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Prof. Henrique Santillo

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Aula 14 – Lei nº 12.153 de 22.12.2009:

Juizados Especiais da Fazenda Pública.

Direito Processual Civil p/ Escrevente do TJ SP - 2020

(2)

Sumário

LEI FEDERAL Nº 12.153/2009. 3

NOÇÕES GERAIS 4

INTRODUÇÃO 7

CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA 7

COMPETÊNCIA 8

Pessoal 8

Critério Referente ao Valor da Causa 9

Matéria 13

PARTES 18

ATOS PROCESSUAIS 22

COMPOSIÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA 23

PROCEDIMENTO 24

Provas 24

Sentença 25

Recursos 26

Execução 34

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 38

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 63

GABARITO 70

RESUMO DIRECIONADO 71

LEI 12.153/09 – JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA 81

(3)

Lei Federal nº 12.153/2009.

Olá, meus amigos!

Como andam os seus estudos?

Hoje estudaremos o seguinte tópico:

Lei 12.153/09 – Juizados Especiais da Fazenda Pública

Ao contrário do Código de Processo Civil, estamos diante de uma lei simples e de fácil assimilação.

Assim, é muito importante que você garanta pontos de questões que eventualmente cobrem tópicos da aula de hoje!

Vamos garantir alguns pontos na sua prova!?

VUNESP

FOCA nos seguintes tópicos:

Competência

Partes

(90% das questões aborda esses assuntos!)

(4)

Noções Gerais

Historicamente, o Poder Judiciário sempre foi atingido por dois problemas crônicos:

Ciente de tais problemas, a Constituição Federal determinou que a União, o DF e os Estados deveriam criar órgãos judiciários específicos para julgamento e execução de causas cíveis de menor complexidade, por meio do procedimento denominado sumaríssimo, o que permitiu a criação, nos Estados, dos denominados Juizados Especiais Estaduais Cíveis, disciplinados pela Lei n.º 9.099/951.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

Morosidade

Alguns processos, por mais simples que fossem, demoravam anos e anos até que fossem julgados... Isso se devia sobretudo à imposição de

formalismos excessivos ao rito do processo.

Custas Elevadas

Para ajuizar uma ação e fazer o processo

"caminhar", é exigido o adiantamento de várias despesas, o que acaba desestimulando várias pessoas a buscar a solução do seu conflito pelo

Poder Judiciário.

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Posteriormente foram editadas:

Lei nº 10.259/01, que dispôs sobre a criação de Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal, observando a determinação contida no § 1º do art. 98 da Constituição Federal De forma simplificada, a Justiça Federal processa e julga as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal estejam presentes.

Foram criados os Juizados Especiais Federais (JEF) para processar e julgar as causas de menor complexidade que tenham como partes os entes acima citados.

Art. 98, § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.

Lei 12.153/09, que regulamentou a criação do Juizados Especiais da Fazenda Pública (JEFP) no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Até a vigência da Lei 12.153/09, os Estados, o DF e os Municípios não podiam figurar como partes nos processos conduzidos pelos Juizados Especiais Cíveis Estaduais (tampouco pelos Juizados Especiais Federais).

Portanto, caro aluno/a, quero que perceba que ficou instituído um microssistema dos Juizados Especiais Cíveis (JEC, JEF e JEFP). Podemos resumir o seu contexto de criação e sua função da seguinte forma:

Contexto: resposta à insatisfação popular com a lentidão e o formalismo que “travavam” a rápida resolução dos conflitos através dos procedimentos existentes anteriormente (ordinário e sumário).

Função dos Juizados: simplificar o procedimento e a tramitação das causas de menor complexidade, fazendo com que os processos tramitem mais rápido do que os que observam os procedimentos tradicionais.

De que forma o procedimento sumaríssimo difere do procedimento comum previsto no CPC?

No âmbito dos Juizados trabalha-se com o modelo da sumarização procedimental através de:

Encurtamento do rito pela eliminação de alguns atos processuais presentes no rito comum.

Concentração de atos processuais em uma mesma etapa.

(6)

Veja como normalmente tramitam os processos em cada procedimento:

Procedimento Comum

• Inicial

• Citação

• Audiência de conciliação e mediação

• Contestação

• Réplica,

• Providências Preliminares e Saneamento

• Audiência de instrução

• Alegações finais

• Sentença

Juizados Especiais (padrão)

• Inicial

• Citação

• Audiência de Conciliação

• Audiência de Instrução e Sentença

Na aula de hoje estudaremos as regrinhas relativas aos Juizados Especiais da Fazenda

Pública.

As regras da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais Cíveis) são aplicáveis no que couber!

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Introdução

Como vimos, os Juizados Especiais da Fazenda Pública foram criados pela Lei nº Lei 12.153/09 com o intuito de conciliar, processar e julgar as causas cíveis de menor complexidade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sendo dever da União criar os Juizados Especiais da Fazenda Pública no Distrito Federal, ao passo que os Estados criarão os seus próprios JEFP:

Art. 1º Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.

Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda Pública.

