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MARCO LEGAL E A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA: CONHECENDO O COLÉGIO ESTADUAL FULGÊNCIO NUNES

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MARCO LEGAL E A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA: CONHECENDO O COLÉGIO ESTADUAL FULGÊNCIO NUNES

MARTINS, Ione Luiz1 PEREIRA, Ana Lúcia2 RESUMO

Este artigo é fruto de pesquisa de natureza teórica e empírica, apresenta os resultados do trabalho de conclusão de curso que tem como título MARCO LEGAL E A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA: CONHECENDO O COLÉGIO ESTADUAL FULGÊNCIO NUNES, desenvolvido no Curso de Licenciatura em Pedagogia no Campus de Palmas. Demonstra a forma como o Estado do Tocantins está implantando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Tem como propósito compreender as estratégias adotadas no Colégio Estadual Fulgêncio Nunes, localizado na Comunidade Quilombola Chapada de Natividade no Tocantins, reconhecido oficialmente como a primeira instituição que trabalha com a educação escolar quilombola no Estado. Tem como fonte teórico-metodológica principal, a Resolução nº 8, de 20 de novembro de 2012, que define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Por intermédio da pesquisa de campo, aponta a cultura como eixo norteador para a construção de uma educação escolar quilombola em todo o Estado do Tocantins e conclui que as condições materiais para a implementação dessa modalidade de ensino ainda não foram dadas.

Palavras-chaves: Resolução CNE/CEB 8/2012. Educação Escolar Quilombola.

Tocantins. Colégio Estadual Fulgêncio Nunes.

1 INTRODUÇÃO

Esse artigo discute o “Marco legal e a implementação da educação escolar quilombola: conhecendo o Colégio Estadual Fulgêncio Nunes”, com a intenção de abordar sobre o ser quilombola e verificar se o Colégio Fulgêncio Nunes, inserido na comunidade quilombola Chapada de Natividade, trabalha com o processo da educação quilombola, conforme estabelecido na Resolução CNE/CEB 8/2012. Esse trabalho teve início em agosto de 2016 e foi finalizado em dezembro de 2017.

1 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Tocantins. Nascida e criada na Comunidade Lajeado no Município Dianópolis – TO, reconhecida como comunidade quilombola.

2 Docente no Curso de Direito da Universidade Federal do Tocantins

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O despertar para o tema foi pelo fato de que somente aos 18 anos de idade que aconteceu a nossa descoberta do ser quilombola3 e isso aconteceu devido à indagação de uma professora do Ensino Médio. Até então, a questão da identidade étnico-racial e o pertencimento a um grupo historicamente diferenciado ainda não nos havia sido falado, ou colocado em discussão. Ainda não tínhamos parado para observar o fato de pertencermos a uma comunidade que resiste há mais de um século em nosso país.

Após a descoberta da nossa própria identidade, percebemos que as vivências, costumes, crenças, regras, lutas, culturas dentre outros aspectos específicos da nossa comunidade, estavam ali presentes a todo tempo, mas esses elementos não nos faziam refletir de forma mais profunda sobre nós mesmos. O desconhecimento de nossa história nos impedia de defesa em caso de processo de discriminação, preconceito e racismo que individual ou coletivamente sofríamos simplesmente por existir como povo negro ou fazer parte de uma comunidade que tem uma história ligada ao nosso passado de resistência negra.

O nosso questionamento sobre a importância da educação formal para a discussão da identidade da criança quilombola nos incentivou a pesquisar sobre a educação formal quilombola no Estado do Tocantins e a forma como ela está sendo implementada no Colégio Fulgêncio Nunes, reconhecido oficialmente como escola quilombola.

O principal intuito foi demonstrar como está sendo implementada a educação quilombola no Estado do Tocantins, observando o critério da educação formal como base para tomada de consciência do ser quilombola na infância, adolescência e juventude até chegar ao ponto do indivíduo se auto identificar como membro de um grupo historicamente reconhecido e principalmente do conhecimento dos direitos estabelecidos pela Resolução CNE/CEB 8/2012 - um documento essencial para o desenvolvimento desse trabalho e para a organização do texto que está dividido em

3 Por ser da Comunidade Lajeado no Município Dianópolis – TO, que teve grande importância no período colonial pela produção aurífera na Serra Geral do Tocantins. Atualmente possui a Associação dos Agricultores e Agricultoras Familiares da Comunidade Lajeado União.

