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(54) Epígrafe: SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO DA RESISTIVIDADE IÓNICA E DA

CORROSIVIDADE, DO BETÃO NA CAMADA DE RECOBRIMENTO, EM ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO OU PRÉ-ESFORÇADO

(57) Resumo:

A INVENÇÃO DIZ RESPEITO A UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO, DA RESISTIVIDADE DO BETÃO, EM ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO OU PRÉ- ESFORÇADO. ESTE SISTEMA PERMITE OBTER DADOS RELATIVOS À RESISTIVIDADE IÓNICA E A CORROSIVIDADE DO BETÃO NA CAMADA DE RECOBRIMENTO, EM RELAÇÃO AO AÇO DAS ARMADURAS, PODENDO SER INSTALADO DURANTE A CONSTRUÇÃO OU EM OBRAS JÁ CONSTRUÍDAS.

POR CORROSIVIDADE DO BETÃO SUBENTENDE-SE A MAIOR OU MENOR CAPACIDADE DO MESMO PARA

DESPASSIVAR E CAUSAR CORROSÃO ÀS ARMADURAS DE AÇO EMBEBIDAS NO SEU SEIO.

UMA CORROSIVIDADE ELEVADA DO BETÃO PODERÁ SIGNIFICAR QUE ESTÁ BASTANTE CONTAMINADO POR AGENTES AGRESSORES DO AÇO E/OU SUFICIENTEMENTE POROSO PARA ADMITIR UM INGRESSO FÁCIL DESSES AGENTES. O SISTEMA CONSISTE DE DUAS SONDAS CILÍNDRICAS (1), CADA UMA DELAS CONSTITUÍDA POR DOIS OU MAIS ELÉCTRODOS ANÉIS EM AÇO INOXIDÁVEL OU MATERIAL CONDUTOR ELECTRÓNICO E INERTE (2) SEPARADOS POR ANÉIS DE MATERIAL ISOLANTE TAL COMO POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE, PEAD(3), COLOCADAS NA CAMADA DE RECOBRIMENTO DO BETÃO (4). O CONJUNTO DOS ANÉIS É ENROSCADO NUM TUBO EM PLÁSTICO (5) QUE, PELO SEU INTERIOR, ADMITE A PASSAGEM DA CABLAGEM QUE PERMITE A LIGAÇÃO ELÉCTRICA DAS SONDAS COM O EXTERIOR NUMA CAIXA DE TERMINAIS OU DE LEITURA(6). A CABLAGEM ESTÁ FIXA E PROTEGIDA NO INTERIOR DO TUBO ROSCADO COM AUXÍLIO DE UMA RESINA EPOXÍDICA.

(12) FASCÍCULO DE PATENTE DE INVENÇÃO

(11) Número de Publicação:

PT 104554 A

(51) Classificação Internacional:

G01N 17/04 (2006.01)

(22) Data de pedido: 2009.04.30

(30) Prioridade(s):

(43) Data de publicação do pedido: 2010.11.29

(45) Data e BPI da concessão: /

(73) Titular(es):

ICORR - INVESTIGAÇÃO E CONSULTORIA EM CORROSÃO, LDA.

CASA SR.ª DA ESPERANÇA 6110-104

ALMOFALA PT

(72) Inventor(es):

(74) Mandatário:

(2)

