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LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES FRUTÍFERAS EM UM FRAGMENTO DE MATA DA FAZENDA PALMEIRAS NO MUNICÍPIO DE ESPIGÃO DO OESTE - RO.

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LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES FRUTÍFERAS EM UM FRAGMENTO DE MATA DA FAZENDA PALMEIRAS NO MUNICÍPIO DE ESPIGÃO DO OESTE - RO.

VIEIRA, Mikael Antonio1 SILVA, Andréia Pereira da1 ROMIO, Evellin Estaniely Mesquita1 SANTANA, Santina Rodrigues2 NUNES, Reginaldo de Oliveira2

RESUMO

A grande diversidade de plantas com frutificação distribuída durante todo o ano fornece alimento e proteção à fauna. Muitas árvores frutíferas nativas ainda não possuem expressão econômica. O objetivo do trabalho foi realizar um levantamento e reconhecimento de espécies frutíferas nativas de um fragmento de mata da fazenda Palmeras no município de Espigão do Oeste - RO. As visitas para observação e coletas dos espécimes iniciaram em fevereiro de 2009. Os espécimes foram coletados em triplicatas e apresentados por ordem alfabética de seus nomes vernaculares, seguindo-se do nome científico e da família botânica. Foram catalogadas as seguintes espécies: Euterpe oleraceae Mart. (Açaí-da-mata), Bellucia grossularioides L. Triana (Araçá – de – anta), Scheelea phalerata (Mart. Ex Spreng.) Burret (Bacuri), Jacaranda copaia Aubl. (Caraúba), Croton lanjouwensis Jabl. (Dima – branca), Cecropia pachystachya Trécul (Embaúva), Bocageopsis multiflora (Mart.) R. E. Fr.

(Envira – preta), Ingá cylindrica (Vell.) Mart. (Ingá- feijão), Hymenaea courbaril L (Jatobá), Piper aduncum L.

(Pimenta-de macaco), Caryocar villosum Aubl. (Piqui), Bactris acanthocarpa Mart. (Pupunha da mata), Isertia hypoleuca Benth (Rabo- de –arara), Astrocaryum aculeatum G. Mey. (Tucumã). Essas espécies garantem alimentação para população local, sendo também alternativa econômica, além de serem importantes fontes alimentícias para a fauna silvestre.

Palavras-chave: Levantamento. Potencial Econômico. Espécies Frutíferas.

INTRODUÇÃO

O estado de Rondônia encontra-se em uma importante posição em relação aos aspectos fitogeográficos, situando-se no centro-sul da Bacia Amazônica, e congrega três importantes biomas: Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado (OLIVEIRA, 2003).

A flora brasileira é a mais diversificada do mundo, porém, a falta de direcionamento técnico e conscientização ecológica na exploração de nossos recursos florestais têm acarretado prejuízos irreparáveis nas últimas décadas (LORENZI, 2002). Desde o inicio de nossa colonização foram trazidas de outros países as espécies para arborizar nossas ruas, esse fato foi um dos responsáveis pela quase extinção de muitas espécies de pássaros em nossas cidades devido a não adaptação ao consumo dos frutos de espécies exótica (LORENZI, 2002).

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1Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas; 2Profº. do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal - FACIMED.

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Apesar do crescimento da área de algumas frutíferas, às espécies nativas não é dada à devida importância econômica, apesar do grande potencial de exploração (), tanto para o mercado interno como para o externo, sendo exploradas localmente e, muitas vezes extrativamente (D'EECKENBRUGGE et al, 1998 apud ERLLENS, 2006).

A grande diversidade de plantas da nossa flora, com frutificação distribuída durante todo o ano, fornece alimento de forma continua e equilibrada e, proteção à fauna contribuindo para o seu desenvolvimento. Muitas árvores frutíferas nativas ainda não possuem expressão econômica maior, entretanto são amplamente cultivadas em pomares domésticos de todo pais (LORENZI, 2002).

Esse trabalho teve como objetivo realizar um levantamento e reconhecimento de espécies frutíferas nativas de um fragmento de mata da fazenda Palmeras no município de Espigão do Oeste - RO. Neste sentido, a realização deste estudo, é necessária de modo a ampliar o conhecimento, pois estas espécies tornam-se cada vez mais raras em ambientes naturais.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado em um fragmento de mata na Fazenda Palmeras, localizada na estrada Itaporanga km 07, setor Palmeras no Município de Espigão do Oeste – RO. Que

“localiza-se “a uma latitude 11º31’29” Sul e a uma longitude 61º00’46” Oeste, estando a uma

altitude de 270 metros. O clima predominante é Equatorial, apresenta Floresta Equatorial e uma pequena parte de cerrado.