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cinco seções: Introdução; procedimentos metodológicos; resultados e discussão;

considerações finais e referências.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia adotada para o desenvolvimento do estudo foi a pesquisa de campo e bibliográfica.

A pesquisa de campo foi realizada na Comunidade urbana Chapada de Natividade com observação no Colégio Estadual Fulgêncio Nunes, a aplicação de 16 (dezesseis) questionários destinados aos servidores do Colégio (Direção, Coordenação, Professor (a), Secretário (a), Bibliotecário (a), rodas de conversas com alguns alunos e uma entrevista com o representante da Secretaria de Estado da Educação e Cultura – SEDUC.

As rodas de conversas permitiram conhecer um pouco da Comunidade Quilombola e da realidade da escola, reconhecida pelo gerente responsável pela educação do campo e quilombola,4 como a primeira escola a trabalhar com a modalidade Educação Quilombola no Estado do Tocantins. A observação da estrutura da escola revela o processo de ensino e as condições materiais do ambiente escolar.

A pesquisa bibliográfica teve como base os documentos do Ministério da Educação, a saber: as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de história e Cultura Afro-Brasileira e Africana (BRASIL, 2004) e a Resolução CNE/CEB 8/2012, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica (BRASIL, 2012).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo o IBGE (2015), no Tocantins 72% da população é negra5. Segundo a Coordenação Afrodescendente, órgão da Secretaria de Cidadania e Justiça do Tocantins, existem 45 comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação

4 O período da pesquisa foi de agosto de 2016 a setembro de 2017. A pessoa que respondeu como gerente da Educação do Campo e Quilombola na Secretaria de Estado da Educação e Cultura SEDUC, foi o Sr. Erialdo Augusto Pereira. No contexto de 2016, a existência de uma única escola trabalhando educação quilombola no Estado, tornou o trabalho relevante.

5 Que se auto-declaram pretos e pardos.

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Cultural Palmares e outras lutam pelo reconhecimento, fato esse que demonstra a necessidade de conhecermos as políticas públicas direcionadas às comunidades quilombolas.

As comunidades quilombolas são constituídas por grupos de pessoas com trajetória e história própria, predominantemente constituído pela população negra rural e urbana, designação comum aos escravizados refugiados em quilombos, ou descendentes cujos antepassados no período da escravidão fugiram daquela vida que levavam sem direito algum, e residiram nas pequenas comunidades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.

Segundo Gloria Moura, quilombos contemporâneos são:

Comunidades negras rurais habitadas por descendentes de escravos que mantêm laços de parentesco. A maioria vive de culturas de subsistência em terra doada/comprada/secularmente ocupada. Seus moradores valorizam tradições culturais dos antepassados, religiosas (ou não), recriando-as. Possuem história comum, normas de pertencimento explícitas, consciência de sua identidade étnica.

(MOURA, 2007, p. 10).

Isso mostra a complexidade do conceito quilombo: por um lado era o refúgio onde os negros escravos fugiram de seus senhores para se livrar da tirania, e de outro lado naquele local houve o resgate de sua identidade e cultura; bem como a preservação de sua área territorial. Hoje identificamos nesses locais a formação de grupos que afirmam uma trajetória histórica própria. São grupos que se formaram tanto em comunidades rurais, quanto urbanas e lutam constantemente pelos seus direitos.

Segundo o artigo 3º da Resolução CNE/CEB 8/2012, que converge com o Decreto 4.887/03, entende-se por quilombola

I – os grupos étnico-raciais definidos por auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica;

II – comunidades rurais e urbanas que:

a) lutam historicamente pelo direito à terra e ao território o qual diz respeito não somente à propriedade da terra, mas a todos os elementos que fazem parte de seus usos, costumes e tradições;

b) possuem os recursos ambientais necessários à sua manutenção e às reminiscências históricas que permitam perpetuar sua memória.

III – comunidades rurais e urbanas que compartilham trajetórias comuns, possuem laços de pertencimento, tradição cultural de valorização dos

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antepassados calcada numa história identitária comum, entre outros.

(BRASIL, 2012).

A Educação Quilombola surgiu através das indagações referente a necessidade de conhecermos as políticas públicas direcionadas às comunidades quilombolas, através das organizações do Movimento Quilombola e do Movimento Negro, uma educação amparada pela Resolução CNE/CEB 8/2012 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.