QUANDO INSTALADO NUMA OBRA, O SISTEMA APRESENTA PARES DE ANÉIS DE AÇO INOXIDÁVEL OU DE OUTRO MATERIAL INERTE E CONDUTOR A DIFERENTES PROFUNDIDADES DA CAMADA DE RECOBRIMENTO. CADA UM DOS PARES DE SONDAS CORRESPONDENTES A UMA DADA PROFUNDIDADE DA CAMADA DE RECOBRIMENTO PERMITE DETERMINAR A RESISTIVIDADE IÓNICA DO BETÃO A ESSA PROFUNDIDADE ATRAVÉS DA TÉCNICA DOS DOIS ELÉCTRODOS: APLICAÇÃO DE UMA CORRENTE ALTERNADA, COM UM GERADOR (7), ENTRE OS DOIS ELÉCTRODOS QUE SE SITUAM A MESMA PROFUNDIDADE DA CAMADA DE RECOBRIMENTO, MEDINDO A TENSÃO ALTERNA GERADA, COM UM VOLTÍMETRO (8), DETERMINANDO-SE A RESISTÊNCIA NO MATERIAL ENTRE AS SONDAS. COM BASE EM PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DAS SONDAS E DA RESISTÊNCIA CALCULADA, DETERMINA- SE A RESISTIVIDADE DO MATERIAL. O SISTEMA PODE AINDA INCORPORAR NO EXTREMO DE UM DOS CILINDROS QUE O CONSTITUI, OU EM AMBOS, UM ELÉCTRODO DE REFERÊNCIA (9) PARA PERMITIR A DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL DE CORROSÃO DA ARMADURA NO SEIO DO BETÃO ATRAVÉS DA MEDIÇÃO DA DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE A ARMADURA E ESSE MESMO ELÉCTRODO DE REFERÊNCIA, OU ELÉCTRODOS DE IÕES SELECTIVOS, O QUE IMPLICA UMA LIGAÇÃO ADICIONAL A ARMADURA.

(3)

RESUMO

Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento, em

estruturas de betão armado ou pré-esforçado.

A invenção diz respeito a um sistema de monitorização, da resistividade do betão, em estruturas de betão armado ou pré- esforçado. Este sistema permite obter dados relativos a resistividade iónica e a corrosividade do betão na camada de recobrimento, em relação ao aço das armaduras, podendo ser instalado durante a construção ou em obras já construídas.

Por corrosividade do betão subentende-se a maior ou menor capacidade do mesmo para despassivar e causar corrosão as armaduras de aço embebidas no seu seio. Uma corrosividade elevada do betão poderá significar que está bastante contaminado por agentes agressores do aço e/ou suficientemente poroso para admitir um ingresso fácil desses agentes.

O sistema consiste de duas sondas cilíndricas ( I ) , cada uma delas constituída por dois ou mais eléctrodos anéis em aço inoxidável ou material condutor electrónico e inerte (2) separados por anéis de material isolante tal como polietileno de alta densidade, PEAD(3), colocadas na camada de recobrimento do betão (4). O conjunto dos anéis é enroscado num tubo em plástico (5) que, pelo seu interior, admite a passagem da cablagem que permite a ligação eléctrica das sondas com o exterior numa caixa de terminais ou de leitura(6). A cablagem está fixa e protegida no interior do tubo roscado com auxílio de uma resina epoxídica.

Quando instalado numa obra, o sistema apresenta pares de anéis de aço inoxidável ou de outro material inerte e condutor a diferentes profundidades da camada de recobrimento. Cada um dos pares de sondas correspondentes a uma dada profundidade da camada de recobrimento permite determinar a resistividade iónica do betão a essa profundidade através da técnica dos dois eléctrodos: aplicação de uma corrente alternada, com um gerador ( 7 ) , entre os dois eléctrodos que se situam a mesma profundidade da camada de recobrimento, medindo a tensão alterna gerada, com um voltímetro ( 8 ) , determinando-se a resistência no material entre as sondas. Com base em parâmetros geométricos das sondas e da resistência calculada, determina-se a resistividade do material.

O sistema pode ainda incorporar no extremo de um dos cilindros que o constitui, ou em ambos, um eléctrodo de referência (9) para permitir a determinação do potencial de corrosão da armadura no seio do betão através da medição da diferença de potencial entre a armadura e esse mesmo eléctrodo de referência, ou eléctrodos de iões selectivos, o que implica uma ligação adicional a armadura.

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Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento, em

estruturas de betão armado ou pré-esforçado.

Introdução

Uma forma de avaliar a agressividade do betão em relação às armaduras que se encontram no seu seio, é a medição da resistividade do próprio betão, a qual constitui um indicador sobre a contaminação química da estrutura por agentes dispersos no meio envolvente (ar, águas, solos).

A condutividade iónica do betão possibilita obter não só informações sobre o nível de contaminação iónica de uma estrutura de betão, nomeadamente, por iões cloretos, mas também, uma inferir sobre a porosidade do betão, uma vez que aquela tende a aumentar à medida que o betão se degrada devido aos processos químicos induzidos pelos agentes agressivos na argamassa e nas armaduras.

