Estágio ITE 2015
Noções de Direito Aduaneiro
Noções de Direito Aduaneiro
21/23.Janeiro.2015 Ricardo de Deus
Noções de Direito Aduaneiro
DIREITO ADUANEIRO
Ramo do Direito Público que visa regular as trocas internacionais de mercadorias.
Nesse sentido estabelece regras substantivas e procedimentais que regulam a entrada e a saída de mercadorias com o objetivo de assegurar:
• A cobrança de direitos aduaneiros e demais imposições;
• A proteção da economia;
• A proteção e segurança dos cidadãos; • A facilitação do comércio;
UNIÃO EUROPEIA
Noções de Direito Aduaneiro
Um dos pilares da União Europeia é a Política Comercial Comum (art. 206.º e 207.º do TFUE)
Regula as relações comercias dos Estados-membros com os países terceiros.
Os instrumentos de defesa comercial e de acesso aos mercados visam, em especial, proteger as empresas europeias contra os obstáculos ao comércio.
Assenta num conjunto de normas uniformes decorrentes da União Aduaneira e da Pauta Aduaneira Comum
UNIÃO EUROPEIA → UNIÃO ADUANEIRA Artigo 28.º do TFUE
A União Aduaneira comporta:
•Supressão nas relações entre os Estados-membros de direitos aduaneiros ou encargos de efeito equivalente
•Eliminação nas relações entre os Estados-membros de todas as restrições quantitativas à livre circulação das mercadorias ou medidas de efeito equivalente
•Adopção de uma Pauta Aduaneira Comum
•Existência de uma legislação aduaneira comum
UNIÃO EUROPEIA → UNIÃO ADUANEIRA Artigo 28.º do TFUE
Outras Uniões Aduaneiras:
• UE e Principado de Andorra; produtos 25 a 97 do SH;
Noções de Direito Aduaneiro
• UE e República de São Marinho; produtos 1 a 97 do SH, excepto 72 e 73;
• UE e República da Turquia; produtos 1 a 97 do SH, excepto produtos CECA e Anexo I do TFUE
UNIÃO ADUANEIRA Artigo 28.º do TFUE
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
•Legislação da União
•Legislação Nacional
“ A legislação aduaneira compreende o presente código e
as disposições adoptadas a nível comunitário ou nacional
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA DA UNIÃO
•Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Conselho, de 12 de Outubro de 1992, que aprovou o Código Aduaneiro
Comunitário (CAC)
•Regulamento (CEE) n.º 2454/93 da Comissão, de 2 de Julho de 1993, que aprovou as Disposições de Aplicação do Código Aduaneiro Comunitário (DACAC)
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA DA UNIÃO
O CAC constitui o regulamento de base, aprovado pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu (processo legislativo ordinário;
ex
processo de co-decisão), sob proposta da Comissão Europeia.Noções de Direito Aduaneiro
Sendo um regulamento é de aplicação direta e imediata no ordenamento jurídico dos Estados-membros.
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA DA UNIÃO
As DACAC constituem o regulamento de execução, aprovado pela Comissão Europeia.
Na elaboração destas normas de execução a Comissão é auxiliada pelo Comité do Código Aduaneiro [Regulamento (UE) n.º 182/2011 – regulamento de comitologia]
Noções de Direito Aduaneiro
Sendo um regulamento é de aplicação direta e imediata no ordenamento jurídico dos Estados-membros.
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA DA UNIÃO (Futuro)
Noções de Direito Aduaneiro
Regulamento (UE) n.º 952/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de outubro de 2013, que estabelece o Código Aduaneiro da União (CAU): em aplicação a partir de 1 de
maio de 2016
É uma ‘reformulação’ do Código Aduaneiro Modernizado
[Regulamento (CE) n.º 450/2008 do parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2008].
‘Razões’ para esta reformulação:
Alinhamento com o Tratado de Lisboa; Correção de alguns erros redatoriais;
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA DA UNIÃO (Futuro)
Noções de Direito Aduaneiro
O alinhamento com o Tratado de Lisboa introduziu
modificações substanciais na forma como são concedidos poderes à COM para desenvolver as ‘disposições de
aplicação’ dos atos base do PE e do CONS.
Quando se pretenda que as disposições da COM alterem ou completem certos elementos não essenciais do ato base, é necessário conceder poderes delegados à COM (art. 290.º TFUE);
Quando se pretenda que as disposições da COM executem as disposições do ato base é necessário conceder poderes de execução à COM (artigo 291.º TFUE).
