BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MARCIELA ALVES FARIAS
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS IMPOSTAS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NO SETOR DE PROTOCOLO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
NATAL, RN 2021
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS IMPOSTAS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NO SETOR DE PROTOCOLO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Estágio Supervisionado III do curso de graduação em Administração Pública a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para fins parciais de avaliação.
Orientadora: Lucila Moura Ramos Vasconcelos, D, Sc.
Co-orientadora: Bianca Josefa Ribeiro de Oliveira, Esp.
NATAL, RN 2021
Farias, Marciela Alves.
Mudanças organizacionais impostas pela Pandemia do Covid-19 no setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte / Marciela Alves Farias. - 2021.
59f.: il.
Monografia (Graduação em Administração Pública) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, de Ciências Sociais Aplicadas, Curso de Administração Pública. Natal, RN, 2021.
Orientadora: Profª. Dª. Lucila Moura Ramos Vasconcelos.
Coorientadora: Tutora Esp. Bianca Josefa Ribeiro de Oliveira.
1. Pandemia - Monografia. 2. Mudança organizacional -
Monografia. 3. Teletrabalho - Monografia. I. Vasconcelos, Lucila Moura Ramos. II. Oliveira, Bianca Josefa Ribeiro de. III.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.
RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 35
Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS IMPOSTAS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NO SETOR DE PROTOCOLO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, composta pelos seguintes membros:
Aprovada em: ____/_____/____
_____________________________________________________________
Profª. Lucila Moura Ramos Vasconcelos, D, Sc Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Orientador
_____________________________________________________________
Profª M. Sc. Dalliane Vanessa Pires Andrade Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Membro
_____________________________________________________________
Profº. Dr. Thiago Ferreira Dias
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro
Desde meados de janeiro de 2020, o mundo vem enfrentando a pandemia do vírus SARS- CoV-2, também chamado de Covid-19. O vírus afetou pessoas de todo planeta causando muitas mortes e exigindo que alguns hábitos fossem adotados. Para se adaptar a esse novo cenário, as empresas e as organizações públicas tiveram que se ajustar e promover ações imediatas que ajudassem a minimizar os impactos da pandemia. Uma das medidas foi a adoção do teletrabalho. O objetivo desse trabalho é compreender as mudanças organizacionais geradas pela pandemia do Covid-19 na Diretoria de Expediente, setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, tendo em vista elencar as medidas de gestão adotadas pela Diretoria de Expediente durante a pandemia do covid-19, diagnosticar as formas de trabalho desenvolvidas no setor no cenário pandêmico, traçar o perfil sociodemográfico dos servidores da Diretoria de Expediente e analisar a percepção dos servidores com relação ao teletrabalho durante o isolamento. A metodologia adotada trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, realizada por meio de um estudo de caso, pesquisa bibliográfica e documental coma aplicação de um questionário com os servidores da Diretoria de Expediente do TCE/RN. A partir dos dados da pesquisa conclui-se que a (DE) conseguiu manter a maioria suas atividades no período de isolamento com a adoção do teletrabalho, os servidores da diretoria de expediente são na maioria acima dos 55 anos de idade, trabalham há mais de 10 anos no setor, seu vínculo é estatutário e grande parte não exerceu o teletrabalho durante o isolamento imposto pela a pandemia de Covid-19.e que na percepção dos servidores essa modalidade trouxe mais pontos positivos do que negativos.
Palavras-chaves: Pandemia, Teletrabalho, Mudança Organizacional, Diretoria de Expediente, TCE/RN.
1 PARTE INTRODUTÓRIA ... 7
1.2 OBJETIVOS ... 9
1.2.1 Objetivo geral ... 9
1.2.2 Objetivos específicos ... 9
1.3 JUSTIFICATIVA ... 9
1.4 APRESENTAÇÃO ... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICOE CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA EMPÍRICA ... 12
2.1 MEDIDAS GOVERNAMENTAIS FRENTE ÀPANDEMIA DOCOVID-19 ... 12
2.1.1 MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA REALIZADAS NO ÂMBITO FEDERAL ... 13
2.1.2 AÇÕES GOVERNAMENTAIS REALIZADAS PELO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FRENTE À PANDEMIA ... 14
2.2MEDIDAS ADOTADAS PELO TCE/RN NO CENÁRIO PANDÊMICO COVID-19 15 2.2.1 A DIRETORIA DE EXPEDIENTE (DE) NO CENÁRIO COVID-19 ... 16
2.3 MUDANÇA ORGANIZACIONAL ... 17
2.4 TELETRABALHO ... 18
3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 22
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 23
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ... 23
3.4 COLETA,TRATAMENTO E ANÁLISEDE DADOS ... 24
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 24
4.1 Medidas de gestão adotadas pela diretoria de Expediente durante a pandemia do Covid- 19 ... 24
4.2 Formas de trabalho desenvolvidas no setor no cenário pandêmico... 25
4.3 Perfil sociodemográfico dos servidores da Diretoria de Expediente ... 26
4.4 Percepção dos servidores com relação ao teletrabalho durante o isolamento ... 32
4.4.1 Meios e recursos tecnológicos ... 32
4.4.2 Mudanças na rotina pessoal ... 35
4.4.3 Mudanças no ambiente profissional ... 38
5 CONCLUSÃO ... 42
ANEXO I –DE_RALATÓRIO DE ATIVIDADES_TCERN_4° TRIMESTRE_202054 ANEXO II – ESCALA DE HORARIO (COVID) - DE – 2021 ... 58
1 PARTE INTRODUTÓRIA
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO
Desde meados de janeiro de 2020, o mundo vem enfrentando a pandemia do vírus SARS-CoV-2, também chamado de Covid-19. “A partir disto, as organizações passaram a se planejar para o retorno das suas atividades, buscando implementar as novas normas de saúde em suas rotinas, com o intuito de não pôr em perigo seus colaboradores” BARNES e SAX apud COELHO (2020, p. 2).O vírus afetou pessoas de todo planeta causando muitas mortes e exigindo que alguns hábitos fossem adotados. O uso de máscara, e o uso de álcool em gel para higiene das mãos e distanciamento social são medidas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção de infecção por Coronavírus.
As consequências dessa nova realidade podem ser notadas em todas as esferas da sociedade, sendo as áreas da saúde e econômicas as mais afetadas. Por isso, muitas medidas com foco no enfrentamento precisaram ser tomadas. Na área da saúde, cientistas de todas as partes do mundo correm contra o tempo para produzir vacinas e medicamentos eficazes para o tratamento da doença. Médicos e demais profissionais da saúde enfrentam o problema acompanhado ainda de muitas incertezas. Na área econômica, a criatividade e a união tiveram que caminhar juntos, uma vez que muitas empresas tiveram que encerrar suas atividades e consequentemente, jogar milhares ao desemprego e ao assistencialismo governamental.
Em notícia publicada o dia 23 de outubro de 2020 no portal G1 destaca que o Brasil encerrou o mês de setembro com 13,5 milhões de desempregados, cerca de 3,4 milhões a mais que em maio, o que representa uma alta de 33,1%. A taxa de desemprego ficou em 14%.
(SILVEIRA, 2020)
Os impactos da pandemia da Covid-19 trazem repercussões econômicas negativas assimétricas, de natureza transescalar e intertemporal, gerando efeitos na economia mundial que ressoam em distintos graus de sensibilidade e vulnerabilidade macroeconômica dos países e microeconômica das cadeias globais de produção e consumo (SENHORAS, 2020).
