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HISTÓRIA E CULTURAS AFRICANAS, AFRO-BRASILEIRAS E INDÍGENAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: RELATO DOS ENCONTROS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO

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HISTÓRIA E CULTURAS AFRICANAS, AFRO-BRASILEIRAS E INDÍGENAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: RELATO DOS ENCONTROS DE UM

PROJETO DE EXTENSÃO

African, Afro-brazilian and indigenous history and cultures in scholar physical education:

reporting an extension project meetings

Cláudia Foganholi Universidade Federal Fluminense1

Julio Cesar da Silva Universidade Federal Fluminense2

Pedro Borges Fernandes Universidade Federal Fluminense2 Paulo Vieira dos Santos Vaz Universidade Federal Fluminense2

Moisés Teixeira Da Silva Universidade Federal Fluminense2 Ingrid Lourenço de Amorim Correa Universidade Federal Fluminense2

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de relatar a experiência de um Projeto de Extensão realizado no Instituto de Educação Física da Universidade Federal Fluminense que buscou proporcionar o conhecimento de jogos, danças e brincadeiras de origem e influências africanas, afro-brasileiras e indígenas. O relato está baseado em registros sistemáticos dos encontros realizados entre estudantes, educadores e membros da comunidade externa à universidade para as vivências de três manifestações culturais: o Cacuriá, uma dança maranhense, os jogos indígenas Kalapalo e a Roda de Samba. Nestes encontros foi possível realizar o diálogo sobre parte da riqueza histórica e cultural destes povos que nos possibilitam o reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade étnico-racial da sociedade brasileira e sobre as possibilidades de inserção desta temática nas aulas de Educação Física.

Palavras-chave: Educação Física escolar; Cacuriá; Jogos Indígenas; Samba;

Relações Étnico-Raciais.

Abstract: This work aims to report the experience of an Extension Project carried out at the Institute of Physical Education of the Federal Fluminense University that sought to provide knowledge of games, dances and games of origin and African, Afroican-Brazilian and Indigenous influences. The report is based on systematic records of the meetings held between students, educators and members of the

1 Professora Adjunta do Curso de Licenciatura em Educação Física; foganholi@hotmail.com

2Estudantes do Curso de Licenciatura em Educação Física; julio.cesar.santoro@gmail.com;

pedroborgesfernandes@id.uff.br; paulo-vieira06@hotmail.com; ingridamorim@id.uff.br;

moisesteixeira95@gmail.com.

Ação apoiada pelo Programa de Bolsas de Extensão 2019 – Pró-Reitoria de Extensão/Universidade Federal Fluminense.

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA community outside the university for the experiences of three cultural manifestations:

Cacuriá, a dance from Maranhão, the Kalapalo indigenous games and the Roda de Samba. In these meetings, it was possible to carry out a dialogue about part of the historical and cultural wealth of these peoples, which allow us to recognize, value and respect the ethnic-racial diversity of Brazilian society and about the possibilities of inserting this theme in Physical Education classes.

Key words: Scholar Physical Education; Cacuriá; Indigenous games; Samba; Race and Ethnic relations.

Introdução

A implementação das Leis Federais n˚. 10.639 de 2003 (BRASIL, 2004) e nº.

11.465 de 2008 (BRASIL, 2008) que trata da obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira e indígena ainda encontra dificuldade para se realizar no sistema de ensino brasileiro (GOMES e JESUS, 2013; SILVA, 2018, FAGUNDES e CARDOSO, 2019). Indicando as leis que “criam condições para que discriminações e racismos possam ser superados em escolas e universidades”, Silva (2018) aponta que:

O problema não está, portanto, na falta de políticas públicas, tampouco de orientações para implementá-las [...], mas em projeto de sociedade que ainda se faz dominante, projeto esse que tenta eliminar as diferenças étnico-raciais, folclorizar as marcas culturais, sabedoria, conhecimentos, tecnologias que não de raízes europeias (p.135).

No entanto, ao analisar os quinze anos de existência da Lei 10.639/2003 Fagundes e Cardoso (2019, p. 64) indicam que embora a efetivação desta ainda não tenha ocorrido plenamente é possível identificar muitos avanços nas políticas públicas em Educação que passaram a enfatizar as questões étnico-raciais.

