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APLICAÇÃO DA PLATAFORMA BIM NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE UMA CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA

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APLICAÇÃO DA PLATAFORMA BIM NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE UMA CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA

Rafaela Giachini da Silva (Engenheira Civil – Centro Universitário Unisep – CEEUN);

rafagiacchini@outlook.com

Douglas Everton Cadore (Mestre em Engenharia Civil – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR); douglascadore14@hotmail.com

Taienne Winni Paiz Ecker (Mestra em Engenharia Civil – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR); taienne_ecker@hotmail.com

Analice Pinzon Balena (Mestra em Tecnologia e Gestão da Inovação – Universidade Comunitária da Região de Chapecó – UNOCHAPECÓ); analice_pinzon@hotmail.com

Resumo: Para a elaboração de projetos, o uso dos softwares aparece como uma forma de se obter melhor visualização dos elementos. Com isso, o software mais utilizado é o AutoCad, no qual representou grande progresso, visto que substituiu os desenhos manuais.

Essa ferramenta apresenta projetos em 2D, que resultam em desenhos com linhas e curvas.

Já a Plataforma Building Information Modeling, ou Plataforma BIM, apresenta-se como uma alternativa aos processos tradicionais de projeto, pois realiza uma modelagem que vai desde o 3D até o 6D, trabalhando com diversas informações, como custos, materiais, resistência, etc. Contudo, a metodologia BIM é mais comum na realização de projetos e obras verticais, como casas e prédios. Por isso, o presente estudo consiste na elaboração de projetos de uma Central Geradora Hidrelétrica (CGH), onde esses projetos foram feitos em 3D com o uso do software Revit e o planejamento da obra foi elaborado no MS Project.

Assim, a modelagem 3D foi compatibilizada com o planejamento no Navisworks, gerando um modelo 4D. Dessa maneira, muitos benefícios foram apontados, como a obtenção de uma melhor visualização, integração, análise e gestão dos projetos e também a detecção de possíveis problemas e incompatibilidades. Além disso, com informações mais precisas obtidas através do BIM, pode-se obter maior economia de tempo e de orçamento, visto que se trata de uma obra de grande porte.

Palavras-chave: Central Geradora Hidrelétrica. Plataforma BIM. Projetos.

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APPLICATION OF THE BIM PLATFORM IN THE PROJECT ELABORATION OF A SMALL HYDROPOWER PLANT

Abstract: For the elaboration of projects, the use of software appears as a way to obtain a better view of the elements. With that, the most used software is AutoCad, which represented great progress, since it replaced manual drawings. This tool presents 2D designs, which result in drawings with lines and curves. The Building Information Modeling Platform, or BIM Platform, presents itself as an alternative to traditional design processes, since it performs a modeling that goes from 3D to 6D, working with several information, such as costs, materials, resistance, etc. However, the BIM methodology is more common in vertical projects and constructions, such as houses and buildings. For this reason, the present study consists on the elaboration of projects for a Hydroelectric Generating Plant (HGP), where these projects were made in 3D using the Revit software and the planning of the construction was made on MS Project software. Thus, the 3D modeling was made compatible with planning on Navisworks, generating a 4D model. In this way, many benefits were pointed out, like the obtention of a better visualization, integration, analysis and management of the projects and the possible detection of problems and incompatibilities. In addition, with more accurate information obtained through BIM, it is possible to obtain bigger time and budget savings, since it is a large construction.

Keywords: Small Hydropower Plants. BIM Platform. Projects.

1. INTRODUÇÃO

No setor da construção civil há uma grande busca por avanços, objetivando melhor qualidade e produtividade. Isso inclui a gestão dos softwares, que são utilizados para a elaboração de projetos, para melhor visualização dos elementos.

Logo, surge a Plataforma Building Information Modeling (BIM) propondo uma nova metodologia de projeto. Segundo Eastman et al. (2011), essa plataforma é uma tecnologia de modelagem da informação da construção e um conjunto associado de processos para comunicação, produção e análise. Sendo que o BIM não trabalha apenas com desenho, mas com elementos em que informações podem ser inseridas.

