viatura;

 Sofrer violência física;

(29)

Atuar em problemas sociais que não pode resolver;

2.8 Motivação no trabalho

Na atualidade, as organizações buscam constantemente o melhoramento de seus produtos ou serviços. São fatores como a concorrência pesada e estruturada, o nível de conhecimento de seus clientes, que aumentou, e cada vez mais eles exigem

“perfeição”. Seja na área privada ou na pública, as organizações necessitam concentrar

suas atenções em seus colaboradores, pois são eles que de forma direta ou indireta dependendo do ramo da atividade, são os verdadeiros responsáveis pela produção do produto e/ou elaboração do serviço, fazendo com que estes melhorem seus desempenhos a organização sentirá os efeitos positivos advindos desta mudança. É pensando sobre estes fatores que se percebe a importância do trabalhador sentir-se motivado no ambiente de trabalho.

Podemos entender que o homem está sempre buscando maneiras para completar sua satisfação, afinal todos querem ter auto realização na vida, além das outras questões. No âmbito do PM, não é diferente. O policial sempre tentará desenvolver o seu serviço da melhor maneira possível, para que assim possa ser promovido e alcançar uma patente maior na corporação.

(30)

Figura 5 – Necessidade e satisfação

Fonte: Chiavenato 1997, p.84

Na dinâmica que envolve qualquer trabalho podem ocorrer relações de ambivalência entre o sofrimento e o prazer. Pode-se afirmar que no dia-a-dia do policial, os serviços prestados estão intimamente ligados à violência, sofrimento, agressão, entre outras coisas. Os entrevistados (policiais) do Ronda cometam que o perigo e risco que corre todos os dias são os maiores riscos da profissão e que o risco de perder a vida continua sendo o maior de todos

A motivação é desenvolvida pelo individuo a partir de sua experiência de vida e se suas interações com outros indivíduos e com o ambiente. Essas necessidades existem, em graus diferentes, em todos os indivíduos, de forma que a hierarquia das necessidades, na teoria. A maioria das pessoas descobriu que tem algum grau de cada uma dessas necessidades em seus procedimentos, mas raramente com a mesma intensidade.

Assim, a forma de atuação de um indivíduo no trabalho será determinada pelo quanto o individuo é forte ou fraco em cada um desses três tipos de necessidades.

Vasconcelos (2005), explica que compreender que a motivação está ligada as necessidades já ajuda bastante a entender a complexa mecânica do comportamento humano. Fazer uma lista exaustiva de necessidades humanas, no entanto, é impraticável. Já que elas são especificas de pessoas e grupos.

(31)

As deficiências administrativas tanto internas quanto externas, a distancia entre os tomadores de decisão e os executores, a demasiada centralização da autoridade, a rigidez burocrática, a multiplicidade de órgãos agindo nos mesmos problemas e, os conflitos gerados dentro da própria organização, ocasionam para o profissional, casos como:

 Mudanças de turno dia/ noite;

 Ser designado para novas funções não conhecidas;  Ser punido disciplinarmente;

 Enfrentar sistema judiciário deficiente;  Ser exonerado;

 Ser expulso;

 Saber da expulsão de colega;

 Ser designado para um serviço sem informação suficiente;  Receber apoio inadequado do sistema;

 Ter sobrecarga de trabalho;  Competir para promoção;

 Ver criminosos colocados em liberdade, por questões burocráticas;  Ser impedido de usar a criatividade por ter que seguir normas e manuais;  Excesso de burocracia;

 Falta de reconhecimento por bons serviços prestados;  Ser promovido ou elogiado;

 Ser preterido na promoção no processo decisório;  Receber salário insuficiente ou inadequado;  Pressão política no departamento;

 Pressão política fora do setor de trabalho;  Ter um segundo emprego;

 Sofrer investigação interna em suas atividades profissionais;  Incompatibilidade com o superior;

(32)

 Contar com número insuficiente de policiais para despenhar adequadamente o serviço;

 Ser submetido a disciplina excessiva ou inapropriada;  Ver a apatia pública para com a polícia;

 Mudanças frequentes de atividade ou de local de serviço;

 Trabalhar com policiais que não desempenham bem suas funções;  Pouca possibilidade de ascensão na carreira;

 Gerenciar sem os recursos necessários;

 Receber cobrança do superior quanto ao desempenho;  Exigência de altos padrões de moral;

 Conflito entre teoria e prática.