Uma vez que a implementação destas leis exige que educadoras e educadores se prepararem para a abordagem dessas temáticas na escola, é cada vez mais necessário dialogarmos sobre as diferenças entre as maneiras de ver o mundo e as relações próprias dos povos indígenas, africanos e seus descendentes e as estabelecidas no projeto de sociedade em que se insere a escola. Pesquisas no âmbito da Educação, como as realizadas por Constantino (2014), Silva (2009), Maranhão (2009) e Bergamaschi (2005) indicam a relevância em ressaltar as influências culturais indígenas e africanas na Educação brasileira. Tal observação é baseada na luta pela afirmação das identidades destes grupos no Brasil, pela consolidação de ações afirmativas, pelo combate ao racismo e pelo fim da violência

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contra populações indígenas e jovens negros, que constituem um genocídio. Vale ressaltar que a Educação para as Relações Étnico-raciais não se limita aos interesses de grupos específicos, mas representam a construção de relações mais justas para todas as pessoas que fazem parte de uma sociedade plural.

No Brasil, as manifestações culturais dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas ainda estão muito longe de ter seu reconhecimento no espaço escolar e tem pouca ou nenhuma presença nas universidades do país, nos cursos de formação de professoras e professores, na Educação Física ou demais licenciaturas (LUIZ, 2014; GODOY, 2017). Nas aulas de Educação Física, por exemplo, sejam estas ministradas na educação básica ou nos cursos de graduação, é muito frequente percebermos a ausência destes conteúdos (MATTOS, 2007; SALLES e ALMEIDA, 2015), em detrimento de manifestações da cultura corporal de origens europeias e estadunidenses (GONÇALVES JUNIOR, 2007; 2010; CORSINO e CONCEIÇÃO, 2016). Ao referir-se à práxis pedagógica na Educação Física escolar Gonçalves Junior (2010) aponta para

A necessidade de busca de conhecimento da história da cultura corporal de diferentes povos que habitam o Brasil, tais como africanos e seus descendentes e indígenas de diferentes etnias, com sensibilidade para suas lutas, dentre elas: por liberdade; pela defesa de direitos; pela resistência a folclorização e/ou branqueamento de sua cultura; pela recomposição de sua humanidade, corporeidade e identidade diante das discriminações e preconceitos que visam levá-los, bem como nos levar, ao esquecimento de nossas raízes multiculturais (p.63).

Neste sentido, refletindo sobre a necessidade de um espaço de formação para estudantes, educadoras e educadores, em busca de subsídios para a ainda necessária implementação das Leis Federais n˚. 10.639/2003 e nº. 11.465/2008 criamos no primeiro semestre de 2019, no Instituto de Educação Física da Universidade Federal Fluminense (IEF/UFF), o Projeto de Extensão “Educação das Relações Étnico-raciais: diálogos e afetos.” O projeto tem o objetivo de proporcionar o conhecimento de jogos, danças, brinquedos e brincadeiras de origem e influência africana, afro-brasileira e indígena, bem como de parte da riqueza histórica e cultural destes povos, a partir de vivências destas manifestações culturais que possibilitem o reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade étnico-racial da sociedade brasileira.

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA A demanda para a criação do projeto surgiu da manifestação de estudantes na experiência com a disciplina Educação Física e Educação das Relações Étnico- raciais, ministrada nos últimos dois anos no curso de Licenciatura em Educação Física e no Curso de especialização em Educação Física Escolar, direcionado prioritariamente às professoras e professores de Educação Física da rede pública de ensino do estado do Rio de Janeiro. Devido ao extenso conteúdo teórico da disciplina, as horas dedicadas ao estudo das Relações Étnico-raciais no currículo não possibilita uma grande experimentação de práticas e vivências que possam explorar a temática.

O Projeto, sobre o qual se refere este relato de experiência, tem como aporte teórico os estudos da Motricidade Humana (SÉRGIO, 1996), da Pedagogia Dialógica (FREIRE, 2001, 1988, 1985) e das Epistemologias do Sul (SANTOS; MENESES, 2010). A partir desses referenciais adotamos uma perspectiva pautada na transcendência do ser humano, ou seja, na sua capacidade de transformar-se e de transformar o mundo, sua vocação para ser mais. O universo da transcendência ou

“a vocação ontológica para ser mais” (FREIRE, 1997, p.51) estão relacionados, sobretudo, às possibilidades de superação de realidades opressoras e desumanizantes.