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Desse modo, através do modelo tradicional Computer-aided design (CAD) obtém-se informações espaciais, como formas e dimensões em 2D. Já com a Plataforma BIM por meio de uma modelagem 3D, é possível ter uma visualização mais exata e um melhor entendimento do projeto, trabalhando com informações geométricas e não geométricas (custos, materiais, peso, resistência, etc.). Assim, é possível obter uma relação entre todas as fases envolvidas na construção do empreendimento, visando melhor planejamento e consequentemente, minimizar erros (SHEER et al 2007).

Todavia, a aplicação da metodologia BIM é mais comum no processo de planejamento e de elaboração de projetos de obras verticais, como casas e prédios, sendo raras as iniciativas que aplicam essa tecnologia em obras de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), existindo poucos estudos e aplicações nessa área.

Não utilizar a plataforma BIM pode causar uma série de problemas. Exemplo disso é a incompatibilidade de projetos, que gera problemas de execução, impactando em vários fatores, como a redução da qualidade do empreendimento, causando improvisos na obra.

Outros fatores são os problemas de orçamento, resultando em custos acima do previsto que poderiam ser evitados, principalmente em obras de grande porte e de alto custo como as de CGHs. Além disso, falhas com cronogramas, levando muito tempo para a concepção dos projetos e consequentemente, atraso na entrega do empreendimento.

Portanto, esse trabalho visa verificar e analisar vantagens que a tecnologia BIM pode apresentar quanto aos métodos tradicionais de projeto. Essa verificação ocorre através da elaboração de projetos em modelagem 3D de uma Central Geradora Hidrelétrica. Além dos projetos, há também a realização do planejamento da obra e posteriormente, a compatibilização desses projetos com o planejamento através da plataforma BIM, tornando- se uma modelagem 4D. Em vista disso, essa análise pode apresentar bons resultados, visto que a aplicação dessa metodologia em projetos de CGHs não é comum.

2. METODOLOGIA

Nesse estudo de caso foram elaborados os projetos da Central Geradora Hidrelétrica Santo Anjo, utilizando softwares e fazendo a compatibilização desses projetos através da metodologia BIM.

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2.1 Caracterização da CGH

De acordo com a Resolução nº 875, de 10 de março de 2020 c/c Lei nº 13.360, de 17 de novembro de 2016, é definido que Central Geradora Hidrelétrica é um empreendimento de potência igual ou inferior a 5 MW (megawatts).

Logo, o empreendimento em estudo está localizado próximo a cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do sul, mais especificamente no Rio Piaí. Trata-se de uma central geradora hidrelétrica que possui o nome de Central Geradora Hidrelétrica Santo Anjo, com potência instalada de 2,0 MW e que está na fase inicial da sua construção.

2.2 Elaboração do Projeto da CGH

O projeto arquitetônico foi elaborado através do software Revit, da empresa Autodesk. Esse software permite a elaboração de projetos em 3D.

Para dar início ao projeto, as cotas de nível da topografia foram geradas no próprio software.

Isso foi possível através de dados metashape, obtidos por meio de fotometria feita com o uso de drone, que gerou uma visão de todo o terreno em 3D, como mostra a Figura 1.

Figura 1 – Topografia em 3D gerada no software Revit a partir de fotometria

Fonte: Autores (2020)

Após o lançamento das curvas de nível, que foram georreferenciadas no software Revit, o próximo passo foi a elaboração do projeto arquitetônico.

Desse modo, visto que as estruturas já haviam sido dimensionadas pela empresa responsável pela construção da usina, utilizaram-se os projetos em 2D nos quais foram

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disponibilizados pela empresa. Com esses projetos obtiveram-se informações e dimensões para a realização da modelagem em 3D sobre a topografia, no programa Revit.

O primeiro projeto utilizado foi o da planta de situação e a partir disso, foi possível fazer uma análise de onde as estruturas deveriam ser modeladas e alocadas na topografia em 3D.

Depois de ter a localização de cada estrutura determinada, todas os componentes necessários de cada estrutura foram modelados, incluindo barragem, paredes, esquadrias, coberturas, turbinas, comportas, grades, condutos, etc. A Figura 2 apresenta o projeto arquitetônico em 3D da barragem juntamente com o canal de adução da CGH Santo Anjo.