Além desses fatores que são parte integrante do trabalho policial militar, ainda tem circunstâncias que extrapolam o horário normal de serviço, por conta de atendimentos em andamento, assim como outras situações imprevisíveis.

Vale salientar que: ao ingressar na Polícia Militar o indivíduo passa por um processo de readaptação, no qual o seu comportamento é modificado para atender as necessidades da instituição de forma rígida, provocando assim um distanciamento do contexto social no qual estava inserido.

A cultura organizacional influencia em grande escala o comportamento dos homens que atuam na instituição, por ser militarizada ainda guarda muitos resquícios do regime ditatorial, em que as mudanças no ambiente organizacional ocorrem de forma lenta e enfrentando muitas resistências internas.

Ao ingressar na Polícia Militar, o aluno, se depara com algo totalmente diferente do que estava acostumado. A rigorosa disciplina e as astúcias para a aquisição dela

causam uma grande estranheza. O simples termo “militarismo” já assusta muitos.

O exercício para a incorporação dos valores institucionais é praticado a todo instante para que ao término do curso de formação, o agente de segurança pública ou servidor público possa atender as expectativas institucionais.

(33)

A Polícia Militar do Estado do Ceará é uma instituição com 178 anos de existência, sendo denominada inicialmente como embrião da Policia Militar. Naquela época, a Polícia Militar era responsável por caçar escravos fugitivos e defendia apenas os interesses políticos da época. Por isso, muitas mudanças ocorreram na instituição, inclusive seu objetivo, que de algoz de escravos, tornou-se um instrumento de manutenção da ordem pública e defensora dos interesses coletivos relacionados à segurança. Trata-se de uma instituição calcada nos pilares da hierarquia, disciplina e respeito às leis e, por esse motivo, antes mesmo de seguir um regulamento específico, tem por obrigação cumprir o que rege a Constituição Federal. (Polícia Militar do Ceará).

PMCE 2013, a atividade fim da Polícia Militar é o policiamento ostensivo, tendo como escopo a preservação da ordem pública, assegurando o bem comum e garantindo os direitos individuais e coletivos, principalmente. Para tanto, tem uma estrutura extremamente formal. A instituição delega poderes de acordo com o grau hierárquico.

Para o serviço operacional, são designados desde soldados até oficiais subalternos, os quais mantêm contato direto com os cidadãos e praticam diversas modalidades de policiamento. Os oficiais, de um modo geral, têm a função de comandar os militares na prestação de serviços à sociedade enquanto que cabe aos soldados, atuarem, diretamente nos conflitos.

A Polícia Militar opera vinte e quatro horas, ou seja, ininterruptamente. Para manter o ciclo sem interrupções, a instituição busca manter uma escala de serviço alternando os horários de trabalho dos policiais. Atualmente o Ronda faz o revezamento da seguinte forma: trabalha-se (8) horas durante 4 dias e em contrapartida folga-se 48 (quarenta e oito) horas de descanso

2.9.2 A Polícia Militar e o Contexto Político Social

(34)

resolvidas por outros setores Estatais e como se dá o enfrentamento por parte dos agentes de segurança pública, aqui representados pelos policiais militares.

(35)

3. RELATO DE SITUAÇÕES DE ESTRESSE NO RONDA

O presente capítulo aborda o caso propriamente dito e está subdividido em uma descrição da metodologia e o caso abordando as condições de estresse no RONDA.

3.1 Metodologia

A metodologia para extrair as informações necessárias, foi elaborada questionamentos para que um percentual considerável dos policiais atuantes no serviço operacional do Ronda do Quarteirão contribuísse, com suas convicções a respeito do assunto abordado. Este trabalho foi desenvolvido graças a contribuição de policiais militares, os quais se propuseram a responder as indagações sobre o estresse decorrente do serviço policial militar.