Para se adaptar a esse novo cenário, as empresas e as organizações públicas tiveram que se ajustar e promover ações imediatas que ajudassem a minimizar os impactos da pandemia.
Como resposta a nova realidade, diante dos avanços da pandemia de Covid-19, o governo brasileiro adotou algumas medidas de enfrentamento ao vírus e publicou no dia 30 de
janeiro o Decreto nº 10.211 (2020), dispondo sobre o Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. Em 3 de fevereiro declarou-se Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, conforme Portaria nº 188 (2020).
As diversas organizações, para poder se manter ativas adotaram a modalidade de teletrabalho. Nesse contexto, CASTRO (2020, p. 1061) afirma que “de maneira articulada com as estratégias disponibilizadas pelo governo, as organizações utilizam recursos para reduzir os impactos da pandemia. Entre esses recursos, destaca-se os ambientes digitais”.
No Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte não foi diferente, foi adotado o modelo de teletrabalho com a otimização das ferramentas tecnológicas em virtude da Portaria n° 094/2020-GP/TCE, do dia 17 de março de 2020, publicada no Diário Eletrônico do TCE/RN de 18/03/2020. Essa medida deu suporte à disponibilização de serviços online como emissão de certidões negativas e protocolo eletrônico entre outras ações com foco no distanciamento social imposto pela pandemia.
O TCE é o órgão responsável pela fiscalização do uso do dinheiro público, em complemento à atividade fiscalizadora do Poder Legislativo (Assembleia Legislativa e Câmaras de Vereadores).
Dentre os diversos setores que compõem a estrutura do TCE está a Diretoria de Expediente, que, para poder atender as suas demandas internas e externas seguiu as premissas do órgão e passou a funcionar com atividades de teletrabalho exercidas por alguns servidores do setor. Essas medidas foram exclusivas até o final do mês de julho do ano de 2020 deixando de ser com a retomada gradual das atividades presenciais iniciadas no dia 03 de agosto do mesmo ano.
A Diretoria de Expediente é responsável pelo setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, além do setor de arquivo. A DE é responsável entre outras atribuições, pela autuação, digitalização e distribuição para os setores competentes, dos processos e documentos que chegam ao TCE/RN.
Diante do cenário apresentado, surge a necessidade de análise dos impactos que as adaptações feitas na pandemia causaram ao setor de protocolo. Setor este que é ligado à Diretoria de Expediente (DE). Pensando nas consequências atuantes no setor, é de grande importância para a adequação à realidade, saber, quais as mudanças organizacionais impostas pela pandemia do Covid-19 no setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Compreender as mudanças organizacionais impostas pela pandemia do Covid-19 na Diretoria de Expediente, setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte.
1.2.2 Objetivos específicos
a) Elencar as medidas de gestão adotadas pela Diretoria de Expediente durante a pandemia do Covid-19;
b) Diagnosticar as formas de trabalho desenvolvidas no setor no cenário pandêmico;
c) Traçar o perfil sociodemográfico dos servidores da Diretoria de Expediente do TCE/RN; e
d) Analisar a percepção dos servidores com relação ao teletrabalho durante o isolamento.
1.3 JUSTIFICATIVA
A declaração de Tedros Adhanom, diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, de que a organização elevou o estado de contaminação da doença causada pelo novo Coronavírus (Covid-19) para pandemia, reforçou a situação de emergência sanitária decretada desde o dia 03 de fevereiro de 2020. Com efeito, tal declaração repercutiu na Administração Pública, ensejando a adoção de medidas temporárias de prevenção ao contágio determinadas pelo Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte, além de causar impactos na atuação do TCE/RN e respectivamente na Diretoria de Expediente.
As mudanças atingem empresas em diferentes níveis, pressionando para que se reinventassem, trabalhando com horários alternativos, adiantando períodos de férias, fazendo escalas de serviços e como medida principal de trabalho, o home office e teletrabalho (CEPELLOS, 2020). Neste contexto, o estudo justifica-se por ser um tema muito atual.
Espera-se que o estudo auxilie no entendimento do processo, incluindo o registro das
mudanças e inovações adotadas na gestão de pessoas e de processos, e contribua para a construção do conhecimento sobre as novas práticas de rotinas organizacionais, levando em consideração ser um estudo de caso desenvolvido em uma diretoria pertencente a uma instituição bem conceituada.
Com isso, esse estudo irá proporcionar um conhecimento interno a respeito das medidas postas em prática pelo setor de protocolo do TCE/RN, no enfrentamento da pandemia. Inclusive, à própria pesquisadora que vivenciou diretamente essas mudanças.
Essa pesquisa pretende ainda colaborar para que organizações públicas compreendam a percepção dos servidores/colaboradores com relação às medidas adotadas durante a pandemia, como a do teletrabalho, o rodízio e a conciliação de trabalho em Home Office e presencial. Além disso, a pesquisa irá contribuir para produções acadêmicas relacionadas aos impactos da pandemia do Covid-19 em ambientes de trabalho. E, assim sendo, novas medidas poderão ser adotadas para melhorar o desempenho dos servidores de forma a buscar mais eficácia e efetividade nas demandas impostas ao setor.
1.4 APRESENTAÇÃO
O tema dessa pesquisa está voltado para identificar as mudanças organizacionais impostas pela pandemia do Covid-19 no setor de protocolo do Tribunal de contas do Estado do Rio Grande do Norte. A presente pesquisa está dividida em cinco capítulos. No primeiro deles consta a Parte Introdutória, na qual estão descritas além da apresentação do trabalho, sua contextualização e problema, o objetivo geral e os objetivos específicos, além da justificativa do estudo. O capítulo seguinte apresenta o Referencial Teórico que foi desenvolvido em tópicos que ajudam a nortear a pesquisa, apresentando temas da literatura já publicada sobre o mesmo assunto.
Já no capítulo 3, aborda-se a forma de elaboração do trabalho e sua Metodologia, identificando-se o tipo de pesquisa, a população e a amostra, o processo de coleta de dados, bem como o instrumento de coleta e a forma de tratamento dos dados. O quarto capítulo traz a Análise dos dados, que versa, sob a luz da teoria, sobre os resultados obtidos após a utilização de técnicas estatísticas aplicadas aos dados coletados.
O último capítulo trata das Conclusões e Recomendações, assim como expõe também as limitações deste estudo e sugere novas pesquisas. As Referências Bibliográficas apresentam as obras, os autores e fontes, em geral, que serviram de embasamento teórico para
este trabalho. Finalmente, tem-se o Apêndice, no qual está presente o instrumento utilizado para a coleta dos dados.
2 REFERENCIAL TEÓRICOE CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA EMPÍRICA
O referencial teórico possibilita a fundamentação e a consistência ao estudo. Tem a função de nortear a pesquisa, apresentando um embasamento da literatura já publicada sobre o mesmo tema. Em outras palavras, “referencial teórico é um resumo de discussões realizadas por outros autores e autoras sobre determinado assunto” (MENEZES, 2020).
Essas discussões constantes na literatura ajudam o pesquisador a alcançar conhecimentos e orientações que trazem fundamentos para os temas propostos para a pesquisa. Os temas discutidos são organizados em tópicos e facilitam o entendimento.