A condutividade iónica de um betão poroso depende, em primeiro lugar, da mobilidade e da concentração dos iões "livres", transportadores de carga, presentes no interior do mesmo. A mobilidade é uma característica intrínseca da espécie iónica que varia, sobretudo com a temperatura. Por exemplo, a mobilidade do hidrogénio, em função da sua capacidade de formar pontes de hidrogénio com a água, apresenta mobilidades relativamente elevadas e que aumentam com a temperatura, em função da diminuição da diminuição da viscosidade do meio e do aumento da agitação térmica. No que respeita à concentração iónica "livre", esta depende do teor de humidade no interior dos poros, do grau de contaminação por iões provenientes do meio ambiente e do equilíbrio de solubilidade dos diferentes sais que se podem ali formar. Assim, valores baixos de resistividade são indicativos de maior condutividade iónica (contaminação) do betão o que proporciona melhores condições para o aparecimento e manutenção da corrosão nas armaduras. De forma geral, poder-se-á dizer, que quanto maior for a contaminação do betão por sais, maior será a sua condutividade eléctrica e, consequentemente, mais facilitada estará a corrosão do aço. Por outro lado, contaminações mais elevadas, são consequência de um betão claramente poroso e não protector. Os valores da resistividade do betão fornecem, assim, informação sobre a sua própria contaminação por sais e Por gases dissolvidos na solução dos poros e r

consequentemente, sobre a existência de condições propícias ao desenvolvimento de processos corrosivos.

A resistividade/condutividade iónica do betão a cada profundidade da camada de recobrimento pode ser determinada através da técnica dos dois eléctrodos. Na técnica dos

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2 eléctrodos a resistividade do betão (a condutividade é o inverso da resistividade) é determinada com base na razão entre uma tensão alternada, aplicada entre dois eléctrodos iguais, a respectiva resposta em termos de corrente alternada.

O cálculo entra, também, em linha de conta com o parâmetro da célula, função da distância entre os eléctrodos e as suas áreas. Aplicando-se uma corrente de onda sinusoidal, com uma frequência alternada de 108 Hz (ou outro valor, desde que não seja múltiplos de 50), entre as extremidades dos eléctrodos à

mesma profundidade, mede-se a diferença de potencial. Com base na intensidade de corrente alternada (AC) aplicada e na diferença de potencial medida entre os eléctrodos, pode-se determinar a resistividade iónica do betão, a essa mesma profundidade, utilizando para tal um gerador de onda e um amperímetro.

Este sistema de monitorização da corrosão tem a vantagem ser de fácil aplicação e de poder ser aplicado em estruturas já construídas (cuj a instalação é possível através do exterior) e em estruturas novas.

Em qualquer um dos casos anteriores, as duas sondas do sistema devem ser colocadas a uma distância, entre si, de 5 ou 10 cm, não obstante, poderem ser colocadas a outras distâncias, através da perfuração da camada de recobrimento do betão, recorrendo a uma broca (com extremidade de encaixe) do tipo TE-C-GB 30/45-11/8", e perfurando-a a uma determinada profundidade dependente do número de níveis de medição que o sistema possui. As sondas são alojadas de forma quase justa no orifício, utilizando-se um material (exemplo, betão de enchimento) que promova o contacto entre o betão da obra e a sonda e que garanta a fixação permanente da mesma.

A colocação de vários sistemas da presente invenção ao longo de uma estrutura permite realizar uma amostragem da situação de contaminação e corrosividade do betão da estrutura de forma rápida e pouco dispendiosa em termos de tempo e dinheiro. Com auxílio de sistemas de aquisição automática de dados pode-se obter informação contínua do estado de contaminação da camada de recobrimento do betão e, consequentemente, da sua

"corrosividade" em relação às armaduras.

A degradação resultante da reacção do betão e, em particular, das suas armaduras metálicas com os constituintes presentes no meio envolvente à estrutura, em particular sais e dióxido de carbono, tem vindo a agravar com o aumento da poluição ambiental, principalmente, nos meios urbanos e industriais próximos da orla marítima. Assim, a monitorização da degradação de estruturas de betão armado assume neste contexto enorme importância.

