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Reapresentação das Demonstrações Contábeis: Estudo dos Principais Impactos no Desempenho de Empresas após Operações de Fusões e Aquisições TAILAINE CRISTINA KUPKA

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Academic year: 2023

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Reapresentação das Demonstrações Contábeis: Estudo dos Principais Impactos no Desempenho de Empresas após Operações de Fusões e Aquisições

TAILAINE CRISTINA KUPKA Centro Universitário Internacional Uninter EMERSON MUNIZ FREITAS Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA Centro Universitário Internacional Uninter

Resumo

Após o processo de F&A, podem ocorrer mudanças de práticas contábeis para adequação àquelas utilizadas pela entidade adquirente ou até mesmo a identificação de erros nas informações contábeis, o que acarretaria na reapresentação das demonstrações contábeis como disciplinado pelas normas vigentes. As fusões representam a junção de duas ou mais sociedades gerando uma nova organização, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. A aquisição, por sua vez, é definida como a compra de ações de uma empresa já existente, sem que haja a extinção da personalidade jurídica. Diante disso, o objetivo principal do presente estudo é identificar o impacto no desempenho evidenciado pela entidade decorrente de reapresentação das demonstrações financeiras após a ocorrência de um processo de fusões e aquisições. Assim, o estudo foi elaborado a partir da coleta de dados de 45 Demonstrações Financeiras de Companhias de capital aberto que passaram pelo processo de F&A entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016. Após os dados terem sido coletados, foram calculadas as variáveis utilizadas para mensurarem o constructo desempenho, tanto considerando os valores originais, quanto os saldos reapresentados. A pesquisa classifica-se como quantitativa, bibliográfica, documental e exploratória, sendo utilizada estatística descritiva para análise exploratória dos dados e o teste não-paramétrico de Wilcoxon para a análise das hipóteses declaradas. Foi observada uma redução nos indicadores de desempenho estudados, no comparativo entre os saldos originais e os reapresentados, com exceção da Participação do Capital de Terceiros, no qual houve acréscimo. Como resultado da pesquisa, considerando que apenas o desempenho financeiro apresentou diferença significativa, a hipótese foi aceita parcialmente, pois das variáveis aplicadas apenas a Liquidez Geral demonstrou alteração. Quanto as hipóteses que versavam sobre o impacto no desempenho econômico e operacional, elas foram refutadas, pois suas variáveis não demonstraram diferenças significativas.

Palavras chave: Reapresentação, Fusões & Aquisições, Demonstrações Financeiras.

 

   

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), o objetivo da Contabilidade é de fornecer informações que possam subsidiar o processo decisório de diferentes usuários. Estas informações precisam apresentar características específicas para que possam embasar as decisões dos usuários de forma mais efetiva. O Pronunciamento Técnico CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) afirma que para a informação contábil ser útil, precisa ser relevante e verdadeira. Além disso, essa informação contábil deve ser comparável, verificável, tempestiva e compreensível para que haja credibilidade e confiabilidade (CPC, 2011).

As demonstrações contábeis divulgadas são baseadas em informações utilizadas pela Administração sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira da entidade. Portanto, a informação contábil representa um importante instrumento de gestão e de tomada de decisão. Murcia, Borba e Amaral (2005) destacam que tomadas de decisão erradas pelos gestores e investidores podem ser influenciadas pelas informações contábeis incompletas ou tendenciosas. Sendo assim, mostra-se de grande importância que as demonstrações contábeis representem fidedignamente a real situação econômica e financeira acerca do patrimônio da entidade.

A Lei 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas (S.A.’s) estabelece a obrigatoriedade para as S.A.’s da divulgação de suas Demonstrações Financeiras, auditadas por uma auditoria independente (Brasil, 1976). Complementarmente, a Lei 11.638/07, que promoveu alterações na Lei das S.A.’s, estende esta obrigatoriedade para as empresas de grande porte. Assim, com as modificações promovidas, o Art. 3º da Lei nº 6.404/76 estabelece que a obrigatoriedade de escrituração e elaboração das demonstrações contábeis aplica-se às empresas de grande porte, ou seja, empresas que tiverem no seu exercício social anterior, um ativo total superior a duzentos e quarenta milhões de reais ou receita bruta anual superior a trezentos milhões de reais.

A divulgação das demonstrações contábeis tem por objetivo fornecer, aos seus usuários, um conjunto mínimo de informações de natureza patrimonial, econômica, financeira, legal, física e social que lhes possibilitem o conhecimento e a análise da situação da Entidade (CPC, 2011). No decorrer da elaboração das demonstrações, entretanto, podem ocorrer erros e falhas no registro ou divulgação dos fatos contábeis. Com isso, diferentes autores discutem o que ocasiona essas inconsistências e até mesmo a reapresentação das demonstrações contábeis.

Raghunandan, Read e Whisenant (2003) discutem que a reformulação de relatórios financeiros pode ser originada devido a um problema técnico e não apenas de fraudes financeiras.

O item 41 do Pronunciamento Técnico CPC 23 (2009) – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro, enfatiza que os erros poderão ocorrer no registro, na mensuração, na apresentação ou na elaboração das demonstrações contábeis. Tais demonstrações não estarão em conformidade com o Pronunciamento se contiverem erros materiais ou erros imateriais intencionais para alcançar determinada posição patrimonial e financeira.

Após o processo de Fusões e Aquisições (F&A), podem ocorrer mudanças de práticas contábeis para adequação àquelas utilizadas pela entidade adquirente ou até mesmo a identificação de erros nas informações contábeis. Estudos indicam que tanto a companhia adquirida quando a companhia adquirente gerenciam seus resultados contábeis antes do processo de F&A (Bispo, Maia, Barros, & Carvalho, 2017). Porém, pesquisas e estudos relacionando Reapresentação de Demonstrações Contábeis e F&A não são debatidos com frequência.