2.1 MEDIDAS GOVERNAMENTAIS FRENTE ÀPANDEMIA DOCOVID-19
Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. O termo “pandemia” se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de Covid-19 em vários países e regiões do mundo. Com efeito, tal declaração repercutiu na Administração Pública, ensejando a adoção de medidas temporárias de prevenção ao contágio determinadas Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte, além de causar impactos na atuação do TCE/RN e respectivamente na Diretoria de Expediente.
De acordo com Ministério da Saúde, no dia 13 de setembro de 2021 o mundo já registrava 224.322.544 casos confirmados, sendo 4.625.974 mortes confirmadas. O Brasil chegou a marca dos 21.006.424 casos confirmados e 587.066 mortes e 20.076.733 recuperados. No estado do Rio Grande do Norte o número de casos já ultrapassava os 366 mil e havia o registro de 7.296no total de números de mortes.
Com isso, ressalta-se que medidas econômicas e sociais voltadas para o enfrentamento e contenção do Coronavírus precisaram ser postas em prática em todo o país. Um esforço adotado pelos poderes das três esferas governamentais, nos âmbitos federal, estadual e municipal. Decretos Governamentais foram publicados ao longo do período pandêmico e alguns deles serão destacados nos subtópicos a seguir.
2.1.1 MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA REALIZADAS NO ÂMBITO FEDERAL
No Brasil, o Governo Federal adotou medidas urgentes em função da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus. Com o objetivo de canalizar a atuação dos órgãos e instituições públicas na luta contra a pandemia.
Com esse propósito o governo brasileiro adotou a medida por meio do Decreto nº 10.211 (2020), dispondo sobre o Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. No dia 3 de fevereiro declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, conforme Portaria nº 188 (2020). Em 22 de março, editou a Medida Provisória nº 927 (2020), que trata de medidas trabalhistas alternativas para enfrentamento do estado de calamidade pública como adoção de antecipação de férias individuais, concessão de férias coletivas, aproveitamento e adiantamento de feriados, utilização de banco de horas, interrupção de obrigações administrativas em saúde e segurança no trabalho, suspensão do recolhimento do FGTS, e orientação para o uso do teletrabalho. Essa MP foi reconhecida pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020.
Todas essas medidas puderam ser utilizadas pelas organizações para minimizar os impactos dos prejuízos econômicos e preservação dos contratos de trabalho.
Outras medidas importantes foram adotadas em outras áreas sociais com o intuito de amenizar os impactos causados pela pandemia, entre elas podemos destacar a MP nº 944 (2020) que foi instituído o Programa Emergencial de Suporte a Empregos, destinado à realização de operações de crédito com empresários, sociedades empresariais e sociedades cooperativas para o pagamento da folha salarial dos seus empregados. E a Lei n° 13.982 de 2 de abril de 2020 que alterou a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e dispôs sobre parâmetros adicionais de caracterização da situação de vulnerabilidade social para fins de elegibilidade ao benefício de prestação continuada (BPC), e estabeleceu medidas excepcionais de proteção social à população brasileira em situação mais vulnerável durante o período de enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do Coronavírus (Covid-19). Esta Lei instituiu o chamado auxílio-emergencial, que foi repassado em parcelas mensais, através da Caixa Econômica Federal.
O auxílio financeiro emergencial ajudou a minimizar os problemas de subsistência de trabalhadores autônomos, das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e das pessoas cadastradas no Cadastro único (CadÚnico) do Governo Federal.
2.1.2 AÇÕES GOVERNAMENTAIS REALIZADAS PELO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FRENTE À PANDEMIA
O primeiro caso confirmado de infecção pelo Coronavírus no estado do Rio Grande do Norte foi registrado no dia 12 de março de 2020. Nessa data, as equipes técnicas de saúde também anunciaram que havia outros 17 casos suspeitos.
De acordo com o site do governo do estado do RN, no final de fevereiro de 2020 houve um diálogo com os demais Poderes, prefeitos, com a iniciativa privada e algumas ações foram adotadas, tais medidas foram: Termos de Ajustamento de Conduta com os Ministérios Público Estadual e Federal; criação de um Comitê Científico da SESAP; articulação com os demais governadores do Nordeste, por meio do Fórum de Governadores; pleiteou junto ao Ministério da Saúde e outros setores do Governo Federal mais recursos, para ampliação de leitos clínicos e críticos exclusivos para o tratamento da Covid-19; fez contratação de pessoal;
pagou extra para os profissionais de saúde que estão na linha de frente; comprou insumos e equipamentos; fortaleceu a articulação entre Estado e Municípios, tendo como linha de frente o Pacto pela Vida e todas as forças de segurança do Estado; construiu uma rede de apoio aos mais necessitados, com distribuição maciça de máscaras, cestas básicas, e abriu linhas de crédito para apoiar os pequenos e médios empreendedores.
Após a confirmação dos primeiros casos de Covid-19 no estado, o governo do RN adotou - além das medidas já citadas, outras medidas focadas principalmente no distanciamento social. No dia 30 de março de 2020 publicou o Decreto n° 29.512 que suspendeu por 30 dias o atendimento presencial do público externo que poderia ser prestado por meio eletrônico ou telefônico, as atividades de capacitação, de treinamento ou de eventos coletivos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta que reunissem 100 ou mais pessoas e a participação, a serviço, de servidores ou de empregados públicos em eventos ou em viagens internacionais ou interestaduais; estabeleceu prioridade para tramitação dos processos de teletrabalho de servidores e empregados públicos que forem portadores de doenças respiratórias crônicas, gestantes tiverem filho menor de um ano ou forem maiores de 60 anos entre outras providências.
Em 29 de março, foi decretado estado de calamidade pública, em virtude da pandemia do novo Coronavírus, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. Permitindo o aumento de gastos públicos para medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública.
Durante a maior parte da pandemia de Covid-19, o governo do RN adotou ações mais voltadas para restrições e suspensões como o distanciamento social com fechamento de
grande parte do comércio, escolas públicas e privadas, toque de recolher com horário estabelecido e restringiu serviços públicos considerados não essenciais.
A retomada gradual das atividades econômicas ocorreu no início do mês de julho de 2020. E para isso ocorresse de forma segura, foi publicado o Decreto n° 29.794, de 30 de junho de 2020 que dispôs sobre as medidas de saúde e a política de isolamento social rígido para o enfrentamento do novo Coronavírus (Covid-19) durante a retomada gradual responsável das atividades econômicas no âmbito do Rio Grande do Norte, prorrogou a suspensão das atividades escolares presenciais e deu outras providências. Antes disso, em 4 de junho o Decreto Estadual n° 29.742 estabelecia o cronograma para essa retomada.
As medidas voltadas para o distanciamento social e que visavam evitar aglomerações e diminuir a circulação e o contágio do Coronavírus afetaram em muito o setor econômico que apresentou no ano de 2020, índices negativos como a taxa de desemprego.
Em 2020 foi registrada a maior taxa de desocupação dos últimos nove anos. O estado do RN apresentou uma taxa de 15,8% enquanto o Brasil apresentou 13,5% no mesmo período (LEANDRO, 2021).
