REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Projeto
e
validac
¸ão
de
um
questionário
de
saúde
oral
para
avaliac
¸ão
pré-anestésica
no
pré-operatório
夽
Gema
Ruíz-López
del
Prado
a,
Vendula
Blaya-Nováková
b,c,
Zuleika
Saz-Parkinson
c,d,
Óscar
Luis
Álvarez-Montero
e,f,
Alba
Ayala
g,
Maria
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Mu˜
noz-Moreno
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Maria
João
Forjaz
g,∗aHospitalClínicoUniversitario,DepartamentodeMedicinaPreventivaySaludPública,Valladolid,Espanha
bHospitalGeneralUniversitarioGregorioMara˜nón,ServiciodeMedicinaPreventivayGestióndeCalidad,Madri,Espanha cInstitutodeSaludCarlosIII,AgenciadeEvaluacióndeTecnologíasSanitarias,Madri,Espanha
dHospitalClínicoSanCarlos,InstitutodeInvestigaciónSanitaria,Madri,Espanha
eHospitalUniversitarioInfantaLeonor,DepartamentodeOtorrinolaringología,Madrid,Espanha fHospitalUniversitarioPuertadeHierro,DepartamentodeOtorrinolaringología,Madri,Espanha gInstitutodeSaludCarlosIII,EscuelaNacionaldeSanidad,Madri,Espanha
hHospitalClínicoUniversitario,UnidaddeInvestigaciónBiomédica,Valladolid,Espanha
Recebidoem20demaiode2015;aceitoem17deagostode2015 DisponívelnaInternetem29desetembrode2016
PALAVRAS-CHAVE
Seguranc¸ado paciente; Lesãodentária; Saúdebucal; Higienebucal; Questionário
Resumo
Justificativaeobjetivo:Aslesõesdentáriasqueocorremduranteaintubac¸ãotraquealsãomais frequentesempacientescompatologiaoralprévia.Oobjetivodoestudofoidesenvolverum questionáriodesaúdebucalpara avaliac¸ãonoperíodo pré-anestesia,defácilaplicac¸ãopor pessoalsemformac¸ãoodontológica,eestabelecerum valordecortepara detectarpessoas commásaúdebucal.
Métodos: Estudodevalidac¸ãodeumquestionárioautoadministrado,projetadodeacordocom umarevisãodaliteraturaerecomendac¸õesdeumgrupodeespecialistas.Oquestionáriofoi aplicadoaumaamostradepacientesavaliadosemumaconsultapré-anestesia.AanáliseRasch daspropriedadespsicométricasdoquestionárioincluiuviabilidade,aceitabilidade,validadede conteúdoeconfiabilidadedaescala.
夽 EstetrabalhodeveseratribuídoaoDepartamentodeMedicinaPreventivaeSaúdePública,HospitalClínicoUniversitário,Valladolid,
Espanha,eàEscolaNacionaldeSaúdePública,InstitutodeSaúdeCarlosIII,Madri,Espanha.Aparteclínicadoestudofoiconduzidano
DepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ãodoHospitalUniversitárioInfantaLeonor,Madri,Espanha.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:jforjaz@isciii.es(M.J.Forjaz).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.09.006
Resultados: A amostra incluiu 115 indivíduos, 50,4% de homens, com mediana de 58 anos (variac¸ão:38-71).A análisefinal dos11 itensapresentou um índice deseparac¸ão dos indi-víduosde0,861eumbomajustedosdadosaomodelodeRasch.Aescalafoiunidimensionale seusitensnãoforaminfluenciadosporsexo,idadeounacionalidade.Amedidalineardasaúde bucalapresentouboavalidadedeconstructo.Ovalordecortefoifixadoem52pontos. Conclusões: Oquestionáriomostroupropriedadespsicométricassuficientesparaser conside-rado uma ferramenta confiável,válida para medir oestado de saúdebucal nas avaliac¸ões pré-anestesiaantesdaoperac¸ão.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
KEYWORDS
Patientsafety; Dentalinjury; Oralhealth; Oralhygiene; Questionnaire
Designandvalidationofanoralhealthquestionnaireforpreoperativeanaesthetic
evaluation
Abstract
Backgroundandobjectives: Dentalinjuriesincurredduringendotrachealintubationaremore frequentinpatientswithpreviousoralpathology.Thestudyobjectivesweretodevelopanoral healthquestionnaireforpreanaesthesiaevaluation,easytoapplyforpersonnelwithoutspecial dentaltraining;andestablishacut-offvaluefordetectingpersonswithpoororalhealth. Methods:Validationstudyofaself-administeredquestionnaire,designedaccordingtoa liter-aturereviewandanexpertgroup’srecommendations.Thequestionnairewasappliedtoa sam-pleofpatientsevaluatedinapreanaesthesiaconsultation.Raschanalysisofthequestionnaire psychometricpropertiesincludedviability,acceptability,contentvalidityandreliabilityofthe scale.