Este sistema tem a vantagem, de como utiliza a camada de recobrimento do betão, permitir-nos atempadamente, ter informações da corrosividade do betão a várias profundidades, muito antes de os agentes contaminantes atingirem a própria armadura. Ou seja, o sistema dá vários alertas acerca do

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aumento da corrosividade do betão, antes de a contaminação atingir as armaduras e antes de estas já estar a correr activamente.

Uma vez que os eléctrodos se encontram a profundidades conhecidas da camada de recobrimento, a presente invenção permite também determinar a velocidade média de avanço da frente de ataque, contribuindo, desse modo, para ajudar a uma melhor planificação das obras de restauro.

E s t a d o da T é c n i c a

A monitorização do fenómeno degradativo envolve a utilização de sensores incorporados dentro da estrutura de betão que continuamente dão informação sobre o seu estado em termos de corrosão. Os sensores deverão permitir recolher um conjunto de informação de natureza similar a que se obtém com as técnicas de inspecção abordadas anteriormente. A utilização deste conceito de inspecção permanente apresenta várias vantagens.

Uma das principais vantagens é a utilização de sensores que estão dentro da própria estrutura betão armado, sentindo o efeito do próprio meio interno e de todas as suas alterações temporais. Por outro lado, na maioria das grandes estruturas há zonas de difícil acesso inviabilizando a sua regular inspecção, com auxílio de sistemas tradicionais de monitorização. Com o uso de sensores embebidos permanentemente essas zonas poderão ser continuamente inspeccionadas. Por fim, é de referir que, em termos económicas, o conceito de monitorização e inspecção permanentes permite ao gestor de manutenção de uma estrutura perspectivar atempadamente, numa fase embrionária do processo degradativo, em que ainda não é manifesto a corrosão das estruturas, medidas correctivas de

combate a custos significativamente mais baixos.

Diferentes tipos de sistemas de monitorização da corrosão de estruturas de betão armado têm vindo a ser utilizados tendo como base a instalação permanente de sondas dentro do betão.

Uma primeira classe de sistemas desenvolvidos e aplicados em obra compreende sistemas que permitem a leitura do potencial de corrosão do aço da armadura. Os eléctrodos são montados junto a armadura evitando-se, assim, os erros inerentes às leituras externas de potencial relacionados com a elevada resistência do betão de recobrimento. Os eléctrodos de referência mais utilizados têm sido os de titânio com mistura de óxidos metálicos, de manganês/óxidos de manganês, de prata/cloreto de prata e ainda os de grafite que funcionam como pseudo-referências. Apesar de as medidas do potencial da armadura fornecerem uma boa indicação do seu estado de corrosão, uma avaliação baseada apenas nesta informação pode mostrar-se muito limitada em determinadas situações já que o valor do potencial medido pode ser influenciado por outros

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fenómenos electroquímicos à superfície do metal que não os relacionados com a degradação deste.

Um segundo grupo de sistemas de monitorização envolve medidas de correntes galvânicas de corrosão. Os sistemas são constituídos por eléctrodos cilíndricos do mesmo material da armadura, colocados na camada de recobrimento da estrutura, ligados periodicamente a um eléctrodo de material mais nobre.

Entre os dois eléctrodos gera-se uma corrente galvânica cuja intensidade permite correlacionar o estado de activação/corrosão dos eléctrodos de aço. O facto de serem colocados na camada de recobrimento permite detectar avanços de frentes de penetração de agentes agressores. Diferentes sistemas têm vindo a ser desenvolvidos variando, essencialmente, na configuração dos eléctrodos. A principal desvantagem deste tipo de sistemas está no facto de, sempre que se ligam os dois metais diferentes, estar-se a induzir, entre eles, uma corrente de corrosão galvânica que, por sua vez, induz corrosão do metal menos nobre. Este processo difere, certamente, do processo natural de corrosão do aço no betão, sendo que, a prazo, o estado de corrosão das sondas não corresponde, de todo, ao estado real das armaduras que pretendem mimetizar.

