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CULTU RAL E PAISA GÍSTICO

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Academic year: 2022

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SÉRIE ENSINO

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS

2012

Verificar dimensões da capa/lombada. Lombada de 13mm PATRIMÓNIO CULTURAL E PAISAGÍSTICO

PAULO CARVALHOJOÃO LUÍS J. FERNANDES

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS

PAULO CARVALHO JOÃO LUÍS J. FERNANDES

CULTU RAL PAISA E GÍSTICO

PATRIMÓNIO

POLÍTICAS, INTERVENÇÕES E REPRESENTAÇÕES

O património cultural e paisagístico, por via de escalas, tipologias e contextos diversos, emerge como temática de grande visibilidade e relevância estratégica no âmbito do desenvolvimento dos territórios e das populações.

O seu papel é ainda intermediado pela perceção e pela imagem que os diferentes atores têm de um lugar. Esta está também condicionada pelas representações, isto é, pela forma como os espaços geográficos são filmados, fotografados ou incluídos em narrativas literárias que, de modo formal ou informal, não deixam de constituir instrumentos de marketing territorial.

Este trabalho pretende propiciar, de forma sintética (mas sólida e atualizada), uma abordagem científica com preocupações pedagógicas aos temas em análise, destinada em particular aos alunos dos cursos de Geografia, História, Estudos Artísticos, e Turismo, Lazer e Património.

Os capítulos refletem de forma sequencial, as temáticas relacionadas com as políticas, as intervenções e as representações, através de escalas integradas e contextos geográficos de geometria variável.

Paulo Carvalho, doutorado em Geografia pela Universidade de Coimbra, é Professor Auxiliar do Departamento de Geografia da Faculdade de Letras de Coimbra, e Investigador do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) das Universidades de Coimbra, Porto e Braga.

Assegura diversas unidades curriculares de licenciatura (Geografia; Turismo, Lazer e Património; Estudos Europeus), mestrado (Geografia. Ordenamento do Território e Desenvolvimento; Lazer, Património

e Desenvolvimento) e doutoramento (Turismo, Lazer e Cultura; Geografia).

Tem desenvolvido investigação em temáticas como o planeamento regional e urbano, o desenvolvimento regional e local, o lazer e turismo, o património, entre outras, e tem

proferido intervenções em instituições académicas, administrativas, políticas, e culturais/cívicas.

Além destas tem colaborado na imprensa regional e local e em vários projetos de investigação.

É membro de diversas organizações científicas nacionais e internacionais e autor (ou co-autor) de mais de uma centena de trabalhos (e outros tantos textos em forma de resumos, notas e notícias) publicados em Portugal e no estrangeiro.

João Luís J. Fernandes, doutorado em Geografia pela Universidade de Coimbra, é Professor Auxiliar do Departamento de Geografia da Faculdade de Letras de Coimbra, e Investigador do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) das Universidades de Coimbra, Porto e Braga. Tem feito investigação no domínio das paisagens e das relações de poder que estas expressam, dos patrimónios da pós-modernidade e da forma como as indústrias criativas, enquanto instrumentos de representação de lugares, se territorializam e criam novas narrativas paisagísticas, como ocorre com os territórios construídos pelo cinema. Tem também refletido o papel da imagem dos lugares na afirmação dos mesmos em termos de planeamento estratégico, destacando-se aqui a necessária coesão interna de cada espaço geográfico.

9789892602851

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artES viSuaiS, rEPrESEntaçõES E markEting tErritorial51

1. As artes visuais, a compressão do espaço-tempo e a representação do território

A relação do sujeito com o espaço é uma experiência sensorial ampla e complexa na qual intervêm sentidos como o cheiro, o tato e a visão. Contudo, a observação, direta ou indireta, continua central na espacialização e conse- quente criação de territórios pessoais (Porteous, 1996). A observação de uma paisagem pode recorrer às capacidades humanas de perceção, intermediada por instrumentos que ampliem a escala do olhar. Pode também beneficiar de representações de diversa natureza, possibilidade que coloca o observador na vivência de lugares distantes. Se bem que a cartografia, na sua longa relação com as ciências geográficas, cumpra parte destes pressupostos, este facto colo- ca a Geografia na ligação direta com as técnicas criativas de expressão visual, como a fotografia, a pintura ou a gravura, aqui globalmente referidas como artes visuais.

Estas representações medeiam a relação do sujeito com o espaço geográfico, proporcionam viagens, mais virtuais que reais, e uma ubiquidade aparente, a sensação de estar em lugares remotos. Como refere Susan Sontag (1977: 5), “(…) the most grandiose result of the photographic enterprise is to give us the sense that we can hold the whole world in our heads”. É esta ilusória capacidade de

51 Revisto e atualizado a partir do texto com o mesmo título publicado em Biblos (Faculdade de Letras, Coimbra, 2008, vol. VI – 2ª série, pp. 339-366).

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encurtamento da distância que associa as artes visuais à compressão do espaço- -tempo. Representações como a fotografia aproximam o observador de lugares longínquos mas também lhes facultam o poder diacrónico de viajar no tempo e observar lugares e paisagens do passado. Para além do diálogo intergeracional que proporcionam, as artes visuais incorporam lugares, reais ou imaginados, na territorialidade do observador, diversificam as suas referências espaciais e reforçam as topoligamias pessoais, pela complexa conjugação de sentimentos topofílicos (de atração) e/ou topofóbicos (de repulsão) por diferentes lugares, vividos ou não, reais ou imaginários. A aproximação fotográfica a lugares até então desconhecidos e distantes estimula desejos de descoberta e visita. Todavia, essa perceção prévia pode diminuir a excitação do posterior contacto direto. A di- vulgação de fotografias pelo espaço topológico virtual, a internet, acelerou todo o processo. Para Paul Theroux (2008: 25), “(…) a forma como a fotografia deu cabo dos prazeres visuais não é nada comparada com a forma como a Internet e a nossa época de informação destruíram os prazeres da descoberta quando se viaja”.

O desenvolvimento da fotografia a partir do século xix coincide com a inova- ção tecnológica nos sistemas de transportes e com o consequente acréscimo de velocidade na apropriação e transformação da paisagem. Como referem Schwartz e Ryan (2003: 2), “(...) at a time when steamships, railways and the telegraph made the world physically more accessible, photographs made it visually and con- ceptually more accessible”. Esses espaços então mais acessíveis eram, ao mesmo tempo, os lugares longínquos e pitorescos dos impérios coloniais, mas também os espaços europeus transformados pela indústria, pela concentração urbana e pela construção de infraestruturas, como as linhas de caminho de ferro.

De certo modo, essa dinâmica transformadora do espaço foi acompanhada e reproduzida por técnicas de representação visual, como a fotografia, mas também pela pintura e ilustração. Os trabalhos de reprodução da Inglaterra industrial do pintor romantico inglês J. M. W. Turner (1775-1851), são disso testemunho (Rodney, 1998), tal como o percurso temático de Edward Hooper (1882-1967) por temas como os automóveis, as pontes e os caminhos de ferro (Kranzfelder, 2006).

As artes visuais facultam documentos importantes para a reconstituição do espaço, que pode desempenhar um importante papel no ordenamento do território. Para Marc Antrop (2005: 31), “Landmarks and symbols are necessary ancestral roots. Also, they contain many forgotten lessons and landscape struc-

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Referências

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