Conciliação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública

Nos processos que correm nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, a autocomposição do conflito deve ser sempre buscada.

Há autocomposição quando uma das partes (ou as duas) encontram uma solução para o conflito e chegam a um acordo para atender os seus interesses.

A autocomposição pode ser obtida, dentre outros métodos, pela:

Conciliação Transação

O termo Fazenda Pública, na realidade, é uma expressão que representa a atuação em juízo dos entes públicos e

suas respectivas entidades.

O Estado do Rio Grande do Sul foi demandado por Joãozinho.

Assim, é comum nos referirmos ao Estado que atua em juízo como "Fazenda Pública

Estadual"

(8)

Olha aqui uma questão:

(VUNESP – TJ/SP – 2018 - Adaptada) Diante do que prevê a Lei que regulamenta o Juizado Especial da Fazenda Pública, julgue o item abaixo:

Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência não poderão conciliar ou transigir.

RESOLUÇÃO:

Existe sim a possibilidade de os representantes judiciais dos réus conciliarem ou transigirem com a parte contrária!

Art. 8o Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar, transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.

Item incorreto.

Competência

Que causas poderão ser processadas nos Juizados Especiais da Fazenda Pública?

Temos alguns critérios que a determinam:

Pessoal

Os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para julgar as ações em que figurem como rés os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como suas respectivas autarquias, fundações e empresas públicas:

ATENÇÃO!

Os representantes judiciais dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (advogados públicos) podem conciliar nos processos de

competência do JEFP.

Art. 8

o

Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar,

transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos

e nas hipóteses previstas na lei do respectivo

ente da Federação.

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Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Critério Referente ao Valor da Causa

Relaciona-se com o valor que é atribuído à causa.

Levando isso em conta, veja o que prevê a Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos

Levando isso em consideração, podemos dizer que os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para:

Processar, conciliar e julgar causas de até 60 salários mínimos

2

!

A lei 12.153/09 considerou que os Juizados Especiais da Fazenda Pública possuem competência para processar e julgar as causas de sua competência de até 60 salários mínimos!

O Juizado Especial da Fazenda Pública terá competência para processar e julgar uma ação em que o autor pede em que o autor deseja cobrar uma quantia de R$19.960,00 (20 salários mínimos) do Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo!

Questão!

(VUNESP – Câmara de Jaboticabal/SP – 2018 – Adaptada) Maria, moradora do Município de X, teve seu nome inserido no cadastro de inadimplentes do município de forma indevida. Com o auxílio de um advogado, propôs ação de indenização por danos morais no valor de cinquenta salários-mínimos perante o Juizado Especial da Fazenda Pública. O juiz julgou a ação procedente, condenando o Município ao pagamento de trinta e quatro salários-mínimos. Sobre o caso hipotético, e considerando

(10)

que o Município X não editou lei municipal alterando o valor das obrigações consideradas como de pequeno valor, julgue o item abaixo.

Maria não poderia ter proposto ação perante o Juizado Especial da Fazenda Pública, considerando que a competência dos referidos juizados é de até quarenta salários-mínimos.

RESOLUÇÃO:

O Juizado Especial da Fazenda Pública terá competência para julgar a ação de Maria, eis que possui competência para processar, conciliar e julgar causas de até 60 salários mínimos!

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos

Item incorreto.

Confere esta questão:

(CONSULPLAN – TJ/MG - 2017 – Adaptada) Segundo o que estabelece a Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009), julgue a afirmativa abaixo:

Não se inclui na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública as ações de mandado de segurança.

RESOLUÇÃO:

A afirmativa está irretocável! Os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para processar, conciliar e julgar causas de até 60 salários mínimos de interesse dos entes públicos acima mencionados:

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Regras

Vamos supor a seguinte situação:

Célio, inspetor de segurança em uma agência penitenciária estadual, ajuizou uma ação em desfavor do Estado do Rio Grande do Sul pedindo a concessão mensal de adicional de insalubridade no valor de R$

1.500,00.

(11)

Quando a pretensão versar sobre obrigações relativas a parcelas vincendas3, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas não poderá exceder 60 salários- mínimos.

Dessa forma, o valor da causa da ação movida por Célio é de R$ 1.500,00 x 12 = R$18.000.

Como a soma das 12 parcelas vincendas é inferior a 60 salários mínimos, a demanda de Célio poderá ser julgada pelo Juizado Especial da Fazenda Pública!

Art. 2º § 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo. [60 salários mínimos]

Veja esta outra situação:

É possível Célio optar por ajuizar a sua demanda em uma vara comum, ao invés do Juizado Especial da Fazenda Pública?

A competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública para julgar causas de até 60 salários mínimos é ABSOLUTA!

Ou seja, não é possível ajuizar ação de valor igual ou inferior a 60 salários mínimos em uma vara da fazenda pública ou cível.

Célio é obrigado a ajuizar a sua ação no Juizado Especial da Fazenda Pública!

Art. 2º, § 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.