As fusões representam a junção de duas ou mais sociedades gerando uma nova organização, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Martins et al (2013) definem

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aquisição como a compra de ações de uma empresa já existente, sem que haja a extinção da personalidade jurídica. Complementarmente, Prado, Oliveira Júnior e Toledo (2006) definem o processo de Fusão como uma estratégia em que duas sociedades concordam em integrar suas operações para que, juntas, possam ter um valor maior de mercado, unindo a capacidade de cada uma. Assim, também destacam que as aquisições estão relacionadas ao marketing, devido algumas empresas terem dificuldades em desenvolver determinado produto.

Sendo assim, a pergunta de pesquisa encontra-se estruturada na busca por avaliar os impactos no desempenho evidenciado pela empresa decorrentes de reapresentação das demonstrações contábeis após a ocorrência de um processo de F&A. Sabendo que falhas, tanto nas informações quanto na comunicação, podem afetar a elaboração de relatórios e demonstrações contábeis, ocasionando uma possível reapresentação para corrigir os erros ou realizar adaptações nas Práticas Contábeis, surge a seguinte pergunta de pesquisa:

Qual o impacto no desempenho evidenciado pela entidade decorrente de reapresentação das demonstrações financeiras após a ocorrência de um processo de fusões e aquisições?

O objetivo geral deste estudo é identificar o impacto no desempenho evidenciado pela entidade decorrente de reapresentação das demonstrações financeiras após a ocorrência de um processo de fusões e aquisições. Para atingir o objetivo geral, foram empregados os seguintes objetivos específicos: i) compreender os aspectos inerentes à reapresentação das demonstrações contábeis; ii) identificar a materialidade da reapresentação de demonstrações contábeis; e, iii) avaliar a existência de mudança no desempenho econômico-financeiro da entidade demonstrado com a reapresentação das informações contábeis.

O presente estudo mostra-se relevante para a sociedade por abordar assuntos que não são explorados a fundo, contribuindo assim, para um melhor entendimento dos erros cometidos e das práticas contábeis aplicadas por diferentes entidades. Como destacam Murcia, Borba e Amaral (2005), a reapresentação de demonstrações financeiras das entidades pouco foi explorada na literatura. Ainda segundo os autores, por mais que a temática acerca da reapresentação de demonstrações contábeis tenha uma atenção maior nos principais jornais e revistas de negócios brasileiros, isso não tem tomado grande proporção no meio acadêmico.

No que tange a investigação relacionada ao evento de F&A, conforme destacado por Bispo et al (2017), uma corrente de estudos apresenta evidências que parte da destruição de valor no longo prazo em processos de F&A se devem ao fato de que no momento que o antecede, tanto adquirente, como adquirida, realizam gerenciamento de seus resultados, com o intuito de influenciar nos parâmetros da negociação. Assim, de acordo com os autores, ao ser concluída a transação, a entidade adquirente ou a resultante da fusão revertem parte dos saldos que foram objeto de gerenciamento. Busca-se, portanto, verificar se essa reversão mostra-se material a ponto de ser procedida a reapresentação das demonstrações contábeis.

O estudo se faz relevante para empresas de capital aberto em virtude de ser crescente o número de F&A em empresas constituídas sob esta forma societária. Assim, mostra-se salutar investigar fenômenos que ocorrem neste tipo de sociedade. Para a ciência, a pesquisa apresenta- se significativa para que os usuários desse campo de estudo possam elevar o seu nível de conhecimento, e ampliar a sua visão sobre o relacionamento entre processos de F&A e a reapresentação de demonstrações financeiras das entidades envolvidas, seja pela identificação de erro ou por mudanças de práticas contábeis.

A pesquisa delimita-se ao estudo das F&A de Empresas de Capital Aberto e na ocorrência de reapresentação de demonstrações contábeis. A escolha por esse tipo de sociedade justifica- se pela obrigatoriedade de suas informações contábeis estarem disponíveis para o grande público. Estudou-se as demonstrações contábeis reapresentadas de empresas brasileiras de capital aberto que passaram por processo de F&A entre os anos de 2011 a 2016. A data inicial do estudo foi selecionada em virtude de representar um ano posterior à adoção inicial das

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normas brasileiras de contabilidade harmonizadas com as diretrizes estabelecidas no International Financial Reporting Standards (IFRS). Em 2010, na adoção inicial, as empresas deveriam identificar as mudanças materiais promovidas pela IFRS e realizar a reapresentação dos saldos comparativos. Desta forma, a reapresentação dos saldos anteriores observada no ano de 2010 é resultante da mudança de norma contábil e não motivada por aspectos relacionados à transação societária.

Além desta introdução, o estudo apresenta ainda os conceitos inerentes aos processos de F&A, além de abordar os aspectos conceituais atinentes à reapresentação das demonstrações contábeis. Em seguida, os procedimentos metodológicos adotados são apresentados, e os resultados encontrados após a sua aplicação, analisados. Finalmente, elencam-se as principais considerações identificadas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Fusões e Aquisições

Fusão representa a união de duas ou mais sociedades, criando-se uma nova sociedade.

Almeida (2013) destaca que os sócios das empresas extintas formarão o patrimônio da nova entidade com os ativos e passivos das sociedades originárias. O capital da nova sociedade não necessariamente precisa ser igual à empresa extinta, ou seja, poderá ser inferior ou superior.

Na visão de Weston e Brigham (2004, p. 882), fusão significa “[...] qualquer combinação que forma uma empresa a partir de duas ou mais empresas existentes”. Tortato (1999) cita quatro tipos de fusões: as horizontais, verticais, concêntrica e conglomerado. As fusões horizontais ocorrem quando as sociedades que se fundem estão inseridas no mesmo segmento de negócio. Brealey, Myers e Marcus (2003, p. 644) destacam que “uma fusão horizontal pode ser bloqueada se não for competitiva ou se criar muito poder de mercado.”