Um terceiro grupo de sistemas envolve a instalação permanente de sondas para permitir medidas electroquímicas como as referidas anteriormente, com destaque para as medidas de LPR, com auxílio de dois ou três eléctrodos, embebidos na estrutura de betão.

Tendências recentes (www.khdesign.co.uk, www.vatechnologies.com, acedidas em 20-07-2010) apontam para sistemas que integram várias medidas num único dispositivo para possibilitar uma avaliação da corrosão das armaduras e da corrosividade do betão de forma mais rápida e tão próxima da realidade quanto possível. O sistema de monitorização MonIcorr (Patente Portuguesa, no 102269, 2001) é um desses sistemas que têm por objectivo avaliar, duma forma integrada, o grau de degradação de uma estrutura de betão armado. Os sistemas são instalados na camada de recobrimento e ligados electricamente a armadura, ainda na fase de construção ou de reparação.

Na presente invenção pretende-se que o sistema seja aplicado em obras que já estão construídas devendo para tal a instalação do sistema ser de forma a provocar as menores interferências com os processos de degradação já a decorrer e não alterar o material de base.

Montagem e operação

-

Descrição

O objecto da presente invenção, representado esquematicamente na figura em anexo (a qual se descreve neste tópico) é um

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sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento, em estruturas de betão armado ou pré-esforçado (4).

Este sistema consiste em duas sondas (1) com dois ou mais níveis de medição, níveis estes que são constituídos por eléctrodos (em forma de anéis) em aço Inox 316L, com uma espessura de 5 mm, podendo ser de outro tipo de aço Inox, ou de outro metal inerte no seio do betão ' ( 2 ) , maquinados. Quando montados estes eléctrodos são separados entre si em 10 mm. O espaçamento entre anéis é constituído por anilhas/anéis em polietileno de alta densidade (3)também maquinados com um.

O sistema pode incorporar ainda, um eléctrodo de referência, Cu/CuS04, Ag/AgCl, Mn/MnO, ou uma pseudo-referência de grafite(9), que na base de uma das sondas ou mesmo das duas, de modo a permitir determinações do estado corrosivo da armadura da estrutura de betão armado, através da determinação do potencial de corrosão da armadura, isto é, por medição da diferença de potencial entre a armadura e esse mesmo eléctrodo de referência, sendo a solução electrolítica o próprio betão armado. Esta medição do potencial requer uma ligação adicional a armadura e a utilização de um voltímetro com elevada impedância de entrada ( 8 ) . Alternativamente, o eléctrodo pode ser substituído por eléctrodos sensores (9) de iões, tais como, iões cloreto, sulfatos.

As sondas referidas acima têm uma forma cilíndrica e possuem um número de cabos condutores (6) equivalente aos níveis de medição existentes, mais o cabo condutor correspondente a ligação ao eléctrodo de referência ou iões selectivos(9).

Assim sendo, cada uma das duas sondas possui anéis de aço (2) a diferentes profundidades da camada de recobrimento, nomeadamente a 15, 30 e 45 mrn ou outras, dependendo do número de níveis que cada sistema, em particular. Os anéis são enroscados num suporte oco (5), em polietileno de alta densidade (3), maquinado, com cerca de 1 cm de diâmetro externo e 0,5 cm de diâmetro interno, através do qual passam os cabos condutores (6) que ligam as sondas a caixa de terminais ou de leitura.

O isolamento e a fixação dos condutores são garantidos pelo enchimento do todo o interior do tubo com resina epoxídica.

Ensaios de determinação da constante de célula

Calibração do sistema em soluções aquosas por determinação das variações da constante de célula em função do campo eléctrico alternado aplicado.

A constante da célula (L/A) é um parâmetro que depende do campo eléctrico aplicado, em que L representa a distância entre os dois eléctrodos e A a área dos mesmos. O parâmetro da

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célula depende da tensão aplicada bem como da resistência da solução e pode ser determinado através da seguinte expressão:

onde R representa a resistência da solução e p a resistividade iónica da mesma.

Procedeu-se a um conjunto de ensaios em solução aquosa com as sondas afastadas entre si de 5 cm e 10 cm, em soluções aquosas de NaCl e Ca(OH)2 com diferentes concentrações.