Figura 2 – Projeto da barragem e canal de adução em 3D

Fonte: Autores (2020)

Assim, as outras estruturas foram desenhadas e alocadas na topografia, respeitando seus dimensionamentos e as cotas de níveis determinadas pelo estudo ambiental da empresa.

Por fim, esse projeto arquitetônico, serviu de base para o planejamento e a compatibilização feitos posteriormente.

2.3 Planejamento da CGH

Obteve-se o planejamento detalhado da obra através da empresa responsável pela construção da CGH em uma planilha. Esse planejamento foi realizado através do conhecimento empírico dos engenheiros civis e eletricistas da empresa, que se basearam em comparações com outras obras do mesmo porte.

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Desse modo, essas informações da planilha foram passadas para o software utilizado para a criação do cronograma, chamado Microsoft Project (também conhecido como MS Project ou apenas Project), que pertence à empresa Microsoft.

As tarefas foram alinhadas e organizadas para se obter o planejamento, no qual formou um gráfico, conhecido como Gráfico de Gantt. Nele foi possível visualizar a relação existente entre as tarefas, como mostra a Figura 3.

Figura 3 – Planejamento no MS Project

Fonte: Autores (2020)

Definiu-se o calendário de trabalho para dar início às atividades, a partir do dia 17 de fevereiro de 2020. Além disso, foi configurado o período de trabalho, sendo das 7:45h às 12:00h no período da manhã e das 13:30h às 18:00h, baseando-se no horário de trabalho real dos funcionários da obra. Por conseguinte, a obra da CGH Santo Anjo foi planejada para aproximadamente 11 meses, desde a construção do barramento até sua operação.

2.4 Planejamento 4D

Após o desenvolvimento do projeto no Revit, que gerou uma modelagem 3D e o planejamento na forma de cronograma elaborado no MS Project, essas informações foram adicionadas ao software Navisworks, gerando um planejamento em 4D. Esse software pertence a empresa Autodesk e permite visualizar o andamento da obra, possibilitando a visualização gráfica de atividades através do cronograma que foi inserido, apresentando uma visão mais real da construção.

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Desse modo, cada projeto foi exportado em seu próprio software. Assim, o modelo 3D (feito no Revit) foi exportado no formato rvt e o planejamento (feito no MS Project) foi exportado no formato mpp. Logo, percebe-se que são dois formatos diferentes quando se trata de informações, modelos, aparência e objetivos. Por fim, esses dois projetos foram importados no Navisworks e a união desses elementos foi realizada, conforme apontado na Figura 4.

Figura 4 – Compatibilização do projeto 3D com o planejamento no software Navisworks

Fonte: Autores (2020)

Assim, com essa compatibilização dos projetos ocorreu a interoperabilidade, em que as áreas compartilharam informações, como mostra a Figura 5.

Figura 5 – Interoperabilidade dos elementos realizada nos softwares Revit, Project e Navisworks

Fonte: Autores (2020)

Além disso, o software Navisworks apresenta uma opção para procurar incompatibilidades no projeto através de uma ferramenta chamada Clash Detective (Figura 6). Portanto, essa

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ferramenta foi utilizada para fazer uma análise de possíveis interferências e conflitos no projeto. Dessa forma, foi definido o nível em que a obra se localiza (térreo) e o teste foi realizado.

Figura 6 – Ferramenta Clash Detective no software Navisworks

Fonte: Autores (2020)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste item encontram-se todos os resultados referentes aos projetos elaborados no software Revit (BIM 3D), o planejamento no software MS Project e a compatibilização realizada no software Navisworks (BIM 4D).

3.1 Aplicação da dimensão 3D do BIM no projeto estudo de caso

Através da utilização do software Revit, foi elaborado todo o projeto em 3D com todas as estruturas da central geradora hidrelétrica, de modo em que cada estrutura ficou interligada à outra. Dessa forma, esse projeto não só apresentou um desenho em três dimensões, mas também apresentou uma modelagem 3D inteligente. Sendo que, de acordo com Teles e Rocha (2013), esse tipo de modelagem incorpora ao modelo digital parâmetros e bancos de dados, nos quais é possível fazer estudos e análises. A Figura 7 apresenta uma vista em três dimensões de todo o projeto da CGH Santo Anjo, sendo uma construção virtual da obra.