A Pedagogia Dialógica (FREIRE, 2001; 1988; 1985) nos indica que o ato de educar envolve necessariamente o de educar-se, sendo necessária a afetividade, o gosto pelo ensinar e pelo aprender, a busca incansável pela competência e pela esperança engajada na transformação da educação, das condições de vida e de mundo.

O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de um grupo de estudantes de Educação Física na elaboração e desenvolvimento do Projeto de Extensão

“Educação das Relações Étnico-raciais: diálogos e afetos” realizado no Instituto de Educação Física da UFF. Considerando que ainda temos poucas vivências no que se refere ao conhecimento de jogos, danças, brinquedos e brincadeiras de origem e influência africana, afro-brasileira e indígena, e da riqueza histórica e cultural destes povos, este relato de experiência se justifica pela oportunidade de realizarmos, na divulgação deste trabalho, o diálogo com a comunidade escolar e acadêmica sobre a experiência relatada, no sentido de ampliarmos as percepções sobre a mesma e

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possibilitar a troca de conhecimentos acerca da temática da Educação das Relações Étnico-raciais na Educação Física Escolar.

Metodologia

Este trabalho se caracteriza como uma pesquisa qualitativa uma vez que se refere à compreensão do universo dos significados das ações e relações humanas (MINAYO, 2001), que utiliza o relato de experiência para descrever o que foi vivenciado no espaço-tempo dos encontros realizados no Projeto de Extensão

“Educação das Relações Étnico-raciais: diálogos e afetos.” Como instrumentos de coleta de dados utilizamos os registros feitos em diários de campo, relatos e depoimentos dos participantes dos encontros, registrados com prévia autorização destes. De acordo com Bogdan e Biklen (1994), o diário de campo é o relato escrito de tudo que se vê, ouve, experiência e pensa durante a coleta de dados, no percurso do processo investigativo. Os diários de campo foram submetidos à análise do Fenômeno Situado, na qual Martins e Bicudo (2005) sugerem que uma primeira leitura dos dados coletados seja feita a fim de que se obtenha uma visão geral das situações ali contidas. Depois, indicam que várias leituras sejam realizadas focando o fenômeno que se pretende investigar, até que se identifiquem as unidades de significado. As unidades de significado são trechos localizados no texto, representando asserções que possam conter significações para a interrogação empreendida. O objetivo desse momento da análise é auxiliar a compreensão do fenômeno investigado, selecionando as partes da descrição que parecem ser essenciais para essa compreensão, a partir da separação entre o que é a consciência da experiência e o que é simplesmente suposto a partir do exercício das intersubjetividades presentes na prática social.

Os resultados apresentados neste relato de experiência se referem ao período de quatro meses de realização do projeto (abril a julho de 2019). Neste período foram realizados oito encontros quinzenais, nos quais o primeiro encontro mensal foi orientado para a pesquisa, o estudo e planejamento das atividades a serem realizadas no segundo encontro mensal, ambos sob a responsabilidade da professora coordenadora do projeto e das/os estudantes do curso de Licenciatura em Educação Física da UFF participantes do projeto. O segundo encontro mensal foi

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA

destinado à vivência das atividades e aberto a toda a comunidade. Nestes encontros, participaram estudantes, professoras e professores de diferentes cursos de graduação e também da rede de ensino básico da região, bem como pessoas da comunidade interessadas na temática abordada.

O relato dos encontros

O grupo reunido para a criação do Projeto contou com a participação inicial de uma professora e oito estudantes do curso de graduação em Educação Física do IEF/UFF. Para a escolha e organização dos temas que seriam abordados em cada segundo encontro mensal do Projeto, aberto à comunidade, realizamos uma reunião na qual decidimos tentar contemplar, no decorrer do ano, as diferentes manifestações da cultura corporal, tais como jogos, danças, lutas, esporte e brincadeiras.