3.1.1 Objeto de Pesquisa

Esta pesquisa trata do estresse decorrente do serviço operacional desempenhado por policiais militares. Os fatores que podem resultar em estresse nos policiais, sejam eles referentes a jornadas de trabalho extensas, pressões no ambiente de trabalho, falta de suporte na manutenção da saúde física e psicológica, clima organizacional desfavorável, entre outros fatores. O meio ambiente de trabalho pode agrupar várias pessoas de diversos lugares, culturas e classes sociais.

Pessoas que buscaram naquela instituição, uma vida melhor, seja atuando em um serviço que lhe cause satisfação, ou mesmo pela expectativa pecuniária, o que lhe oportunizaria uma maior qualidade de vida. Contudo fatores adversos podem frustrar tais expectativas de forma perceptiva ou não. O local em que o estudo foi realizado, foi um Batalhão de Polícia Militar em Fortaleza-CE.

O objeto do estudo visa conhecer a percepção que os componentes do Batalhão sobre o estresse e as sugestões de possíveis mudanças que amenizariam os sintomas do estresse.

(36)

encontrados, não são alarmantes, contudo, existe um grande número de policiais afastados de suas funções sob a alegação de problemas psicológicos.

A partir do estudo acima é importante descrever uma citação de Andrews (2003,

p.24).Ele diz que: “se não fosse pelo estresse não haveria ser humano, ou mesmo qualquer outra criatura neste planeta”. Ele ainda acrescenta dizendo que o estresse é uma reação biológica em todos os animais, desenvolvida através de milhões de anos de evolução, para salvar suas vidas numa emergência.

Faz-se necessário que cada vez mais haja uma preocupação no modo de conduzir os processos de mudanças que ocorrem, principalmente, na área trabalhista, pois, nos diversos setores têm surgido exigências mais rígidas em relação a tudo que se refere ao novo e que acabam exercendo um profundo impacto sobre a ansiedade e o estresse, consequentemente,das pessoas.

3.1.2 Coleta de dados

As informações deste estudo, foram adquiridas por meio de questionário semiaberto e aberto aplicados aos policiais militares lotados em um batalhão policial militar de Fortaleza-Ce. Foi utilizada também a observação para dar melhor suporte à pesquisa.

O questionário direcionado aos policiais militares foi efetivado com as respostas dadas pelos atores da pesquisa, os quais foram orientados a preencher tais indagações sobre o estresse decorrente de suas atividades, bem como por conseqüência das relações em seu ambiente de trabalho, valorizando as reais opiniões dos policiais, objetivando tornar este estudo o mais consistente possível.

É perceptível aos agentes de segurança que sua profissão exige diferentes habilidades físicas e mentais? Existe a observância nas condições de trabalho ou na falta delas, possibilitando a eles os requisitos necessários para exercer suas funções satisfatoriamente e ainda, poderem viver com qualidade?

(37)

proporcionam, trazendo satisfação em trabalhar em determinada organização, ou a falta de motivação.

3.2 O Programa de Policiamento Comunitário - Ronda do Quarteirão

Com uma concepção de polícia ostensiva diferente da polícia tradicional, o Ronda do Quarteirão iniciou suas atividades, como projeto piloto, no final de 2007, em alguns bairros da capital cearense e em parte do município de Maracanaú, como proposta do Governo do Estado do Ceará, nessa época sob o comando de Cid Gomes. O projeto adotou o slogan "Polícia da Boa Vizinhança", atendendo à comunidade, 24

horas por dia, de maneira ostensiva e preventiva, trabalhando pela manutenção da paz e da ordem pública de uma forma amistosa com a comunidade local, conforme figura 6.

.

Figura 6 - Policial do Ronda com a Líder comunitária do bairro cidade 2000.

Fonte: Arquivo Pessoal, 2013.

(38)

qualidade. Além destas viaturas conta ainda com 205 motos Honda, modelo Falcon 450 cilindradas (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, 2009).