Results:The sampleincluded115individuals, 50.4%ofmen,withamedianageof58years (range:38-71).Thefinalanalysisof11itemspresentedaPersonSeparationIndexof0.861and goodadjustmentofdatatotheRaschmodel.Thescalewasunidimensionalanditsitemswere notbiasedbysex,ageornationality.Theoralhealthlinearmeasurepresentedgoodconstruct validity.Thecut-offvaluewassetat52points.
Conclusions: Thequestionnaireshowedsufficientpsychometricpropertiestobeconsidereda reliabletool,validformeasuringthestateoforalhealthinpreoperativeanaesthetic evalua-tions.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Alesãodentáriaeaostecidosoraiséumadascomplicac¸ões mais frequentes da intubac¸ão orotraqueal e da aneste-sia geral.1,2 A incidência varia amplamente. Diferentes
estudos relatam valores entre 1:4.574 e 1:3 pacientes intubados.3---13 Patologia dentária anterior,6,8,10,11
aneste-sia geral,9,10 laringoscopia3 e intubac¸ão difícil4,6,8,11 foram
comumenteassociadasàlesãodentáriaduranteo procedi-mentoanestésicoemestudosobservacionais.
Lesões dentárias como uma complicac¸ão da anestesia geral é um tema frequente em artigos de revisão e de recomendac¸ões e orientac¸ões emitidas pelas sociedades científicas.14---17Váriosautoressugeriramgráficosespecíficos
paraumadocumentac¸ãosistemáticadoestadodadentic¸ão dos pacientes antes daintervenc¸ão, nointento de evitar possíveislitígios,13,14,18---20mashápoucaspublicac¸õessobre
estratégiaseficazesdeprevenc¸ão.
As lesões dentárias ocorridas no período periopera-tório parecem estar mais relacionadas a doenc¸as das próprias estruturas orais do que a erros médicos durante a anestesia.11,21 Portanto,minimizac¸ão do risco de lesões
dentárias deve comec¸ar por uma avaliac¸ão cuidadosa da saúde bucal durante a consulta pré-anestésica. Como a avaliac¸ãocorretadasaúdebucalpodeserdifícilparao pes-soalsemformac¸ãoodontológicaespecializada6eaaplicac¸ão
deumquestionáriosobreasaúdebucal,comumente reco-mendada e muitas vezes extensiva, pode ser demorada, decidimosdesenvolverumaferramentadeorientac¸ão sim-plesparaavaliarasaúdebucalemumaclínicadeavaliac¸ão pré-anestésica.
Oprincipalobjetivodenossoestudofoidesenvolverum questionárioautoadministradodesaúdebucalehábitosde higienebucalparapacientessubmetidosàanestesiagerale validá-locomaanálisedeRasch.Oobjetivosecundáriofoi estabelecerumvalor decorte paradetectarpessoas com saúdebucalprecária.
Métodos
Populac¸ãodoestudo
Pacientes adultos (≥ 18 anos) atendidos na clínica de avaliac¸ãopré-anestésicadeumhospitaluniversitárioforam incluídosnoestudo.Todosospacientesagendadospara pro-cedimentossobanestesiageralnessehospitalsãoavaliados nessaclínica.Ospacientesmenoresdeidade,comtutores legais e com limitac¸õesintelectuais que poderiam impos-sibilitar a compreensão correta do questionário, foram excluídos.
Projetodoquestionário
Umquestionáriocurtoeautoadministradofoiprojetadocom baseem umarevisãodaliteratura feitapor meiode pes-quisanabasededadosMedline(comostermosMeSH‘‘saúde bucal’’,‘‘perdadentária/epidemiologia’’e‘‘doenc¸as peri-odontais’’)edeopiniõesdeumpaineldeperitoscomposto porquatromembros(cirurgiãomaxilofacial,odontologista, otorrinolaringologista e anestesiologista) que ajudaram a adaptaro questionáriopara o usona clínica de avaliac¸ão pré-anestésica.