Brealey, Myers e Marcus (2003, p. 644) conceituam fusão vertical como “[...] aquela na qual o comprador se expande para baixo, em direção à fonte de matéria-prima, ou para cima, em direção ao consumidor final. ” Assim, há a união de uma sociedade com o seu fornecedor de insumos ou com o seu cliente. Fusão concêntrica, de acordo com Borges e Costa (2008), refere-se a união de empresas com produtos ou serviços que não sejam parecidos, mas que apresentam algum tipo de sinergia. Para Ross, Jaffe e Westerfield (2007), finalmente, fusão conglomerada acontece quando as empresas que se fundem são de ramos comerciais diferentes, tornando-se diversificadas.

Necessário destacar que ao se reportar transações por meio da expressão Fusões e Aquisições, nelas se englobam também as operações de incorporação. A incorporação ocorre quando uma sociedade denominada incorporadora absorve outra sociedade denominada incorporada (Almeida, 2014). Assim a sociedade incorporada extingue-se permanecendo somente a incorporadora. Como ocorre no processo de fusão, os ativos são somados e os passivos assumidos. O que difere fusão de incorporação é que no processo de fusão há constituição de uma nova sociedade e na incorporação, a incorporadora se mantêm ativa enquanto a incorporada deixa de existir.

As aquisições, por sua vez, ocorrem quando se efetiva a compra de participação societária relevante de uma empresa ou de ativos de uma sociedade que possam se caracterizar como um negócio. Os ativos que se caracterizam como àqueles capazes de serem gerenciados e conduzidos de forma a possibilitar retornos econômicos e financeiros a seus proprietários (Almeida, 2013). Para Orsi (2006), geralmente, o termo aquisição é utilizado em qualquer transação de compra de parte ou de todos os ativos e ocorre com a concordância entre as empresas envolvidas. Para o presente estudo, entretanto, serão consideradas as aquisições de participações societárias que se enquadrem no conceito de Combinação de Negócios.

Conforme o CPC 15 (2011), a combinação de negócios ocorre quando há uma transação na qual a adquirente passa a ter o controle de um ou mais negócios. A combinação deve ser

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contabilizada pelo método de aquisição, ou seja, identificar a adquirida, determinar a data da obtenção do controle da adquirida, reconhecer e mensurar os ativos adquiridos, passivos assumidos e participações dos não controladores e reconhecer e mensurar o goodwill adquirido (Almeida, 2014). Além disso, determinar quais informações serão relevantes e que devem ser divulgadas para que os usuários das informações possam avaliar a natureza e os efeitos da combinação de negócio.

Pode–se compreender, com base em Tortato (1999), que os processos de aquisições ocorrem quando há um cenário de conflito, ou seja, quando há necessidade de enfrentar desafios causados pelas mudanças econômicas, tecnológicas, concorrências, entre outros. Ross, Jaffe e Westerfield (2007) identificam a compra de ações com direito a voto de uma empresa como uma maneira de adquiri-la, podendo assim começar como uma oferta privada pela administração de uma à outra.

Dessas acepções, pode-se avaliar que os processos de aquisições surgem também como uma estratégia de mercado. Com isso a aquisição pode se tornar vantajosa ou não. De acordo com Ross, Jaffe e Westerfield (2007), existem algumas vantagens e desvantagens no uso de F&A. Nas fusões, o procedimento pode se mostrar mais simples do que em outras formas de aquisições, porém precisa ser aprovada pelos acionistas em assembleias. Ainda segundo o citado autor, na aquisição de ações, não existe necessidade da convocação de assembleias, pois caso os acionistas da empresa visada não concordarem com esse processo, não precisará vendê- las. A empresa compradora poderá negociar diretamente com os acionistas da empresa visada.

Marta Filho et al (2016) destacam que além das vantagens em relação à ganhos de mercado e a valorização da marca, a fusão é vista como vantagem frente a concorrência, principalmente pela disputa de mercado. Assim, unindo uma sociedade a outra, as chances de aumentar a carteira de clientes são maiores. O aumento de clientes após fusões e aquisições mostra-se como uma característica comum, pois além dos consumidores que já possui, são incorporados também os consumidores da sociedade fundida.

Para Carmona e Araújo (2011), uma das desvantagens no processo de fusão é que esse processo poderá reduzir as informações no preço das ações. Barros (2003) destaca que neste processo, a expectativa pode não ser atendida, como também poderá ocorrer uma avaliação incorreta do negócio. Cogita a ideia de que por questões culturais, o processo de F&A poderá não ser tão vantajoso quanto se esperava. Além de aspectos culturais, o processo de F&A pode impactar em procedimentos e práticas adotadas pela Companhia que, inclusive, poderia afetar a apresentação das informações contábeis.

2.2 Apresentação de Demonstrações Contábeis

De acordo com o CPC 26, a sociedade deverá elaborar no final de cada exercício social as demonstrações financeiras para que possam atender as necessidades informacionais dos usuários externos (CPC, 2011). O conjunto de demonstrações exigidas pelo Pronunciamento é formado por: i) Balanço patrimonial ao final do período; ii) Demonstração do resultado do período; iii) Demonstração do resultado abrangente do período; iv) Demonstrações das mutações do patrimônio líquido do período; v) Demonstrações dos fluxos de caixa do período;

vi) Demonstração do Valor Adicionado (obrigatório somente para Companhias abertas); vii) Notas explicativas; viii) Balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente.

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial, econômica e financeira e do desempenho da entidade, cujo objetivo é fornecer informações para os usuários internos e externos, para que sejam úteis nas suas avaliações e na tomada de decisões. Como destacam Santos e Schimidt (2011, p. 37), “as demonstrações contábeis

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também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados”.

Informações que complementam as demonstrações financeiras devem ser apresentadas na forma de notas explicativas. Conforme destacado no CPC 26, as notas explicativas fornecem ao usuário das demonstrações contábeis detalhamentos textuais ou composições pormenorizadas dos elementos divulgados (CPC, 2011). Aliado a isso, para que os usuários das demonstrações contábeis utilizem as informações apresentadas, necessário que a Companhia apresente as principais políticas contábeis por ela adotada. As políticas contábeis “são os princípios, as bases, as convenções, as regras e as práticas específicas aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação de demonstrações contábeis” (CPC, 2009).