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA DA UNIÃO (Futuro)
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Atos da Comissão Europeia para aplicação do CAU Programa de Trabalho para o Desenvolvimento e
Implementação dos Sistemas Informáticos (Decisão de Execução da Comissão de 29/04/2014; JOUE n.º L 134 de 07/05/2014)
Regulamento Delegado ‘Final’
Regulamento Delegado ‘Medidas Transitórias’ Regulamento de Execução ‘Geral’
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA NACIONAL
•Regulamento das Alfândegas, aprovado pelo Decreto n.º 31 730 de 15 de dezembro de 1941
•Reforma Aduaneira, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 46 311 de 27 de abril de 1965
•Lei Orgânica da AT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 118/2011, de 15 de dezembro
•Estrutura nuclear da AT, aprovada pela Portaria n.º 320-A/2011, de 30 de dezembro
•Despacho do Director-Geral (
ex
DGAIEC) n.º 7624/2007 de 2 de Abril de 2007• Sistemas informáticos aduaneiros (Decreto-Lei n.º 21/2013, de 15 de fevereiro e Portaria n.º 149/2014, de 24 de julho)
• Armazéns de depósito temporário (Decreto-Lei n.º 311/2009, de 26 de outubro)
• Caução global para desalfandegamento (Decreto-Lei n.º 289/88, de 24 de agosto)
………….
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA NACIONAL
Noções de Direito Aduaneiro
A AT tem por “
missão administrar os impostos, direitos
aduaneiros, e demais tributos que lhe sejam atribuídos,
bem como exercer o controlo da fronteira externa da
União Europeia e do território aduaneiro nacional, para
fins fiscais, económicos e de protecção da sociedade, de
acordo com as políticas definidas pelo Governo e o
Direito da União Europeia
” (artigo 2.º, n.º 1 do DL n.º 1182011) - a AT é a autoridade aduaneira em Portugal.Serviços desconcentrados a nível regional: alfândegas
Serviços desconcentrados a nível local: delegações e postos aduaneiros
TERRITÓRIO ADUANEIRO DA COMUNIDADE (TAC)
A legislação aduaneira da União aplica-se de modo uniforme em todo o território aduaneiro da Comunidade (Artigo 2.º do CAC)
Conjunto de territórios onde a legislação aduaneira da União é aplicada de modo uniforme e onde funciona a União Aduaneira
estabelecida no artigo 28.º TFUE
TERRITÓRIO ADUANEIRO DA COMUNIDADE
≠
Território Geopolítico → território geográfico que normalmente se identifica como formando cada um dos Estados-membros e sobre o qual esses Estados exercem soberania política≠
Território da União Europeia → conjunto de territórios onde é aplicado o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. Encontra-se definido no artigo 355.º do TFUE≠
Território Fiscal (IVA) da Comunidade → conjunto de territórios onde é aplicada a Directiva 2006/112/CE – Sistema Comum do IVA - . Em Portugal, a definição deste conjunto de territórios constaTERRITÓRIO ADUANEIRO DA COMUNIDADE
≠
Território Fiscal (IEC) da Comunidade → conjunto de territórios onde é aplicada a Directiva 2008/118/CE relativa ao regime geral, à detenção, à circulação e aos controlos dos produtos sujeitos a IEC. Em Portugal, a definição deste conjunto de territórios consta do artigo 3.º do CIEC≠
Território Estatístico da Comunidade → conjunto de territórios definido para efeitos de aplicação do Regulamento (CE) n.º471/2009 relativo às estatísticas das trocas de bens da UE e dos seus Estados-membros
TERRITÓRIO ADUANEIRO DA COMUNIDADE
A lista de territórios que fazem parte do TAC encontra-se definida no artigo 3.º do CAC
Está incluído no TAC as águas territoriais, as águas marítimas internas e o espaço aéreo dos territórios que fazem parte do TAC
A circulação de mercadorias comunitárias dentro deste
espaço territorial, por regra, não está sujeita ao cumprimento de formalidades aduaneiras.