Originalmente,oquestionárioeracompostopor23itens identificadospor meio dapesquisa bibliográfica. A escala dasrespostasdadasaositenseradotipoLikert,comopc¸ões derespostacombasenafrequência.Cadarespostarecebeu umapontuac¸ão, cujasoma máxima era de100 pontos. A faixaetáriafoicategorizadaemoitogrupos (18-25,26-35, 36-45,46-55,56-65,66-75,76-85,>85anos),atribuiu valo-resincrementaisde5-40pontosparacadaumdeles.Oíndice demassacorporal(IMC)foiclassificadoemtrêsgrupos(<25, 25-30,>30kg.m-2).Informac¸õessobreoshábitos
considera-dosprejudiciaisparaasaúdebucal(tabagismo,consumode álcool),medicamentoseoutrasdoenc¸as(diabetes, osteopo-rose,doenc¸ahepática, HIV,câncer ouartrite reumatoide) tambémforamadicionadas.Oquestionárioinicialfoi anali-sadodeformaindependenteporcadaumdosperitoscom baseemseuconhecimentoeemsuaexperiênciaclínica.
O painel recomendou a exclusão da pergunta ‘‘Como vocêavaliaasuasaúdebucal?’’,porserconsideradamuito subjetiva e mais relacionada aos aspectos de qualidade de vida (estética e autopercepc¸ão) do que aos verdadei-ros hábitos orais. Bisfosfonatos foram adicionados à lista demedicamentosprejudiciaisdevidoasuaassociac¸ãocom osteonecrose. Os dados de IMC substituíram a pergunta ‘‘Vocêestáobeso?’’, como umamedida maisobjetiva.Os peritosconsideraramnecessárioperguntarsobremobilidade dosdentes, sangramento gengival,dorde dentee dentes perdidos,porseremsinaisinequívocosdesaúdebucal pre-cária.
A versão final do questionário incluiu 18 itens agru-pados em três dimensões. O grupo de informac¸ão geral consistiuemcincoitens.Trezeeramrelacionados exclusiva-menteàsaúdebucal:oitoabordavamsaúdebucalehábitos desaúdebucalecincoforamdedicadosahábitosedoenc¸as concomitantesquesãoconhecidas porterem efeito nega-tivosobreasaúdebucal. Pontuac¸õesmaisaltasindicavam piorsaúdebucal.
O questionário foi primeiramente aplicado em teste--pilotocom10pacienteseemseguidaaplicadoàpopulac¸ão do estudo. Os pacientes responderam ao questionário na
saladeesperaantesdaavaliac¸ãopré-anestésica.O anes-tesiologista,previamentetreinadoemexplorac¸ãooral por umdentista,avaliouoestadodesaúdebucaleoclassificou comobom,regularouruim.Essaexplorac¸ãooral incluiua observac¸ãodiretacomespelhoodontológico;exame perio-dontal;sondagemdemobilidadedentáriaecálculodoíndice dedentescariados,perdidoseobturados(DMF).Aavaliac¸ão globaldasaúdebucal(boa,regular,ruim)foifeitapelo anes-tesiologistaeoodontologista,queexaminaramospacientes deformaindependenteapósoanestesiologista.