Os usuários das Demonstrações Financeiras devem ter acesso também às demonstrações de períodos anteriores possibilitando assim a comparação e observação das oscilações patrimoniais e financeiras ocorridas. Devido a isso, a aplicação das práticas contábeis deve ser consistente em todos os períodos, para que as comparações das demonstrações financeiras de diferentes períodos possam ser feitas em base equivalente (CPC, 2009). A mudança de práticas contábeis é permitida apenas quando resultar em Demonstração Financeira que tenha informações mais confiáveis e relevante, assim como também é possível as mudanças de práticas contábeis quando demandadas pela alteração ou publicação de um novo pronunciamento contábil.

Quando houver uma mudança de estimativa contábil não há necessidade de reapresentação de demonstrações financeiras, pois de acordo com o CPC 23 “as alterações nas estimativas contábeis decorrem de nova informação ou inovações e, portanto, não são retificações de erros” (CPC, 2009). Portanto, como disciplina o citado Pronunciamento Contábil, a reapresentação só se faz necessária quando existe uma mudança de prática contábil e também na retificação de erros, como destacado no próximo tópico.

Os erros deverão ser corrigidos antes das demonstrações serem aprovadas para publicação. A retificação dos erros ocorridos em períodos anteriores deverá ser realizada de forma retrospectiva, como estabelecido pelo Pronunciamento Técnico CPC 23.

A Demonstração Contábil, de acordo com Martins et al (2013), deve ser reapresentada de forma comparativa, ou seja, de maneira que se possa analisar em que parte e quando houve alteração na Demonstração. “A entidade deve retificar os saldos de abertura de ativos, passivos e patrimônio líquido para o período mais antigo para o qual seja praticável a reapresentação retrospectiva.” (Martins, Gelbcke, Santos, & Iudícibus, 2013, p. 472). Os motivos da reapresentação e retificações deverão ser apresentados em notas explicativas. Os valores devem ser reapresentados com referência aos respectivos Pronunciamento Técnicos que foram infringidos, como também, em Nota Explicativa, os motivos da ocorrência das inconsistências ou elementos que contribuíram para alteração de práticas adotadas.

2.3 Achados empíricos acerca de reapresentação das demonstrações financeiras por empresas brasileiras

Machado, Kolling e Marian (2007) buscaram analisar as companhias que foram notificadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no período de 2003 a 2005 e que tiveram que reapresentar as suas demonstrações financeiras, com o objetivo de identificar os motivos pelo qual a CMV às notificou. Os autores realizaram um estudo exploratório, com uma abordagem qualitativa, na análise dos documentos atinentes à notificação e atendimento aos quesitos listados pela CVM. Com suas análises, concluíram que todas as empresas notificadas contestaram e recorreram à decisão da CVM expressa nas notificações recebidas. Constatou-se também que os erros que foram apontados poderiam ter sido evitados, pois tiveram suas demonstrações financeiras analisadas por auditores, por isso estes erros poderiam ter sido corrigidos antes da sua publicação.

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Angeli (2008), por sua vez, buscou identificar o impacto e o efeito da republicação das informações nos índices de Rentabilidade do Ativo (ROA), Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE) e Endividamento Total nas empresas brasileiras notificadas pela CVM no período de 2000 a 2005. O método de pesquisa foi aplicado em uma amostragem de17 empresas e 296 republicações determinadas pela CVM. O autor identificou que a republicação das informações causa um efeito negativo para os índices. Depois de realizar testes estatísticos, comprovou-se que a média para os três índices foram diferentes tanto antes quanto após as republicações. A pesquisa revelou que apenas 79% das empresas notificadas efetivamente republicaram suas informações.

Murcia, Borba e Amaral (2005) analisaram as causas comuns de reapresentação das Demonstrações Financeiras no Brasil no período de 2001 a 2004. A partir de análises dos relatórios financeiros de 18 empresas que foram notificadas pela CVM neste período, o autor chegou à conclusão que as causas mais comuns que levam uma companhia a reapresentar suas demonstrações são nos títulos e valores mobiliários e ativos e passivos contingentes.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa pode ser classificada da seguinte forma:

I. Pesquisa quantitativa, pois foram empregados métodos estatísticos no delineamento metodológico para buscar resposta à questão de pesquisa e testar as hipóteses declaradas;

II. Pesquisa bibliográfica, em virtude da utilização de embasamento teórico e pesquisa em estudos anteriores, como livros e artigos;

III. Pesquisa documental, devido à coleta de dados em demonstrações contábeis das empresas objeto do estudo, elaboradas sem a aplicação de método científico;

IV. Exploratória, pois em um primeiro momento, a partir do levantamento e estudo inicial dos dados obtidos, investigou-se os principais impactos de reapresentação das demonstrações contábeis após processos de fusões e aquisições. Em seguida, foi avaliada a existência de influência entre o desempenho econômico financeiro antes e depois da reapresentação.

O estudo se propôs a avaliar se as reapresentações provocaram impacto no desempenho das entidades objeto do estudo. Esse desempenho está subdividido em três aspectos, que foram avaliados antes e depois da reapresentação, sendo eles: desempenho financeiro, desempenho econômico e desempenho operacional. Assim, surgem três hipóteses a serem testadas:

H1: A reapresentação das demonstrações contábeis ocasiona alterações no desempenho financeiro evidenciado pela Companhia;

H2: A reapresentação das demonstrações contábeis ocasiona alterações no desempenho econômico evidenciado pela Companhia;

H3: A reapresentação das demonstrações contábeis ocasiona alterações no desempenho operacional evidenciado pela Companhia;

Como forma de possibilitar a realização dos testes das hipóteses declaradas, abordou-se nesta pesquisa dois constructos, sendo eles:

 Materialidade das reapresentações de demonstrações financeiras:

Tais reapresentações são decorrentes de mudanças de práticas que, conforme CPC 23,

“são mudanças nos princípios, nas bases, convenções, regras e nas práticas específicas aplicadas pela entidade na elaboração e na apresentação das demonstrações financeiras” (CPC, 2009). A reapresentação também é gerada quando há correção de erros ocorridos no registro, mensuração, na apresentação ou na divulgação das informações financeiras.