Nota: A circulação de mercadorias comunitárias de, para e entre territórios incluídos no TAC mas
excluídos no território fiscal (IVA) da Comunidade está sujeita a formalidades aduaneiras (Art. 102.º CIVA)
ESTATUTO ADUANEIRO DAS MERCADORIAS Mercadorias Comunitárias (artigo 4.º n.º 7 CAC):
A) Inteiramente obtidas no TAC nas condições referidas no artigo 23.º do CAC
B) Importadas de países ou territórios que não fazem parte do TAC e introduzidas em livre prática
C) Obtidas no TAC, quer a partir das mercadorias referidas em B), quer a partir das mercadorias referidas em A) e B) Mercadorias Não Comunitárias (artigo 4.º n.º 8 CAC):
Todas as que não caibam na noção de mercadorias comunitárias
ESTATUTO ADUANEIRO DAS MERCADORIAS Todas as mercadorias que se encontrem no TAC são
consideradas mercadorias comunitárias, salvo prova em contrário
Consideram-se mercadorias não comunitárias, salvo prova em contrário:
•As mercadorias introduzidas no TAC •As mercadorias colocadas:
A) Em depósito temporário
B) Numa zona franca sujeita às regras de controlo do tipo I C) Num entreposto franco
•As mercadorias:
A) Sujeitas a um regime aduaneiro suspensivo
22 ESTATUTO ADUANEIRO DAS MERCADORIAS
MERCADORIAS INTRODUZIDAS NO TAC •Regra Geral
→
consideram-se não comunitárias•Derrogações
→
consideram-se comunitárias:A) Quando, em caso de transporte por via aérea, tenham sido
embarcadas ou transbordadas num aeroporto situado no TAC com destino a um aeroporto situado nesse território, contanto que o transporte se efectue ao abrigo de um título de transporte único emitido num Estado-membro
B) Quando, em caso de transporte por via marítima, forem transportadas entre portos situados no TAC no âmbito de Serviços de Linha Regular Autorizados
Linha marítima na qual as embarcações transportam regularmente mercadorias exclusivamente entre portos situados no TAC e que não possam ter proveniência de, destino a, ou fazer escala, em nenhum ponto fora desse território nem numa zona franca sujeita às regras de controlo do tipo I
FORMALIDADES DE DESALFANDEGAMENTO DAS MERCADORIAS
•Obrigação de entrega da declaração sumária de entrada
•Introdução das mercadorias no TAC
•Obrigação de condução das mercadorias
•Obrigação de apresentação das mercadorias
•Obrigação de entrega da declaração sumária para depósito temporário
•Obrigação de atribuição de um destino aduaneiro às mercadorias
OBRIGAÇÃO DE ENTREGA DA DECLARAÇÃO SUMÁRIA DE ENTRADA
Tem como função permitir a análise de risco de segurança e protecção
Entregue electronicamente na primeira estância aduaneira de entrada das mercadorias no TAC
Entregue antes da introdução das mercadorias no TAC (prazos mínimos fixados na lei e variados conforme o modo de
transporte)
Deve ser entregue: • Transportador
INTRODUÇÃO DAS MERCADORIAS NO TAC
As mercadorias introduzidas no TAC ficam, a partir dessa introdução, sujeitas à fiscalização aduaneira, podendo ser objecto de controlos aduaneiros
Permanecem sob essa fiscalização o tempo necessário para determinar esse estatuto
OBRIGAÇÃO DE CONDUÇÃO DAS MERCADORIAS
As mercadorias introduzidas no TAC devem ser conduzidas, no mais curto prazo, utilizando a via determinada pelas autoridades aduaneiras e em conformidade com as regras fixadas por essas autoridades:
•A uma estância aduaneira •A uma zona franca
•A qualquer outro local aprovado ou designado pelas autoridades aduaneiras
Pessoas obrigadas ao cumprimento:
•Pessoa que procedeu à sua introdução
•Pessoa que tomou a seu cargo o transporte das mercadorias após a sua introdução no TAC
OBRIGAÇÃO DE ENTREGA DA DECLARAÇÃO SUMÁRIA PARA DEPÓSITO TEMPORÁRIO
Acto declarativo pelo qual uma pessoa, na forma e segundo a modalidade prescrita pelas autoridades aduaneiras, relaciona ou descreve, por meio de transporte, todas as mercadorias
consideradas não comunitárias que foram ou irão ser introduzidas no TAC, conduzidas e apresentadas
Pode ser utilizado, como declaração sumária, o manifesto ou outro documento de transporte. Em Portugal, constitui o manifesto do navio ou aeronave entregue eletronicamente (Sistema SDS)
Deve ser entregue, no mais tardar, no momento da apresentação das mercadorias
Deve ser entregue:
OBRIGAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DAS MERCADORIAS As mercadorias que cheguem a uma estância aduaneira ou a qualquer outro lugar designado ou aprovado pelas autoridades aduaneiras devem ser apresentadas à alfândega
Trata-se de uma comunicação da chegada das mercadorias (artigo 4.º n.º 19 CAC)
Pessoas obrigadas ao cumprimento:
•Pessoa que procedeu à sua introdução
•Pessoa que tomou a seu cargo o transporte das mercadorias após a sua introdução no TAC
OBRIGAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DAS MERCADORIAS DEPÓSITO TEMPORÁRIO
Após serem apresentadas à alfândega as mercadorias adquirem o estatuto de mercadorias em depósito temporário
Só podem ser armazenadas em locais autorizados e nas condições fixadas pelas autoridades aduaneiras
Armazéns de Depósito Temporário (DL 311/2009)
Só podem ser objecto de manipulações que não modifiquem a sua apresentação ou características técnicas, com excepção das destinadas a garantir a sua conservação em estado
inalterado e sem prejuízo da possibilidade de serem objecto de
OBRIGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO DE UM DESTINO ADUANEIRO Sujeição das mercadorias às formalidades destinadas a lhes atribuir um destino aduaneiro autorizado
Prazo:
•45 dias para as mercadorias chegadas por via marítima
•20 dias para as mercadorias chegadas por qualquer outra via A contar da data da apresentação das mercadorias. Quando as circunstâncias o justifiquem pode ser fixado um prazo mais curto ou autorizado uma prorrogação do prazo.
Pessoa obrigada ao seu cumprimento
→
não é referido pelolegislador comunitário. Pessoa que tem interesse na sujeição das mercadorias a esse destino aduaneiro
OBRIGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO DE UM DESTINO ADUANEIRO
Incumprimento dos Prazos
→
as autoridades aduaneiras tomarão imediatamente todas as medidas necessárias para a regularizar a situação das mercadoriasMedidas de Regularização (Artigos 678.º-A e ss do Regulamento das Alfândegas):
•Consideram-se abandonadas a favor do Estado
•Podem ser vendidas pelas autoridades aduaneiras
•Continuam a poder ser sujeitas às formalidades aduaneiras destinadas a lhes atribuir um destino aduaneiro mediante o pagamento de uma taxa de 5% sobre o valor das mercadorias
OBRIGAÇÃO DE ATRIBUIÇÃO DE UM DESTINO ADUANEIRO Zona Franca ou Entreposto Franco
Reexportadas do TAC Inutilizadas
Abandonadas a favor da Fazenda Pública Sujeitas a um regime aduaneiro:
•Introdução em livre prática (ILP) •Trânsito (T)
•Entreposto Aduaneiro (EA) •Aperfeiçoamento Activo (AA)
•Transformação sob controlo aduaneiro (TSCA) •Importação Temporária (IT)
•
Aperfeiçoamento Passivo (AP)
•
Exportação (EX)
REGIMES ADUANEIROS
INTRODUÇÃO EM LIVRE PRÁTICA Artigos 79.º a 83.º CAC
Regime que confere o estatuto de mercadoria comunitária a uma mercadoria não comunitária
Implica:
•Aplicação das medidas de política comercial
Medidas não pautais estabelecidas no âmbito da PCC pelas disposições
comunitárias aplicáveis às importações e às exportações (Art. 1.º n.º 7 DACAC)
•Cumprimento das formalidades previstas para a importação
REGIMES ADUANEIROS TRÂNSITO
Artigos 91.º a 97.º e 163.º a 165.º CAC
Regime aduaneiro que permite a circulação de mercadorias sob fiscalização e controlo aduaneiro de um ponto para outro do TAC (Externo e Interno)
ENTREPOSTO ADUANEIRO Artigos 98.º a 113.º CAC
Regime que permite a armazenagem de mercadorias num entreposto aduaneiro
REGIMES ADUANEIROS
APERFEIÇOAMENTO ACTIVO Artigos 114.º a 129.º CAC
Regime que permite a utilização no TAC, em uma ou mais operações de aperfeiçoamento:
•Das mercadorias não comunitárias destinadas à
reexportação do TAC sob forma de produtos compensadores, sem que tais mercadorias sejam sujeitas a direitos de
importação nem a medidas de politica comercial
→
SISTEMA SUSPENSIVO•Das mercadorias introduzidas em livre prática, com reembolso ou dispensa de pagamento dos direitos de
importação, caso sejam exportadas do TAC sob a forma de produtos compensadores SISTEMA DE DRAUBAQUE
REGIMES ADUANEIROS
TRANSFORMAÇÃO SOB CONTROLO ADUANEIRO Artigos 130.º a 136.º CAC