Veja que questão interessante:

(VUNESP – Câmara de Jaboticabal/SP – 2018 – Adaptada) Maria, moradora do Município de X, teve seu nome inserido no cadastro de inadimplentes do município de forma indevida. Com o auxílio de um advogado, propôs ação de indenização por danos morais no valor de cinquenta salários-mínimos perante o Juizado Especial da Fazenda Pública. O juiz julgou a ação procedente, condenando o Município ao pagamento de trinta e quatro salários-mínimos. Sobre o caso hipotético, e considerando que o Município X não editou lei municipal alterando o valor das obrigações consideradas como de pequeno valor, julgue o item abaixo.

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Maria poderia ter optado por propor ação perante o Juizado Especial da Fazenda Pública ou em qualquer das varas cíveis da Comarca do Município X.

RESOLUÇÃO:

Mais uma Maria vítima de ato ilícito do Estado. Quase uma Maria do Bairro, hahahahaha!

Voltemos: o item está incorreto.

A competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública para julgar causas de até 60 salários mínimos é ABSOLUTA, de modo que a causa de Maria, cujo valor é de 34 salários mínimos, deverá ser obrigatoriamente ajuizada nos JEFP!

Art. 2º, § 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.

Este é um assunto muito interessante:

(CESPE – TJ/SE – 2014) Maria, atropelada por um veículo automotivo conduzido por um servidor público que estava a serviço do estado de Sergipe e que apresentava sinais evidentes de embriaguez, ajuizou ação indenizatória contra o ente federado.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Caso o valor do pedido seja inferior a sessenta salários mínimos, o juizado da fazenda pública será absolutamente competente para conhecer da matéria.

RESOLUÇÃO:

É isso mesmo! Maria não poderá ajuizar o seu pedido de indenização cujo valor seja menor que 60 salários mínimos em uma vara da Fazenda Pública comum.

A ação deverá ser endereçada ao Juizado Especial da Fazenda Pública, cuja competência é, portanto, absoluta!

Art. 2º, § 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.

Item corretíssimo.

Confere esta questão:

(CONSULPLAN – TJ/MG – 2017 – Adaptada) Segundo o que estabelece a Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009), julgue a afirmativa abaixo:

A competência do Juizado Especial da Fazenda Pública é relativa.

RESOLUÇÃO:

A competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública para julgar causas de até 60 salários mínimos é ABSOLUTA:

Art. 2º, § 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.

Item incorreto.

(13)

Matéria

De forma geral, os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para julgar causas de menor complexidade (de até 60 salários mínimos) de competência da Justiça Federal, movidas contra os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como suas respectivas autarquias, fundações e empresas públicas:

Sem mais complicações até aqui.

Leia os dispositivos abaixo que trazem hipóteses de exclusão da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;

III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

ATENÇÃO!

Chegamos à parte mais importante do nosso encontro: vamos ver quais são as causas excluídas

da competência dos Juizados Especiais da

Fazenda Pública!

(14)

É muito importante que você memorize quais são as causas que ficam excluídas da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública!

NÃO são da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública as seguintes ações:

Mandado de Segurança Desapropriação

Divisão e Demarcação Ações Populares Execução Fiscal

Improbidade Administrativa

Direitos ou Interesses Difusos e Coletivos

Como você pôde perceber, todas essas ações seguem um rito próprio que é incompatível sobretudo com o princípio da economia processual dos Juizados Especiais da Fazenda Pública...

Além do mais, podemos dizer que essas causas não são nem um pouco simples; ao contrário, são causas de grande complexidade, exigindo provas complexas!4

Imagina só se o legislador resolvesse sobrecarregar os JEFP com essas ações de procedimento complexo?

NÃO são da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública as causas:

Sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas!

4 Exceto as ações de Mandado de Segurança, que são bem mais simplificadas e nem terão Audiência de Instrução e Julgamento.

Exemplo: o JEFP não tem competência para julgar ação movida por particular para cobrança de taxa de condomínio relativa a imóvel em que o Município de

São Paulo seja o loocatário.

(15)

NÃO são da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública as causas que tenham como objeto a impugnação:

Da pena de demissão imposta a servidores públicos civis De sanções disciplinares aplicadas a militares

Perceba que são objetos que envolvem punições graves a servidores civis e militares, muitas vezes exigindo farta atividade de produção de provas, contraditório, dentre outras garantias... O rito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública definitivamente não é adequado para a discussão dessas causas!

Como essas causas de exclusão dos Juizados Especiais da Fazenda Pública são muito importantes para a sua prova, aqui vai um resumo para você:

NÃO são de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Mandados de segurança;

Ações de desapropriação, de divisão e demarcação;

Ações Populares

Execuções fiscais;

Ações de improbidade administrativa;

Ações sobre direitos ou interesses difusos e coletivos.

Causas sobre bens imóveis dosEstados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas!

Impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares;

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Vem comigo resolver uma questão sobre o tópico:

(VUNESP – Prefeitura de Itapevi/SP – 2019 – Adaptada) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, foram criados para processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos. Sobre o procedimento dos Juizados em pauta, julgue o item abaixo:

São de sua competência as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis, desde que observado o valor de alçada.