Os sistemas utilizados tinham 3 níveis de detecção correspondentes, respectivamente, a 15, 30 e 45 mm de profundidade da camada de recobrimento.

Procedeu-se a montagem de dois sistemas, com as sondas afastadas entre si a 5 cm e 10 cm, respectivamente, num recipiente fechado de forma paralelepipédica (31 x 23 x 16.5 cm) e efectuaram-se ensaios para diferentes concentrações em soluções aquosas de NaCl e Ca(0H) 2 , de modo a se poder determinar a constante de célula. Assim, para as diferentes concentrações procedeu-se a medição da condutividade iónica da solução, recorrendo-se a um condutivímetro. Por outro lado, foram efectuadas medições da resistência da solução recorrendo-se a técnica dos dois eléctrodos, para os 3 níveis de profundidade do sistema. Ou seja, para cada um dos níveis procedeu-se aplicação de uma corrente alternada entre os dois eléctrodos (recorrendo-se a um gerador de onda) e mediu-se a corrente alternada com auxílio de um amperímetro e a diferença de potencial alternada entre os mesmos eléctrodos, com auxílio de um voltímetro.

Os ensaios foram todos realizados a temperatura de 20 OC com auxílio de um banho termostatizado.

Foi utilizado o seguinte material:

- Cloreto de Sódio (NaC1) p.A. (Panreac)

- Hidróxido de Cálcio (Ca (OH) 2)

,

p.A) (Riedel-de Haen) - Água destilada

- Material de uso corrente em laboratório

- Recipiente fechado em forma paralelepipédica - 2 Sistemas

Foi utilizado o seguinte equipamento - Condutivímetro LF 3 3 0 / S E ~ da WTW

- Multímetro (Voltímetro) Digital FLUKE 289

- Multímetro (Amperímetro) Digital MASTECH MAS-345 - Gerador de onda TES 1605

Nas tabelas seguintes estão apresentados os valores experimentais obtidos com o sistema de monitorização proposto e com um condutivímetro comercial.

Verifica-se que o parâmetro da célula é uma função da magnitude do campo eléctrico alterno aplicado, ou seja, o

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parâmetro de célula (L/A) é variável, depende das linhas de campo e estas são função do campo eléctrico aplicado. Assim quanto maior for a magnitude do campo eléctrico alternado aplicado, maior será a secção integrada de passagem de corrente e consequentemente, menor será o parâmetro/constante de célula, uma vez que a distância entre eléctrodos (L) é

constante.

Tabela I: Resultado dos ensaios realizados nas soluções de cloreto de sódio, a 20 OC, com um afastamento dos sensores de 50 mm.

Conãu tividade v Constante

Concentração I Resistência

solução

(M) (Condutivímetro) o (a) (ohm) célula

( s / - ) (ar,-=)

l0 Nível 57.930 2.129 27209.958 0.152 O 5.6OE-O6 2' Nível 56.710 2.128 26649.436 0.149 3O Nível 56.650 2.131 26583.763 0.149 1' Nível 4.7158 2.136 2207.772 0.282 0,001 1.28E-04 2" Nível 3.9608 2.135 1855.176 0.237 3O Nível 3.8478 2.135 1802.248 0.230 l0 Nível 0.52562 2.132 246.538 0.289 NaC1 O, O1 1.17E-03 2' Nível 0.45838 2.131 215.101 0.253

3O Nível 0.45483 2.131 213.435 0.251 l0 Nível 0.07978 2.130 37.455 0.386 0, 1 1.03E-02 2O Nível 0.07796 2.130 36.601 0.377 3O Nível 0.08025 2.131 37.658 0.388 l0 Nível 0.03241 2.130 15.214 0.450 0.3 2.96E-02 2O Nível 0.04269 2.130 20.042 0.593 3O Nível 0.04945 2.130 23.216 O. 687

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Tabela 11: Resultado dos ensaios realizados nas soluções de cloreto de sódio, a 20 'C, com um afastamento dos sensores de 100 mm.