 Os impactos das reapresentações no desempenho da Entidade:

Os impactos podem evidenciar uma melhora nos resultados evidenciados da entidade, assim como podem ser neutros ou até mesmo podem reduzir a lucratividade da entidade. Para

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Angeli (2008) a reapresentação de demonstrações financeiras gera um impacto negativo. As formas que o autor encontrou para chegar à conclusão que as reapresentações geram um impacto negativo foi a partir dos indicadores ROA, ROE e Endividamento Total. Além dos indicadores citados pelo autor, o impacto financeiro poderá ser analisado a partir da Margem EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), e pelos indicadores de rentabilidade.

Para operacionalização do estudo, o constructo reapresentação das demonstrações contábeis foi avaliado com base nos elementos em que houve modificações. Assim, buscou-se identificar as contas que sofreram alteração, as classificando em contas core e non-core, divisão está empregada por Palmrose, Richardson e Scholz (2004). Esta classificação considera a alteração em contas das demonstrações financeiras da entidade, sendo classificadas como core àquelas em que são promovidas alterações em contas do resultado que estão diretamente relacionadas à operação da entidade: Receita Operacional Líquida(ROL), Custo dos Produtos Vendidos (CPV) ou Serviços Prestados (CSP) e Despesas Operacionais. Enquanto isso, as non- core não tem relação direta com a atividade principal da entidade, sendo elas: Itens extraordinários, contas envolvidas em Combinações de Negócios, Resultado não-operacional e Outros itens, incluindo aqui aquelas reapresentações cujas modificações se concentram somente nos elementos patrimoniais da entidade, ativo e passivo.

O constructo desempenho da entidade, por sua vez, foi operacionalizado pelas variáveis listadas na Tabela 1, distribuídas em três sub-constructos distintos:

Tabela 1 - Variáveis do constructo Desempenho da Entidade

Variáveis Definições

Desempenho financeiro

Liquidez Geral (LG)

Definição operacional:

Demonstra a capacidade do pagamento de dívidas a Longo Prazo, considerando o que a entidade converterá em dinheiro, considerando o que a entidade já assumiu como dívida, sendo ela Curto e Longo Prazo.

Forma de cálculo:

á

í

Liquidez Corrente (LC)

Definição operacional:

Determina a capacidade da entidade pagar as suas dívidas de Curto Prazo.

Forma de cálculo:

Participação de Capitais de Terceiros (PCT)

Definição operacional:

Indica total ou parte do ativo financiado pelo Capital de Terceiros.

Forma de cálculo:

í

í ô í

Composição de Endividamento (CE)

Definição operacional:

Demonstra a participação das dívidas exigíveis a Curto Prazo em relação ao montante do Capital de Terceiros.

Forma de cálculo:

í

Desempenho econômico

Retorno sobre ativos (ROI)

Definição operacional:

Demonstra o valor do Retorno sobre um investimento realizado em bens e direitos, ou seja, o lucro ou prejuízo do investimento total.

Forma de cálculo:

í

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9

Variáveis Definições

Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)

Definição operacional:

Este índice demonstra o quanto a empresa obteve de lucro a partir do Capital investido pelos acionistas.

Forma de cálculo:

í

ô í

Desempenho operacional

Margem EBITDA (M_EBITDA)

Definição operacional:

Representa o quanto a empresa gerou de recursos evidenciando apenas a sua atividade principal e desconsiderando os impostos, efeitos financeiros, depreciação e amortização.

Forma de cálculo:

_ í

Geração Bruta de Caixa (GBC)

Definição operacional:

Identifica quanto o ativo produziu de Ebitda.

Forma de cálculo:

Fonte: elaborado pelos autores

Acerca das variáveis declaradas, considera-se:

 Exigível Total – a soma do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo;

 EBITDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Lucro antes do Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização);

Para o cálculo das variáveis de desempenho listadas, foram coletados os dados referentes ao valor original e ao valor reapresentado, permitindo assim uma comparação dos indicadores antes e após a sua reapresentação. O levantamento de dados partiu da análise das Demonstrações Financeiras das Companhias de Capital Aberto no período de Janeiro de 2011 a Dezembro de 2016. Essa busca foi realizada nos endereços eletrônicos da CVM ou na página do departamento de Relações com Investidores (RI) da empresa. De posse destas demonstrações, avaliou-se as Demonstrações Financeiras que foram reapresentadas.

Determinando-se àquelas que foram reapresentadas, foram avaliadas as notas explicativas a fim de identificar os motivos que resultaram na reapresentação. Estes motivos foram classificados de acordo com as variáveis estabelecidas para o constructo Materialidade de Reapresentação das Demonstrações Contábeis, anteriormente listados nesta pesquisa. Além das informações acerca das alterações promovidas na reapresentação, foram extraídos das Demonstrações Financeiras os dados necessários para a mensuração das variáveis do constructo Desempenho da Entidade.

Para a quantificação da população da presente pesquisa foi retirado o relatório MA do banco de dados Bloomberg. Nesse banco de dados, foram detectadas 4.542 transações de reorganização societária no período. Desse número total, 3.190 transações, envolvendo empresas de Capital Aberto e Fechado, correspondiam a um processo de fusões e aquisições.

Para que fossem consideradas somente as transações com Companhias de Capital Aberto, foram consultadas as empresas envolvidas nas transações fazendo uso das informações apresentadas no endereço eletrônico da CVM, no período de estudo 2010 a 2016. Assim, chegou-se ao número de 224 Companhias com ações negociadas em bolsa de valores que haviam passado pelo processo de F&A.