Análiseestatística
OmodelodeRaschfoiusadoparatestaraspropriedadesde medidadoquestionáriodesaúdebucal.22AanálisedeRasch
éométododeescaladevalidac¸ãomaisatualquesegueum processo aditivo demedida comumdepessoas e itens na mesmadimensãoouconstructo.23Informac¸õessobrea
aná-lisedeRasch, explicadas deformacompreensível,podem serencontradasemoutroestudo.23 Primeiro,ascategorias
derespostasde algunsdositens foramcompactadasonde necessário,paraassegurarqueoslimitesdacategoria(ponto de igual probabilidade de resposta entre duas categorias vizinhas) fossemordenados.Os itens comresíduos padro-nizadosacimade±2,5forameliminados.Umqui-quadrado nãosignificativodainterac¸ãoitem-trac¸o,comcorrec¸ãode Bonferroni, indicou um bom ajuste ao modelo de Rasch. Aconfiabilidadefoianalisadapeloíndicedediscriminac¸ão de pessoas (Person Separation Index[PSI])com o critério de ≥ 0,7 para comparac¸ões de grupos e ≥ 0,85 para comparac¸õesindividuais.23Aanálisedecomponentes
princi-paisdosresíduoseotestetdeStudentindependenteforam usados paragarantirque todosositens daescala formas-semumadimensãoúnica,comvaloressignificativos< 10% ouolimiteinferiordointervalodeconfianc¸adabinomialde <0,05.24Ositensdevemserlocalmenteindependentes.Isso
significaqueascorrelac¸õesentreosresíduospadronizados nãodevemseraltas(critériofixoem0,3).Ositensnão apre-sentavamviésporsexo,idade(pormediana:≤58,>58anos) enacionalidade(espanhol,outros)seovalor-pdacorrec¸ão de Bonferroni associado à análise de variância (Anova) dofuncionamento diferencial doitem(FDI) nãofosse sig-nificativo. Caso mais de um item apresentasse FDI para umdeterminadofator,umaanálisedepurificac¸ãoemordem decrescenteerafeitaeositensimpuros(comumviés)eram sujeitos a umaanálise do FDI,porque se itens diferentes atuassememdirec¸õesopostasoFDIeracancelado.25
Após a obtenc¸ão de um ajuste ao modelo Rasch, as propriedadespsicométricas(normalidade,aceitabilidadee validadedeconstructo)daescalalinearforamexaminadas. O teste deKolmogorov-Smirnov foi usadopara verificar a distribuic¸ãonormal damedidalinear. Osdadosde aceita-bilidade foramanalisados pelas diferenc¸as entre médiae mediana(padrãoarbitrário≤10%dapontuac¸ãomáxima)26
e efeitos teto/chão(abaixo de15%).27 A validadede
usodeAnova.Aconcordânciaentreobservadores (anestesi-ologistaeodontologista)naclassificac¸ãodasaúdebucalfoi avaliadacomousodocoeficientekappa.
Finalmente,umacurvaROC(receiveroperating charac-teristic)foicalculadaparaidentificarumvalordecortepara detectarsaúdebucalprecária.Osresultadosdoexameda cavidadeoral(ruimvs.boa/regularsaúdebucal)foram usa-doscomoavariávelcritério.Sensibilidade,especificidade, valorespreditivospositivosenegativos(VPP,VPN)erazões de probabilidade positivas e negativas (RP+, RP−) foram calculadosparaovalordecorteselecionado.
AanálisedeRaschfoifeitacomoprogramaRUMM203028e
oprogramaestatísticoSPSSversão19.0(SPSSStatistics Soft-ware;IBMCorporation,Armonk,NovaYork,EUA)foiusado paraorestantedasanálises.
Resultados
Aversãoadministradadoquestionárioincluiu18itens,cinco sobreinformac¸õesemgerale13sobresaúdebucal.Otempo estimadoparacompletaroquestionáriode18itensvariou entre 1,5 e 2minutos. A concordância entre observado-res entreo exameda cavidadeoral pelo anestesiologista e o odontologista foi considerada satisfatória após três diasdetreinamento(coeficientekappa=0,78;erropadrão, EP=0,18).
Três dos 118pacientes queforamabordadosna clínica deavaliac¸ãopré-anestésicarecusaramparticipardoestudo devido a problemas devisão e incapacidade de escrever. Todososquestionáriosanalisadoscontinham100%dositens concluídos. Dos 115 pacientes, 50,4% eram homens, com média de 55,1 anos (desvio padrão, DP=19,1; variac¸ão: 18-88).Noventaetrêspacienteseramespanhóis(80,9%).A médiadoIMCfoide26,8kg.m-2;24indivíduoseramobesos
(IMC>30kg.m-2;20,9%).Quanto aoníveldeescolaridade,
68pacientesnãocompletaramoensinosecundário(59,2%). Asaúdebucalfoiconsideradaboaem32pacientes(28,1%); saúdebucalregulareruimfoi observadaem 37(32,5%)e 45(39,5%),respectivamente(tabela1).