Cada viatura policial é responsável por uma área que mede de 1,5 a 3 km2 de extensão, no máximo. Cada uma dessas áreas é patrulhada por uma equipe de oito a 12 policiais especialmente treinados, que revezam em três turnos de oito horas por dia. O Programa elegeu como centro de confluência dos interesses comuns de segurança um núcleo urbano geo-referenciado, onde existe um número de telefone que corresponde ao número da viatura.

Figura 7 - Viatura do Ronda do Quarteirão

Fonte: Governo do estado do ceará

(39)

fazendo dos agentes de segurança pública, agentes transformadores da pacificação social.

Na concepção do Programa Ronda foram estabelecidos focos prioritários como: a criação de polícia de proximidade, a utilização do uso legal e proporcional da força, por meio do irrestrito respeito aos direitos humanos, a qualificação em consonância com a utilização de tecnologia avançada e a interação com a comunidade.

O Ronda, tem fundamento na filosofia de polícia comunitária, em que a interação com a comunidade é realizada por meio de visitas às residências, escolas, condomínios, praças e outros. A permanência da mesma equipe de policiais em cada área de serviço proporciona aos moradores um laço de confiabilidade perdido pelo policiamento tradicional.

Figura 8 – Policial do Ronda do Quarteirão realizando visita comunitária

Fonte: Arquivo Pessoal, (2013).

Após seis meses de implantação do Programa Ronda do Quarteirão, o jornal O Povo/Datafolha realizou em 2008, pesquisa com 816 pessoas com faixa etária acima

(40)

Studart (2009) realizou uma comparação entre os dois momentos: antes do ronda do quarteirão e depois do ronda do quarteirão, para avaliar as mudanças obtidas, conforme figura abaixo:

Figura 9 - O antes e o depois da criação do programa Ronda do Quarteirão

(41)

agravando sua falta de motivação para o policial tem em trabalhar em um batalhão cheios de críticas.

O trabalho da equipe do Ronda do Quarteirão está pautado na premissa de transmitir ao cidadão a sensação de segurança, pois o policial estará sempre por perto, realizando rondas a pé, de bicicleta, de motocicleta, de patinete ou por meio de viaturas apropriadas.

Figura 10 – Policial em ação no patinetes (Segway)

Fonte: cc4

Studart (2009) diz que existiram algumas tentativas de implantação do policiamento comunitário no Brasil, mas observa-se que os principais avanços foram no estado do Ceará, que, devido a relatos exitosos da população em relação ao programa Ronda do Quarteirão, tem servido de exemplo para outros estados brasileiros, fazendo com que despertasse a curiosidade nos governantes de outros estados em conhecer de perto essa experiência. No entanto, destaca-se que essa experiência também pode dar certo em todo o país, podendo ser uma alternativa para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira; mas destaca-se, ainda, que muito há que ser feito, visto que o novo conceito de polícia mexe com os valores de um povo em relação à segurança.

4

(42)

Podemos expressar conforme as respostas dos policiais, por meio dos trechos a seguir:

“problemas de comunicação interna, relação superior-subordinado e falta de

liberdade criativa”.

“perceber que por mais que se esforce o serviço não é reconhecido, nem por

meus colegas e nem pela sociedade.”

“a falta de profissionalismo dos companheiros.” “a burocracia do militarismo “

“manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

“este é o lema; falta de condições de trabalho; o monitoramento, a discrepância entre o salário do Cel. para o SD.”,

“determinações indevidas.”

“problemas pessoais de outras pessoas.” e “a falta de clareza acerca das determinações,

Tudo isso são fatores para o estresse.

Figura 11 - Hierarquia

Fonte: Andrews (2003)

3.3 O estresse como tema

(43)

como em uma cordial orientação a um turista; como a agressividade de forma controlada para repelir e impedir a ação de um ladrão. Ter a sabedoria e tratar de forma igual, os diferentes agindo proporcionalmente com cada situação e pessoas envolvidas. .