A partir desse número, as Demonstrações Financeiras anuais de cada Companhia foram analisadas para verificar se houve reapresentação das mesmas, chegando-se, assim, a uma população de 95 casos em que as DF’s foram reapresentadas. A população foi definida levando em consideração a data da conclusão do processo de F&A. Porém, foram desconsiderados àqueles casos em que a reapresentação foi ocasionada por mudança de norma contábil,

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resultando em apenas 45 casos que tiveram as Demonstrações Financeiras com alterações demandadas pela própria Companhia. A opção da exclusão dos casos de reapresentação motivados por mudanças nas normas contábeis reside no fato de ser um evento caracterizado como exógeno à entidade. Por exemplo, em 2013 houve a mudança do tratamento contábil de negócios controlados em conjunto. Em virtude desta mudança, as Companhias que possuíam esse tipo de participação societária tiveram que realizar a reapresentação do saldo comparativo.

Como não foi algo decidido internamente pela Companhia, entende-se que esta reapresentação não teria qualquer influência da mudança de controle societário, resultante do processo de F&A.

No processo de tabulação e análise de dados, inicialmente foi verificada a materialidade das reapresentações das Demonstrações Contábeis, analisando quais grupos contábeis sofreram alterações. Essa análise preliminar foi elaborada por meio da mensuração de estatísticas descritivas, com objetivo de realizar um exame prévio do fenômeno estudado. Em seguida, foram calculadas as variáveis que caracterizam o desempenho da empresa. O cálculo foi realizado considerando os dados anteriormente evidenciados pela Companhia e o valor reapresentado. Para o teste das hipóteses, foi empregado o teste não paramétrico de Wilcoxon, pois o objetivo é avaliar a diferença entre valores de um mesmo indivíduo em momentos diferentes (Dancey & Reidy, 2006). O software utilizado para os cálculos estatísticos e análise dos dados foi o SPSS. Nesta pesquisa, o teste de Wilcoxon foi utilizado para comparar se a informação contábil original e a informação contábil reapresentada das mesmas Companhias apresentaram diferenças significativas, considerando um grau de significância de 5% (p < 0,05).

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para análise inicial dos dados evidenciados, foi empregada a estatística descritiva, mediante os cálculos de média, desvio-padrão, máxima e mínima. Tais cálculos auxiliam no conhecimento prévio das informações contábeis tomadas em conjunto que evidenciam no desempenho financeiro, econômico e operacional das companhias listadas nas empresas estudadas. Primeiramente, na Figura 1, estão apresentadas as médias de cada um dos indicadores estudados. Na sequência, na Tabela 2, apresentam-se as estatísticas descritivas das demonstrações estudadas, segregadas conforme a natureza das contas alteradas.

  Figura 1 – Média dos indicadores, considerando os saldos originais e reapresentados

Fonte: elaborado pelos autores

Diante do achado de Angeli (2008), o presente estudo demonstra pontos de concordância com os resultados apresentados pelo autor. Grande parte dos índices apresentaram uma queda na reapresentação das Demonstrações Financeiras, como a Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Composição de Endividamento, Retorno sobre o Ativo, Retorno sobre o Patrimônio Líquido, Margem EBITDA e a Geração Bruta de Caixa. Entretanto, o resultado da Participação de Capital de Terceiros houve um pequeno aumento do saldo original para o reapresentado. A

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seguir, na Tabela 2 são apresentadas as estatísticas descritivas considerando a segregação conforme a natureza das contas alteradas, para que seja realizada uma análise mais detalhada dos indicadores estudados.

Tabela 2 – Estatística descritiva do desempenho das entidades, segregadas pela natureza das contas alteradas

Somente core Somente non-core Core e non-core Original Reapresentado Original Reapresentado Original Reapresentado

Quantidade 6 20 19

Representatividade 13% 44% 42%

Liquidez Geral

Média 1,0071 1,0073 1,1142 1,0846 1,0540 1,0097 Desvio-padrão 0,5512 0,5477 0,7049 0,6418 0,5608 0,5158 Mínimo 0,2979 0,3044 0,4441 0,4417 0,2632 0,2660 Máximo 1,6172 1,6102 2,7435 2,5630 2,7333 2,4592 Liquidez Corrente

Média 2,0315 2,0340 2,0869 2,1149 1,8673 1,8134 Desvio-padrão 1,3809 1,3916 1,3429 1,3534 0,9468 0,8960 Mínimo 0,4324 0,4324 0,4741 0,4716 0,4284 0,3386 Máximo 4,2483 4,2780 5,0411 5,0977 3,8887 3,3564 Participação Capital 3ºs

Média 0,5947 0,5935 0,5539 0,5566 0,5491 0,5611 Desvio-padrão 0,1281 0,1289 0,1834 0,1879 0,1517 0,1688 Mínimo 0,4539 0,4539 0,1808 0,2160 0,2560 0,2537 Máximo 0,7667 0,7664 0,7643 0,8362 0,7650 0,9695 Composição do endividamento

Média 0,3843 0,3861 0,3704 0,3613 0,4310 0,4033 Desvio-padrão 0,1624 0,1619 0,1387 0,1365 0,1490 0,1665 Mínimo 0,2486 0,2550 0,1620 0,1757 0,0969 0,0589 Máximo 0,6796 0,6822 0,6945 0,6997 0,6746 0,6746 Retorno sobre o Ativo

Média 0,0835 0,0826 0,0173 0,0139 0,0769 0,0760 Desvio-padrão 0,0556 0,0561 0,2439 0,2359 0,0695 0,0715 Mínimo 0,0277 0,0226 -0,9914 -0,9464 -0,0581 -0,0619 Máximo 0,1712 0,1695 0,2156 0,2145 0,2374 0,2424 Retorno sobre o PL

Média 0,1973 0,1934 0,0698 0,0434 0,1953 0,1933 Desvio-padrão 0,1064 0,1079 0,4256 0,4345 0,2499 0,2518 Mínimo 0,1020 0,0841 -1,6920 -1,6134 -0,2030 -0,1841 Máximo 0,3844 0,3792 0,3490 0,3490 0,9770 1,0085 Margem EBITDA

Média 0,4178 0,4216 0,2439 0,2362 0,3446 0,1182 Desvio-padrão 0,3054 0,3126 0,5422 0,5308 0,5337 2,1798 Mínimo 0,1227 0,1227 -1,7388 -1,6039 -0,8996 -8,0897 Máximo 0,8115 0,8436 1,1615 1,2212 1,8842 3,8325 Geração bruta de caixa