Segundo o artigo 41 da Resolução CNE/CEB 8/2012, a educação escolar quilombola:

Art. 41. A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira. Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, bem como nas demais, deve ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural. (BRASIL, 2012).

A educação nas comunidades quilombolas deve contemplar uma proposta voltada para os conhecimentos culturais, sobre as comunidades remanescentes de quilombos, sobre a preservação da terra, o processo histórico de apropriação do território, o uso da terra por meio da lavoura, as crenças religiosas, festejos, danças, infusões com ervas medicinais, dentre outros costumes que os negros tinham desde seus antepassados, para que cada ser construa sua própria identidade.

Georgina Helena Lima Nunes (2014) diz que é importante compreendermos que a educação escolar quilombola é uma categoria recente, ainda em desenvolvimento e em disputa pelos principais atores sociais envolvidos e que a elaboração de políticas específicas para esta modalidade de educação representa um aprendizado em processo - tanto para os quilombolas, quanto para os próprios gestores.

A implementação da Lei 10639/03 não se restringe ao espaço escolar das comunidades quilombolas, todavia, os esforços para a garantia de uma educação que contemple as particularidades étnicas, culturais e políticas dessas comunidades é uma das formas de cumprimento da lei, uma vez que a sua trajetória histórica constitui o exemplo da resistência/ persistência da cultura afro-brasileira.

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Portanto, a estruturação e o acompanhamento da educação quilombola e a implementação da Lei 10.639/ 03 em todo o sistema público de ensino devem ser entendidas como ações interdependentes. Há um longo caminho a percorrer, tanto no sentido de romper o silêncio e a invisibilidade histórica que acompanham a trajetória dessas comunidades, como reconhecer a importância da cultura afro-brasileira e a longa história de luta dos afro-brasileiros por dignidade e cidadania.

Segundo o parágrafo 1º do artigo 1º da Resolução CNE/CEB 8/2012, a saber:

§ 1º A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica:

I – organiza precipuamente o ensino ministrado nas instituições Educacionais fundamentando-se, informando-se e alimentando-se:

a) da memória coletiva;

b) das línguas reminiscentes;

c) dos marcos civilizatórios;

d) das práticas culturais;

e) das tecnologias e formas de produção do trabalho;

f) dos acervos e repertórios orais;

g) dos festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio cultural das comunidades quilombolas de todo o país;

h) da territorialidade. (BRASIL, 2012).

Nesse sentido, não é possível a implementação da Resolução nº 8, se os órgãos superiores (SEDUC e dirigentes das instituições de ensino), não se dedicarem a conhecer profundamente as comunidades quilombolas onde estão instaladas as escolas. Não há uma receita pronta.

As Diretrizes Curriculares Nacionais e o Decreto nº 5.051/2004, popularmente conhecido como Convenção 169 da OIT, ressaltam a proximidade de alguns aspectos das comunidades quilombolas rurais com as demais populações que também vivem nesses contextos possibilitando pontos de intersecção histórica, econômica, social, política, cultural e educacional entre os quilombolas, os indígenas e os povos do campo. Sendo assim, as comunidades quilombolas poderão ser destinatárias, em algumas situações, das políticas públicas voltadas para povos indígenas e do campo, respeitado o que é peculiar de cada um.

A oferta da educação escolar para as comunidades quilombolas faz parte do direito à educação, porém, o histórico de desigualdades, violência e discriminações que recai sobre esses coletivos afeta a garantia do seu direito à educação, à saúde, ao trabalho e à terra. Nesse sentido, atendendo aos mesmos preceitos

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constitucionais, pode-se afirmar que é direito da população quilombola ter a garantia de uma escola que lhe assegure a formação básica comum, bem como o respeito aos seus valores culturais. Para tal, faz-se necessário normatização e orientações específicas no âmbito da política educacional, assim como também uma formação continua, dos profissionais responsáveis nessa área para que adquiram conhecimento da história quilombola, das suas lutas, vivências, crenças, dentre outros para que consigam atender as necessidades dos alunos, desenvolvendo atividades que valorizem suas vivências e realidades.