RESOLUÇÃO:

Opa! Independentemente do valor de alçada, as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ficam excluídas da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública!

Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Item incorreto.

Mais uma:

(VUNESP – TJ/SP – 2014) É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, quanto à matéria, processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, incluindo-se em sua competência o julgamento de

a) causas sobre bens imóveis pertencentes a esses entes.

b) ação de improbidade administrativa.

c) desapropriações.

d) mandado de segurança.

e) cobrança de diferenças salariais de funcionário público.

RESOLUÇÃO:

Dentre as ações apresentadas, a única que não fica excluída da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública é a relativa à cobrança de diferenças salarias de funcionário público (alternativa

‘e’)

As outras são expressamente excluídas:

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Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – as ações de mandado de segurança (alternativa D), de desapropriação (alternativa C), de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa (alternativa B), execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas; (alternativa A)

III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Resposta: E

Vamos resolver uma questão?

(CESPE – PGM Manaus/AM – 2018) Considerando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e na Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.

As ações populares e as ações de divisão e demarcação de terras não são abarcadas pela competência dos juizados especiais da fazenda pública, ainda que haja o interesse dos estados e que o valor da causa não exceda sessenta salários mínimos.

RESOLUÇÃO:

É isso mesmo! A despeito de qualquer interesse dos entes envolvidos e do valor da causa, as ações populares e as ações de divisão e demarcação de terras ficam excluídas da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

Item correto.

Toma uma questão!

(CONSULPLAN – TJ/MG – 2017 – Adaptada) Segundo o que estabelece a Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009), julgue a afirmativa abaixo:

Não se inclui na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública as ações de mandado de

(18)

É isso aí! As ações de mandado de segurança ficam “de fora” da competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

Item correto.

Partes

Quem poderá propor uma ação no Juizado Especial da Fazenda Pública?

Veja a resposta:

Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

Podem ser

AUTORES

nos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Pessoa física

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (ME/EPP)

E quem poderá ser réu em ação que tramita em Juizados Especiais da Fazenda Pública?

Veja a resposta:

Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Podem ser

RÉUS

nos Juizados Especiais Federais:

Estados

Distrito Federal Territórios Municípios

Autarquias a eles vinculadas

É o caso do SLU (Serviço de Limpeza Urbana), autarquia pública do Distrito Federal cuja finalidade é a gestão da limpeza urbana e do manejo dos resíduos sólidos urbanos.

(19)

Fundações Públicas a eles vinculadas

É o caso da FUNAP (Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso), fundação pública do Distrito Federal cuja missão é a de contribuir para inclusão e reintegração social das pessoas presas e egressas do sistema prisional, desenvolvendo seus potenciais como indivíduos, cidadãos e profissionais.

Empresa Públicas a eles vinculadas

É o caso da CONDER (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia), empresa pública estadual do Estado da Bahia.

Atenção!

As sociedades de economia mista não podem ser rés nos Juizados Especiais da Fazenda Pública!

Este tópico relativo à legitimidade ativa e passiva nas ações que tramitam nos JEFP é cobrado de forma muito simples, levando em conta apenas a literalidade da lei.

Para facilitar sua memorização, aqui vai um esqueminha:

Vamos a mais uma?

(VUNESP – Prefeitura de Itapevi/SP – 2019 - Adaptada) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, foram criados para

Pode ser

AUTOR no JEFP

Pessoa Física Micrompresa

Empresa de Pequeno Porte

Pode ser RÉU no JEFP

Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios Autarquia

Fundação

Empresa Pública

(20)

e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos. Sobre o procedimento dos Juizados em pauta, julgue o item abaixo:

Podem figurar como réus os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

RESOLUÇÃO:

Bingo! Perfeito! Viu como a cobrança deste tópico em prova é simples?

Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Podem ser

réus

no Juizado Especial da Fazenda Pública:

Estados Distrito Federal

Territórios Municípios

Autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Vem resolver comigo uma questão:

(FAURGS – TJ/RS – 2012 - Adaptada) Com base na Lei n.º 12.153, de 22 de dezembro de 2009, julgue o item abaixo.

As microempresas e as empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006, poderão ser autoras de ações no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! As microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) podem perfeitamente ser autoras de ações ajuizadas nos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

Item correto.

(21)

Uma questão para você:

(CONSULPLAN – TJ/MG –- 2017 – Adaptada) Segundo o que estabelece a Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009), julgue a afirmativa abaixo:

Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública, como autores, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

RESOLUÇÃO:

Opa! As pessoas jurídicas de direito público acima mencionadas poderão figurar apenas como RÉS nos processos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

II – como RÉUS, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Item incorreto.

(22)

Atos Processuais

Veja:

Art. 7º NÃO haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

O único prazo diferenciado para os entes públicos fica por conta da citação, que deverá ser feita com antecedência mínima de 30 dias da data da audiência de conciliação!

Questão!