Aprimeiraanálisedos13itensdesaúdebucalnão mos-troubomajustedosdadosaomodelodeRasch.Doisitens foramrecodificados: últimavisitaaodentista(‘‘<6meses atrás’’ e ‘‘entre 6 meses e 1 ano atrás’’ foram com-binadas) e frequência de sangramento gengival (‘‘muitas vezes’’ e ‘‘sempre’’ foram combinadas). Os itens relati-vos a consumo de álcool e tabagismo foram eliminados porquemediramoutroconstructo(resíduospadronizados> 2,5).Aanálisedos11itensrestantesapresentouboa confi-abilidade(PSI=0,861)e bomajuste dos dadosao modelo (2(44)=64,168; p=0,025), com estatísticas de ajuste de
0,027 (DP=1,248)para ositens e-0,196 (DP=0,914) para ajuste por pessoa.A tabela 2apresenta a versãofinal do questionário,comumexemplodepontuac¸ão.As estatísti-casdeajusteparacadaitemdomodelofinalestãoresumidas natabela3.
A unidimensionalidade da escala foi confirmada, com teste t significativo (7,83%) e um intervalo de confianc¸a aceitável da binomial (intervalo de confianc¸a de 95%, IC95%=0,038;0,118).Ositens‘‘frequênciadeescovac¸ão’’ e‘‘doraomastigar’’mostraramFDIporgêneroemdirec¸ões opostas, então o FDI foi cancelado (p=0,740). O item
Tabela 1 Estatística descritivada amostra de pacientes (n=115)
Média±DP;n(%)
Idade 55,1±19,1
Sexo
Masculino 58(50,4)
Feminino 57(49,6)
IMC(kg.m−2) 26,8±4,2
IMCcategorizado(kg.m−2)
<25 41(35,7)
25-30 51(44,3)
>30 23(20)
Nacionalidade
Espanhola 93(80,9)
Outras 22(19,1)
Níveldeescolaridade
Nenhum 31(27,0)
Primário 37(32,2)
Secundário 27(23,5)
Universitário 20(17,4)
Saúdebucal(combaseemexamedacavidadeoral)
Boa 32(28,1)
Regular 37(32,5)
Ruim 45(39,5)
DP,desviopadrão;IMC,índicedemassacorporal.
‘‘númerode dentes perdidos’’ apresentou FDI por idade. NenhumitemapresentouFDIpornacionalidade.
Oterceirolimiardoitem‘‘mobilidadedentáriaemquase todososdentes’’ representouo problemadesaúde bucal mais grave e o primeiro limiar do item ‘‘frequência de escovac¸ão≥3vezes/dia’’representouoproblemadesaúde oralmenosgrave(fig.1).
Atabela4apresentaatransformac¸ãodosescoresde bru-tosparalogit.Amedidalinearemumaescalade0-100teve distribuic¸ão normal (Kolmogorov-Smirnov Z=1,169, p=0,130) com média de 49,01 (DP=17,85), diferenc¸a média-mediana de 4,38% e sem efeitos teto/chão. Os resultados de validade estão listados na tabela 5: saúde bucal foi significativamente pior em pessoas com idade superior a 58 anos e de nacionalidade espanhola, sem diferenc¸asignificativaporgênero.Quandocontroladospor idade, a diferenc¸a de nacionalidade não foi estatistica-mentesignificativa.Anovamostrouqueaspessoassemuma formac¸ãouniversitáriaecomIMC>25kg.m-2apresentaram
pior saúde bucal do que o restante dos participantes. A medidalineardesaúdebucalaumentoucomosresultados dos exames odontológicos, seguiu uma tendência linear significativa.
Tabela2 Questionáriodeavaliac¸ãopré-anestésicadasaúdebucalcomumexemplodepontuac¸ão
Valor 0 1 2 3
1.Comque frequênciavocê usaantisséptico bucal?
Maisdeuma vezpordia
Uma vez/dia
Àsvezes Nunca
2.Comque frequênciavocê escovaseus dentes?
3oumais vezespor dia
1-2 vezes/dia
Àsvezes Nunca
3.Quandofoia suaúltimavisita aodentista?
Hámenos de1ano
Há1ano Hámaisde2anos
4.Qualfoio motivodesua últimavisitaao dentista?
Checkup/ limpeza
Obturac¸ões/ tratamento decanal
Extrac¸ão dentária
Colocac¸ãodecoroa,ponteouprótese
5.Quantosdentes vocêjáperdeu?
Nenhum 1---2dentes Maisde2dentes Amaioriados dentes 6.Vocêtem
sangramento gengival?
