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CARBOXITERAPIA: AVALIAÇÃO DE SEUS EFEITOS NA ADIPOSIDADE SUBMENTONIANA

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Academic year: 2021

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CARBOXITERAPIA: AVALIAÇÃO DE SEUS EFEITOS NA

ADIPOSIDADE SUBMENTONIANA

Jislaine Koppe de Almeida

1- Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal formada pela Univesidade Tuiuti do Paraná ( Curitiba-PR)

Endereço para contato: Jislaine Koppe de Almeida : jikoppe@yahoo.com.br 2- Orientador : Professor Fabrício Vicenzi

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RESUMO:A carboxiterapia ou o uso de dióxido de carbono por via subcutânea surgiu na

França em 1932 e atualmente está presente em vários países. Inicialmente era usada no tratamento das arteriopatias periféricas e, com o melhor conhecimento do seu mecanismo de ação, seu uso expandiu-se para outras áreas da medicina, com destaque para a medicina estética no tratamento da lipodistrofia ginóide e no tratamento das adiposidades localizadas. A adiposidade submentoniana é uma entidade de alta prevalência na população, podendo ou não estar associada à obesidade. Nesta revisão bibliográfica para evidenciar o papel da carboxiterapia, tem uma melhora no aspecto e na flacidez da pele. A carboxiterapia revelou-se um tratamento invasivo com resultados satisfatórios para a adiposidade submentoniana.

Palavras chaves: Carboxiterapia, adiposidade submentoniana, lipodistrofia ginóide

ABSTRACT: The carboxiterapia or the use of carbon dioxide for saw subcutaneous appeared in France in 1932 and currently it is present in some countries. Initially she was used in the treatment of peripheral arteriopatias e, with optimum knowledge of its mechanism of action, its use was become enlarged for other areas of the medicine, with prominence for the esthetic medicine in the treatment of the lipodistrofia ginóide and in the treatment of the located adiposities. The submentoniana adiposity is an entity of high prevalence in the population, being able or not to be associated to the obesidade. In this bibliographical revision to evidence the paper of the carboxiterapia, it has an improvement in the aspect and the flacidez of the skin. The carboxiterapia showed an invasive treatment with satisfactory results for the submentoniana adiposity.

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INTRODUÇÃO

A administração subcutânea do dióxido de carbono (CO2) também conhecida como carboxiterapia foi introduzida recentemente no Brasil. Seu uso baseia-se na infusão controlada de dióxido de carbono no tecido celular subcutâneo, utilizando-se uma fina agulha hipodérmica, procedimento esse realizado a nível ambulatorial (Garcez 2005). Desde 1932 essa terapia tem sido utilizada na estação termal francesa de Royat (Clermont-Ferrand) em pacientes com arteriopatias periféricas de várias etiologias (aterosclerótica, enfermidade de Buerger, doença de Raynaud, etc). Em 1953 o cardiologista Dr. Jean Baptiste Romuef publicou um trabalho sobre os 20 anos de experiência na administração subcutânea de CO2 (Malatesta 2004).

Até 1983 haviam sido tratados 402.000 pacientes em Royat, comprovando a eficácia do método e a segurança do mesmo. Essa modalidade terapêutica vem sendo praticada em diversos países europeus, Estados Unidos, Coréia do Sul, Japão e América Latina. Foi introduzida na Itália por volta do ano de 1994. Em 2001 foi instituído o Iº Curso Universitário de Carboxiterapia ligado à cadeira de cirurgia plástica da Universidade de Siena, com o professor Carlo D’Aniello ( Malatesta 2004).

MECANISMO DE AÇÃO

A ação terapêutica do CO2 administrado por via subcutânea está relacionada aos seus efeitos microcirculação, favorecendo o fluxo sanguíneo e aumentando a oxigenação tecidual.

O CO2 livre, assim como resultado de outras reações enzimáticas de descarboxilação, se difunde do tecido para o plasma sanguíneo e deste para o eritrócito. Esse mesmo percurso ocorre após a administração subcutânea de CO2 na carboxiterapia.

No eritrócito, o CO2 encontra-se hidratado reversivelmente, com produção de ácido carbônico (H2CO3). Na ausência de um catalizador essa reação é muito lenta frente à alta produção de CO2 nos tecidos. A Anidrase Carbônica, presente nos eritrócitos, acelera notavelmente tal reação. Uma vez formado, o ácido carbônico (H2CO3) se ioniza espontaneamente (devido ao baixo pH local) com formação de íons H+ e bicarbonato(HCO3).

CO² + H²O ® H²CO³ ® H+ + HCO³

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tecidos periféricos, a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio diminui. Da mesma forma, nos capilares pulmonares, como o CO2 é excretado, o pH sobe, aumentando a finidade do oxigênio pela hemoglobina.

Esse efeito do pH e da concentração de CO2 na ligação e liberação de oxigênio pela hemoglobina é chamado de Efeito Bohr. Quando o CO2 é infundido nos tecidos, forma-se o ácido carbônico nos eritrócitos, um ácido fraco que abaixa o pH na hemácia após a ionização do mesmo (Varlaro 1998).