2.2MEDIDAS ADOTADAS PELO TCE/RN NO CENÁRIO PANDÊMICO COVID-19
Após publicação no Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte, do Decreto Governamental n° 29.512 de 13 de março de 2020, que suspendeu, inicialmente por 30 dias, o atendimento presencial nos órgãos ou entidades da administração direta e indireta, o TCE/RN precisou agir rápido para que as atividades do órgão fossem minimamente prejudicadas.
Foi nesse contexto que o TCE/RN adotou medidas, à princípio temporárias e através da Portaria n° 094/2020-GP/TCE estabeleceu medidas preventivas para a redução dos riscos de contaminação com o Coronavírus (Covid-19) no âmbito do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande Norte.
A partir disso, no TCE/RN passou a ser executado o modelo teletrabalho, houve a otimização das ferramentas tecnológicas que viabilizou serviços online, como a emissão de certidão negativa e o protocolo eletrônico, entre outros, bem como o modelo de sessão tele presencial, transmitida pela internet.
As medidas adotadas pelo órgão foram efetivas uma vez que seus serviços puderam ter continuidade durante todo o período de isolamento imposto pela pandemia do novo Coronavírus.
2.2.1 A DIRETORIA DE EXPEDIENTE (DE) NO CENÁRIO COVID-19
A Diretoria de Expediente é responsável pelo setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, além do setor de arquivo. A DE é responsável entre outras atribuições, pela autuação, digitalização e distribuição para os setores competentes, dos processos e documentos que chegam ao TCE/RN.
Essa diretoria conta com 27 funcionários entre servidores, efetivos (12), ocupantes de cargos em comissão (1), cedidos de outros órgãos (5), estagiários (6) e terceirizados (3).
A Diretoria de Expediente atuou, nesse último biênio, dentro das diretrizes anuais estabelecidas no PDA. Foram executadas ações como:
• Tornou eletrônicos 100% dos processos em tramitação no Tribunal;
• Digitalizou cerca de 3000 processos, dentro da política de Gestão Documental do TCE;
• Disponibilizou a Certidão de Nada Consta no sítio eletrônico do TCE/RN; e
• Criou o Protocolo Eletrônico.
Essas ações foram otimizadas e ajudaram a viabilizar a efetividade das atividades do setor e do Tribunal durante o período de isolamento. Pois permitiu a segurança da informação, o envio eletrônico de peticionamentos e documentos por meio do site do TCE/RN.
Durante a pandemia de Covid-19, a Diretoria de Expediente teve que se adaptar à nova realidade e seguir as diretrizes imposta pelo TCE/RN e pelas autoridades de saúde.
Nessa conjuntura, em 18 de março de 2020, foi adotado no TCE o teletrabalho que passou a ser exercido por alguns dos servidores da DE, em virtude de no setor algumas atividades serem realizadas exclusivamente de forma presencial, como no processo de digitalização de documentos e processos.
Durante o período de isolamento as principais atividades que continuaram a ser realizadas à distância foram:
• Autuação de processos e documentos enviados pelos canais digitais disponíveis no site do TCE/RN (Portal do Gestor, Portal e-TCE e e-mail);
• Distribuição de processos e documentos para os setores do Tribunal; e
• Verificação dos dados e emissão das Certidões de Nada Consta.
Foi dada continuidade às atividades nessa modalidade exclusivamente até o final de julho de 2020. Em 3 de agosto, o setor passou a funcionar de forma presencial com a retomada gradual autorizada pela Resolução n° 011/2020-TCE de 28 de julho de 2020 que dispôs sobre o Plano de Retomada das Atividades Presenciais do Tribunal de contas.
A retomada se deu de forma gradual, e com restrições relacionadas à quantidade de pessoal para manutenção do distanciamento seguro para evitar possíveis contaminações por Coronavírus.
Com isso, voltaram a ser executadas atividades como: atendimento presencial ao público externo; recebimento e autuação de documentos físicos; digitalização dos documentos entregues de forma física no protocolo do TCE; retomada da digitalização dos processos localizados no arquivo; retomada do protocolo físico realizado internamente, como entrega de correspondências dos correios para os gabinetes e demais setores; e retomada das atividades administrativas rotineiras do setor.
Em 10 de junho de 2021 foi publicada a Resolução n° 013/2021-TC que autorizou a volta dos servidores pertencentes ao grupo de risco que foram vacinados com as duas doses do imunizante para Covid-19. Com isso, foi elaborada uma planilha com uma escala contendo os dias que os servidores afastados voltariam ao trabalho presencial. Alguns cumprem escala às segundas, quartas e sextas-feiras em uma semana e na semana seguinte estão presentes nas terças e quintas-feiras.
2.3 MUDANÇA ORGANIZACIONAL
As mudanças acontecem constantemente na vida pessoal e no âmbito empresarial.
Com a pandemia da Covid-19, a forma que se trabalhava teve que ser modificada e foi necessário se adaptar e se reinventar mudando conceitos e formatos de acordo com as necessidades apresentadas.
A cultura organizacional permeia o cotidiano organizacional, sendo permanente e compartilhada. É construída para lidar com assuntos que se referem à adaptação e à integração da organização, mobilizando aspectos comportamentais, cognitivos e emocionais, que juntos
influenciam a capacidade da empresa para encarar desafios (ABREU; ITUASSU;
GOULART, 2015).
Segundo Wood Jr. (2000), mudança organizacional pode ser definida como qualquer transformação, seja ela estrutural, estratégica, cultural, tecnológica e/ou humana, que cause impacto em algumas partes ou em toda a organização. O autor afirma que mudar não é mais uma opção, pois, considerando o contexto atual, existe uma necessidade das empresas apresentarem uma postura proativa em relação às mudanças.
De acordo com Lima e Bressan (2003p. 25):
Mudança organizacional é qualquer alteração, planejada ou não, nos componentes organizacionais – pessoas, trabalho, estrutura formal, cultura – ou nas relações entre a organização e seu ambiente, que possam ter consequências relevantes, de natureza positiva ou negativa, para a eficiência, eficácia e/ou sustentabilidade organizacional.
Nesse sentido, podemos definir objetivamente mudança organizacional como o processo de adaptação das empresas a forças para mudanças por meio da alteração no modo com que realiza e desenvolve suas atividades organizacionais (ROBBINS, 2010).
A principal barreira encontrada para a implementação de uma mudança organizacional é a resistência à mudança, que pode ser caracterizada como qualquer comportamento de um indivíduo ou grupo de indivíduos que busca manter o “status quo” quando surge uma pressão para mudança (HERNANDEZ; e CALDAS, 2001), seja ela de hábitos, atividades, processos, e etc. A resistência a mudança pode advir de fontes individuais e organizacionais.
Contudo, a realidade imposta pela pandemia de Covid-19 exigiu a implementação de mudanças e adaptações voltadas para a continuidade das atividades. Uma das medidas que proporcionou essa continuação foi a modalidade de teletrabalho.
2.4 TELETRABALHO
A modalidade de teletrabalho é uma forma de trabalho que já existe há algum tempo e ganhou maior adesão no cenário pandêmico que o mundo vem enfrentando desde meados de janeiro de 2020, pois a mesma possibilita que as atividades do ambiente de trabalho sejam
desempenhadas à distância, sem precisar que o trabalhador se desloque até seu local de trabalho.
