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AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS EM DEFESA DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS: A COMUNIDADE INDÍGENA TEKOHA YHOVY LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE GUAÍRA- PR

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Academic year: 2021

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1 AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS EM DEFESA DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS: A COMUNIDADE INDÍGENA TEKOHA YHOVY LOCALIZADA NO

MUNICÍPIO DE GUAÍRA- PR

Gisele Kava1 Natália Raquel Niedermayer2 RESUMO: O trabalho é fruto do projeto de extensão vinculado ao Programa de Extensão: Ação socioambiental e formação em educação ambiental da Sala de Estudos e Informações em Políticas Ambientais e Sustentabilidade – SEIPAS; e, ao Programa de Educação Tutorial – PET Serviço Social, tem como finalidade promover discussões formativas em educação ambiental relacionadas à cultura indígena, incluindo temas como meio ambiente, sociedade, direitos humanos, tradições, formação educacional, profissional, política, espaços democráticos participativos na perspectiva da defesa e garantia dos direitos dos povos indígenas. As ações socioambientais são fundamentadas e norteadas em aportes teóricos, saberes, legislações, planos, programas relacionados ao tema, como por exemplo, o Estatuto do Índio, Carta da Terra, Constituição Federal, Agenda 21, Plano Nacional de Direitos Humanos, Programas Federais e sua descentralização para os Estados e Municípios, Estatuto da Criança e Adolescente, Estatuto da Juventude, Estatuto do Idoso, Convenções Internacionais, etc. Ações essas, que planejadas conjuntamente com a comunidade indígena tem a finalidade de fomentar discussões com seus membros. É importante aqui ressaltar que o conhecimento aprofundado sobre o território para os povos indígenas, tem um significado muito maior do que o simples espaço geográfico. Tem ligação com sua própria identidade, noção de pertencimento a suas tradições. PALAVRAS- CHAVE: Meio Ambiente; Direitos Humanos; Ética.

INTRODUÇÃO: Dezenas de etnias indígenas brasileiras pautam suas lutas históricas denunciando a persistência do etnocentrismo em nosso país. Trata-se de um universo de mais de 225 etnias, falantes de aproximadamente 180 línguas distintas, com múltiplos costumes e expressões culturais, espalhados em todo o território brasileiro. Frente esta diversidade étnica, se apresenta também uma persistente violação dos direitos destes povos. (CFESS, 2012). Os povos indígenas desenvolveram um conhecimento científico tradicional holístico, sobretudo, de suas terras, recursos naturais e meio ambiente, diversidade de culturas e formas de vida, de educação, de saberes, de representatividade, de processos produtivos alternativos e sustentáveis. De um modo organizacional próprio, singular e tradicional, e das demandas por

1 Graduanda do Curso de Serviço Social - Unioeste, Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET Serviço

Social (PET Temático: Meio Ambiente e Uso Sustentável dos Recursos Naturais). Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Marxista – GEPEM e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Ambientais e Sustentabilidade – GEPPAS. Gk.gisele@gmail.com

2 Graduanda do Curso de Serviço Social - Unioeste, Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET Serviço

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2 necessidades básicas, as populações indígenas e suas comunidades devem desfrutar a plenitude dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, sem impedimentos ou discriminações da sociedade, direitos estes proclamados na Constituição Federal de 1988 que determina o reconhecimento e a demarcação das terras tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas. No entanto, nos deparamos cotidianamente com a intensa e persistente violação dos direitos dos povos indígenas. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), com base em 2013, o ritmo de demarcações tem diminuído com o decorrer dos anos, por vários motivos, mas em especial pelo crescimento do agronegócio sobre as terras. Nos governos Sarney, Collor e Itamar foram homologadas 195 Terras Indígenas no Brasil. No governo de FHC foram 145; no Governo Lula, 87 e, com a atual presidenta Dilma, apenas 11. (ISA, 2014). Neste sentido são necessárias intervenções que deem suporte a essa luta, na perspectiva de assegurar os direitos desses povos, direitos que estão garantidos em nossa Constituição Federal, no conhecido Artigo 231 – “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. (BRASIL, 1988).

Para a comunidade indígena Tekoha Yhovy - (água limpa, água azul), localizada no Município de Guaíra- PR, dentre ponderações e reivindicações constantes no Relatório de Visita Técnica realizada pelo Ministério Público Federal á Aldeia, em 2013, o reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades, dá-se dentre outras, pela “não perda da cultura nativa”.