O íon H+ facilita a liberação de oxigênio da hemoglobina, quando o sangue passa através dos tecidos periféricos, aumentando assim a disponibilidade de oxigênio nesses tecidos.

O íon bicarbonato, formado no eritrócito, é liberado no plasma sanguíneo em troca do íon cloro (Cl - ) (Bosi 2001).

Outro aspecto importante é a vasodilatação obtida pela administração de CO2 nos tecidos. Parassoni 1998 fala de inibição do simpático e recorda o trabalho da Prof. Régine Fabry do instituto de pesquisa cardiovascular de Royat que sustenta a existência de um receptor específico sensível ao CO2 que ativa um mecanismo que interfere com a contração da fibra muscular lisa ( Parassoni 1998).

Também observou-se que após a infusão de CO2 no subcutâneo havia rompimento da membrana do adipócito por efeito direto do gás. Além disso, a distensão do tecido subcutâneo provoca o estímulo dos baroreceptores (de Golgi e Pacini) com liberação de substâncias mediadoras (catecolaminas, bradicininas, serotoninas) que atuam nos recetores beta adrenérgicos da célula adiposa, ativando a adenilciclase e produzindo a quebra dos triglicérides (lipólise) ( Grimaldi 2004).

Quando se administra CO2 nos tecidos se verifica:

- vasodilatação e liberação dos dispositivos que regulam a microcirculação;

- redução da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio e conseqüente liberação do mesmo; - otimização de vários processos bioquímicos dos adipócitos, como os processos oxidativos dos ácidos graxos (efeito lipolítico).

Quando existe um mal funcionamento da microcirculação, existe comprometimento do processo oxidativo e se verifica tendência ao acúmulo de triglicérides (predomínio dos processos anabólicos).

A carboxiterapia, com seu efeito vasodilatador e aumento da liberação de oxigênio pela hemoglobina melhora a função metabólica de uma região em situação de má distribuição da microcirculação e sobre tudo otimiza a degradação enzimática oxidativa dos ácidos graxos (Brandi 2004).

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subcutânea, sobre o microcírculo vascular. Foi evidenciado vasodilatação através da videocapilaroscopia, aumento do fluxo sangüíneo pelo Laser Doppler e o aumento da pressão parcial do oxigênio (PO2) verificada pela via percutânea.

Além disso, os dados histopatológicos obtidos por biópsia em pacientes tratados evidenciaram o inócuo do método, já que não há alterações no tecido conjuntivo (incluindo estruturas vasculares e nervosas com o tratamento) ( Caiazzo 2004).

Os mesmos autores também publicaram trabalho em 1999 sobre a ação da carboxiterapia e seus efeitos lipolíticos na Lipomatose Múltipla Simétrica. Em 2002 divulgaram estudo sobre o papel da carboxiterapia como complemento da lipoaspiração e seus efeitos benéficos na diminuição das irregularidades da pele e ressaltando a melhora do aspecto e da elasticidade da mesma.

INDICAÇÕES

1. MEDICINA ESTÉTICA

a) Lipodistrofia Ginóide (Celulite ou Paniculopatia Edemato Fibro Esclerótica); b) Coadjuvante no tratamento da obesidade localizada;

c) Preparação para lipoescultura e tratamento pós-lipoescultura; d) Pré e pós-tratamento de enxertos de pele;

e) Tratamento da flacidez de pele e de estrias 2. DERMATOLOGIA

a) Psoríase;

b) Úlceras associadas a microangiopatias; c) Úlcera diabética;

d) Úlcera varicosa; 3. ANGIOLOGIA

a) Arteriopatias periféricas orgânicas e funcionais; b) Microangiopatia aterosclerótica e diabética;

EFEITOS COLATERAIS

A carboxiterapia é um método simples, prático e rápido. A segurança do método é

comprovada pela ausência de relatos na literatura de complicações ou e feitos adversos importantes.

Seu uso como contraste em angiografia atestam sua capacidade em não promover embolia gasosa caso algum vaso seja puncionado inadvertidamente.

Os efeitos colaterais são: 1. Dor a aplicação

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3. Hematoma subcutâneo

CONTRA-INDICAÇÕES

Pacientes em uso de anticoagulantes orais ou injetáveis; Insuficiência cardíaca, renal ou hepática; Hipertensão arterial severa; Gangrena; Flebites; Epilepsia; Gestação.