Regime que permite a utilização no TAC de mercadorias não comunitárias, para aí serem submetidas a operações que lhes modifiquem a natureza ou o estado, sem que tais mercadorias sejam sujeitas a direitos de importação nem a medidas de
política comercial, e introduzir em livre prática os produtos resultantes destas operações com a aplicação dos direitos de importação que lhes são próprios
REGIMES ADUANEIROS
IMPORTAÇÃO TEMPORÁRIA Artigos 137.º a 144.º CAC
Regime que permite a utilização no TAC, com isenção total ou parcial dos direitos de importação e sem que sejam submetidas a medidas de política comercial, de mercadorias não
comunitárias destinadas a serem reexportadas sem terem sofrido qualquer alteração para além da depreciação normal resultante da utilização que lhes tenha sido dada
REGIMES ADUANEIROS EXPORTAÇÃO
Artigos 161.º a 162.º CAC
Regime que permite a saída de mercadorias comunitárias do TAC Implica:
•Aplicação das formalidades previstas para a referida saída, incluindo medidas de política comercial
•Aplicação dos direitos legalmente devidos, se necessário
As mercadorias comunitárias perdem esse estatuto aduaneiro quando são efectivamente retiradas do TAC (Art. 4.º n.º 8 CAC)
REGIMES ADUANEIROS
APERFEIÇOAMENTO PASSIVO Artigos 145.º a 160.º CAC
Regime que permite exportar temporariamente mercadorias comunitárias do TAC, a fim de as submeter a operações de aperfeiçoamento e de introduzir em livre prática os produtos resultantes destas operações com isenção total ou parcial dos direitos de importação
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
A sujeição de uma mercadoria a um regime aduaneiro efectua-se através de uma declaração aduaneira
Acto pelo qual uma pessoa manifesta a vontade de atribuir a uma mercadoria
determinado regime aduaneiro (Art. 4.º n.º 17 CAC)
Forma da Declaração Aduaneira (Art. 61.º CAC): •Por escrito
•Por processos informáticos •Por declaração verbal
•Por qualquer outro acto
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
•DECLARAÇÃO ADUANEIRA POR ESCRITO
No formulário do Documento Administrativo Único (DAU). Em documentos comerciais ou administrativos em sede do procedimento da declaração simplificada
•DECLARAÇÃO ADUANEIRA POR PROCESSOS INFORMÁTICOS
Por transmissão eletrónica da dados (
Webforms
;Upload/download
;Webservices
)STADA – Importação: ILP; AA; EA; TSCA; IT
FORMAS DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA
•DECLARAÇÃO ADUANEIRA VERBAL
Apenas para ILP (Art. 225.º DACAC), EX (Art. 226.º DACAC) e IT (Art. 229.º DACAC)
•DECLARAÇÃO ADUANEIRA ATRAVÉS DE QUALQUER OUTRO ACTO Apenas para ILP (Art. 230.º DACAC), EX (Art. 231.º DACAC) e IT (Art. 232.º DACAC)
No artigo 233.º DACAC são definidos os actos que são considerados declarações aduaneiras
FORMAS DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA
Noções de Direito Aduaneiro
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO Procedimento Normal Procedimentos Simplificados: Declaração Incompleta Declaração Simplificada Procedimento de Domiciliação
PROCEDIMENTOS DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
IMPORTADOR
Não existe um conceito de importador.
Nas declarações aduaneiras de ‘importação’ é o destinatário das mercadorias (pessoa interessada na sujeição das
mercadorias ao regime aduaneiro em causa).
EXPORTADOR
Pessoa por conta da qual é feita a declaração de exportação e que, no momento da aceitação dessa declaração, é
proprietária ou tem um direito similar de dispor das mercadorias em causa
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO DECLARANTE
A pessoa que entrega a declaração em seu nome ou a pessoa em nome de quem a declaração é entregue (art. 4.º n.º 18
CAC).
REPRESENTAÇÃO
É uma possibilidade e não uma obrigação. Modalidades:
• Representação direta: o representante age em nome e por conta do representado (destinatário; exportador).
Atualmente é exclusiva dos despachantes oficiais
• Representação indireta: o representante age em nome
46 SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
ESTÂNCIA ADUANEIRA
Regra Geral: A declaração aduaneira é entregue na estância aduaneira competente no local onde as mercadorias são
apresentadas e colocadas à disposição das autoridades
aduaneiras. Esta regra é derrogada pelo desalfandegamento centralizado.