As visitas para observação e coletas dos espécimes iniciaram em fevereiro de 2009.

Os espécimes foram coletados em triplicadas para identificações, descrições e ilustrações efetuadas após estudos morfológicos com auxílio da bibliografia especializada (LORENZI, 2002). Estes encontram depositados no Laboratório de Botânica da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED).

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As espécies vegetais foram apresentadas por ordem alfabética de seus nomes vernaculares, seguindo-se do nome científico e da família botânica, assim como as considerações gerais e respectivos usos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram catalogadas 14 espécies distribuídas em 09 famílias botânicas, a qual segue a descrição de algumas características de todos os recursos genéticos estudados.

1. Açaí-da-mata, Euterpe oleraceae Mart. (Arecaceae) Ocorre nas matas tropicais úmidas de baixas latitudes, espécie produtoras de palmito e vinho de açaí, consumido pela população local, os troncos são utilizados na construção de casas e ranchos e as raízes apresentam potencial medicinal (LORENZI, 1996).

2. Araçá – de – anta, Bellucia grossularioides L. Triana, (Melastomataceae).

Ocorre em toda a região amazônica. Florescem durante os meses de agosto-outubro, os frutos amadurecem praticamente na mesma época. Os frutos são comestíveis com polpa gelatinosa e adocicada. A madeira pode ser aproveitada para caixotaria e confecção de brinquedos, lápis, palitos e lenha (LORENZI, 2002).

3. Bacuri Scheelea phalerata (Mart. Ex Spreng.) Burret Palmae- Arecaceae Palmeira de 3-7 m. ocorre principalmente em regiões pantaneiras, solo argiloso, madeira empregada localmente para construções rurais, palmito comestível, do fruto se extrai a fécula alimentar. Palmeira bastante ornamental sendo empregada em paisagismo geral, floresce entre os meses de janeiro a maio (LORENZI, 2002).

4. Caraúba, Jacaranda copaia Aubl. (Bignoniaceae). Característica da mata alta de várzeas secas, crescimento extremamente rápido em ambiente abertos. Floresce durante os meses de agosto-setembro junto com a renovação das folhas e os frutos do tipo cápsula deiscente amadurecem em janeiro-fevereiro. Madeira própria para armação de balsas, obras internas, forros. Árvore ornamental, muito empregada na arborização urbana e rural na região norte do país (LORENZI, 2002).

5. Dima - branca, Croton lanjouwensis Jabl. (Euphorbiaceae). Planta perenifólia,

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pioneira, característica e exclusiva da mata pluvial Amazônica de terra firme. Floresce durante os meses de setembro-novembro, frutos de janeiro a março. Produz grande abundância de sementes. Empregada em pequenas obras de construção civil, marcenaria leve, lenha e carvão. Indicada para reflorestamentos heterogêneos (LORENZI, 2002).

6. Embaúva, Cecropia pachystachya Trécul. (Cecropiaceae). Exclusiva das capoeiras e capoeirões da região Amazônica ocorre tanto de terra firme quanto de várzeas inundáveis, preferencialmente sobre terrenos arenosos de boa fertilidade. Floresce durante longo período do ano, predominando em agosto-setembro. Os frutos amadurecem em novembro-fevereiro. A madeira é utilizada para forros, palitos de fósforo e pasta celulósica.

Os frutos são carnosos e adocicados muito procurados por aves e outros animais e as folhas são o alimento principal do bicho-preguiça. Sendo também recomendado pra o paisagismo (LORENZI, 2002).

7. Envira – preta, Bocageopsis multiflora Mart. R. E. Fr. (Annonaceae). Ocorre em toda região Amazônica, com preferência em mata primária, Produz anualmente grande quantidade de sementes amplamente disseminada pela avifauna. Floresce durante os meses de julho- setembro. Frutos do tipo drupa globosa com polpa delgada e carnosa amadurem a partir de setembro (LORENZI, 2002).