Os quatro encontros abertos à comunidade foram realizados com os seguintes temas: Cacuriá, Jogos de Mancala, Jogos Indígenas Kalapalo e Roda de Samba. Os encontros acorreram no espaço do IEF/UFF e contaram com a participação de estudantes da UFF dos cursos de Educação Física, Psicologia, História, Publicidade, Filosofia, Jornalismo, professoras do curso de Educação Física e Segurança Pública, estudantes, professoras e professores da Educação Básica da rede pública de ensino, servidores técnicos da universidade, entre outros membros da comunidade externa à UFF. Neste relato, não abordaremos apenas o encontro com o tema dos Jogos de Mancala, pois o mesmo ocorreu em uma praça pública do município de Niterói-RJ, com uma dinâmica bastante diferente dos demais encontros.

Os encontros aqui relatados tiveram duração de aproximadamente duas horas e trinta minutos e foram estruturados em: 1. Uma roda de conversa inicial acerca da contextualização da manifestação abordada no encontro; 2. A vivência das manifestações escolhidas e planejadas anteriormente pelo grupo; 3. Uma roda de conversa final na qual as pessoas participantes foram estimuladas a avaliar a atividade a partir do que aprenderam, ensinaram e sentiram.

O Cacuriá

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No encontro para a vivência do Cacuriá foi realizada uma roda de conversa inicial, na qual foi apresentada a história e origem do Cacuriá, uma dança da cultura popular do Maranhão. As músicas cantadas no encontro foram do grupo de Cacuriá Pé no Terreiro (MENEZES, 2008) que, desde 2001, pesquisa e divulga diversas manifestações da cultura popular brasileira. A coreografia dançada seguiu a letra das músicas e os ritmos tocados pelas caixas do divino, que são os tambores utilizados nesta manifestação cultural. Após a roda de conversa fizemos um círculo e o primeiro aprendizado foi bater palmas seguindo o ritmo das batidas do Cacuriá, o mesmo som que fariam as caixas do divino. Em seguida vivenciamos o passo da dança, solicitando que todos começassem a andar no círculo de acordo com os passos e o ritmo da música. Sugerimos a todas as pessoas que caminhassem livremente pelo espaço, realizassem um giro ao encontrar outra pessoa para mudar de direção e que olhassem nos olhos umas das outras durante o percurso. Tais sugestões foram importantes para que as pessoas fossem gradualmente perdendo a timidez e encontrando seu próprio ritmo ao movimentar-se com as outras na roda. A oficina contou com duas caixas do divino, as quais primeiro foram revezadas entre as mulheres, em referência à utilização do instrumento pelas mulheres durante as festas do Divino Espírito Santo. Logo em seguida foram revezadas entre os homens para que todos tocassem. O Cacuriá possui músicas com versos simples, fáceis de aprender e citam elementos da natureza e situações do cotidiano. Em todo momento pôde ser notada a alegria, o aprendizado em forma de diversão e a participação espontânea de todos os presentes.

Participaram deste encontro aproximadamente 25 pessoas, estudantes dos cursos de Educação Física e de Psicologia da UFF. Ao final da atividade fizemos uma roda de conversa para dialogar sobre o que as pessoas sentiram a partir da vivência realizada. Nessa roda de conversa foi interessante perceber a surpresa entre as e os estudantes presentes acerca da riqueza cultural das danças das culturas populares brasileiras cujo conhecimento, muitas vezes, nos é negado na escola. Parte das/os participantes se referiram às aulas de Educação Física Escolar que tiveram e lembraram-se das práticas excludentes que vivenciaram durante as aulas que tinham os esportes como conteúdo principal ou único, priorizando a participação dos alunos mais hábeis. Outras pessoas se referiram à sensação de

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA alegria proporcionada pela dança e à sensação de liberdade para se expressarem na dança, sem amarras de técnicas ou padrões impostos conforme relatado nos trechos dos depoimentos a seguir:

[...] fui aquela criança gordinha né vocês sabem que crianças gordinhas em escola na Educação Física o que elas fazem? Fogem da Educação Física.

Eu sempre inventava uma doença diferente para não participar. Eu não me sentia incluída eu me sentia excluída. Eu sempre fui alta então algumas crianças me chamavam para jogar handebol ficavam me escolhendo, mas como eu era gordinha eu já colocava na minha cabeça que eu era desengonçada sabe então eu não conseguia nem me desenvolver provavelmente se tivesse danças assim com certeza eu ia me alegrar ia me sentir incluída [...]