Condutividade v Constante

Concentração I Resistência

(Condutivímetro)

(V) (a) ( O h ) célula

(M) (s/-) (cml)

1' Nível 59.91 2.129 28139.972 0.152 O 5.4OE-O6 2O Nível 58.89 2.129 27660.874 0.149 3' Nível 59.16 2.129 27787.694 O. 150 l" Nível 5.20 2.136 2434.457 0.311 O, 001 1.283-04 Z0 Nível 4.4348 2.135 2077.190 O. 265 3O Nível 4.2544 2.135 1992.693 0.254

l 0 Nível 0.5837 2.131 273.909 0.322

NaC1 O, O1 1.17E-03 2O Nível 0.5099 2.131 239.277 0.281 3O Nível 0.5014 2.131 235.289 0.276 1" Nível 0.0902 2.132 42.326 0.429 0,1 1.01E-02 Z0 Nível 0.0856 2.131 40.145 0.407 3O Nível 0.0862 2.131 40.455 O. 410 l0 Nível 0.0375 2.130 17.616 0.523 0,3 2.97E-02 Z0 Nível 0.0471 2.130 22.097 0.656 3O Nível 0.0487 2.130 22.855 0.679

Tabela 111: Resultado dos ensaios realizados nas soluções de hidróxido de cálcio, a 20 OC, com um afastamento dos sensores de 50 mrn.

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Tabela IV: Resultado dos ensaios realizados nas soluções de cloreto de sódio, a 20 O C , com um afastamento dos sensores de 100 mm.

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1 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado caracterizado por possuir duas sondas (I), cada uma delas com dois ou mais eléctrodos ( S ) , que corresponde cada um deles a um nível de medição, à mesma profundidade na camada de recobrimento do betão (4), de aço inox ou material equivalente, em contacto com o betão e em contacto eléctrico com o exterior através de fios condutores (6)

.

2 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com a reivindicação anterior, caracterizado por duas sondas (I), que apresentam uma forma cilíndrica ou outra, de modo a que, quando instalado na camada de recobrimento do betão (4), as duas sondas (I), a mesma profundidade na camada de recobrimento do betão, apresentem eléctrodos (2) a diferentes profundidades pré-determinadas da camada de recobrimento do betão.

3 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por duas sondas (1)

,

a mesma profundidade na camada de recobrimento do betão (4), em que cada uma delas apresenta um eléctrodo (2) para profundidades diferentes da camada de recobrimento do betão e em que a cablagem (6) que liga as sondas à caixa de leitura está fixada e isolada por resina epoxídica ou material equivalente.

4 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por duas sondas (I), a mesma profundidade na camada de recobrimento do betão (4), em que cada uma delas apresenta um eléctrodo (2) para profundidades diferentes da camada de recobrimento.

5

-

Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com

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qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por possuir, adicionalmente, pelo menos, um eléctrodo de referência ( 9 ) , numa das sondas ou mesmo nas duas, em contacto electrolítico com o betão e com contacto eléctrico com o exterior e com a armadura da obra através de fios condutores

( 6 ) .

6 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por possuir, um eléctrodo de referência (9) numa das sondas ou mesmo nas duas.

7 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por as medições necessárias serem feitas desde o exterior do betão com o auxílio de uma caixa de terminais ou de leitura e de cabos reunidos num único cabo multifilar (6) que sai das sondas por um das bases da sonda cilíndrica.

8 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por, eventualmente, possuir um ou mais sensores específicos para detecção de agentes agressivos (91, montados nas sondas, em contacto com o betão e com contacto eléctrico com o exterior através de fios condutores (6)

.

9 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por, acessoriamente, possuir, um ou mais eléctrodos.

10 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento (4), em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por possuir um ou mais eléctrodos de referência baseados na interface prata/cloreto de prata em solução saturada de cloreto de prata (9).

(15)

11 - Sistema de monitorização da resistividade iónica e da corrosividade, do betão na camada de recobrimento ( 4 ) , em estruturas de betão armado ou pré-esforçado, de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por, acessoriamente, possuir, sensores de temperatura e humidade relativa montados nas sondas, e em contacto com o betão e com contacto eléctrico com o exterior através de fios condutores

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F i g . 1

Referências

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