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Figura 7 – Vista do projeto da CGH Santo Anjo em 3D

Fonte: Autores (2020)

Além de gerar o projeto nesse formato, também foi realizada a sua renderização. Essa renderização ou render, segundo Bortolato (2015), é um processo no qual consiste em obter o produto final de um processamento digital, resultando em uma imagem mais próxima à realidade, como mostra a Figura 8.

Figura 8 – Imagem renderizada do projeto da CGH Santo Anjo

Fonte: Autores (2020)

Além disso, o programa não só gerou os cortes e vistas de forma automática, como também apresentou várias informações por meio da representação gráfica da CGH.

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Estas informações são de grande importância e contribuem para planejamento, execução de obra, custo, entre outros fatores. Exemplo disso, é o volume de escavação realizado no terreno para alocar as estruturas, no qual foi obtido através do modelo paramétrico em 3D, gerando uma tabela. A Tabela 1 apresenta o quantitativo gerado no software Revit com o volume em metros cúbicos do corte e do aterro de terra feitos para alocação das estruturas.

Tabela 1 – Quantitativo de corte e aterro gerado no software Revit

Fonte: Autores (2020)

Outro tipo de quantitativo que foi retirado do software foi o volume de concreto necessário para a construção da barragem. Dessa maneira, com essas tabelas de quantitativos, pode- se perceber que é possível obter mais eficiência e precisão para a elaboração de orçamentos e cronogramas de obra. Assim, com a Tabela 2 é apresentado o quantitativo da barragem, com a resistência do concreto e o seu volume.

Tabela 2 – Quantitativo de concreto da barragem

Fonte: Autores (2020)

3.1.1 Projetos no software AutoCad

Sabe-se que o software mais utilizado para projetos é o AutoCad e ele apresenta projetos em 2D. Essa visualização é eficiente, entretanto, sem informações paramétricas (como quantitativos e propriedades de materiais). Aliás, cada projeto elaborado em 2D precisa ser efetuado de forma separada, geralmente, ficando em arquivos separados, impedindo de fazer uma análise sistêmica geral.

Assim, os projetos iniciais da CGH Santo Anjo que serviram de base para esse estudo estavam no formato 2D. A Figura 9 apresenta a planta baixa da casa de força feita no AutoCad.

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Figura 9 – Planta Baixa em 2D da casa de força

Fonte: Autores (2020)

Desse modo, com o projeto elaborado no Revit e fazendo uma comparação entre as duas modelagens, pode-se dizer que a modelagem em 3D permitiu uma visualização melhor, permitindo um entendimento mais abrangente da construção e dos seus projetos. A Figura 10 apresenta uma parte da modelagem do projeto em 3D mostrando a casa de força da CGH Santo Anjo.

Figura 10 – Casa de força em 3D realizada no software Revit

Fonte: Autores (2020)

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Ademais, o Revit realiza renderizações em alta qualidade. Portanto, imagens mais realistas foram geradas a partir do software, levando as vistas e perspectivas a um acabamento final com mais precisão, como mostra a Figura 11.

Figura 11 – Imagem renderizada da parte externa da casa de força

Fonte: Autores (2020)

Por fim, o modelo 3D criou de forma automática plantas, elevações, cortes e vistas 3D, fazendo com que apresentasse uma melhor visualização e entendimento facilitado do projeto. Ele também permitiu que todos os dados dos projetos de cada estrutura civil fossem armazenados em um só arquivo. Além disso, as tabelas de quantitativos de materiais foram geradas à medida que o modelo foi carregado de informações relacionadas ao seu processo construtivo.

Dessa maneira, caso feita alguma alteração no projeto em 3D, todos os cortes, plantas, quantitativos e outros modelos são alterados de forma automática, evitando desperdício de tempo para realizar alteração nos outros arquivos.