Alguns autores conceituam o teletrabalho como trabalho à distância, trabalho em casa, trabalho virtual, escritório virtual, dentre outras (GIGLIO; GALEGALE e; AZEVEDO, 2016). De acordo com Leite; Lemos; Schneider (2019), o teletrabalho é uma forma de trabalho flexível e remoto, uma vez que traz a flexibilização do horário e localização por meio da utilização das TIC’s.
Essa modalidade além de ajudar a manter o distanciamento social exigido pela pandemia, ela tende ainda a auxiliar na redução de custos, aumento da produtividade e aproveitamento do tempo para a demanda de atividades.
Pensando nisso, Filardi, Castro, & Zanini apud Castro et al. (2020, p. 1061)afirma que:
O teletrabalho é uma opção para alcançar objetivos organizacionais, ainda que haja desafios para implementação, como as adversidades de infraestrutura tecnológica, dificuldade de adaptação, perda de vínculo com organização, dificuldade de comunicação, incerteza sobre a avaliação e falta de reconhecimento.
Isso reforça a ideia de que “o teletrabalho denota desafios para sua implementação e gestão, uma vez que, a modalidade não é adequada para todas as circunstâncias” Messenger apud Castro et al. (2020, p 1061).
Seguindo o mesmo raciocínio Leite; Lemos; Schneider citado por Sandri; Souza; Pylro et al. (2019) afirmam que o teletrabalho pode provocar impactos positivos e negativos nas organizações e/ou nos indivíduos. Dentre os impactos positivos se tem: redução de gastos e estresse com deslocamento; equilíbrio entre trabalho e família; redução de interferências de colegas de trabalho; aumento da qualidade de vida no trabalho; e aumento da satisfação do trabalho.
Reforçando o pensamento desses autores, Barreto Junior e Silva (2015, p. 37-38) trazem uma afirmativa acerca das vantagens deste regime de trabalho:
As vantagens desta forma de execução de trabalho, para o teletrabalhador, estão relacionadas à redução de custos pelo fato de viver no mesmo local ou muito perto de onde trabalha, melhora na qualidade de vida, maior flexibilidade de horários de trabalho, desempenho profissional mais autônomo e relação mais próxima à família.
Enquanto que para o empregador são vantagens: a redução de custos e maior produtividade.
Como impactos negativos da modalidade teletrabalho, Leite; Lemos; Schneider discorrem: interações sociais reduzidas e isolamento social; invasão do espaço familiar;
distração com a família ou com as atividades domésticas; aumento de pressão;aumento de horas trabalhadas; exaustão do trabalho; e perda de espírito de equipe.
Franco Filho (2018, p. 180) citado por Lima (2020)fez um resumo bastante completo em sua obra sobre as desvantagens presentes no trabalho remoto:
Existem, porém, desvantagens para a empresa: dificuldade em controlar/supervisionar o trabalho, resistência à mudança, falta de empenho de alguns trabalhadores, redução dos graus de agregação dos empregados como forma de valorizar a empresa, investimentos associados face à adaptação de novo local para o trabalhador desenvolver sua teleatividade, riscos quanto à segurança de dados da empresa.
[...] e, desvantagens para o trabalhador: isolamento social e profissional, redução de oportunidades profissionais, dificuldade em elaborar um contrato de trabalho específico (apesar das regras existentes), e problemas familiares com confusão do local de trabalho com residência, quando for o caso, e, nessa hipótese, com o trabalho em casa, acaba o lazer.
No cenário pandêmico esses impactos negativos podem ser elevados, pois além das consequências já denominadas, temos segundo Medeiros e Campos (2020, p. 34) “impactos na saúde mental dos colaboradores que passam por experiências desagradáveis como:
necessidade de afastamento no âmbito do trabalho, afastamento de amigos e familiares, incertezas, tédio, medo e até vivência de processos de luto pela morte de entes queridos acometidos pelo novo Coronavírus”.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia trata-se de detalhar os instrumentos e procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa. Em um nível aplicado, examina, descreve e avaliam métodos e técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de informações, visando ao encaminhamento e à resolução de problemas e/ou questões de investigação.
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 14).
A seguir temos o quadro 01 – Síntese da estratégia da pesquisa, que é um instrumento que traz de forma estruturada a lógica da pesquisa. Nele está exposto o título do trabalho, o problema da pesquisa, os objetivos geral e específicos e os métodos que serão utilizados para o alcance e a análise dos mesmos.
Quadro 01 – Síntese da estratégia da pesquisa.
Título
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS IMPOSTAS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NO SETOR DE PROTOCOLO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
Problema de pesquisa Quais as mudanças organizacionais impostas pela pandemia do Covid-19 no setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte?
Objetivo geral
Compreender as mudanças organizacionais impostas pela pandemia da Covid-19 na Diretoria de Expediente, setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte.
Objetivos específicos Coleta de dados Análise de dados
a) Elencar as medidas de gestão adotadas pela Diretoria de Expediente durante a pandemia do Covid-19
▪ Observação;
▪ Documentos institucionais.
▪ Observação in loco; e
▪ Análise dos documentos do TCE-RN dos quais a Diretoria de Expediente apoiou suas ações no período pandêmico.
b) Diagnosticar as formas de trabalho desenvolvidas no setor no cenário pandêmico;
▪ Observação;
▪ Documentos institucionais.
▪ Questionário utilizando o software Google Forms
▪ Após a coleta dos dados quantitativos, esses serão tabulados em uma planilha eletrônica e em gráficos gerados pela própria plataforma e em seguida serão analisados estatisticamente e
interpretados. A análise e resultados desses dados serão apresentados em tópicos de acordo com as questões decorridas nos questionários.
c)Traçar o perfil sociodemográfico dos servidores da Diretoria de Expediente do TCE/RN; e
▪ Questionário utilizando o software Google Forms
▪ Após a coleta dos dados quantitativos, esses serão tabulados em uma planilha eletrônica e em gráficos gerados pela própria plataforma e em seguida serão analisados estatisticamente e
interpretados. A análise e resultados desses dados serão apresentados em tópicos de acordo com as questões decorridas nos questionários.
d) Compreender a ▪ Questionário utilizando o ▪ Após a coleta dos dados quantitativos,
percepção dos servidores com relação ao teletrabalho durante o isolamento
software Google Forms esses serão tabulados em uma planilha eletrônica e em gráficos gerados pela própria plataforma e em seguida serão analisados estatisticamente e
interpretados. A análise e resultados desses dados serão apresentados em tópicos de acordo com as questões decorridas nos questionários.
Fonte: Elaboração própria (2021).
3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Tomando como ponto de partida o objetivo da pesquisa que é - Compreender as mudanças organizacionais impostas pela pandemia do Covid-19 na Diretoria de Expediente, setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, o método adotado será de pesquisa qualitativa de caráter descritivo, realizada por meio de um estudo de caso, pesquisa bibliográfica (em livros, artigos científicos, dissertações, legislação) e documental (fontes primárias, documentos institucionais).
De acordo com Minayo (2001), a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, e corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Ou seja, esse método trata da magnitude dos fenômenos, e das singularidades dos significados.“As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou então estabelecimento de relações entre variáveis. Levantam opiniões, atitudes e crenças de uma população”. (GIL, 2002, p. 41- 42).
Esse mesmo autor traz uma ideia de pesquisa caracterizada como estudo de caso.