3.4 A tomada de decisões em um batalhão de Polícia Militar

A Polícia Militar está inserida na esfera estadual e é extremamente formal. As decisões são tomadas pelos oficiais superiores responsáveis por essas incumbências. A hierarquia é seguida rigorosamente desde a cúpula da Polícia Militar até os policiais que executam diuturnamente a atividade fim da instituição que é a manutenção da ordem pública, sendo impostas responsabilidades a cada policial, o qual atende sempre a um comandante imediato seguindo determinações e orientações do militar responsável pelo serviço diário que coordena as práticas efetivas nos policiamentos.

A figura do líder é muito importante para a eficácia de uma organização, mas o exercício da liderança exige responsabilidade, pois tanto pode ser a alavanca de uma empresa, como a sua destruição.

Conforme Mortiz e Pereira (2006): Líder é uma pessoa que possui um grau inusitado de poder para criar condições nas quais outras pessoas devem viver se mover e ter o seu ser – condições que podem tanto ser tão iluminadas quanto o céu ou sombrias quanto o inferno. Um líder é uma pessoa que deve ter especial responsabilidade pelo que acontece dentro de si mesmo, dentro de sua consciência, para que o ato de liderança não crie mais mal do que bem.

Nesse sentido entendemos que o comandante, mesmo que de um número reduzido de pessoas, deve preocupar-se com seu comandado assim como cuida de si mesmo, oportunizando, assim, uma relação de confiança para que não torne o ato de liderar algo obscuro e sem sentido.

(44)

autoritarismo, sentindo-se onipotente, determinando ações, sem a preocupação de promover a solução de conflitos.

3.5 Atores da pesquisa

O Batalhão de Policiamento Comunitário em estudo é composto por cerca de 198 (cento e noventa e oito) policiais, contudo o efetivo que realmente está exercendo suas funções é de aproximadamente 136 (cento e trinta e seis) policiais. Isso se deve ao grande número de dispensas para tratamento de saúde, policiais que são alocados em outros órgãos, realizando cursos, entre outros. O setor administrativo possui um efetivo de 10 (dez) policiais.

O estudo foi realizado no ano de 2013 entre Abril e Julho em que foram submetidos a um questionário, parte do efetivo de um Batalhão PM em Fortaleza-Ce.

As informações abaixo aponta o perfil dos policiais militares entrevistados. Vale notar a ausência de policiais do sexo feminino haja vista que estas, no Núcleo de Policiamento Comunitário (NPC1) estudado não participam do serviço operacional.

a) Perfil dos Policiais Militares com base nos questionários:

Total de participantes

Praças (soldados e cabos) 30

Os atores sociais alvos desta pesquisa foram orientados a citarem apenas as iniciais de seus nomes, pois não seriam alvo de análise.

Idade

De 21 a 30 anos 20

De 31 à 40 anos 9

(45)

Sexo

Masculino 29

Feminino 1

total 30

Estado Civil

Solteiro 20

Casado 10

Considerando um universo de noventa policiais militares atuantes no serviço operacional, somente uma dos entrevistados é do sexo feminino.

Grau de Escolaridade

Ensino Médio 18

Ensino Superior Incompleto 4

Ensino Superior Completo 8

Em relação ao nível de escolaridade, 60% deles têm o ensino médio completo, o restante, 40% estão cursando ou já concluíram o nível superior.

Tempo de Serviço

De 02 a 5 anos 11

De 6 a 10 anos 19

Tempo no Serviço Operacional

Até 05 anos 11

De 06 a 10 anos 19

(46)

Em se tratando do serviço operacional policial militar, 38% têm até cinco anos de serviços prestados na área operacional, 62% já entraram na categoria que compreende o período entre 06 e 10 anos, são os grandes guerreiros que já ultrapassaram os seis anos de efetivo serviço operacional trazendo consigo grande experiência nas relações entre os colegas, como nas resoluções das ocorrências policiais.

Escala de Serviço

12 X 36 horas 0

12 X 24-12X48 horas 0

4 dias / 2 dias - 30

.