Isso agiliza o trabalho, pois ao utilizar o modelo 2D, é necessário criar cada corte, cada vista e também criar as tabelas de quantitativo, sendo que com o Revit, todas essas etapas foram geradas de forma automática. Assim, isso evita desgastes na obra e faz com que a equipe não perca tempo com situações inesperadas.

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3.2 Aplicação da dimensão 4D do BIM no projeto

Para o uso da dimensão 4D do BIM utilizou-se uma combinação do projeto em 3D com o planejamento. Dessa forma segundo Silva (2011), o planejamento de uma obra tem grande importância, pois mesmo que não tenha como determinar com certeza e perfeição qualquer atividade humana, é capaz de proporcionar uma garantia razoável de que os objetivos que serão atingidos. Portanto, o planejamento apresenta uma noção prévia do que fazer e para onde ir, resultando em um trabalho mais eficiente.

3.2.1 Planejamento no MS Project

O cronograma completo da obra da CGH Santo Anjo foi realizado no software MS Project.

Em vista disso, vale ressaltar que os prazos para cada atividade foram definidos pela empresa responsável pela obra e usados para a aplicação do modelo 4D.

Assim, para dar início ao planejamento no Project o calendário de trabalho foi configurado com os horários a serem trabalhos. Depois disso, cada tarefa foi adicionada juntamente com suas datas de início e fim. Logo, o software gerou a quantidade de dias necessários para trabalhar em cada tarefa, resultando em uma coluna chamada “duração”.

Dessa forma, com os prazos de cada tarefa definidos a relação de precedência ou dependência foi determinada. Essa relação entre tarefas apresentou um vínculo entre elas, definindo que uma tarefa só deveria iniciar quando outra acabasse. Portanto, na Figura 12 é apresentado uma parte do cronograma, apresentando nome da tarefa, duração, início e término e as tarefas predecessoras para construção do canal.

Figura 12 – Cronograma da construção do canal de adução

Fonte: Autores (2020)

Desse modo, à medida que o conjunto de atividades que compõem o projeto foi adicionado, o Project foi gerando automaticamente o Gráfico de Gantt (ou Diagrama de Gantt). Esse

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gráfico localiza-se na área gráfica, ao lado direito da planilha do cronograma, apresentando as atividades na horizontal e o tempo na vertical, como mostra a Figura 13.

Figura 13 – Cronograma e Gráfico de Gantt elaborados no MS Project

Fonte: Autores (2020)

Com o Diagrama de Gantt foi possível visualizar o desenvolvimento das atividades ao longo do tempo, deixando as informações de forma mais transparente.

Assim, as atividades que foram definidas como predecessoras apresentaram no gráfico o fluxo de trabalho. Com isso, foi possível fazer uma análise de qual atividade começaria, terminaria e/ou ocorreria em paralelo.

Um fator bastante importante em relação ao cronograma é o caminho crítico. Sua importância se dá, pois, de acordo com Baia (2015), ele reúne as atividades na qual se relacionam de maneira direta com o prazo total do projeto.

Portanto, com a visualização gráfica do diagrama, o caminho crítico pode ser determinado com antecedência, evitando atrasos, desperdícios e prejuízos para a obra. Dessa forma, o gestor pode analisar qual atividade foi ou será cumprida de acordo com o prazo.

A visão geral do cronograma da obra através do Gráfico de Gantt facilita a reprogramação, caso a obra tenha um imprevisto. Isso permite a verificação de como essa reprogramação afetará as atividades que estão acontecendo e também as atividades futuras.

Por fim, pode-se dizer que o software auxilia para que possa ser feito um controle dos prazos e do andamento das tarefas para evitar que os atrasos se concretizem.

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3.3 Compatibilização da dimensão 3D para dimensão 4D

Sendo uma construção virtual prévia da obra, a modelagem em 3D demanda uma verificação do cronograma com as etapas da execução da obra. Essa verificação foi possível por meio da compatibilização do projeto realizado no software Revit e do planejamento no software MS Project, gerando uma combinação do projeto em 3D com o planejamento, ocasionando na dimensão 4D.

Uma vez unido todo o modelo com o cronograma, foi gerado um vídeo da obra sendo construída. Nesse vídeo, o software vai avançando os dias e mostrando em 3D quais atividades são planejadas para executar naquele período.

