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Caracterização do Meio Físico da Bacia Hidrográfica do Arroio Lajeado Grande Ponta Grossa Paraná

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Academic year: 2021

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SEMANA DE GEOGRAFIA,16.,2009.APLURALIDADE NA GEOGRAFIA. PONTA GROSSA:DEGEO/DAGLAS,2009.ISSN2176-6967

Caracterização do Meio Físico da Bacia Hidrográfica

do Arroio Lajeado Grande – Ponta Grossa – Paraná

Fernanda Cristina PEREIRA, Nair Fernanda MOCHIUTTI e Maria Lígia Cassol PINTO

Universidade Estadual de Ponta Grossa

A urbanização de Ponta Grossa, município localizado na região fisiográfica dos Campos Gerais, se caracteriza por apresentar um dinamismo típico das cidades que foram receptoras da migração campo-cidade ou o êxodo rural iniciado com a política de modernização da agricultura, em meados dos anos 1960-1970. Associando-se esse fenômeno migratório as características fisiográfica do seu sitio urbano é fácil entender parte dos problemas de saneamento ambiental que hoje descaracterizam a qualidade de vida na cidade. Tal situação de degradação ambiental é decorrente, em boa parte, do crescimento acelerado da população, do aumento da densidade demográfica e, por conseguinte, da expansão da malha urbana sem restrições de áreas ou direção. Assim, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar as condições de saneamento ambiental na Bacia hidrográfica do Arroio Lajeado Grande, aprofundando o conhecimento a respeito das características físico-naturais e fornecendo dados atualizados à adequada gestão dos recursos hídricos locais. A pequena bacia hidrográfica está localizada na porção noroeste da área urbana da cidade de Ponta Grossa. Palavras-chave: Urbanização. Bacia hidrográfica. Degradação ambiental.

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Exemplo disto pode ser o fato de a cidade assentar-se sobre condições morfológicas de relevo muito acidentado, constituído de colinas de topos plano-convexos, e prolongamentos declivosos (> 20%) até os fundos de vales de uma densa rede hidrográfica. Neste ‘cenário’ da cidade a pressão antrópica se expressa pela ocupação irregular, desmatamento, acúmulo de resíduos (lixo), pelas ligações clandestinas do esgoto doméstico diretamente ‚canalizado para os córregos‛ e fundos de vale. De acordo com Melo 1997, as conseqüências tornam-se evidentes através de processos erosivos e pelo assoreamento do leito dos cursos de água na jusante e nas péssimas condições sanitárias nestes locais.

A bacia hidrográfica do Arroio Lajeado Grande, que se situa na porção norte-nordeste da cidade de Ponta Grossa, pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi, com uma área de 1353,18 ha. Ele se forma pela união dos arroios Lajeadinho e Madureira, tendo com tributários os arroios Maria Emília, pela margem esquerda, enquanto o Prancha e o Monteiro Lobato pela margem direita. A foz do Lajeado Grande é no arroio Pilão de Pedra - se considerado o índice de bifurcação. Esse é contribuinte da margem esquerda do Rio Verde, que deságua no Rio Pitangui, que por sua vez é afluente da margem direita do Rio Tibagi.

Atualmente, alguns trechos do canal do arroio Lajeado Grande se encontram canalizados e, como afirma Júnior (1997) essa foi uma alternativa adotada pelo Poder Público local para a solução dos problemas relacionados ao lançamento de esgoto in-natura e de resíduos industriais nos corpos de água e acumulados nas margens dos mesmos. Porém essa prática mostrou-se inadequada, pois trouxe resultados negativos para os aspectos hidrológicos, sanitários e econômicos.

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O estudo geológico-geomorfológico da referida bacia hidrográfica visam classificar os terrenos em relação ao seu grau de permeabilidade, característica esta que intervém fundamentalmente na rapidez e no volume das enchentes e na parcela levada às vazões de estiagem pelos lençóis subterrâneos. Além de exercer este papel essencial no comportamento hidrológico, estes dois fatores ainda possuem uma forte influência na forma ou entalhamento do canal do rio e na sua topografia. Encostas, topos ou cristas e fundos de vales, canais, corpos de água subterrânea, sistemas de drenagem urbanos e áreas irrigadas, entre outras unidades espaciais, estão interligadas como componentes da bacia de drenagem.