Mesmo que a Fundação Cultural Palmares6 tenha reconhecido várias comunidades quilombolas no Tocantins, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura – SEDUC, através do senhor Erialdo Augusto Pereira, gerente responsável pela educação do campo e quilombola no Tocantins, nos informou em entrevista, que há escolas em todas as comunidades, mas com a educação tradicional, uma vez que a educação quilombola começou a ser implementada no ano de 2016. Ao final da pesquisa (2017), somente duas escolas no Tocantins ofereciam a educação quilombola ( nos moldes que reza a Resolução n° 8), sendo a Escola Silveiro Matos da Comunidade Mumbuca, situada na cidade de Mateiros e o Colégio Estadual Fulgêncio Nunes na Comunidade Chapada de Natividade, sendo a última, referência para todo o estado.

O processo educativo nas escolas que atendem a educação quilombola tem um núcleo comum com duas disciplinas, “Cultura quilombola” e “Saberes e fazeres quilombola” que trabalha a identidade, a realidade social e os fazeres da comunidade quilombola.

A cultura é a peça fundamental para a educação quilombola, pois trata dos costumes, das tradições, das histórias e das práticas que são repassadas pela comunidade de geração em geração. Na escola, o educando pode aprender por intermédio de sua história e de suas vivências tornando mais prazerosa a aprendizagem assim como pode adquirir mais conhecimento e levar para dentro do

6A Fundação Cultural Palmares é uma entidade pública brasileira vinculada ao Ministério da Cultura, instituída pela Lei Federal nº 7.668, de 22 de agosto de 1988.

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seu quilombo e, no processo de construção da própria identidade quilombola se auto declarar quilombola, prática parecida com a da educação do campo.

Acreditamos que a educação do campo; a educação rural ou a educação quilombola teriam condições de trabalhar com os saberes tradicionais, tais quais são citados por Nunes (2014)

Os saberes tradicionais e os costumes, passados e perpetuados através das gerações, historicamente estruturaram o ciclo de vida das comunidades quilombolas e norteiam, atualmente, a estrutura social. Hoje em dia, em grande parte das comunidades quilombolas do país, há pessoas que tradicionalmente dominam o conhecimento acerca de rezas curadoras e de ervas e remédios concebidos de forma tradicional, e pessoas que detêm enorme saber sobre o processo reprodutivo e o parto. Mais conhecidas como parteiras, remedieiras, curandeiras(os), rezadeiras(os), benzedeiras(os), essas são pessoas muito presentes na estrutura social dessas comunidades.

(NUNES, 2014, p. 15).

Para Santos (2006, p. 44), cultura é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não diz respeito apenas a um conjunto de práticas e concepções, como por exemplo se poderia dizer da arte. Não é apenas uma parte da vida social, como por exemplo, se poderia falar da religião. Não se pode dizer que cultura seja algo independente da vida social, algo que nada tenha a ver com a realidade onde existe. Entendida dessa forma, cultura diz respeito a todos os aspectos da vida social. Cultura é uma construção histórica, seja como concepção, seja como dimensão do processo social. Ou seja, a cultura não é "algo natural", não é uma decorrência de leis físicas ou biológicas. Ao contrário, a cultura é um produto coletivo da vida humana. Assim, cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. O autor procura mostrar que a cultura vai além dos costumes, crenças de cada região e ele define a cultura como um todo, e não cada um com a sua, o que cada um tem são práticas culturais, mas a cultura é uma só.

A cultura é o que nos faz e nos torna pertencente a um determinado lugar, faz com que construímos nossa identidade, conhecemos nossas histórias e as muitas lutas que nossos antepassados tiveram para conquistar um lugar na sociedade.

A luta pela terra é também parte da cultura de resistência das comunidades quilombolas. Exemplo dessa luta é a mobilização pela defesa do Decreto nº 4.887/2003, que regulamenta o processo de identificação, reconhecimento,

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demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas que foi questionado no Supremo Tribunal Federal.7 Ao longo desses anos, o processo de titulação e posse das terras quilombolas têm se caracterizado pela morosidade e pelos conflitos em várias regiões do país.

A Lei 10.639/2003 pode ser considerada um ponto de chegada de uma luta histórica da população negra para se ver retratada com o mesmo valor dos outros povos que para aqui vieram, e um ponto de partida para uma mudança social. Na política educacional, a implementação da Lei 10.639/2003 significa ruptura profunda com um tipo de postura pedagógica que não reconhece as diferenças resultantes do nosso processo de formação nacional. Para além do impacto positivo junto à população negra, essa lei deve ser encarada como desafio fundamental do conjunto das políticas que visam a melhoria da qualidade da educação brasileira para todos.