Todos os trinta policiais entrevistados, ou seja, cerca de 100% do efetivo empregado no serviço operacional, concorrem a escala de serviço 4 dias trabalhos por duas folgas.

Essas estatísticas relacionadas aos plantões demonstram a preocupação do comando do batalhão estudado em buscar alternativas que minimizem o esgotamento físico e mental decorrentes de uma demasiadamente longa jornada de trabalho, oferecendo menos prejuízos a saúde dos policiais e maior satisfação e eficiência nas ações policiais. O que resulta em uma melhor prestação de serviço ao público alvo da instituição que é a sociedade.

3.6 Análise dos resultados

(47)

empresa, causando entre outras coisas o estresse, tema abordado com prioridade nessa pesquisa.

Baseado nas entrevistas por meio de questionários aplicados aos policiais militares do Ronda atuantes no serviço operacional foram expostas as opiniões dos atores sociais sujeitos desta pesquisa acerca de sua percepção do estresse decorrente da atividade policial militar.

Tal atividade, vem servida de peculiaridades que a diferencia de tantas outras profissões, a exposição à violência, por exemplo, é algo a ser considerado, no que diz respeito ao estresse, assim como as extensas jornadas de trabalhos e mudança constante de turno de serviço, que acabam por afetar o profissional, física e mentalmente.

Uma das peculiaridades que atraem muitas pessoas a profissão de policial militar é justamente este último termo, o qual remete a vigor, postura, autoridade, principalmente pela ostentação de um uniforme e uma arma de fogo.

Em contrapartida, repelem tantos outros candidatos, bem como policiais já inseridos na corporação, mas que não se ambientaram com o regime. Alguns destes buscaram e buscam outras profissões. Existem também aqueles que trabalham insatisfeitos por comporem uma instituição militar, em que há a centralização de poder, a tão discutida hierarquia com seus regulamentos específicos.

Por conta de tudo que já foi explicitado neste estudo, é que serão expostas as opiniões dos policiais militares alvos da pesquisa, acerca da motivação e o estresse decorrente de tal labor.

3.6.1 Análise das respostas dos sujeitos da pesquisa

Todas as respostas enunciadas abaixo estão de acordo com as perguntas constantes no questionário.

a) O que você pensa sobre a sua escala de serviço? Você proporia alguma mudança?

A maioria respondeu: Inadequada, a maioria pedia por mais folgas, ou um turno fixo.

(48)

Dentre as sugestões para a escala de serviço, algumas delas foram destacadas:

“um tempo maior de descanso para entrar novamente de serviço com a cabeça vazia e pronto pra trabalha” , “deveríamos adequarmos a carga horária de CLT” “ A escala é

inadequada do ponto de vista da falta de respeito ao período reservado a folga, que em sua maior parte é ocupada com outras atividades militares.

A maioria considera a escala de serviço inadequada, contudo, expressam sua opinião quanto a possíveis melhorias na jornada de trabalho.

b) Você acha seu trabalho estressante?

Você acha seu trabalho estressante? Das respostas 89%Sim e 11% Não.

Os 89% que acreditam estar em uma profissão estressante responderam o porquê desse estresse, conforme ilustrado por meio de alguns recortes de suas respostas, como segue:

“As vezes, por ter que tratar com pessoas e não ter treinamento que possibilite uma melhor interação com o público.”

“Além de termos nossos problemas, temos que gerir os dos outros.”

c) Como você se sente após uma jornada de trabalho?

Aqui estão algumas das respostas dos entrevistados:

“A maioria respondeu cansado;” “desgastado e estressado.”

As respostas foram similares, sendo que a maioria alegou estar:

“muito cansado, principalmente quando tiro serviço à noite,” “Cansado físico e mentalmente.”

(49)

d) O que mais lhe estressa em seu ambiente de trabalho?

As respostas que mais se repetiram foram:

Desvalorização; hierarquia, monitoramento e a intolerância dos superiores.

e) Você pratica atividade física? Com que frequência?