(VUNESP – TJ/SP Interior – 2015 - Adaptada) Quanto aos processos que tramitam perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item abaixo.

A Fazenda Pública terá prazo em dobro para contestar e para recorrer.

RESOLUÇÃO:

Negativo! A Fazenda Pública das pessoas jurídicas de direito público não terá prazos diferenciados para a prática de atos processuais, inclusive para interpor recursos:

Art. 7º NÃO haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

Quando ao restante das regrinhas referentes às citações e intimações, devemos aplicar as regrinhas cabíveis do Código de Processo Civil:

Art. 6º Quanto às citações e intimações, aplicam-se as disposições contidas na Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.

ATENÇÃO!

NÃO haverá prazo diferenciado para as pessoas jurídicas de direito público praticarem qualquer ato processual, INCLUSIVE na interposição de recursos!

Essa "benesse" da Fazenda Pública foi excluída pela Lei nº 12.153/09 para privilegiar o princípio da

celeridade processual nos JEFP!

O Município tem o mesmo prazo para recorrer que o cidadão que ajuíza contra ele uma ação no Juizado

Especial da Fazenda Pública.

(23)

Composição dos Juizados Especiais da Fazenda Pública

Para os órgãos judiciários em geral, o CPC/2015 previu uma equipe de apoio ao Juiz: são os chamados Auxiliares da Justiça, que não exercem a jurisdição, exclusiva do juiz, mas colaboram com a função jurisdicional.

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

Além dos auxiliares da justiça, os Juizados especiais serão compostos de algumas figuras específicas disciplinadas pela Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Conciliadores e Juízes Leigos

Os conciliadores e os juízes leigos são auxiliares da justiça que receberam muita importância pela Lei dos Juizados Especiais Federais.

Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, conciliadores e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

§ 1o Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros [conciliadores], preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos [juízes leigos], entre advogados com mais de 2 (dois) anos de experiência.

§ 2o Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempenho de suas funções.

Vamos ver o papel de cada um?

a. Conciliadores

Têm como função a tentativa de “acalmar os ânimos” das partes, com vistas a obter uma solução amigável para o conflito que se instaurou entre elas.

A

TENÇÃO

!

Os conciliadores serão recrutados preferencialmente entre bacharéis em direito.

Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de conciliação.

§ 1o Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição amigável, ouvir as partes e testemunhas sobre os contornos fáticos da controvérsia.

§ 2o Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do processo, podendo dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento da causa os esclarecimentos já constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.

b. Juízes Leigos

O papel do juiz leigo é muito mais amplo que o do conciliador.

(24)

Ele é o “braço direito” do juiz de direito (togado): pois poderá fazer a instrução do processo5 e apresentar uma proposta de decisão, que passará pelo crivo do juiz togado, mediante homologação.

Veja só o que diz a Lei 9.099/95 acerca das atribuições do Juiz Leigo:

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.

A

TENÇÃO

!

Os juízes leigos serão recrutados preferencialmente entre advogados com mais de DOIS anos de experiência, os quais se tornam impedidos de advogar perante perante todos os Juizados Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional enquanto exercerem a função de juiz leigo!

Procedimento

Bem no início da nossa aula de hoje, você viu que duas das características mais marcantes dos Juizados Especiais da Fazenda Pública são a concentração de atos processuais e o “encurtamento” do rito pela eliminação de alguns atos que se praticam no procedimento comum.

Vamos estudar agora as particularidades referentes ao procedimento dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

Provas

Exame técnico

A Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública disciplinou de forma específica a prova pericial que é produzida em seus processos e tem um nome específico: exame técnico.

Todas as outras provas deverão ser produzidas na audiência de instrução e julgamento. Contudo, há uma exceção:

Se admitida pelo juiz, o exame técnico (prova pericial) deverá ser realizado pela pessoa habilitada, que entregará o laudo até 5 DIAS ANTES da audiência de instrução e julgamento!

Veja:

Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da audiência.

5 Ou seja, ele vai conduzir a fase de produção de provas: vai ouvir testemunhas, determinar o depoimento pessoal das partes, indeferir provas inúteis etc.

(25)

O que você deve levar para a sua prova é o seguinte:

Prova Documental

O ente público deverá juntar documentos úteis à causa até a instalação da audiência de conciliação:

Art. 9o A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.

Trata-se de verdadeiro dever de informação da pessoa jurídica de direito público, que tem a obrigação de colaborar para o juiz descobrir a verdade dos fatos.

Sentença

Após a produção das provas na audiência de conciliação, o juiz vai proferir a sua sentença.

Perceba, então, que NÃO há previsão legal para os debates orais, ou para que as partes apresentem alegações finais.

Muita atenção ao que vou te dizer agora:

Nos Juizados, o relatório é dispensado!

Isso mesmo: o juiz fará apenas um breve e sucinto resumo dos fatos importantes que ocorreram na audiência de instrução e julgamento.

Ex: Ele vai se referir aos informes mais importantes registrados nos depoimentos das partes e testemunhas Os fundamentos e o dispositivo, contudo, permanecem OBRIGATÓRIOS!