Essa lei é fruto de uma luta constante dos negros, um enfrentamento político que a escola tem o dever de considerar necessário; tem o dever de ressaltar a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Nesse sentido, a falta de formação dos professores é um grande desafio a ser superado porque não é fácil trabalhar um conteúdo sem contar com uma preparação adequada, sem nenhuma especialização, sem materiais didáticos, sem estudos e pesquisas.

Esses fatores impedem que se perceba o poder transformador dessa lei (caso ela fosse efetivada) e, consequentemente dificultam o trabalho com essa modalidade de educação. No Colégio Fulgêncio Nunes a maioria dos educadores declararam desconhecimento da legislação e também não encontramos nenhum exemplar impresso no local, ainda que o gerente responsável pela educação quilombola tivesse afirmado que o material principal para se recorrer no caso de duvidas era a Resolução CNE/CEB 8/2012.

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Fulgêncio Nunes8 é destinado a toda a comunidade escolar e está em processo de elaboração pois se encontra em poder

7 Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3239)

8 O Projeto Político Pedagógico do Colégio Fulgêncio Nunes não estava impresso à disposição para pesquisa. Depois de muito solicitar para leitura, a orientadora educacional nos permitiu fazer

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da orientadora pedagógica. Nesse sentido, selecionamos trechos que são importantes para o entendimento do processo do ensino aprendizagem que ocorre na instituição de ensino e também trechos que pudessem verificar se a o Colégio caminhava ou não para a implementação de uma educação quilombola, conforme a SEDUC nos indicou.

O Projeto Político Pedagógico concebe a educação quilombola como uma nova matriz curricular, que mantém a base comum nacional curricular e inclui novos conteúdos correspondentes as especificidades socioculturais das comunidades quilombolas, contemplando a área de conhecimento “Diversidade e Ciências Agrárias”

com o componente curricular “Cultura Quilombola” que trabalha os conteúdos dos saberes e fazeres dos povos quilombolas. Dessa forma, pretende articular, a teoria com as práticas diárias dos alunos, fortalecendo e valorizando os saberes característicos de cada comunidade, possibilitando a construção de identidade dos alunos quilombolas, com o intuito que os mesmos adquiram novos conhecimentos e apliquem em suas comunidades, melhorando sua qualidade de vida e de seus familiares.

Os materiais didáticos na escola Fulgêncio Nunes voltado para educação quilombola são três livros e um gibi, resta ao professor recorrer a outros métodos e materiais, improvisando para atender o conteúdo previsto para ser aplicado.

Durante a pesquisa de campo no Colégio Fulgêncio Nunes, apresentamos o projeto de pesquisa e explicamos que o mesmo é voltado para o estudo da educação quilombola no Tocantins. Afirmamos que de acordo com informações da Secretaria da Educação - SEDUC, o Colégio Fulgêncio Nunes era o único no Tocantins que trabalhava com essa modalidade de educação. A orientadora nos disse:

Então, essa questão de Educação Quilombola, a gente está até querendo entender o que é. Porque a Secretaria da Educação apenas jogou nas nossas mãos uma estrutura curricular quilombola e falou que tínhamos que trabalhar e aderir essa modalidade no nosso currículo escolar, ficou na promessa de uma formação com os professores, enfim, com todo o núcleo da escola, porém já estamos no fim do ano e até hoje não tivemos. Assim estamos servindo como se pode.

a leitura diretamente em seu computador pessoal. Nesse sentido, fizemos a leitura e o fichamento no documento digitalizado e dessa forma está registrado na lista de referências.

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Logo de início percebemos que o inciso V do art. 8° da Resolução CNE/CEB 8/2012 não estava sendo cumprido, ou seja, a própria Seduc não está cumprindo o que está na Lei: “V - garantia de formação inicial e continuada para os docentes para atuação na Educação Escolar Quilombola” (BRASIL, 2012, p. 6).