Afirmando que esse tipo de pesquisa “Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”. (GIL, 2002, p. 54).
Nessa mesma linha de raciocínio, Yin (2005, p.32), afirma que o estudo de caso consiste em “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real”
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Os sujeitos da pesquisa foram os colaboradores que compõem o quadro de servidores da Diretoria de Expediente (DE), setor de protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte TCE-RN. A amostra corresponde ao total da população que foi de 27 servidores.
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA
Para alcançar os diversos objetivos dessa pesquisa, analisou-se de documentos institucionais e aplicou-se um questionário como instrumento de coleta de dados. O primeiro método voltado para levantar informações da direção do setor (DE) que serviu de base para esclarecer o primeiro objetivo específico que é Elencar as medidas de gestão adotadas pela Diretoria de Expediente durante a pandemia do Covid-19 e o segundo objetivo Diagnosticar as formas de trabalho desenvolvidas no setor no cenário pandêmico. O questionário foi respondido pelos demais colaboradores da Diretoria de Expediente para alcance do terceiro e do quarto objetivo específico proposto nessa pesquisa Traçar o perfil sócio demográfico dos servidores da Diretoria de Expediente do TCE/RN e Analisar a percepção dos servidores com relação ao teletrabalho durante o isolamento.
O instrumento de coleta de dados aplicado foi baseado na pesquisa realizada em 2020 por PANDINI e PEREIRA, publicada no Caderno de Administração da Universidade Estadual de Maringá (CAdm). O questionário é composto por vinte questões fechadas e abertas, distribuídas em quatro etapas. A primeira etapa consiste na obtenção dos dados dos participantes com foco no perfil destes, a segunda etapa busca saber dos meios e recursos tecnológicos utilizados pelos teletrabalhadores da (DE), em seguida, temos a terceira etapa que busca identificar as mudanças na rotina pessoal durante o teletrabalho e por último, a quarta etapa busca identificar as mudanças no ambiente profissional dos servidores.
Das quatro etapas contidas no questionário, a primeira foi respondida por todos os servidores da Diretoria de Expediente, e os dados serviram para alcance do terceiro objetivo específico dessa pesquisa. As demais etapas foram destinadas para os servidores que praticaram o Teletrabalho em algum momento da pandemia de Covid-19 e com os dados dessas etapas conseguiu-se alcançar o quarto objetivo proposto.
Segundo Gil (2008, p. 121) “o questionário é uma técnica de investigação composta por um número elevado de questões, e que tem por objetivo conhecer opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciadas”.
3.4 COLETA,TRATAMENTO E ANÁLISEDE DADOS
A coleta dos dados bibliográficos foi realizada por meio de documentos institucionais disponíveis nos sítios eletrônicos e em documentos internos disponibilizados pelos responsáveis pela Diretoria de Expediente do TCE/RN. Os dados do questionário foram coletados entre os dias 19 e 23 do mês de agosto de 2021 de forma online. Para a aplicação desse instrumento foi utilizado o software Google Forms, por ser de fácil manuseio e apresentar os resultados de forma simplificada, a partir dos dados obtidos foi realizada análise dos resultados. Após a coleta dos dados, esses foram tabulados em uma planilha eletrônica gerada automaticamente pela plataforma Google Forms e em seguida interpretados.
O método online de aplicação se deu pela distância entre o aplicador da pesquisa e os respondentes, uma vez que parte dos colaboradores da (DE) encontra-se em isolamento e afastamento do trabalho. Além disso, a ferramenta simplifica a coleta e posteriormente a análise dos dados coletados.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A análise e interpretação dos resultados está estruturado em 4 tópicos de acordo com os objetivos da pesquisa.
4.1 Medidas de gestão adotadas pela diretoria de Expediente durante a pandemia do Covid-19
Para o alcance desse objetivo específico foi utilizada análise de documentos institucionais disponíveis no site do TCE/RN e documentos internos da diretoria disponibilizados pelos responsáveis do setor. De acordo com levantamento feito nesses documentos, houve mudanças e adaptações às demandas internas e externas da (DE). Para essas últimas, o TCE/RN aprimorou os serviços online como: Portal e-TCE para protocolo de
documentos e processos e cadastro de usuários gerenciadores, cidadãos comuns e advogados;
e solicitação e emissão de certidão negativa. Esses serviços são vinculados à Diretoria de Expediente e a utilização desses recursos proporcionou que o setor continuasse atendendo as demandas solicitadas.
Essas mudanças organizacionais foram feitas seguindo a linha de raciocínio de Lima e Bressan (2003 p. 25):
Mudança organizacional é qualquer alteração, planejada ou não, nos componentes organizacionais – pessoas, trabalho, estrutura formal, cultura – ou nas relações entre a organização e seu ambiente, que possam ter consequências relevantes, de natureza positiva ou negativa, para a eficiência, eficácia e/ou sustentabilidade organizacional.
Para atender as demandas internas, a direção passou a utilizar ferramentas e recursos tecnológicos para manter a comunicação com os demais setores do tribunal e com os servidores do protocolo que estavam aptos a desenvolver atividades em home Office. Foram utilizadas como meio de comunicação as ferramentas: WhatsApp, Zoom, Google meet e e- mail. Essas ferramentas foram úteis para a realização de reuniões e trocas de informações acerca das atividades do setor.
De modo geral, como consta no Relatório de atividades referente ao 4° semestre de 2020, a diretoria de expediente - mesmo tendo grande parte se seus servidores afastados compulsoriamente por causa da pandemia - conseguiu manter suas atividades e atender as demandas solicitadas.
Durante o período de isolamento as principais atividades que continuaram a ser realizadas à distância foram:
• Autuação de processos e documentos enviados pelos canais digitais disponíveis no site do TCE/RN (Portal do Gestor, Portal e-TCE e e-mail);
• Distribuição de processos e documentos para os setores do Tribunal; e
• Verificação dos dados e emissão das Certidões de Nada Consta.
4.2 Formas de trabalho desenvolvidas no setor no cenário pandêmico
As respostas que ajudaram a sanar esse objetivo foram encontradas por meio das informações contidas nos documentos fornecidos e através da observação e vivência da
pesquisadora que fez parte da amostra. De acordo com essas fontes, as formas de trabalho desenvolvidas na Diretoria de Expediente durante a pandemia do Covid-19 foram diversas.
Houve a adoção da modalidade de teletrabalho, onde alguns dos servidores puderam exercer suas atividades laborais no momento mais crítico da pandemia, como também houve a realização do trabalho presencial quando este foi autorizado pelo TCE/RN.
A Diretoria de Expediente juntamente com os demais setores do tribunal aderiu ao isolamento social em março de 2020. Nesse período, a maioria dos servidores ficou sem exercer atividades voltadas ao trabalho e foi só no mês de agosto de 2020 que o setor retornou às atividades presenciais, contando assim com um número maior de servidores em atividades.
Porém, grande parte só retornou ao trabalho no mês de julho de 2021.
À medida que o cenário pandêmico mudava, quando havia flexibilização o TCE/RN lançava medidas que possibilitava o retorno dos colaboradores e a DE foi incorporando seus servidores aos poucos no ambiente de trabalho com medidas voltadas para a continuidade das atividades do setor. Foi elaborada uma planilha com a escala de dias para que esses servidores pudessem retornar ao trabalho com segurança.