Uma estudante de psicologia da UFF expressou qual foi a sensação despertada pela vivência da dança:

Hoje de manhã tava acontecendo algumas coisas e eu percebi que estava faltando com meu corpo, assim eu estava faltando em dar movimento pra ele [...] meu amigo me chamou. Incrível mesmo muito bom, muito bom.

Um estudante de Educação Física da UFF relatou sua experiência em participar da oficina realizada:

[...] eu queria dizer que pra mim foi uma experiência muito boa. Porque eu não sabia quando que eu ia ter esse tipo de possibilidade de ter contato com outras pessoas de outros cursos e saber que realmente é necessário que a gente possa se abrir dessa forma emocionalmente de cantar e compartilhar essas experiências. A memória que vou ter desse momento com certeza é uma memória positiva e se um dia eu for da aula pros alunos eu vou falar: A gente vai fazer essa atividade e vocês vão gostar muito.

Os Jogos Indígenas Kalapalo

O encontro com o tema dos Jogos Indígenas da cultura Kalapalo contou com a presença de 23 pessoas, entre estudantes dos cursos Educação Física, Pedagogia e Psicologia da UFF, professoras e professores da rede pública de educação básica dos municípios de Niterói e Maricá-RJ.

Os jogos e brincadeiras escolhidos para este encontro foram da etnia Kalapalo, que vive na Terra Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Iniciamos o encontro em um espaço gramado do IEF/UFF com uma roda de conversa, fazendo uma breve apresentação sobre a história do povo Kalapalo, a localização geográfica deste povo, a cultura, os modos de produzir brinquedos, etc. Dialogamos sobre a preocupação de todas as etnias indígenas em preservar a natureza e sua identidade

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cultural. As referências principais que utilizamos para organizar este encontro foram o livro Jogos e Brincadeira da Cultura Kalapalo (HERRERO; FERNANDES, 2010), produzido pelo Sesc São Paulo e os dados do IBGE 2010 sobre os povos indígenas do Brasil.

Antes de iniciar os jogos e brincadeiras, perguntamos se os participantes poderiam citar nomes de algumas etnias indígenas que vivem no Brasil, ao que a maior parte de grupo presente respondeu negativamente. Para que conhecêssemos o nome de algumas etnias indígenas, cantamos um trecho da música Chegança (NÓBREGA; FREIRE, 1997), acompanhado do som de duas maracas e da batida dos pés no solo. Neste encontro conhecemos e vivenciamos cinco brincadeiras Kalapalo: Emusi, Agú Kaká, Uatá, Ijá e Toloi Kunhügü.

Emusi é uma brincadeira praticada por um número indefinido de crianças e adultos de ambos os sexos, não há ocasião ou local definido para sua prática.

Quando há dois jogadores, um fica sendo o caçador e o outro a caça. O caçador precisa perseguir a caça até tocar qualquer parte de seu corpo e gritar ao mesmo tempo “Emusi” com isso o jogo inverte (HERRERO; FERNANDES, 2010).

Agú Kaká é uma brincadeira realizada durante a festa do macaco, festa esta que é feita em homenagem ao espírito do macaco por servir de alimento para as mulheres grávidas e menstruadas. A brincadeira é praticada tanto por homens quanto por mulheres de todas as idades com número indefinido de participantes (HERRERO; FERNANDES, 2010).

Uatá é uma brincadeira que pode ser praticada a todo momento e em qualquer lugar, não faz parte de cerimônia ou festividades, é praticado somente por homens e crianças, não há limite de idade e de participantes. A brincadeira inicia com um participante abaixando com as mãos e joelhos no chão, em seguida outro participante corre e salta sobre o corpo da pessoa que está abaixada evitando tocá- la, porém pode encostar uma mão para servir de apoio ao saltar. Depois de saltar o mesmo corre um pouco e fica na mesma posição do participante anterior e assim sucessivamente (HERRERO; FERNANDES, 2010).