Uma das professoras de História que trabalha na escola desde 2001, afirmou que a partir de 2008 ela começou a trabalhar com questões voltadas aos remanescentes de quilombos, porque a Chapada é reconhecida como uma Comunidade quilombola urbana e ela queria resgatar essa cultura, porém, nas atividades que encontra dificuldade, busca ajuda de uma pessoa da comunidade que tem domínio no assunto que ela quer desenvolver levando-a para dentro da escola.

Também promovemos uma roda de conversa para ouvir um pouco os alunos e saber o que pensam sobre a escola. Os alunos que participaram falaram que era a primeira vez que alguém falava desse assunto a eles. Para alguns, a Educação Quilombola não veio como algo bom, devido ser duas disciplinas a mais, ou seja, mais provas e trabalhos. Aqueles que não são afrodescendentes se questionam porque teria que fazer essas disciplinas se eles não são quilombolas. As disciplinas são

“Saberes e fazeres quilombola” e “Cultura quilombola”.

O Colégio Fulgêncio Nunes é a única instituição na comunidade que trabalha com o ensino fundamental II e ensino médio em Chapada de Natividade, com 394 alunos. Questionamos se não seria pouca oferta, por ser a única escola que trabalha com o ensino fundamental II e médio, ou se isso acontecia porque a população de Chapada era pequena? Fomos informadas que algumas pessoas não quiseram estudar lá e outras saíram para outras cidades. Informaram também que o nível de evasão é pequeno.

O Colégio possui dezesseis professores e um total de 32 funcionários. Quanto aos livros didáticos que trabalham com a modalidade quilombola, ficam na sala da coordenação e sempre que as professoras precisam trabalhar com eles, recorre e devolve depois. Sendo que o inciso II do art. 2º da Resolução CNE/CEB 8/2012, fala sobre a diversidade de materiais: “ II ) recursos didáticos, pedagógicos, tecnológicos, culturais e literários que atendam às especificidades das comunidades quilombolas.”

(BRASIL, 2012, p. 3)

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Na primeira sala que entramos para observação, a professora estava trabalhando jardinagem. Ela trabalhou todo o processo da parte teórica, a parte prática ficou para os alunos produzirem sua própria muda para exposição na feira de ciências, com plantas hortaliças. Nessa sala tinha pouquíssimos alunos porque esse dia o ônibus escolar não tinha ido levar os alunos da comunidade vizinha e os alunos do assentamento. Segundo informação, a falta dos alunos foi devido ao não repasse de verba destinada ao transporte escolar.

Nessa sala tinha um aluno surdo e o próprio pai que o auxilia, sendo contratado pela secretaria como intérprete da escola. A partir dessa evidência, deduzimos que em Chapada a única pessoa com competência para atender essa modalidade de Educação Especial, era ele. Tratava-se do único aluno surdo na instituição, porém, haviam dois cadeirantes - um em cada período - mas não foi possível assistir nenhuma aula nessas salas9, mas constatamos que a escola possui acessibilidade para aquele portador de deficiência, conforme o parágrafo 3º do art.22 da Resolução CNE/CEB 8/2012.

A maioria dos professores reclamaram da falta de material; estrutura física do Colégio e ausência de referencial. Os alunos foram os únicos que questionaram sobre a Lei que ampara a educação quilombola, em especial os afrodescendentes, porque logo que chegamos uma aluna afirmou não ter benefício nenhum, apenas mais provas. Observamos que os alunos não compreendem a importância das disciplinas como as outras, se julgam obrigados a fazer, sendo que o maior percentual de alunos são quilombolas.

Desde o princípio da pesquisa nos passaram que o Colégio só era reconhecido como Quilombola devido a verba da alimentação escolar que vinha o dobro do valor passado a cada aluno nas escolas tradicionais, recurso comtemplado em 2009. Uma alimentação diferente das feitas em escolas tradicionais assim como rege o artigo 12°da Resolução CNE/CEB 8/2012:

9 Percebemos que algumas professoras não disponibilizaram suas salas para que pudéssemos assistir suas aulas. Foram selecionando algumas turmas que consideravam ser as melhores para que pudéssemos entrar.