Média 0,1723 0,1711 0,0962 0,0955 0,1252 0,1246 Desvio-padrão 0,0792 0,0779 0,2215 0,2125 0,0894 0,0916 Mínimo 0,0950 0,0953 -0,7977 -0,7367 -0,0467 -0,0491 Máximo 0,3024 0,3002 0,2795 0,2923 0,3582 0,3614

Fonte: elaborado pelos autores

Das 45 demonstrações contábeis investigadas, em seis delas foi realizada mudança em contas inseridas em grupos contábeis classificados como core, em virtude de estarem relacionadas diretamente com o resultado de suas operações. Contudo, ao considerar àquelas entidades que além de grupos contábeis core também promoveu alterações em grupos non-core, o quantivo de entidades totalizou 19, representando aproximadamente 42% das demonstrações estudadas. Quanto àquelas em que somente foram observadas modificações em contas não core, tem-se um quantitativo de 20 entidades.

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Primeiramente, foi avaliada a liquidez geral das Companhias, ou seja, a capacidade de pagamento de dívidas a longo prazo. A média da liquidez geral das entidades que promoveram alterações somente em grupos considerados como core se mostrou menor que os demais grupos.

Além disso, ainda que pequena, foi o único grupo em que a média de liquidez geral sofreu um acréscimo com a reparesentação. Nos dois outros grupos, o valor médio apresentou decréscimo, mais acentuado naquelas entidades que promoveram alterações tanto em contas core, como naquelas classificadas como non-core. A dispersão, em contra-partida, demonstrou decréscimo em todos os três grupos analisados. Na análise dos valores extremos, é possível verificar que o impacto foi maior naquelas entidades que apresentam maior liquidez. O valor máximo do grupo em que foram observadas alterações em ambos tipos de contas passou de aproximadamente 2,73 para um índice em torno de 2,46.

A média da liquidez corrente, que demonstra a capacidade do pagamento das dívidas a curto prazo, tendo como base o período de um exercício social subsequente a data-base da demonstração financeira, mostrou-se elevados para todos os grupos. O valor médio da liquidez corrente das entidades que somente realizaram modificações em contas core ou non-core apresentou pequeno acréscimo, enquanto àquelas em que as alterações foram realizadas nos dois tipos de conta demonstraram uma queda mais acentuada. A direção da dispersão dos valores acompanhou as modificações nos valores médios, ao se comparar os saldos originalmente apresentados e o reapresentado. A forte modificação das estatísticas descritivas do grupo de entidades que tiveram contas core e non-core alteradas foi procedida pela grande variação de seus valores extremos, principalmente no valor máximo, que sofreu um decréscimo de aproximadamente 0,53 em seu indicador.

Na participação de capital de terceiros, que demonstra o quanto o total do ativo está financiado por terceiros, tanto no saldo original das DF’s quanto no saldo reapresentado, o valor médio ficou entre 0,50 e 0,60, nos três grupos. Com isso, em média, as entidades utilizam entre 50% e 60% para financiar sua operação. As empresas que realizaram alterações somente nas contas core são aquelas que apresentam o maior indicador de participação de capital de terceiros, influenciado pelo seu alto valor mínimo. O grupo que apresentou maior variação entre o saldo originalmente publicado e o evidenciado com a reapresentação foi aquele com entidades que promoveram mudanças em contas core e também non-core. Já a maior dispersão é demonstrado pelo grupo com alterações somente em contas classificadas como non-core, em que o desvio-padrão se apresentou na casa de 0,18 em ambos saldos. Analisando somente os saldos máximos originais, destaca-se o fato de que em todos grupos esse valor se mostrou em torno de 0,76. Contudo, nas empresas que promoveram mudanças em contas non-core, tendo elas alterado grupos core ou não, o valor máximo da participação de capital de terceiros sofreu grande aumento, chegando a perto de 0,97 no último grupo.

Quanto a composição do endividamento, que busca verificar qual a proporção de obrigações da entidade cuja liquidação é exigida no curto prazo, o maior valor médio é encontrado nas empresas que realizaram alterações em contas tanto core como non-core. Neste grupo, em média, 43% das obrigações originalmente apresentadas pela entidade são vincendas em até um ano. No saldo reapresentado, este percentual foi reduzido para aproximadamente 40%. O destaque para este grupo está em linha com a sua liquidez corrente, cuja média foi a menor entre os três grupos analisados. Destaca-se também o valor mínimo das empresas que realizaram alterações em ambos tipos de contas, que se mostrou abaixo de 10%, tanto nos saldos originais, como no reapresentado.

Quanto aos indicadores de retorno, tanto o que mensura a rentabilidade do ativo, quanto do patrimônio líquido, as menores médias foram identificadas naquelas empresas que promoveram alterações somente em contas non-core. Essa medida central foi severamente impactada pelos seus valores mínimos, cuja empresa apresentou grande prejuízo. No grupo em que houve mudanças nas contas core e non-core o valor mínimo também demonstra a existência

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de entidade com prejuízo no período avaliado, mas que o indicador teve um impacto menor que no grupo anterior.

A margem EBITDA, por sua vez, refere-se à representação do quanto a empresa gerou de recursos com a sua atividade operacional, desconsiderando, os impostos, efeitos financeiros, depreciação e amortização. As empresas que promoveram alterações somente em contas core foram aquelas que apresentaram maior valor neste inidicador. Da receita líquida das Companhias deste grupo, seja no saldo original ou no reapresentado, aproximadamente 42%

resultou em EBITDA. Contudo, este grupo foi aquele em que o desvio-padrão apresentado foi o menor. A dispersão do grupo que promoveram mudanças em contas core e non-core foi aquela que demonstrou maior variação. Neste grupo, nota-se que tanto o valor mínimo quanto o máximo sofreram grandes mudanças. A média da geração bruta de caixa, que se refere a quanto o ativo produziu de Ebitda, também se mostrou mais elevada no grupo em as alterações foram nas contas core, se apresentando em torno de 0,17. A dispersão foi maior no grupo em que as mudanças foram somente nas contas non-core, ocasionada pelo grande valor negativo demonstrado nos mínimos deste grupo.