Nunca Àsvezes Comfrequência
7.Vocêsentedor aomastigar?
Nunca Àsvezes Comfrequência Sempre
8.Vocêtem mobilidade dentária?
Não Apenas1 dente
2-5dentes Quasetodosos dentes
0 1
9.Vocêé diabético?
Não Sim
10.Vocêtem algumadas seguintes doenc¸as? Câncer, osteoporose, HIV,artrite reumatoide, doenc¸ahepática (cirrose)
Não Sim
11.Vocêtoma algumados seguintes medicamentos? Corticoides, fenitoína (antiepiléptico), bisfosfonatos (Fosamax, Boniva)
Não Sim
Pontuac¸ãofinala Somada
pontuac¸ão dacoluna A=5
Somada pontuac¸ãoda colunaB=6
Somada pontuac¸ãoda colunaC=6
Pontuac¸ão bruta= A+B+C=17
Medida linear= 66,861
aCálculodapontuac¸ãofinal:Etapa1,somarapontuac¸ãodositensmarcadoscomovalor1(A=5);Etapa2,somarapontuac¸ãodos
Tabela3 EstatísticasdeajusteparaositensdomodelofinaldeRasch
Item Dificuldade EP Residuais 2(gl=4) Probabilidade
Frequênciadousodeantissépticobucal -1,814 0,141 0,262 2,663 0,616
Frequênciadeescovac¸ão -1,084 0,152 -1,478 6,170 0,187
Últimavisitaaodentista -0,858 0,154 1,919 12,006 0,017
Motivodavisitaaodentista -0,849 0,129 0,445 4,777 0,311
Númerodedentesperdidos -0,495 0,132 -0,895 2,314 0,678
Frequênciadesangramentogengival 0,200 0,169 1,104 2,425 0,658
Doenc¸as 0,551 0,236 -0,780 7,747 0,101
Doraomastigar 0,840 0,141 1,339 5,732 0,220
Diabetes 0,999 0,252 -0,576 6,550 0,162
Mobilidadedentária 1,098 0,145 -1,965 6,192 0,185
Medicamento 1,412 0,273 0,918 7,594 0,108
EP,erropadrão;gl,grausdeliberdade.
Localização
3,0
2,0
MD. 3
MD. 2
MD. 1 RVD. 3 TBF. 2 DOR. 1 UVD. 2 FUAB. 3
FUAB. 2
FUAB. 1
FE. 1 NDP. 1
RVD. 1 FSG. 1
UVD. 1 NDP. 3
DOS. 1 DOR. 3
FE. 3 DOR. 2
NDP. 2 RVD. 2
DIAB. 1 MEDIC. 1
FSG. 2
×
× ×××××××
×××× ××××××× ××××××××××××
××××××××
××××××××× ×××××××××× ×××××××××
×××× ×××
×××
×××××
× =
×× ×××××× ×××××××××× ×××× ××××× ×××× ×
1,0
0,0
–1,0
–2,0
–3,0
–4,0
–5,0
pessoa –6,0
Pessoas Itens [limiares descentralizados]
1
Figura 1 Distribuic¸ão do limiar pessoa-item, em logits (modelofinaldeRasch).(DIAB,Diabetes;DOS,doenc¸as;FUAB, frequência deuso de antisséptico bucal; FSG, frequência de sangramento gengival;MEDIC, medicac¸ão;UVD, últimavisita ao dentista;DOR, dor aomastigar; RVD,razãopara visitar o dentista;FE,frequênciadeescovac¸ão;NDP,númerodedentes perdidos;MD,mobilidadedosdentes).
Discussão
Oobjetivodaavaliac¸ãopré-anestésicaédetectarpacientes de risco aumentado para complicac¸ões e instituir medi-dasdeprevenc¸ãoeficazes.Osmétodosusadosparaprever
problemasnopós-operatóriotêmcomobaseagravidadeda doenc¸a,acomplexidadecirúrgica,aidentificac¸ãode comor-bidades e o risco cardíaco, entre outros. No entanto, as consequênciasdaslesõesoraissecundáriasàanestesianão devemsersubestimadas, poisasaúdebucalé importante paraumaboaqualidadedevida29,30eparaasaúdeemgeral.