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA Ijá é uma brincadeira que requer no mínimo três participantes, precisa de uma corda e não há local ou ocasião definida para sua prática. Para brincar, dois participantes seguram cada um a ponta da corda e a giram em círculos batendo paralelamente ao chão, enquanto o terceiro precisa pular no momento em que a corda atinge o chão. No momento de pular é preciso elevar os joelhos próximo ao peito realizando uma forte contração abdominal, sem mudar excessivamente a altura da cabeça em relação ao chão no momento de impulsionar para saltar (HERRERO;

FERNANDES, 2010).

Toloi Kunhügü é uma brincadeira praticada por um número indefinido de pessoas, sua prática acontece na praia da lagoa ou rio e não há ocasião definida para brincar. Quem propõe a brincadeira prontamente vira o gavião, ele desenha na areia uma grande árvore com bastantes galhos e cada participante vira um passarinho e monta seu ninho com areia no galho que escolher. Feito isso o gavião sai à caça dos passarinhos que saem dos seus ninhos, se reúnem em um local próximo à árvore e batem os pés no chão provocando o gavião que avança lento, rasteiro, encolhido e agachado para onde os passarinhos se encontram. Ao se aproximar, tenta pegá-los enquanto os passarinhos correm em todas as direções para não serem apanhados. O gavião quando consegue pegar algum passarinho, deve prendê-lo em seu refúgio, no pé da árvore. O último passarinho que não foi apanhado se transforma no gavião, recomeçando assim a brincadeira (HERRERO;

FERNANDES, 2010).

A vivência destes jogos nos proporcionou uma tarde de muita descontração, alegria e muito aprendizado em contato com a natureza. Ao final da atividade fizemos uma roda de conversa e dialogamos sobre a importância de conhecer a história e cultura indígena, aprender sobre seus jogos e brincadeiras e sobre a dificuldade que temos de encontrar referências sobre o tema. Conversamos também sobre as situações dos povos indígenas no Brasil que sofrem constantes ataques aos seus direitos e à própria vida, desde a colonização até os dias atuais.

Nesta roda de conversa destacamos as referências feitas pelas pessoas participantes às possibilidades de trabalhar estes jogos nas aulas de Educação Física Escolar e sobre como temos que aprender com os modos de ser e estar no mundo dos povos indígenas. Destacamos também as observações sobre como

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algumas brincadeiras eram parecidas com a nossas, não indígenas, que brincávamos nas nossas infâncias. O que nos levou a pensar que muitas de nossas brincadeiras podem ter origens indígenas, mas desconhecemos não por acaso, e sim por um apagamento histórico (BORGES, 2016). Esse encontro foi importante para nos mostrar que é possível trabalhar essa temática nas aulas de Educação Física na escola.

Roda de Samba

O encontro sobre a Roda de Samba contou com a presença de um convidado, o Professor de Educação Física e sambista Giovane Nobre que compartilhou com as pessoas presentes o seu conhecimento sobre esta manifestação da cultura afro-brasileira. Estávamos em roda e com alguns instrumentos utilizados no samba numa mesa no centro, entre eles pandeiros, cavaquinho, reco-reco, banjo e também tínhamos um tantã e um atabaque. O professor Giovane começa o encontro contando sobre a história do samba, sua relação com a diáspora africana e os povos negros escravizados, a forma como a população via no samba o seu lazer e forma de resistência. Contou-nos sobre a região da cidade do Rio de Janeiro conhecida como pequena África e sobre personagens que fizeram parte dessa história, as tias que organizavam as rodas de samba como a Tia Ciata, e as personagens que são conhecidos como a santíssima Trindade do samba: Pixinguinha, Donga e João da Baiana. Falou também sobre as ramificações e influências que teve o samba, como, por exemplo, o samba de enredo e o pagode. Analisamos as letras de algumas músicas, como o samba enredo do ano de 2019 da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, denominado “História pra ninar gente grande”, para refletirmos sobre o momento político que vivemos hoje no país e sobre como o samba é, e sempre foi, uma forma de resistência do povo. Dialogamos sobre a presença dos preconceitos raciais e sexistas, entre outros aspectos das relações sociais que foram e são cantadas nas letras dos sambas.

Após esse momento, o professor Giovane nos ensinou como sambar, com passos básicos. Finalizamos este encontro fazendo uma roda de samba, onde todos puderam utilizar os instrumentos, aprender a tocar, pedir música, cantar e aproveitar,

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA da melhor forma possível para cada pessoa, aquele momento único que foi a roda.