Prazo para entrega do laudo:

ATÉ 5 DIAS DA DATA

DA AUDIÊNCIA

(26)

Lei 9.099/956. Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

Assim como o pedido do autor, a sentença também deverá observar o “teto” de 60 salários mínimos.

Se houver condenação em quantia superior ao “teto”, apenas a parte que o exceder será considerado ineficaz, sem efeito algum.

Em uma sentença que condene o réu a pagar 80 salários mínimos, a condenação relativa aos 20 salários mínimos excedentes não terá eficácia.

Recursos

O recurso é um instrumento com o objetivo de que um processo seja reexaminado, normalmente apresentado pela parte perdedora que deseja ver a reforma da decisão que lhe prejudica.

A Lei nº 9.099/95 previu de forma expressa dois recursos:

→ Recurso “inominado”

→ Embargos de Declaração

A Lei 12.153/09, por sua vez, nos trouxe a possibilidade de apresentação de dois outros recursos:

→ Pedido de Uniformização de Jurisprudência

→ Recurso Extraordinário

Veja, então, quais são os recursos expressamente previstos para o procedimento dos JEFP:

Recurso Inominado

Agora, vamos supor que o juiz tenha dado a sentença no processo, seja ela com ou sem julgamento do mérito.

A parte inconformada poderá atacá-la por meio de um recurso?

SIM! Caberá um recurso contra a sentença!

A Lei dos Juizados não deu um nome a ele, mas a doutrina e aqueles que operam o direito o chamam carinhosamente de recurso inominado:

Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.

6 Pegamos “emprestada” essa regrinha da Lei dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais (Lei nº 9.099/95).

(27)

ATENÇÃO! Os recursos contra as sentenças de 1ª instância dos Juizados Especiais da Fazenda Pública são encaminhados para as TURMAS RECURSAIS e NÃO para o Tribunal de Justiça!

O que são as turmas/colégios recursais?

São turmas colegiadas compostas por três juízes togados atuantes na primeira instância, os quais julgam os recursos interpostos contra as sentenças proferidas nos Juizados! Confira:

Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais.

§ 1º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade e merecimento.

§ 2º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da Turma Recursal.

Prazo para interposição do recurso “inominado”: 10 (dez dias) contados da data em que as partes tomam ciência da sentença.

O recurso só pode ser apresentado em petição escrita (!) e deve conter as razões recursais, que nada mais é do a exposição dos motivos que sustentam o direito do recorrente! O recorrente vai apresentar argumentos para convencer a Turma Recursal de que a sentença proferida merece ser reformada, alterada.

O recurso NÃO pode ser interposto oralmente!

Lei 9.099/95. Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

Por fim, a assistência do advogado é indispensável para apresentar recursos, independentemente do valor da causa:

Lei 9.099/95. Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Mais uma questão:

(VUNESP – TJ/MS – 2015 - Adaptada) Julgue o item abaixo.

Da sentença caberá recurso no prazo de 15 dias, contados da prolação da sentença, por petição escrita ou oral, para o próprio Juizado.

RESOLUÇÃO:

(28)

→ A sentença pode ser atacada por meio de um recurso para o próprio Juizado, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

→ O recurso somente poderá ser interposto por meio de petição escrita.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

Vem comigo resolver uma questão:

(CESPE – PGDF – 2013) Paulo ajuizou ação de cobrança no valor de R$ 3.000,00 contra o DF. A ação foi distribuída a um juizado especial da fazenda pública. Em sua defesa, o DF alegou que já havia pago integralmente a dívida. Realizada a instrução processual, o juiz proferiu sentença acolhendo parcialmente o pedido, no tocante a R$ 2.000,00, sob o fundamento de que, em relação à outra parte, se verificara o pagamento.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Para interpor recurso contra a sentença, Paulo não precisará estar representado por advogado RESOLUÇÃO:

Opa! Paulo não poderá, por si só, interpor recurso contra a sentença: ele precisará estar representado por um advogado!

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado. Item incorreto.

Vamos resolver juntos mais uma?

(CESPE – STJ – 2012 - Adaptada) Acerca da regulamentação referente às causas apreciadas pelos juizados especiais da fazenda pública, julgue o item seguinte.

Nos juizados especiais da fazenda pública, cabe recurso de agravo contra a sentença.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto. Na realidade, cabe recurso “inominado” (e não agravo) contra sentença proferida no âmbito dos juizados especiais da fazenda pública, a ser interposto no prazo de 10 dias contados da ciência da sentença:

Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.

(29)

No procedimento comum, a sentença proferida contra a Fazenda Pública dos entes públicos só produzirá efeitos depois de confirmada em segundo grau de jurisdição. Contudo, em atenção ao princípio da celeridade, o reexame necessário não será observado nas causas dos Juizados Especiais da Fazenda Pública!

Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, NÃO HAVERÁ REEXAME NECESSÁRIO!