8. Ingá- feijão; Ingá cylindrica (Vell.) Mart. (Leguminosae - Mimosoideae) Árvore de 8-18 m. semi-decídua, frutos leguminosos indecentes achatados. Ocorre na região Amazônica, na Bolívia e no Peru, os frutos são comestíveis e muito procurados por pássaros característica exclusiva de matas ciliares, ocorrendo preferencialmente em capoeiras e beiras de rios e solos férteis (LORENZI, 2002).

9. Jatobá, Hymenaea courbaril L. (Leguminosae- Caesalpinoideae). Árvore de grande porte, encontrada em toda Amazônia, cujos frutos apresentam sementes cobertas por polpa farinácea adocicada e seca. Do arilo da semente prepara-se nutritiva bebida com leite.

Servindo também como alimento natural. Por apresentar capacidade de se adaptar em diferentes ecossistemas é indicado para reflorestamento (LORENZI, 2002).

10. Pimenta- de macaco, Piper aduncum L. (Piperaceae). É um arbusto 3-8 m de altura, com espigas regularmente curvadas de tamanho semelhante ao das folhas com pedúnculos curtos. Apresenta óleo essencial onde predomina o fenilpropanóide dilapiol, com reconhecida ação inseticida e sinergista (SILVA, A. C. P. R, 2000).

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11. Piqui, Caryocar villosum Aubl. (Caryocaraceae). Planta perenifólia, característica da mata alta de terra firme. Floresce durante os meses de agosto-setembro, os frutos amadurecem a partir de fevereiro até maio. Madeira empregada na construção naval. Os frutos são comestíveis depois de cozidos. O caroço é lenhoso, formado pela aglomeração de inúmeros espinhos com as pontas voltadas para o centro contendo uma amêndoa comestível (LORENZI, 2002).

12. Pupunha da mata, Bactris acanthocarpa Mart. (Arecaceae) Encontrado nos estados Amazônicos em áreas parcialmente desmatadas, apresenta frutos amarelo- avermelhado muito oleoso, utilizado para construção de armadilhas de peixes e outros artefatos domésticos (LORENZI, 1996).

13. Rabo- de –arara, Isertia hypoleuca Benth (Rubiaceae). Ocorre na região Amazônica principalmente em mata pluvial de terra firme. Apresenta dispersão descontinua e irregular ao longo de sua área de distribuição. Floresce quase o ano todo, porém predomina durante os meses de marco- maio e os frutos amadurecem em maio-junho. Madeira empregada em construções rurais rústicas. Árvore bastante ornamental, recomendada para composição de reflorestamento (LORENZI, 2002).

14. Tucumã, Astrocaryum aculeatum G. Mey (Palmae - Arecaceae). É comum nas áreas de formação tropicais, capoeiras, e próximos a núcleos populacionais. Apresenta difícil germinação e o crescimento é lento. Pode alcançar até 20metros de altura. Frutos amadurecem no mês de maio. O mesocarpo é aromático e comestível, os folíolos fornecem fibras resistentes e finas, aproveitadas na confecção de rede. Servindo também de alimento para a fauna (LORENZI, H. et al, 1996).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste trabalho mostram o potencial de algumas espécies frutíferas nativas da Amazônia, a qual pode garantir a alimentação para populações locais, sendo também uma alternativa econômica, além de serem importantes fontes alimentícias para a fauna silvestre, que contribui com dispersão das sementes assegurando assim a perpetuação dessas espécies. Pode perceber a necessidade de estudos sobre as espécies nativas da região, pois grande número dessas espécies, bem como seu potencial, ainda são desconhecidos.

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REFERÊNCIAS

 BRACK P.; KINUPP V. F.; SOBRAL M. E. G.; Levantamento preliminar de espécies frutíferas de árvores e arbustos nativos com uso atual ou potencial do Rio Grande do Sul. Rev. Bras. Agroecologia, v.2, 2007.

 ERLLENS E. S.; Frutíferas Nativas do Nordeste: qualidade fisiológica, morfologia e citogenética. - Areia, PB: CCA/UFPB, 2006.

 LORENZI, H. et al. Palmeiras do Brasil: Nativas e exóticas. São Paulo: Plantarum, 1996.

 LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e cultivos de plantas arbóreas do Brasil. 2ª Ed. São Paulo: Nova Odessa. 2002.

 OLIVEIRA O.A; Geografia de Rondônia: Espaço & Produção. 2ª ed. Rondônia, 2003.

 SILVA, A. C. P. R.; M. N. A caracterização botânica e química de três espécies do gênero Piper no Acre. Rio Branco: Embrapa. Acre, 2000, 13p.

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