Pacientes com doenças pré-existentes

ADIPOSIDADE SUBMENTONIANA

A adiposidade submentoniana, também chamada de duplo mento ou papada, refere-se ao acúmulo de tecido adiposo em região submentoniana e pescoço, com perda de definição dos contornos dessa região e apagamento do ângulo cervico-mandibular. Dependendo da idade do paciente podem estar presentes certo grau de flacidez cutânea, muscular ou ambas, além do afastamento do músculo platisma da linha média. A flacidez é uma condição que afeta principalmente o sexo feminino, após a menopausa. Na flacidez muscular percebemos uma diminuição do tônus muscular, não obrigatoriamente patológica. É causada pelo sedentarismo, perda de massa muscular própria da idade e pelos acúmulos gordurosos que ocorrem em virtude das alterações hormonais. A flacidez cutânea pode ser devido às variações de peso do individuo e pelo envelhecimento cutâneo com perda das fibras elásticas e de colágeno. Todos esses fatores resultam em um excesso de pele.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

No acúmulo de tecido adiposo no pescoço ou papada, a lipoescultura (lipoescultura cervical) é de utilidade para o tratamento de pacientes jovens. Em idades mais avançadas, quando existe flacidez cutânea e excesso de pele, é necessário realizar, além da lipoescultura, um estiramento cervical (lifting cervical) para compensar o excesso de pele (Pitanguy 1973).

Na hipoplasia mentoniana, o osso mentoniano pouco desenvolvido pode ser resolvido com a colocação de próteses de silicone sólido (mentoplastia de aumento) ou com o avançamento do mento com o uso de implantes líquidos infiltrativos.

Na hipertrofia e queda do tecido fibroso mentoniano, mento senil ou duplo mento, a ressecção do excesso de tecido. O excesso de pele também pode ser corrigido com uso de fio de politetrafluoretileno (PTFE) associado à lipoaspiração, sendo que o fio é amarrado nas regiões retro-auriculares.

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Essas intervenções podem ser feitas com uso de anestesia local, a nível ambulatorial. A cicatriz resultante poderá ser oculta na parte inferior do mento ou na mucosa do lábio inferior.

TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO

Os exercícios isotônicos ativos com carga progressiva baseados no uso de bandas elásticas, promovem um aumento rápido e eficiente do tônus muscular.

A eletroestimulação de superfície fisioterapêutico que promovem contração isotônico-passiva da musculatura têm efeito significativamente menor e menos duradouro que os exercícios ativos.

A intradermoterapia baseia-se no uso de medicamentos geralmente injetados na camada dérmica da pele com efeito lipolítico e de melhora da flacidez. São usadas associações de medicamentos que são denominadas mesclas, contendo substâncias de mecanismos de ação diferentes. As mesclas para efeito de liporredução geralmente comtém substâncias lipolíticas associadas a vasodilatadores e um anestésico local, a mesocaína.

Nos liporredutores utiliza-se a técnica ponto a ponto, com distância de 2 cm entre cada ponto ou a técnica intradérmica, e intervalos de 1 semana, com número médio de 6 sessões.

Na flacidez cervical utiliza-se a técnica ponto a ponto, com distância de 2 cm entre os mesmos, injetando-se 0,1 a 0,2 ml, intervalos semanais, com número de sessões de 1 a 3.

METOLOGIA

O presente trabalho foi baseado em uma literatura de livros, revistas, artigos e sites de internet.

Estes trabalho foi composto de introdução, fundamentação teórica, objetivos, metodologia, cronograma, referências bibliográficas.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os pacientes, relatam da dor de intensidade variável no momento da administração do gás. As outras queixas foram sensação de enforcamento ou aperto no pescoço.

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CONCLUSÃO

A carboxiterapia é um método invasivo, prático, seguro e de fácil execução. Seus efeitos estão bem documentados pela literatura pelo uso da videocapilaroscopia, laser Doppler e biópsia do tecido celular subcutâneo. Seu uso em medicina estética tem se expandido à medida que novos relatos vão sendo divulgados. Tem importante indicação no tratamento da lipodistrofia ginóide e das adiposidades localizadas. É um método bem tolerado pelos pacientes, com dor e desconforto apenas durante a sua realização. Não há efeitos colaterais nem contra-indicações importantes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2- SOUZA, ROBERTO ARENA; GARCEZ, CARLOS EDUARDO. Temas de Medicina Estética. 5ª Edição. Porto Alegre, 2005.

3- BRANDI C, D’ANIELLO C, GRIMALDI L, BOSI B, DEI I, LATTARULO P, ALESSANDRINI C. Carbon Dioxide therapy in the treatment of localized adiposities: clinical study and histopathological correlations. Aesthetic Plast Surg. 2001 May-Jun;25(3):170-4.

4- BRANDI C, GRIMALDI L, BOSI B, DEI I, MALATESTA F, CAIAZZO E. Unit of Plastic Surgery-UniversityStudy of Siena. Carbon Dioxide Therapy: Effects on skin irregularity and its use as a complement to liposuction. Aesthetic Plast Surg. 2004; 28: 222-225.

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8- AKCA O, DOUFAS AG, MORIOKA N, ISCOE S, FISHER J, SESSLER DI. Hypercapnia improves tissue oxygenation. Anethesiology. 2002 Oct;97(4):801-6. 9- ALBERGATI F, LATTARULO P, PARASSONI L, CURRI SB, VARLARO V, GUIDI

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Referências

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