Exportação (Estância aduaneira de exportação):
•Estância competente no local onde está estabelecido o exportador, ou
•Estância competente no local onde as mercadorias são carregadas ou embaladas para o transporte de exportação
Regra Geral
Derrogações
• Por razões administrativas
• Por razões devidamente justificadas
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO LOCALIZAÇÃO DAS MERCADORIAS (LOCAIS DE
APRESENTAÇÃO)
IMPORTAÇÃO: estância aduaneira; armazéns de
depósito temporário; entreposto aduaneiro; locais onde as mercadorias estejam sujeitas a um regime
aduaneiro económico.
EXPORTAÇÃO: estância aduaneira; armazéns de
exportação; instalações do exportador (carregamento completo); entrepostos aduaneiros; entrepostos fiscais; outros locais excepcionalmente autorizados; locais de apresentação nos casos do DL 198/90
PROCESSAMENTO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA 1.º Entrega da declaração aduaneira
2.º Aceitação da declaração aduaneira
3.º Análise de risco
4.º Conferência da declaração aduaneira • Controlo documental
•
Exame físico das mercadoriasSUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
Nota: a data da aceitação é a data que é tomada em consideração para a aplicação das disposições que
regem o regime aduaneiro (ILP: data da constituição da dívida).
PROCESSAMENTO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA 5.º Autorização de saída
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
Nota 1: com a autorização de saída as mercadorias ficam sujeitas ao regime aduaneiro.
Nota 2: relativamente aos regimes aduaneiros cuja aceitação da declaração aduaneira constitui dívida, a autorização de saída está dependente do pagamento da mesma ou da prestação de garantia para
assegurar esse pagamento (diferimento de pagamento)
Nota 3: na exportação o processo não termina neste momento!
50 PROCESSAMENTO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA (EXP)
5.º Autorização de saída (Cont.)
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
Estância aduaneira de saída: é estância aduaneira que fiscaliza a saída das mercadorias do TAC e confirma essa saída à estância de exportação
Regra Geral: última estância aduaneira antes da saída das mercadorias do TAC.
Derrogações: estância competente no porto onde as mercadorias são carregadas num navio de SLNR; estância competente no porto ou aeroporto onde as
mercadorias são carregadas num navio ou aeronave que utiliza o manifesto como declaração de trânsito (sigla X); estância aduaneira de partida se as mercadorias forem subsequentemente sujeitas a um regime de trânsito; estância competente no local onde as mercadorias são tomadas a cargo de um contrato de transporte único (CTU).
6.º Apresentação das mercadorias e do EAD na estância aduaneira de saída
7.º Controlo pela estância de saída
• Mercadoria em falta – a mercadoria pode sair mas é comunicada a falta à estância de exportação
•
Mercadoria a mais – a mercadoria a mais não pode sair sem que seja apresentada uma declaração de exportação para essa mercadoria•
Mercadoria natureza diferente – a mercadoria não pode SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIROPROCESSAMENTO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA (EXP)
8.º “Autorização de embarque/saída”
9.º Notificação de saída (manifesto de saída)
10.º Envio da mensagem “Resultados do Controlo” para a estância de exportação
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO
PROCESSAMENTO DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA (EXP)
11.º Certificação de saída
Mensagem enviada para a pessoa que entregou a declaração
Encerramento do regime de exportação
Comprovativo da exportação das mercadorias (por
exemplo, para efeitos de IVA –
documento alfandegário
apropriado
referido no art. 29.º, n.º 8, CIVA)Certificado Comprovativo de Exportação (DL 198/90)
SUJEIÇÃO A UM REGIME ADUANEIRO ‘VICISSITUDES’ DA DECLARAÇÃO ADUANEIRA
• RETIFICAÇÃO: alteração dos elementos da declaração aduaneira antes da autorização de saída.
• REVISÃO: alteração dos elementos da declaração aduaneira após a autorização de saída.
• ANULAÇÃO:
Antes da autorização de saída Após a autorização de saída
Nota 1: reembolso dos direitos aduaneiros e demais imposições relativamente aos regimes aduaneiros
cuja aceitação da declaração aduaneira é constitutiva
Muito Obrigado pela Atenção!
Ricardo de Deus DSRA/DCM
Ricardo.Silva.Deus@at.gov.pt Telefone n.º 218813909