Para representar esse crescimento da obra no vídeo, no início de cada tarefa do planejamento identificada como “construir”, os objetos aparecem na cor verde e são transparentes. Contudo, assim que a tarefa se encerra, os objetos passam a ser representados com cores realistas.

Dessa forma, o prazo da atividade aparece no canto superior esquerdo da tela. Esse prazo aparece com o dia da semana, horário, data e número da semana. A Figura 14 apresenta a etapa em que as paredes da casa de força foram levantadas e que posteriormente, será colocada a escada, a cabine de medição será construída e o conduto forçado será instalado (por isso estão na cor verde).

Figura 14 – Compatibilização do projeto em 3D com o planejamento da obra

Fonte: Autores (2020)

Nesse contexto, a Figura 15 mostra como exemplo, uma imagem do vídeo no dia 19/08/2020, quarta-feira. Nela o canal de adução já aparece pronto, visto que no cronograma sua construção estava prevista para ser finalizada no dia anterior.

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Figura 15 – Imagem do vídeo onde o canal de adução aparece pronto

Fonte: Autores (2020)

Com essa animação gráfica é possível fazer várias análises. Primeiro, que com o vídeo há uma eliminação do esforço para visualizar e interpretar mentalmente o cronograma. Esse vídeo pode ser pausado, avançado ou recuado, além de que o software permite estar com a câmera posicionada em qualquer local do projeto. A Figura 16 mostra um exemplo disso, em que a câmera do software se encontra dentro da casa de força, podendo analisar a posição das turbinas e a disposição de espaço.

Figura 16 – Vista de dentro da casa de força

Fonte: Autores (2020)

Essa visualização permite ter controle sobre o que foi planejado, evita interpretações diferentes entre projetistas e também minimiza potenciais falhas de comunicação.

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Além disso, possibilita detectar erros de planejamento como problemas de sequência executiva e sobreposição de atividades, de forma mais efetiva. Bem como simular variados cenários do cronograma, facilitando a tomada de decisão por parte do planejamento.

É importante destacar que uma das vantagens desse software é que, uma vez carregado o modelo, ele permite com que o projeto fique sincronizado com o arquivo original do Revit e MS Project. Desse modo, se alguma alteração for realizada no projeto 3D ou no cronograma, será automaticamente alterado no Navisworks também. Consequentemente, o gerenciamento do projeto se torna mais fácil, economizando tempo e esforço, pois importar novamente o arquivo exigiria uma nova compatibilização para conectar todos os objetos às tarefas.

Por fim, outro benefício do uso do planejamento 4D é que ele funciona como uma construção virtual. Portanto, esse planejamento da obra é simulado no computador, com ambiente controlado, permitindo errar e fazer ajustes sem causar prejuízos aos custos e ao tempo de execução.

3.3.1 Detecção de choques e interferências

Para fazer uma análise de erros, o Navisworks possui a ferramenta Clash Detective, na qual permite a detecção automática de interferências geométricas.

Nesse contexto, para o projeto da CGH, foram encontradas 48 interferências, sendo que a maioria delas localizaram-se nos condutos forçados. A Figura 17 apresenta conflito entre os condutos, mostrando que eles estão desconectados.

Figura 17 – Detecção de conflitos entre condutos

Fonte: Autores (2020)

Dessa forma, após a busca por conflitos e interferências, o software gerou um relatório com todas as incompatibilidades encontradas e junto dele uma imagem foi gerada dos objetos que apresentaram erros. Nesse relatório, constaram as incompatibilidades com informações,

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como nome do objeto que apresentou interferência, o nível que ele se encontra e o nome da interferência. Com esse nome da interferência foi possível verificar qual é a imagem referente à aquela incompatibilidade. A Figura abaixo mostra o relatório de incompatibilidade entre os condutos forçados da Figura 18.

Figura 18 – Relatório de incompatibilidade entre condutos

Fonte: Autores (2020)

Com o relatório gerado existe a possibilidade de gerir as interferências encontradas, classificando-as como novas, ativas, revisadas e aprovadas.