Vamos a uma questão:

(VUNESP – Prefeitura de Itapevi – 2019) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, foram criados para processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos. Sobre o procedimento dos Juizados em pauta, julgue o item abaixo:

Se a Fazenda Pública sucumbir no mérito, haverá reexame necessário.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto! Não haverá reexame necessário das sentenças proferidas contra a Fazenda Pública:

Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, NÃO HAVERÁ REEXAME NECESSÁRIO!

Embargos de Declaração

O Código de Processo Civil prevê a utilização de um recurso chamado embargos de declaração nos seguintes casos:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I — esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II — suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;

ATENÇÃO!

Nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, NÃO haverá o

reexame necessário das sentenças proferidas contra a

Fazenda Pública!

(30)

Desse modo, no âmbito dos Juizados a parte poderá apresentar embargos de declaração contra sentença ou acórdão com o objetivo de:

→ Esclarecer obscuridade

Há obscuridade quando o juiz não deixa a sua posição clara em relação a alguma questão controvertida.

A parte então apresenta os embargos para que o juiz esclareça o seu posicionamento.

→ Eliminar contradição

Aqui, o juiz entra em contradição, manifestando ideias contrárias a respeito da decisão analisada.

Ex: o juiz apresenta fundamentos que levam à procedência na ação, mas na parte dispositiva ele pronuncia a improcedência do pedido

→ Suprir omissão

Há omissão quando o juiz não se pronuncia sobre algum ponto que devia ter sido analisado.

→ Corrigir erro material

Ocorre quando o juiz troca o nome das partes, por exemplo

ATENÇÃO! Apenas os erros materiais podem ser corrigidos de ofício pelo juiz!

Veja de onde tiramos tais conclusões:

Lei 9.099/95. Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença OU acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil. [art. 1.022 do CPC].

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Prazo para interposição dos embargos de declaração: 5 (cinco) dias contados da ciência da decisão!

ATENÇÃO! Os embargos de declaração poderão ser interpostos:

→ De forma escrita OU

Oralmente

Confere aí:

Lei 9.099/95. Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito OU oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

(31)

Vamos tratar de um ponto muito importante relativo aos embargos de declaração nos Juizados Especiais Cíveis, o qual tem caído frequentemente nas últimas provas, devido a uma alteração promovida na Lei 9.099/95 pelo nosso querido e atual Código de Processo Civil:

Os embargos de declaração INTERROMPEM o prazo para a interposição do recurso contra a sentença!

Veja:

Lei 9.099/95. Art. 50. Os embargos de declaração INTERROMPEM o prazo para a interposição de recurso.

Imagino que você ainda deve estar fazendo confusão... Veja o exemplo abaixo:

Recurso Contra Decisão Interlocutória – Medidas Cautelares

Em regra, as decisões interlocutórias proferidas nos Juizados Especiais da Fazenda Pública são IRRECORRÍVEIS, isto é, não há previsão para interposição de agravo de instrumento:

Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.

Art. 4o Exceto nos casos do art. 3o, somente será admitido recurso contra a sentença.

No entanto, o próprio art. 4º excepciona essa regra e permite que as partes recorram das decisões interlocutórias que versem sobre medidas cautelares e antecipatórias (tutela antecipada e tutela cautelar).

EFEITO INTERRUPTIVO

Ao tomar ciência da sentença, começam a correr automaticamente dois prazos: o dos embargos de declaração, (5 dias), e o recurso "inominado" (10 dias)

Vamos imaginar que o autor interpõe embargos de declaração contra a sentença no quinto dia após a ciência da decisão (perceba que a parte tinha 10 dias após a ciência

para apresentar o recurso "inominado", tendo agora somente 5 dias restantes).

Com o julgamento dos embargos de declaração, há interrupção do prazo de interposição do “recurso inominado": o prazo para interposição do recurso será

"reiniciado", devendo recomeçar do "zero".

Portanto, o autor terá de volta os 10 dias para apresentar o recurso, contado da ciência da decisão que julgou os

embargos!

(32)

Olha aqui uma questão:

(VUNESP – TJ/SP – 2018) Diante do que prevê a Lei que regulamenta o Juizado Especial da Fazenda Pública, julgue o item abaixo:

O juiz poderá, de ofício, deferir providências cautelares e antecipatórias, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.

RESOLUÇÃO:

Isso mesmo! É perfeitamente que o juiz defira, de ofício, providências cautelares e antecipatórias para evitar dano de difícil ou incerta reparação:

Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.

Item correto.

Pedido de Uniformização de Jurisprudência

Para a sua prova, basta saber que existe a previsão de pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por turmas recursais na interpretação da lei:

É como se a 1ª turma recursal interpretasse a Lei X da forma B, ao passo que a 2ª turma recursal a interpretasse da forma A.

No pedido de uniformização de jurisprudência, que tem verdadeira natureza de recurso, o recorrente poderá requerer:

a. A fixação da tese jurídica aplicável ao caso concreto b. O reexame da decisão

Nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, a única decisão

interlocutória recorrível é a que defere ou indefere medidas cautelares ou antecipatórias!