METODOLOGIA

Os estudos relativos para a caracterização físico-natural da bacia hidrográfica do Arroio Lajeado Grande compreenderam a compilação e análise bibliográfica; o levantamento de campo para aquisição de dados da bacia hidrográfica; revisão da delimitação da bacia hidrográfica e verificação das moradias que possuem rede de ligação de esgoto, utilizando-se como base a carta topográfica de Ponta Grossa folha SG. 22-X-CII/2 MI-2840/2 na escala 1:50.000; dados da SANEPAR de agostos de 2009; uma Ortoimagem do sensor SPOT cobrindo a cidade de Ponta Grossa, com resolução espacial de 5m, do ano de 2005, em escala 1:50.0000, fornecida pelo PARANACIDADE. Ainda, a produção de mapas temáticos, em ambiente SIG - Sistemas de Informação Geográfica, cujos temas selecionados são: hierarquia fluvial, de acordo com Strahler (1952); mapa de declividade a partir das curvas de nível eqüidistante 20 metros (arquivo anexo a ortoimagem SPOT) (2005); mapa geológico; Modelo Digital de Terreno. A geologia teve como base a Folha Geológica de Ponta Grossa 1:50.000, 1977 do CPRM, que foi escaneada e posteriormente georreferenciada, utilizando-se o software Spring, versão 4.3. A digitalização dos polígonos correspondentes a cada unidade geológica e das linhas correspondentes a falhas e diques foi realizada no software ArcView, versão 3.2. Os principais elementos da geomorfologia foram obtidos por meio da construção de um Modelo Digital de Terreno e Slope, obtidos a partir das curvas de nível com eqüidistância de 20 metros e pela própria análise do mapa geológico. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Itararé) e do Magmatismo Serra Geral (Formação Serra Geral). A Formação Furnas (Siluriano Devoniano) provavelmente foi depositada em ambiente transicional a marinho. Geralmente é descrita como uma sucessão monótona de arenitos quartzosos portadores de estratificação cruzada, aos quais se intercalam delgados níveis de conglomerados, sobretudo na sua porção basal (GUIMARÃES et al., 2007). A Formação Ponta Grossa (Devoniano Superior) corresponde à unidade superior do Grupo Paraná. É tipicamente constituída por rochas de granulação fina, representada por folhelhos argilosos e siltitos com cores escuras, micáceos e raramente com intercalações de arenitos cinza claro finos. O ambiente de sedimentação é marinho plataformal é atestado pela ampla variedade de macrofósseis (trilobitas, braquiópodes, tentaculites, etc.). (MELO et al., 2003). O Grupo Itararé corresponde a uma seqüência sedimentar que foi formada em diferentes ambientes de deposição, mas num período de tempo equivalente. É caracterizado principalmente pela presença de diamictitos, o que lhe atribui forte influência glacial nos ambientes de formação flúvio lacustre e marinho. No espaço urbano de Ponta Grossa o Grupo Itararé é representado por arenitos finos a médios com diamictitos subordinados. Aparece num bloco de falhas rebaixado de direção geral nordeste-sudoeste, embutido na Formação Ponta Grossa na região da Bacia do Lageado Grande (MELO et al., 2003).

A influência do Arqueamento de Ponta Grossa está expressa na ocorrência de várias fraturas cortando as litologias da Bacia do Paraná. Estas fraturas foram preenchidas por magma predominantemente basáltico (Magmatismo Serra Geral), dando origem a corpos magmáticos chamados de diques e soleiras. As rochas sedimentares da Bacia do Lageado Grande encaixam alguns corpos concordantes e discordantes de diabásio.

Conforme se pode observar na figura 01 a ocorrência de estruturas rúpteis de direções NE-SW, com falhas de rejeitos verticais, e NW-SE, com diques de diabásio associados, são as de maior expressão na área de estudo. Elas controlam a extensão das unidades do substrato rochoso, impõem marcante controle estrutural da drenagem e determinam destacadas feições de relevo. As cabeceiras da drenagem estão localizadas nas cotas mais altas da área em torno de 980 m, nestes locais, no entanto, as declividades são mais suaves. Nas proximidades da foz do arroio, onde ele deságua no Rio Verde, aparecem as cotas mais baixas, em torno de 810m onde as declividade são mais acentuadas. As vertentes abruptas aliadas ao uso inadequado do solo favorecem a ocorrência de processos erosivos nesta região.

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destacar o papel que ela exerce não só em relação a fatores sociais e econômicos, mas ambientais, sobretudo na recuperação e restauração de áreas degradadas pela urbanização depredatória. Os despejos de efluentes de diversas origens, de resíduos acumulados nas margens dos arroios e a proliferação de organismos patogênicos completam o quadro das alterações no regime hidrológico nas bacias hidrográficas urbanas, devido a sua crescente urbanização.

Figura 1 – Geologia e drenagem da bacia hidrográfica do Arroio Lajeado Grande.

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proliferação de insetos (baratas, moscas, mosquitos) roedores (ratos) vetores de doenças e com a possibilidade de enchentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O centro de Ponta Grossa por situar-se num alto topográfico de onde diverge uma rede de drenagem radial e por apresentar uma grande expansão urbana desde a década de 1950, tem favorecido a ocupação irregular tanto em terrenos íngremes nas cabeceiras dos arroios quanto em áreas onde ocorrem intensos processos erosivos (adaptado de Melo, 2003). Esses fatores aliados a falta de fiscalização no saneamento básico do espaço urbano transforma os corpos hídricos em verdadeiros esgotos, e a falta de políticas públicas voltadas à formação de uma conscientização ambiental na população, piora o quadro de descaso com o ambiente em que vivemos. São muitas as ações que provocam algum modo de degradação ambiental, resultando na eliminação de espécies, sejam do reino animal ou do vegetal. Sendo assim, as áreas impactadas não devem apenas ser observadas, mas devem ser palcos da realização de trabalhos específicos, onde os diagnósticos dos impactos ambientais possam ser úteis em projetos de readequação de áreas degradadas.

REFERÊNCIAS

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1981.

GUIMARÃES, G. B. et al. Geologia dos Campos Gerais. In: MELO, M. S.; MORO, R. S.; GUIMARÃES, G. B. Patrimônio natural dos Campos Gerais do Paraná. Ponta Grossa: UEPG, 2007.

MELO, M. S. et al. Sedimentação quaternária no espaço urbano de Ponta Grossa, PR. Geociências, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 33-42, 2003.

MELO, M. S.; GODOY. L. C. Geologia, geomorfologia e riscos geológicos na Bacia do Olarias, Ponta Grossa, PR. Publicatio UEPG, Ciências Exatas e da Terra, 1997.

Referências

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