Portanto, essa ferramenta mostrou grande utilidade, visto que permite identificar erros de projeto. Assim, ela também identifica problemas que muitas vezes surgem enquanto a obra está em seu processo de construção, evitando retrabalhos e prejuízos.

4. CONCLUSÕES

Conhecida por ser uma alternativa aos processos tradicionais de projeto, planejamento e gerenciamento, a plataforma BIM surgiu como uma grande inovação. Isso ocorreu, pois ela permite que simulações virtuais se aproximem cada vez mais da realidade, resultando em projetos mais eficientes. Logo, essa eficiência aparece devido a metodologia poder ser aplicada em todo o ciclo de vida do empreendimento, desde o modelo 3D que apresenta informações espaciais até o modelo 6D, com o gerenciamento desse ciclo.

É importante ressaltar que a metodologia BIM não consiste em apenas ser uma modelagem 3D, e sim um processo integrado com troca de informações de áreas variadas. Em vista disso, um software não pode ser considerado BIM, pois o BIM é a colaboração dele com outros softwares que permitem isso.

NOME DA INTERFERÊNCIA

NÍVEL

NOME DO OBJETO

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Desse modo, o presente estudo atingiu os objetivos propostos, tendo em vista que os projetos da Central Geradora Hidrelétrica foram realizados e compatibilizados com o planejamento utilizando a plataforma BIM. Por conseguinte, as definições dessa plataforma foram estudadas e as vantagens e dificuldades da sua aplicação foram analisadas.

Portanto, quando comparado ao modelo tradicional 2D (realizado no software AutoCad), o BIM realmente apresenta diversos benefícios, como melhor visualização, integração, análise e gestão de projetos. Ele também promove uma melhor compreensão da sequência executiva e permite a detecção prévia de possíveis problemas.

Com a modelagem 4D pode-se observar que há uma troca de experiências, além da simulação de alternativas e melhorias da logística de canteiro que possibilitam o desenvolvimento de soluções que otimizem a construção.

Quanto a aplicação da plataforma BIM em projetos de Centrais Geradoras Hidrelétricas, por meio da revisão bibliográfica foi possível perceber que ainda há pouca aplicação dessa metodologia. Também foi possível perceber que com uma obra desse porte, na qual milhões de reais são gastos, ao elaborar os projetos nessa modelagem desperdícios são evitados, gerando grande economia de tempo e orçamento ainda nas fases iniciais.

Ademais, para a utilização dessa modelagem é de extrema importância ter conhecimento sobre os softwares e também de como gerenciá-los. Caso contrário, resultados equivocados podem ser fornecidos e interferências que não existem podem ser apresentadas. Além disso, ferramentas não adequadas podem ser utilizadas para uma tarefa específica, criando problemas ao invés de soluções. Portanto, cabe ao usuário fazer uso apropriado do processo para se obter os benefícios.

REFERÊNCIAS

BAIA, Denize Valéria Santos. Uso de ferramentas BIM para o planejamento de obras da construção civil. 2015. Dissertação (Mestrado em Estruturas e Construção Civil) – Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

BORTOLATO, Vanessa de Luca. Criação de cenário realista 3D. 2015. Projeto de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

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BRASIL. Lei nº 13.360, de 17 de novembro de 2016. Altera a lei 9.074, de 7 de julho de 1995 e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, nov. 2016.

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EASTMAN, Charles M. et al. BIM Handbook: A guide to building information modeling for owners, managers, designers, engineers, and contractors. 2. ed. New Jersey: John Wiley &

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SCHEER, Sérgio et al. Impactos do uso do sistema CAD geométrico e do uso do sistema CAD-BIM no processo de projeto em escritórios de arquitetura. In: VII Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projetos na Construção de Edifícios. Anais [...]. Curitiba: UFPR.

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SILVA, Marize Santos Teixeira Carvalho. Planejamento e controle de obras. 2011.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.

TELES, Dário Júnior Xavier Teles; ROCHA, José Nelson Vieira. Utilização do BIM no desenvolvimento e integração de projetos: estudo de caso de um residencial multifamiliar. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) – Instituto Tecnológico de Caratinga, Caratinga, 2013.

Referências

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