4.3 Perfil sociodemográfico dos servidores da Diretoria de Expediente
A pesquisa foi desenvolvida com os 27 servidores da Diretoria de Expediente (DE) do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte. Como forma de identificar o perfil dos servidores respondentes, foram feitos alguns questionamentos referentes a características pessoais para traçar um diagnóstico dos participantes. Para isso foi utilizado as questões que compõem a primeira parte do questionário.
Dos servidores que compreendem a amostra, 4 (14,8%) pertencem à faixa etária de até 25 anos, 3 (11,1%) à faixa dos 26 a 35 anos, 7 (25,9%) à faixa etária dos 36 a 45 anos, 3 (11,1%) à faixa etária dos 46 a 55 anos e 10 (37%) enquadram-se na faixa etária de mais de 55 anos de idade. Observou-se uma maior concentração na faixa etária dos maiores de 55 anos conforme segue no gráfico 1.
Gráfico 1 – qual a sua idade?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Em relação ao gênero, 18 (66,7%) declaram-se pertencentes ao sexo feminino e 9 (33,3%) declaram pertencerem ao sexo masculino.
Gráfico 2 – gênero?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
O gráfico 3 mostra o estado civil declarado pelos servidores da Diretoria de Expediente (DE). Onde 9 (33,3%) se diz solteiro(a), 11 (40,7%) casado(a), 3 (11,1%) em união estável, divorciado(a) 3 (11,1%) e ainda 1 (3,7%) declarou pertencer a outro tipo de estado civil.
Gráfico 3 – Estado civil
Fonte: dados da pesquisa (2021)
O questionário também buscou saber o nível de escolaridade dos participantes. O gráfico 4 detalha esse levantamento. Onde 2 (7,4%) afirmam possuir o Ensino Fundamental, 5 (18,5%) o Ensino Médio, 17 (63%) Ensino Superior e outros 3 (11,1%) afirmam possuir Pós- graduação, Mestrado ou Doutorado.
Gráfico 4 –Nível de escolaridade
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Em relação ao vínculo e período trabalhado no setor, foram realizados alguns questionamentos. Sobre o período que o servidor trabalha na diretoria, uma maioria 11 (40,7%) declarou trabalhar na DE há mais de 15 anos, seguidos de 8 (29,6%) que afirmou
estar trabalhando no setor há menos de 2 anos, 5 (18,5%) trabalha de 5 a 10 anos, 2 (7,4%) de 2 a 5 anos e 1 (3,7%) declarou trabalhar de 10 a 15 anos no setor de protocolo.
Com relação ao vínculo, 12 (44,4%) declararam ser servidor estatutário, 6 (22,2%) estagiário, 5 (18,5%) afirmam possuir outro tipo de vínculo, 3 (11,1%) terceirizados e 1 (3,7%) afirmam ocupar cargo comissionado. Ambos os dados seguem nos gráficos 5 e 6.
Gráfico 5 - Há quanto tempo você trabalha na Diretoria de Expediente do TCE/RN?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Ainda com relação ao vinculo, na questão em que se diz: “outro” podemos considerar como sendo servidores cedidos de outros órgãos da administração pública estadual e/ou municipal.
Gráfico 6 - Qual o seu tipo de vínculo empregatício no TCE/RN?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Entrando no contexto da pandemia do Coronavírus, e buscando entender o perfil em saúde dos participantes, foi questionado se os servidores possuíam alguma doença crônica. A grande maioria respondeu que não, sendo esse percentual de (70,4%), ou seja, 19 servidores.
Os outros 8 (29,6%) afirmam não possuir nenhuma doença crônica, conforme o gráfico 7.
Gráfico 7 – Você possui alguma doença crônica?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Ainda sobre o período de pandemia, como alternativa de manutenção das atividades de trabalho, foi questionado se o servidor realizou trabalho na modalidade de Teletrabalho. A maioria dos servidores 18 (66,7%) afirmaram que em nenhum momento desenvolveu atividades de Teletrabalho e os outros 9 (33,3%) responderam que exerceram e/ou exercem atividades na modalidade de Teletrabalho.
Gráfico 8 - Em algum momento nesse período pandêmico, você realizou atividades de teletrabalho?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Para completar esse tópico, foi questionado quais modalidades de trabalho os servidores estão exercendo atualmente.
Gráfico 9 - Atualmente você exerce suas funções em qual modalidade de trabalho?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
A maioria dos servidores respondeu que estão trabalhando exclusivamente de forma presencial. Nenhum respondente disse estar realizando atividades exclusivamente em Teletrabalho. Enquanto 23 (85,2%) declararam estar atuando exclusivamente presencial.
Apenas 2 (7,4%) em modalidade híbrida (presencial e Teletrabalho) e outros 2 (7,4%) não voltaram ao trabalho e marcaram nenhuma das alternativas.
Neste tópico levantou-se o perfil dos servidores da diretoria de expediente do TCE/RN. Dentre as informações coletadas, obtivemos dados demográficos, dados referentes à saúde e na questão 8 do questionário podemos identificar a quantidade de servidores que
exerceram atividades na modalidade de Teletrabalho durante e após o isolamento imposto pela pandemia de Coronavírus.
As respostas coletadas nesse tópico apontam que os servidores da diretoria de expediente são na maioria acima dos 55 anos, trabalham há mais de 10 anos no setor, seu vínculo é estatutário e grande parte não exerceu o teletrabalho durante o isolamento imposto pela a pandemia de Covid-19.
Podemos perceber que mesmo após mais de um ano que houve o afastamento dos servidores devido à pandemia, alguns servidores ainda permanecem em casa sem exercer nenhum tipo de atividade de trabalho.
4.4 Percepção dos servidores com relação ao teletrabalho durante o isolamento
Para identificar esta questão, foram utilizadas as questões que compuseram as três últimas das quatro etapas contidas no questionário. Com isso, a análise e interpretação desses dados está estruturada em 3 tópicos: meios e recursos tecnológicos ; mudanças na rotina pessoal; e mudanças no ambiente profissional.
4.4.1 Meios e recursos tecnológicos
No intuito de alcançar esse objetivo, foi realizado perguntas acerca da aquisição e utilização de recursos tecnológicos necessários para o desenvolvimento do Teletrabalho.
Questionados se foi preciso adquirir equipamentos e/ou serviços tecnológicos por conta própria para a realização do Teletrabalho, 11 (78,6%) afirmaram que não foi preciso. Como as respostas poderiam ser marcadas em mais de uma opção, de acordo com o gráfico 10 os respondentes 2 (14,3%) afirmaram ter adquirido para suas atividades em casa o computador, mais 2 (14,3%) respondentes afirmaram ter adquirido por conta própria Internet, 2 (14,3%) impressora, 2 (14,3%) telefone fixo e mais 2 (14,3%) afirmaram ter adquirido algum tipo de mobiliário. Os itens de impressora e software específicos obtiveram 1 (7,1%) resposta cada. A opção “outro” não foi escolhida por nenhum dos participantes conforme segue no gráfico 10.