As demais decisões interlocutórias só poderão ser discutidas no recurso contra a

sentença.

(33)

As hipóteses de cabimento do pedido de uniformização de jurisprudência são as seguintes:

Divergência em relação a decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material dentro do mesmo Estado.

Nesse caso, o julgamento será realizado em sessão conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de um Desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça.

Contradição entre julgados de Turmas Recursais de diferentes Estados quanto à interpretação da lei federal

Contradição entre decisões de Turmas Recursais com Súmula do Superior Tribunal de Justiça.

Nesse caso, o julgamento será realizado pelo próprio Superior Tribunal de Justiça.

Veja os artigos com incidência raríssima em prova:

Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material.

§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça.

§ 2o No caso do § 1o, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser feita por meio eletrônico.

§ 3o Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.

Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o § 1o do art.

18 contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 1o Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebidos subsequentemente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos, aguardando pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

§ 2o Nos casos do caput deste artigo e do § 3o do art. 18, presente a plausibilidade do direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

§ 3o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou Presidente da Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 4o (VETADO)

§ 5o Decorridos os prazos referidos nos §§ 3o e 4o, o relator incluirá o pedido em pauta na sessão,

(34)

§ 6o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 1o serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou os declararão prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

Art. 20. Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário.

Recurso Extraordinário

Por fim, você precisa saber apenas que das sentenças dos Juizados Especiais Federais também caberá recurso extraordinário ao STF:

Art. 21. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido no art. 19, além da observância das normas do Regimento.

Execução

Nas obrigações de pagar quantia certa de pequeno valor, o pagamento será efetuado no prazo de 60 (sessenta) dias, independentemente de precatório.

Isso mesmo! No procedimento comum, a Fazenda Pública paga os seus credores por meio de precatórios.

Contudo, especificamente em relação às obrigações de pequeno valor, a Fazenda Pública não pagará os seus credores por meio de precatório, mas sim por meio de uma requisição judicial.

Se a Fazenda Pública Federal não pagar no prazo de 60 dias, o juiz mandará sequestrar o numerário.

Nas obrigações de pagar quantia certa que excedam às de pequeno valor, o pagamento será efetuado no por meio de precatório.

Esclarecendo...

Cada ente da Federação vai definir o que é uma obrigação de pequeno valor.

Contudo, até a publicação da Lei de cada Ente Federado, a obrigação de pequeno

valor deverá observar o seguinte:

Estados e Distrito Federal → 40 salários mínimos

Municípios30 salários mínimos

(35)

Veja só:

Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado:

I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art.

100 da Constituição Federal; ou

II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como obrigação de pequeno valor.

§ 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública.

§ 2o As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação.

§ 3o Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2o, os valores serão:

I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;

II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.

§ 4o São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e, em parte, mediante expedição de precatório, bem como a expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago.

§ 5o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para pagamento independentemente do precatório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório.

§ 6o O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará.

§ 7o O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária do depósito, mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o valor originalmente depositado e sua procedência.

Veja esta questão:

(VUNESP – TJ/SP – 2018) Diante do que prevê a Lei que regulamenta o Juizado Especial da Fazenda Pública, julgue o item abaixo:

O pagamento de obrigação de pequeno valor deverá ser feito no prazo máximo de 90 dias a contar da entrega da requisição do juiz.

RESOLUÇÃO:

Na realidade, a Fazenda Pública tem o prazo máximo de 60 dias para cumprir com a obrigação de

(36)

Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado:

I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. 100 da Constituição Federal; ou

Item incorreto.

Vamos resolver esta questão:

(FGV – OAB/III – 2010 - Adaptada) Ronaldo passeava com seu carro novo, na cidade onde reside, quando bateu em um buraco deixado pela Prefeitura. O prejuízo ficou em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), e ele pretende ser ressarcido.

Com base no problema apresentado, julgue o item abaixo.

Após o trânsito em julgado da sentença de procedência do pedido, Ronaldo deverá inscrever seu título para pagamento na forma de precatório.

RESOLUÇÃO:

Como o valor de R$ 2.500,00 é considerado de pequeno valor, o pagamento da quantia pelo ente público se fará independentemente de precatório!

Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado:

I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. 100 da Constituição Federal; ou

II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como obrigação de pequeno valor.

Item incorreto.

Nas obrigações de entregar, de fazer, ou de não fazer, o juiz enviará um ofício à autoridade citada para que seja cumprida a sentença ou o acordo, sob pena de fixação de uma multa diária (astreintes).

Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Uma questão para finalizar:

(VUNESP – TJ/SP “Interior" – 2015) Quanto aos processos que tramitam perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item abaixo.

O cumprimento da sentença com trânsito em julgado, que imponha obrigação de fazer, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

(37)

RESOLUÇÃO:

Perfeito! Tratando-se de obrigação de fazer, o juiz vai enviar um ofício à autoridade citada para a causa com uma cópia da sentença ou do acordo para que haja o cumprimento da sentença condenatória contra a Fazenda Pública:

Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Item correto

Referências

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