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3 regularizar o fornecimento. Quanto as condições de moradia, algumas casas não possuem energia elétrica por falta de documentação. Muitos indígenas não possuem registro civil e a certificação tardia feita pela FUNAI – RANI, ainda está em andamento. O registro civil passou também a ser solicitado para concessão de aposentadoria, o que dificultou o acesso ao INSS. (idem, ibidem, p. 2). Em quadro resumo, destaca-se, que Ilson Soares é o cacique, conjuntamente, com a vice-cacique Paulina, que é professora na escola da Aldeia. População: 95 moradores – 21 famílias. Área em Litígio: proprietários Eugewerner Durks; Rubens da Silva e outro. Foi determinada a reintegração, mas a decisão foi recorrida. Acesso a Água, mas não para todos. Luz, mas não para todos. Educação, às crianças tem aulas precariamente na escola da aldeia. Atendimento Polícia Civil às vezes. Atendimento da Polícia Militar às vezes. Atendimento da Polícia Federal às vezes. Atendimento Ambulância às vezes. Não contam com o atendimento do Conselho Tutelar.

Principais Reivindicações: Demarcação da terra, educação e saúde. Aspectos e reivindicações essas, dentre outros, que justificam a relevância da iniciativa do projeto de Extensão da Unioeste junto à Aldeia Indígena Tekoha Yhovy, inicialmente, em 2014. Observada e respeitada para tal, a necessária manifestação de interesse da Comunidade Indígena e, se necessária manifestação de órgãos oficiais para realização das atividades inicialmente propostas.

OBJETIVOS: Aproximar através de diálogos mensais/bimestrais com crianças, jovens, adultos e idosos, ações socioambientais voltadas à defesa e garantia dos direitos dos povos indígenas aproximadas a temática do PET Serviço Social: meio ambiente e uso sustentável dos recursos naturais e Aproximar os fundamentos da formação universitárias com os saberes, cultura e tradições dos povos indígenas.

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4 Nacional de Direitos Humanos, Programas Federais e sua descentralização para os Estados e Municípios, Estatuto da Criança e Adolescente, Estatuto da Juventude, Estatuto do Idoso, Convenções Internacionais.

RESULTADOS: Reconhecimento e fortalecimento o papel das populações indígenas e suas

comunidades, oportunizando através do projeto de extensão universitária ações socioambientais de defesa e garantia de direitos a Comunidade Indígena Tekoha Yhovy, localizada no Município de Guaíra- PR

CONCLUSÕES: Dado o compromisso assumido da categoria profissional com a defesa

intransigente aos direitos das minorias exploradas e marginalizadas, entendemos que a questão indígena tem extrema importância nas discussões e debates inseridos na mesma. Assim como na busca de efetiva realização dos princípios norteadores dos direitos dos povos indígenas, configurados como cidadãos brasileiros detentores de direitos, garantidos, como já expomos, em vários documentos, leis e decretos. Devemos assim, como categoria, assumindo nosso compromisso ético político, reafirmar nosso dever com esses povos, na luta por uma sociedade mais igualitária e menos excludente. Entendendo todo esse quadro exposto, portanto, damos continuidade as ações desenvolvidas conjuntamente com colaboradores de outros cursos e externos com a aldeia Tekoha Yhovy, esperando assim dar efetividade para os pressupostos legais, reivindicações da comunidade indígena, assim como os princípios da categoria.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição Federal de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br /ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13/05/2014.

BRASIL. Estatuto do Índio: lei nº 6.001/ 1973, Brasília, 19 de dezembro de 1973; 152º da

Independência e 85º da República. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm>. Acesso em: 13/05/2014.

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5 CFESS, Manifesta. Dia de Luta Índigena. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/cfessmanifesta2012_lutaindigena-SITE.pdf. Acesso em:13/05/2014. INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA). Povos Indígenas no Brasil. Demarcações nos últimos seis governos – Última atualização em 25 de abril de 2013. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/demarcacoes-nos-ultimos-governos>. Acesso em 11.03.2014 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL/ PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE GUAÍRA. Relatório de Visita Técnica à Aldeia Tekohá Yhovy. Guairá, 2013. Disponível em: <http://www.prpr.mpf.gov.br/pdfs/2013/YHVY.pdf>. Acesso em 11.-2.2014

NAÇÕES UNIDAS. Agenda 21. Capítulo 26: Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/cap26.pdf>. Acesso em: 10/03/2014.

OIT. Convenção n° 169: sobre povos indígenas e tribais e Resolução referente à ação da Organização Internacional do Trabalho. - Brasília: OIT, 1 v. 2011.

SANTILLI, Márcio. Os Brasileiros e os índios. São Paulo: SENAC, 2000.

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