Gráfico 10 - Para realizar as atividades de Teletrabalho, você precisou adquirir equipamentos e/ou serviços tecnológicos por conta própria? Quais?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Ainda sobre os meios e recursos tecnológicos, buscou-se identificar quais os recursos de conectividade foram utilizados para a execução das atividades profissionais em regime de Teletrabalho. 6 (54,5%) afirmaram ter utilizado o WhatsApp, 5 (45,5%) telefone, 5 (45,5%) Google meet, e 2 (18,2%) responderam ter utilizado o Zoom. As outras ferramentas indicadas na questão como Skype, Facebook Messenger e Hangout não foram escolhidas pelos participantes assim como demonstra o gráfico 11.
Gráfico 11 - Quais recursos/tecnologias de conectividade você utilizou para exercer suas atividades profissionais em regime de Teletrabalho?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
As questões dos gráficos 10 e 11 reforçam o que (Leite; Lemos; Schneider, 2019) quis dizer quando afirmaram que as TIC’s são meios que possibilitam o teletrabalho.
Continuando nessa temática, foi feita a seguinte pergunta: “Você tinha familiaridade com estas ferramentas ou sentiu dificuldade para utilizá-las?” esta pergunta foi aberta e com isso houve diferentes respostas. Algumas foram bem diretas e claras como: “sim, tinha conhecimento e não senti dificuldade nenhuma.”, “Senti dificuldade” e “Foi tranquilo”.
Porém, a maioria das respostas ficaram confusas e inconclusas, pois foi feito dois questionamentos e como respostas os participantes responderam apenas “sim” ou “não” e deixaram de identificar para qual dos questionamentos direcionou sua resposta. Conforme relatos no quadro abaixo:
Quadro 1 – Exemplo de respostas transcritas - Você tinha familiaridade com estas ferramentas ou sentiu dificuldade para utilizá-las?
TRANSCRIÇÃO 1 “sim, tinha conhecimento e não senti dificuldade nenhuma”
TRANSCRIÇÃO 2 “Senti dificuldade”
TRANSCRIÇÃO 3 “Foi tranqüilo”
TRANSCRIÇÃO 4 “Sim”
TRANSCRIÇÃO 5 “não”
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Para completar, sobre os recursos e meios tecnológicos buscou-se identificar se houve algum tipo de capacitação ou treinamento para utilizar as tecnologias necessárias para execução das atividades em regime de Teletrabalho. A grande maioria dos respondentes 13 (92,9%) afirmou que não. Enquanto 1 (7,1%) disse ter recebido algum tipo de treinamento e capacitação para a realização das atividades em regime de Teletrabalho. Conforme gráfico 12.
Gráfico 12 - Você recebeu algum tipo de capacitação ou treinamento para utilizar as tecnologias necessárias para execução de suas atividades em regime de Teletrabalho?
Fonte: dados da pesquisa (2021)
De modo geral, os servidores da (DE) já possuíam familiaridade com as ferramentas e recursos tecnológicos, porém não houve capacitação adequada voltada para o Teletrabalho.
Como dito por um participante da pesquisa: “não foi um teletrabalho bem orientado por parte da gestão do setor”.
De acordo com Sandall e Mourao apud PANDINI; PEREIRA (2020, P. 75) “para os trabalhadores desempenharem suas atividades de modo satisfatório precisam de habilidades, conhecimentos, características pessoais e meios para isso”.
Nesse quesito, a diretoria e até o próprio Tribunal de contas poderiam ter feito mais já que as atividades tiveram que ser mantidas e a realidade exigia o uso dessas ferramentas e recursos tecnológicos.
4.4.2 Mudanças na rotina pessoal
Conciliar rotina pessoal, a vida em família e laboral é um desafio para muitos servidores em teletrabalho. Esses aspectos revelam mudanças que geram dificuldades de separar o trabalho com o que é pessoal, o limite entre eles muitas vezes é ultrapassado e gera estresse e sobrecargas. Contudo, aspectos positivos podem ser percebidos e expostos como tal. A flexibilidade que gera mais tempo com a família, cuidado pessoal e economia com meios de transporte, vestuário e alimentação.
Para analisar essa questão, foram disponibilizadas algumas afirmações sobre a conciliação do trabalho, tarefas domésticas e atividades familiares e pessoais. Referente ao questionamento, a grande maioria dos respondentes 11(84,6%) afirmaram ter conseguido
conciliar bem as atividades da casa, o tempo com a família e o tempo do trabalho no período de isolamento e execução do Teletrabalho. E 2 (15,4%) dos respondentes afirmaram não ter conseguido conciliar bem seu tempo e a família e as atividades domésticas consumiram parte do tempo em que deveria ter realizado as atividades do trabalho. Conforme apresentado no gráfico 13.
Gráfico 13 - A situação de isolamento e distanciamento social exige que conciliemos trabalho com tarefas domésticas, atividades familiares e pessoais. Escolha a afirmativa que
melhor representa o período em que você esteve realizando o Teletrabalho.
Fonte: dados da pesquisa (2021)
Para concluir a temática sobre as mudanças na rotina pessoal dos tele trabalhadores da diretoria de expediente durante a pandemia de Coronavírus, buscou-se identificar a percepção com relação ao teletrabalho para a vida pessoal dos servidores. Foi questionado se os participantes conseguiram identificar pontos positivos e pontos negativos do Teletrabalho para a vida pessoal do servidor. As respostas trouxeram possibilidades de que houve flexibilização, economia e sensação de segurança. É o que podemos visualizar no quadro2, a seguir:
Quadro 2 –Transcrição das respostas – Impactos na rotina pessoal do servidor
ASPECTOS IMPACTOS
NEGATIVOS POSITIVOS
Socioemocional
“Sim. Pois não foi um teletrabalho bem orientado por parte da gestão do setor, não foi feito um cronograma”.
“Não tinha hora fixa de trabalho, tinha que resolver algum problema a qualquer momento inclusive feriado e a noite”.
“Isolamento”
“sim, porque apesar do período adverso eu me senti útil”.
“Um pouco. Mas tempo em casa”.
“O silêncio do ambiente”
Econômico
“Sim mais tempo com a família e economia no transporte e alimentação”
Fonte: dados da pesquisa (2021)
No compilado das 9 respostas realizadas ao questionamento foram transferidas ao quadro 2 as respostas mais conclusas e claras. Percebe-se que os respondentes preferiram se abster de dar suas respostas mais elaboradas e isso se demonstrou uma característica dos servidores da DE.
Todavia, conforme afirmou Leite; Lemos; Schneider citado por Sandri; Souza; Pylro et al. (2019) que o teletrabalho pode provocar impactos positivos e negativos nas organizações e/ou nos indivíduos e dentre os impactos positivos se tem: redução de gastos e estresse com deslocamento; equilíbrio entre trabalho e família; redução de interferências de colegas de trabalho; aumento da qualidade de vida no trabalho; e aumento da satisfação do trabalho. Os servidores expressaram-se de maneira que seus sentimentos se enquadram nessa teoria.
Assim como os pontos positivos, os pontos negativos elencados pelos servidores da DE, vão de encontro com os pensamentos desses mesmos autores que dizem que as interações sociais reduzidas e isolamento social; invasão do espaço familiar; distração com a família ou com as atividades domésticas; aumento de pressão; aumento de horas trabalhadas; exaustão do trabalho; e perdas de espírito de equipe são percebidas como aspectos negativos das atividades em teletrabalho.
No cenário pandêmico esses impactos negativos podem ser elevados, pois além das consequências já denominadas, temos segundo Medeiros e Campos (2020, p. 34) impactos na