Onossoobjetivo foidesenvolver umaferramentade tria-gemparaavaliarasaúdebucaldepacientessubmetidosà avaliac¸ãopré-anestésica.
Oquestionárioécurto,fácildeentender,aceitávelpelos pacienteseviávelparaaaplicac¸ãoemclínicadeavaliac¸ão, poislevaapenasdoisminutos,aproximadamente,paraser concluído.Omomentodaadministrac¸ão---apósexamepelo enfermeiro enquanto espera ser atendido pelo anestesio-logista--- favorece astaxas de resposta e de conclusão e aumentaapercepc¸ãodospacientessobreessacomplicac¸ão. Asopc¸õesderespostasãosemelhantes,masnãoexatamente asmesmasparacadapergunta,oqueimpedeoviésde ten-dênciacentral.Avalidadedoconteúdofoicorroboradapor umpaineldeespecialistas.
Oquestionárioé confiável,permitecomparac¸õesentre osindivíduos.23Estudosadicionaisqueadministremo
ques-tionárioemdiferentesocasiõessãonecessáriosparaavaliar a confiabilidade teste-reteste. A unidimensionalidade da escala, que representa um único construto, permite que apontuac¸ão detodos ositens seja adicionada como uma medidalinear.Umamedidalinearéimportantepara estu-dosdeintervenc¸ãoeensaiosclínicos,poispermiteaplicac¸ão detestesestatísticosparamétricos.
Quasetodosositensnãocontinhamviésporsexoeidade. Contudo,pacientesmaisidosospontuarammaisaltonoitem ‘‘númerodedentesperdidos’’,umfatojádocumentado.29O
questionárioapresentouvalidadediscriminanteadequadae permitiuumadiferenciac¸ãoestatísticadeacordocom fato-resderisco para asaúdebucalbem conhecidos: nívelde escolaridade31---33 e IMC.34,35 O questionário também
Tabela4 Tabeladeconversãodepontuac¸õesbrutasparaamedidalinear
Pontuac¸ãobruta Medida linear (logits)
Medida linear (0-100)
Pontuac¸ão bruta
Medida linear (logits)
Medida linear (0-100)
0 −5,250 0,000 13 0,015 57,908
1 −4,024 13,484 14 0,218 60,141
2 −3,190 22,657 15 0,420 62,363
3 −2,623 28,894 16 0,623 64,595
4 −2,198 33,568 17 0,829 66,861
5 −1,854 37,352 18 1,041 69,193
6 −1,559 40,596 19 1,264 71,645
7 −1,296 43,489 20 1,504 74,285
8 −1,054 46,150 21 1,771 77,222
9 −0,826 48,658 22 2,082 80,642
10 −0,607 51,067 23 2,474 84,954
11 −0,396 53,388 24 3,036 91,135
12 −0,189 55,664 25 3,842 100,000
Tabela5 Análisedescritivadosdadosetestesparamétricos(testetdeStudenteAnova)paraamedidalineardesaúdebucal precária,deacordocomdiferentesvariáveissociodemográficas
Variável Frequência(n) Média DP p
Idade(anos) <0,001
≤58 58 38,7 16,7
>58 57 59,5 11,9
Sexo 0,209
Masculino 58 51,1 13,2
Feminino 57 46,9 21,5
Nacionalidade 0,017a
Espanhola 93 50,9 17,7
Outras 22 40,9 16,5
Níveldeescolaridade <0,001
Nenhum 31 63,4 11,1
Primário 37 53,1 9,7
Secundário 27 45,4 10,6
Universitário 20 24,0 18,4
IMC(kg.m−2) <0,001
<25 41 40,0 22,0
25-30 51 51,2 12,9
>30 23 60,2 9,8
Saúdebucal <0,001
Boa 32 30,7 17,1
Regular 37 45,8 11,4
Ruim 45 64,1 7,6
DP,desviopadrão;IMC,índicedemassacorporal.
aNãosignificativoquandoajustadoporidade.
intubac¸ão difícil,8,13,19,36 e não o risco de lesão dentária
emsi.