Você pratica atividade física? Sim 80% e Não 20%

f) Percebeu alguma mudança comportamental após o ingresso na instituição? Qual (is)?Percebeu alguma mudança comportamental após o ingresso

na instituição? Sim 72% e Não 28%

g) Você sofre de Estresse? Não 50% e Sim 40% destes 10%não Responderam

Para aqueles que responderam positivamente, que tem estresse, seguem alguns comentários que explicam o porque dessa percepção:

“pouca paciência para resolver as coisas” “As vezes fico muito irritado”

“Devido a carga de trabalhos pessoais e profissionais”

Aos que responderam que não sofrem de estresse disseram que:

“Me sinto bem com meu trabalho”

“não tem nada comprovado pelos médicos”

h) O que você faz para amenizar o estresse?

Atividade física Família

Passeio/Lazer Estudar

Algumas considerações dos entrevistados:

“Busco forças na minha família”

(50)

i) Você tem ao seu dispor algum suporte psicológico oferecido pela instituição a qual pertence? De que tipo?

100% dos entrevistados afirmaram não ter recebido nenhum suporte psicológico por parte da PM.

j) Você faz ou já fez algum tratamento médico psicológico? Qual o motivo? Por quanto tempo? Sim 84% e Não 16%

Contudo não informaram por qual motivo e por quanto tempo.

k) Gostaria de acrescentar algo ao questionário?

Em destaque, algumas respostas dos policiais pesquisados:

“que os nossos direitos fossem respeitados da mesma forma que os deveres são

cobrados”,

“ aumento salarial e uma melhor escala de serviço.”

(51)

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa possibilitou a verificação do conhecimento que os policiais militares do Ronda do quarteirão participantes desse estudo têm em relação ao assunto motivação e estresse, tido como consequência do trabalho exercido por eles.

Considerando a importância da atuação dos policiais para a segurança da sociedade, este estudo vislumbra a necessidade de pensar políticas públicas voltadas para esses profissionais, visando medidas preventivas, educativas e promotoras de saúde e bem-estar.

Alguns fatores como a pressão sofrida no ambiente interno do trabalho por conta da responsabilidade que se deve ter profissionalmente, somada aos perigos de exposições às situações que envolvem dano a saúde, a vida e ao bem comum, podem provocar males à saúde dos policiais que mesmo buscando manter uma vida normal fora do ambiente de trabalho, acabam por trazerem consigo sintomas relacionados ao estresse. Muitas vezes a mudança de comportamento só é percebida por terceiros. Os servidores públicos acreditam que o Estado tenha que tomar certas medidas sobre o assunto, pois é uma organização com altíssimo número de colaboradores, devendo trabalhar com a prevenção.

O resultado desta pesquisa, ainda que parcial, foi atingido com base nas respostas dos policiais entrevistados que claramente: percebem os efeitos do estresse típico da sua atividade da atividade policial.

Buscando uma melhor qualidade de vida aos agentes públicos, o percentual de policiais militares estudada, não mencionou em nenhum momento receber ou ter recebido em algum momento suporte institucional relacionado ao estresse.

(52)

5. REFERÊNCIAS

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BERGAMINI, C. W.; CODA, R. Psicodinâmica da vida organizacional. 2. ed. São

Paulo, Pioneira, 1997.

BEZERRA, Aline de Sousa Clima organizacional: fatores que influenciam na empresa xyz. Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Administração da

Universidade Federal do Piauí – UFPI, em cumprimento parcial das exigências para obtenção do título de Bacharel em Administração. Disponível em

http://www.ufpi.br/subsiteFiles/admpicos/arquivos/files/ALINE%20DE%20SOUSA%20.p df acesso em 24.07.2013.

BUDJOSO. Y. L. V. Dissertação como estressor: em busca de seu significado para o mestrando de enfermagem. 2005. 230f. Dissertação (Mestrado em Ciências)- Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

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Imagem

Figura 1  –  categorias e conteúdos causadores do estresse em policiais conforme  pesquisa realizada com policiais
Figura 2  –  tabela mostra a presença de estresse por batalhão na PM do RN.
Figura 3  –  Modelo de estresse
Figura 4  –  Problemas de saúde dos policiais
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