Foi visível a alegria de todas as pessoas, com o sorriso estampado no rosto, como se tivessem esquecido todos os problemas que nos cercam. Entendemos que essa é uma das potências do samba, unir as pessoas e manifestar a alegria.

Considerações

Considerando que grande parte de estudantes, educadoras e educadores atuantes na rede de ensino da educação básica e dos cursos de licenciaturas das universidades ainda não tiveram muitas experiências, como as relatadas neste trabalho, compreendemos que este Projeto de Extensão pode favorecer a construção de espaços de troca de conhecimentos e saberes acerca das manifestações culturais, proporcionando vivências de jogos, brincadeiras, brinquedos e danças de origens e influências africana, afro-brasileira e indígena.

Durante a roda de conversa na vivência da dança Cacuriá, os estudantes do curso de Educação Física puderam dialogar com estudantes de outros cursos sobre a ausência destes conteúdos nas aulas de Educação Física que tiveram na escola e os motivos desta ausência, como, por exemplo, a partir da fala de uma estudante de Psicologia da UFF que relatou sua experiência no período escolar mencionando que

“[...] Muitas vezes a Educação Física na escola é muito voltada para vôlei, handebol, futebol [...] aqui a gente se alegrou ninguém se excluiu, ninguém olhou, todo mundo diferente, todo mundo se respeitou, sabe? Devia ter mais isso, né?” (DIÁRIO DE CAMPO I/19).

Um estudante de Educação Física da UFF continuou o diálogo dizendo:

É muito triste pensar que o Brasil que tem uma cultura tão rica sabe, tipo assim eu faço Educação Física há dois anos e meio e eu nunca tinha ouvido falar do Cacuriá e tipo assim tem várias etnias, vários tipos de jogos, brincadeiras, várias formas da cultura corporal e a gente só trabalha o que vem da Europa, [...] tipo assim sabe tem várias possibilidades e mesmo assim a realidade que a gente vive na Educação Física brasileira é isso que vocês tão vendo não dá mais é muito triste.

Nesse momento, os estudantes manifestaram suas reflexões sobre as possibilidades de inserção desta e outras danças das culturas populares na Educação Física, bem como sobre a potência dessas vivências para o conhecimento da história e das culturas brasileiras.

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Na vivência dos jogos indígenas Kalapalo consideramos que a presença de professores da rede pública de ensino contribuiu para a troca de conhecimentos e, sobretudo, para a formação das/os estudantes de Educação Física, principalmente quando relataram sobre a viabilidade de abordagem dos jogos vivenciados junto às crianças e adolescentes em suas escolas. As professoras e professores relataram também a dificuldade que existe para encontrar referências e realizarem a formação continuada sobre esta temática, o que nos levou a refletir sobre a necessidade de mais encontros como este para compartilhar o que temos aprendido nas escolas e na universidade.

Na vivência da Roda de Samba consideramos que as reflexões geradas na roda de conversa destacaram a importância da presença desta manifestação cultural nas escolas, não apenas pela possibilidade de abordagem da história e culturas afro-brasileiras, mas também pela potência desta vivência na construção de um ambiente inclusivo e alegre para o desenvolvimento dos processos educativos.

Estudantes e professoras presentes neste encontro manifestaram a reflexão sobre como a Roda de Samba pode criar um espaço de convivência entre as pessoas favorecendo as trocas de conhecimento e aproximações nas relações pessoais.

Consideramos também, que o olhar crítico sobre a expressão do samba proporcionado por esta vivência nos possibilitou refletir sobre a possibilidade de abordar assuntos como machismo, sexismo e racismo, que são demandas sociais e consequentemente estão presentes na escola, a partir do samba.

Desta forma, articulando as dimensões de ensino, pesquisa e extensão, pudemos observar nos encontros relatados uma possibilidade de abordagem da Educação das Relações Étnico-Raciais na formação de estudantes e educadores, em uma perspectiva de fortalecimento e valorização destas manifestações culturais, no sentido de aprender e ensinar simultaneamente com e nos processos educativos gerados por elas e pela convivência do grupo.

Referências

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