Além da análise exploratória dos dados acerca do desempenho evidência pelas Companhias, foi avaliada a diferença existente entre o desempenho original e o desempenho reapresentado. Antes da aplicação do teste não-paramétrico de Wilcoxon, foi realizada a análise dos valores discrepantes dos indicadores, por intermédio de seus respectivos boxplots, apresentados na Figura 2.

  Figura 2 – Avaliação gráfica da existência de valores discrepantes (outliers)

Fonte: elaborado pelos autores

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Foram considerados como valores discrepantes aqueles que são apresentados na Figura 2 marcados com o símbolo de uma estrela (). Foram observados outliers somente nos indicadores ROI, ROE, Margem EBITDA e Geração Bruta de Caixa. Primeiramente, foi realizado o teste de Wilcoxon com todos as observações e, em seguida, procedeu-se com o mesmo teste, desconsiderando os casos em que constavam valores considerados como outliers.

Nesta segunda análise, o número de casos observados foi de 39 entidades, sendo desconsideradas, portanto, seis empresas com indicadores discrepantes.

No teste não-paramétrico de Wilcoxon foi encontrada diferença estatisticamente significativa somente na Liquidez Geral, isso porque o grau de significância foi menor que 0,05.

Assim, foi aceita parcialmente a hipótese de que existe diferença entre o desempenho financeiro original e o reapresentado evidenciado. Esse resultado foi encontrado tanto na amostra completa, quanto naquela em que foram desconsiderados os valores discrepantes. Os resultados do teste Wilcoxon estão expressos na Tabela 3.

Tabela 3 - Resultado do teste t pareado

Amostra completa

Amostra sem outliers

Sub-constructo Indicador Z .sig Z .sig

Desempenho financeiro

Liquidez Geral -2,749 0,006 -2,385 0,017 Liquidez Corrente -1,367 0,172 -0,911 0,362 Participação do Capital de Terceiros -0,279 0,780 -0,295 0,768 Composição de Endividamento -0,726 0,468 -0,277 0,782 Desempenho

econômico

Retorno sobre o Investimento -0,188 0,851 -0,107 0,915 Retorno sobre o PL -0,486 0,627 -1,206 0,228 Desempenho

operacional

Margem EBITDA -0,438 0,662 -0,673 0,501 Geração Bruta de Caixa 0,000 1,000 -0,162 0,871

Fonte: Elaborado pelo autor

No Desempenho econômico, composto pelo Retorno sobre ativos e Retorno sobre o Patrimônio Líquido, identificou-se que não houve diferença significativa, considerando um grau de significância menor que 0,05. Assim, refutou-se a hipótese de que havia diferença entre o desempenho evidenciado originalmente e o reapresentado.

O mesmo foi observado no desempenho operacional, composto pelas variáveis Margem Ebitda e Geração Bruta de Caixa, nas quais observou-se que não houve diferença estatisticamente significativa, rejeitando-se a hipótese de que o desempenho operacional evidenciado originalmente diferencia-se do reapresentado.

Assim, ao ser avaliado o impacto no desempenho evidenciado pelas Companhias decorrente de reapresentação de suas demonstrações financeiras após terem elas passado por um processo de F&A, identificou-se somente diferença significativa em uma das variáveis do desempenho financeiro, cuja hipótese foi aceita parcialmente. As hipóteses declaradas que afirmavam que a reapresentação das demonstrações contábeis ocasiona alterações no desempenho econômico e operacional evidenciado pela Companhia, por sua vez, foram refutadas por não ter sido identificadas diferenças estatisticamente significativas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou identificar os impactos no desempenho evidenciado pelas Companhias em decorrência da reapresentação de Demonstrações Financeiras após processos de F&A. Para que esses impactos fossem identificados, após análise das transações que ocorreram no período de 2011 a 2016, chegou-se a um número de 45 casos em que os processos de F&A acarretaram em reapresentação de Demonstrações Financeiras e que não foram motivados por mudança de normas contábeis.

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A reapresentação das Demonstrações Financeiras ocorre quando há adoção de novas Políticas Contábeis, Retificação de Erro ou mudança de práticas pela administração da Companhia. Deve ser apresentada juntamente com a publicação das Demonstrações Financeiras do último exercício e os ajustes necessariamente precisam constar em Notas Explicativas, demonstrando o saldo original e o saldo reapresentado.

Após análise das DF’s que foram reapresentadas e a materialidade dessa reapresentação, chegou-se aos impactos que estas representam no desempenho financeiro, econômico e operacional da entidade. Com as variáveis de cada desempenho, avaliou-se que apenas o desempenho financeiro obteve diferenças significativas. Tanto o desempenho econômico quanto o operacional não apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Quanto aos índices nos saldos originais e reapresentados, considerando a sua média, houve queda em quase todos os indicadores: na Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Composição de Endividamento, Retorno sobre o Ativo e sobre o Patrimônio Líquido, Margem EBITDA e Geração Bruta de Caixa. Somente no indicador Participação de Capital de Terceiros houve aumento do saldo original para o reapresentado.

Considerando que apenas o desempenho financeiro apresentou diferença significativa, a hipótese foi aceita parcialmente, pois das variáveis aplicadas apenas a Liquidez Geral e a Composição de Endividamento demonstrou alteração. Quanto as hipóteses que versavam sobre o impacto no desempenho econômico e operacional, elas foram refutadas, pois suas variáveis não demonstraram alterações.

Como sugestão de pesquisas futuras, avalia-se a importância de pesquisas que busquem identificar impactos no desempenho das Companhias após outros processos de reorganização societária, como incorporação e cisão, por exemplo. Além disso, entende-se que seja salutar investigar também o impacto dessas reapresentações de forma qualitativa, por intermédio de estudo de caso ou de múltiplos casos.

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