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Art. 12 Os sistemas de ensino, por meio de ações colaborativas, devem implementar, monitorar e garantir um programa institucional de alimentação escolar, o qual deverá ser organizado mediante cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e por meio de convênios entre a sociedade civil e o poder público, com os seguintes objetivos:

I - garantir a alimentação escolar, na forma da Lei e em conformidade com as especificidades socioculturais das comunidades quilombolas;

II - respeitar os hábitos alimentares do contexto socioeconômico-cultural- tradicional das comunidades quilombolas;

III - garantir a soberania alimentar assegurando o direito humano à alimentação adequada;

IV - garantir a qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversidade cultural e étnico- racial da população. (BRASIL, 2012, p. 7).

Acreditamos que o Colégio foi reconhecido como quilombola por estar em uma região reconhecida como Comunidade Quilombola Urbana.

Tivemos acesso ao Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Fulgêncio Nunes e, se de fato, ocorresse como está no papel, seria maravilhoso. Ao nosso ver, o Colégio não tem estrutura física para atender essa modalidade. A SEDUC não deu formação aos professores, simplesmente disse que tinham que aderir e quando foram questionados, afirmaram que o Colégio já era quilombola desde 2009 e que teria que entrar em exercício. Uma contradição, pois no Trabalho de Conclusão de Curso10 de Dionísio Marques Ribeiro, defendida em agosto de 2016, há informações da Secretaria de que não tinha nenhuma escola quilombola no Tocantins (RIBEIRO, 2016)

Segundo o Projeto Político Pedagógico, a integração entre o Colégio e a comunidade, se faz visando o fortalecimento da prática pedagógica. Prestar um serviço de qualidade e transparência é fundamental para o apoio e aceitação da comunidade. Essa interação é feita através das atividades culturais desenvolvidas sendo no mês de novembro, onde procuram mobilizar toda comunidade, tem um espaço já designado para esse tipo de evento dia 20 de novembro, dia da Consciência

10 RIBEIRO, Dionísio Marques. Ensino na comunidade quilombola: um estudo na Escola Municipal Laginha em Porto Alegre do Tocantins. Trabalho de Conclusão de Curso. Palmas: Universidade Federal do Tocantins, 2016.

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Negra e os responsáveis pelo evento todo ano buscam trazer palestras e atividades que são da vivencia na comunidade.

4 Considerações finais

A Educação Escolar Quilombola é uma política em construção porque deve contemplar os conhecimentos culturais sobre as comunidades remanescentes de quilombos, sobre a preservação da terra, o processo histórico de apropriação do território, o uso da terra por meio da lavoura, as crenças religiosas, festejos, danças, infusões com ervas medicinais, dentre outros costumes que as comunidades trazem desde seus antepassados.

Ao analisar o trabalho que tem sido desenvolvido no Colégio Fulgêncio Nunes, encontramos desafios em relação ao conhecimento sobre a Resolução CNE/CEB 8/2012, necessidade de formação continuada para os educadores e a necessidade de produção de materiais didáticos; no entanto, essas questões são comuns à todas as instituições de ensino, por isso não seria esse o maior problema. Percebemos que não há uma compreensão do verdadeiro papel do Colégio que é considerado o pioneiro na implementação dessa modalidade de educação no Estado do Tocantins.

A pesquisa de campo demonstrou que a principal estratégia para a implementação da Educação Escolar Quilombola é que essa modalidade de educação seja tratada como uma política educacional, ou seja: 1) Que as diretrizes para a implementação sejam conhecidas por todas as partes envolvidas; 2) Que seja elaborado um plano com metas, responsáveis, orçamento e cronograma bem definido.

3) Que seja construída uma estrutura curricular quilombola juntamente com o núcleo da escola para que eles coloquem atividades que realmente possam ser desenvolvidas. 4) Que as Comunidades Quilombolas beneficiárias dessa modalidade de educação sejam devidamente consultadas e ouvidas em todo o processo de execução dessa política.

O desenvolvimento desse trabalho foi muito importante, pois foi possível conhecer mais sobre os quilombolas, a cultura como objeto principal para a educação escolar e as possibilidades que estão abertas para a Educação no Brasil.

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5 REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o

procedimento para identificação, reconhecimento, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, 2003.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm.> Acesso em: 04 set.

2017.

_______. Decreto nº 5.051, de 19 de abril de 2004. Promulga a Convenção de n°169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2004/Decreto/D5051.htm.

Acesso em: 30 ago. 2017.

_______. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei 9394, de 20 de

dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Disponível em <http://

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_______. Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nºs 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7347, de 24 de julho de 1985 e a 10.778, de 24 de novembro de 2003.

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