A lesão dentária não mostrou ser mais frequente em cirurgias de emergência8,10,12,13,19,36 ou estar associada ao
níveldeexperiênciadoanestesiologista.7,12,19 Vários
gran-des estudos enfatizaram que a lesão dentária foi até 50 vezesmaisprováveldeocorrerempacientescompatologias
odontológicasanteriores.8,10Issosugerequeapredisposic¸ão
Umestudodecoortequeavaliasseospacientescomnosso questionárioeacompanhasseaincidência delesão dentá-ria após o procedimento anestésico seria necessário para estimar a suautilidadena reduc¸ão dos danosaosdentes. Contudo,umexamecuidadosodacavidadeoralé conside-radocomoparteintegrantedaavaliac¸ãopré-anestésica.Um estudoobservouque,emboradoisterc¸osdoscasos apresen-tassempatologiaodontológicapré-existente,essacondic¸ão foiobservadapeloanestesiologistaemapenasumquintodos pacientesantesdaintubac¸ão.6Portanto,nossoquestionário
paradetectarpacientescomsaúdebucalprecáriapode ser-vircomoumguiaparaqueoanestesiologistaavalieorisco de lesãodentária. Além disso, o questionáriooferece um valordecorteparaadetecc¸ãodesaúdebucalprecária.
Outras limitac¸ões de nossoestudo incluemuma amos-tradetamanhorelativamentepequeno37eofatodequeos
dadosforamcoletadosapartirdeumúnicocentro.Apesar do pequenonúmero departicipantes, obtivemosum bom ajusteaomodelodeRasch.
Não está claro quais são as medidas preventivas que devemsertomadasquandoumpacienteéconsiderado de risco aumentado para lesão dentária. O uso de dispositi-vos de protec¸ão, como protetores bucais, é controverso: enquantoalgunsautoresargumentamquediminuemo tama-nhojálimitadodoespac¸odisponível,6,12 outrosconcluíram
queadiferenc¸adotemponecessárioparaintubarum paci-ente,comousemumprotetorbucal,nãofoiclinicamente relevante.38 Osprotetoresbucaisfeitossobmedidapodem
sermenosvolumososdoqueoutrosmétodos,comoousode pastademodelagem,20 massãomaiscaroseexigemtempo
deconfecc¸ão.Seoriscodelesãodentáriaforconsiderado alto, uma avaliac¸ão odontológica prévia é recomendada. Técnicasopcionaisdeanestesiaeintubac¸ãotambémpodem ser consideradas,sempre que possível em tais casos. Um grupopropôsumatécnicaespecialparaprotegerosdentes muito móveis,39 mas a preservac¸ão de dentes seriamente
comprometidosaqualquerprec¸opodeserquestionável;tais dentes sãoumafonte constantede infecc¸ãoe podem ser perigososparaumpaciente submetidoaumprocedimento cirúrgico.
Conclusões
Nosso objetivo foi desenvolver e validar um questionário desaúdebucalehábitosoraisadequadosparaumaclínica deavaliac¸ãopré-anestésica.Essequestionáriodemonstrou propriedadespsicométricassuficientesparaserconsiderado comoumaferramentaconfiáveleválidaparamediroestado desaúdebucaletambémlevaemcontafatores sociodemo-gráficosconhecidosporestaremassociadosàsaúdebucale aoestadogeraldesaúdedopaciente.
Algunsdosbenefíciosdenossoquestionáriopodemser:a classificac¸ãode pacientesdeacordocom orisco de lesão dentária, que alerta o anestesiologista sobre os pacien-tescomplicadosparaosquaisprecauc¸õesadicionaisseriam necessáriasduranteaintubac¸ão;informarospacientescom escoresmaisaltossobreoseuriscoaumentado;aumentara conscientizac¸ãodospacientessobreaimportânciadeuma boasaúdebucal;sugerirtratamentoodontológicoantesda cirurgiaparaevitarumalesão;diminuirosprocessos inde-nizatóriosqueresultariamemeconomia.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
Ao Dr. Juan Carlos Llodra-Calvo, DMD, PhD, Profes-sor de Odontologia Preventiva e Comunitária da Univer-sidade de Granada, Granada, Espanha; ao Dr. Fernando Nájera-Sotorrio,MD,CirurgiãoMaxilofacialdoHospital Qui-rón,Madrid,Espanha;eaoDr.JoséMaríaCalvo-Vecino,MD, PhD,ChefedoDepartamentodeAnestesiologiadoHospital UniversitárioInfantaLeonor,Madri,Espanha,queserviram comoconselheiroscientíficosnopaineldeespecialistas,por suacolaborac¸ãonesteestudo,quenãofoifinanciado.
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