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REVISTA RAÇA BRASIL E A IMAGEM DA MULHER NEGRA: ASPECTOS DISCURSIVOS

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Academic year: 2022

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REVISTA RAÇA BRASIL E A IMAGEM DA MULHER NEGRA:

ASPECTOS DISCURSIVOS

Jacilene da Silva Souza10 (UESB)

Palmira Heine11 (UESB)

RESUMO

O presente trabalho consiste na abordagem da construção discursiva da mulher negra, na Revista raça Brasil, focalizando as reflexões sobre o modo como a negritude feminina é discursivizada na revista. Partindo da Análise do Discurso Francesa (ORLANDI, 2005; PECHEUX,1997), que busca na falha que fala e no silenciamento os possíveis sentidos, serão analisados os discursos que circulam nessa revista tentando mostrar que mesmo uma revista de valorização da raça negra, acaba proferindo discursos que reforçam a não aceitação do negro enquanto ser de potencial.

PALAVRAS-CHAVE: Análise de discurso; mulher negra; Raça Brasil.

10 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Estudos Linguísticos/UEFS. Bolsista Capes. jacilleny_@hotmail.com

11 Docente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Orientadora.

pheine@ig.com.br

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INTRODUÇÃO

A Análise de Discurso Francesa concebe o discurso como efeito de sentidos entre enunciadores, conforme assevera Orlandi (2012, p.14): “o discurso mais do que transmissão de informação é efeito de sentidos entre interlocutores”, ou seja, não há como se determinar um sentido fixo, ou a priori à situação de enunciação, como se retirássemos da língua a historicidade e o equívoco dela constitutivos. A língua não é transparente, mas opaca e marcada pela ideologia dos sujeitos que interagem socialmente.

A Revista Raça Brasil tem como objetivo ser um espaço de autoafirmação da negritude, já que os negros foram inseridos no Brasil através do processo de escravização, o que muitas vezes pode resultar em imagem estereotipada do negro como inferiorizado ou aculturado. No que diz respeito à abordagem sobre a mulher negra, observa-se na revista a necessidade de valorização do corpo (a sexualidade), entre outros aspectos que visam a apresentar mulheres negras que se destacam na mídia.

MATERIAL E MÉTODOS

Sabe-se que em análise de discurso não se utiliza pesquisa de cunho quantitativo, uma vez que a ela não importa a

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contagem de dados ou a análise de estatísticas sobre fenômenos discursivos. Sendo assim, realizar-se-á uma pesquisa de caráter qualitativo, em que os dados serão analisados levando-se em conta os fenômenos teóricos da AD francesa. Porém, alguns passos metodológicos serão seguidos a fim de atender aos objetivos aqui propostos. São eles:

a) Técnicas de seleção:

- Selecionar anúncios que constituirão o corpus da pesquisa, levando em conta o arcabouço teórico da AD francesa;

- Selecionar as sequências discursivas e imagéticas que constituirão o corpus da pesquisa;

b) Técnicas de análise de dados:

- Observar o modo de representação da mulher negra, a partir da identificação de as formações discursivas e ideológicas;

- Analisar a relação do dito com os já- ditos que regem a representação da negritude;

-Analisar os estereótipos que circulam socialmente a partir dos referidos enunciados.

Serão analisadas dez revistas do ano de 2010, nas quais serão observadas as capas e as páginas internas em que as mulheres negras estejam retratadas. A partir dessa observação, serão selecionadas sequências discursivas significativas para o projeto em questão.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como a pesquisa está em andamento, não há resultados definidos, no momento. Porém, espera-se através do aporte teórico-metodológico, da Análise do Discurso de linha francesa, compreender os modos de representação discursiva da mulher negra, na referida revista. Pretende-se, portanto, verificar qual o papel da mulher negra na sociedade, na mídia, valorização da beleza. Enfim, tentar responder às inquietações citadas.

CONCLUSÕES

É observável nas revistas Raça Brasil, o discurso de autoafirmação da negritude, já que no Brasil os negros foram inseridos através do processo de escravização, o que muitas vezes pode resultar em imagem estereotipada do negro como inferiorizado ou aculturado. Estudar, pois sob o viés do discurso é interessante para perceber que a língua que materializa o discurso, de fato permite ir além da estrutura através dos deslizamentos e possibilidades dos sentidos gerados.

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REFERÊNCIAS

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise do Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 201

PÊCHEUX, Michel; FUCHS, C.A. A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectiva. In: GADET, F.; HAK, T. (orgs). Por uma análise automática do discurso:

uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução de Péricles Cunha. 3. Ed. Campinas – SP: Ed. UNICAMP, 1997.

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