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Psicol. Esc. Educ. vol.19 número2

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Academic year: 2018

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Editorial

Quero começar este Editorial lembrando que no mês de junho tivemos o XII CONPE e a 37a Conferência Anual da ISPA (Associação Internacional de Psicologia Escolar) na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, SP. 1.230 pessoas participaram do evento, entre psicólogos, professores, estudantes de graduação e de pós-graduação e pesquisadores, sendo 1095 brasileiros e 135 estrangeiros. Foram apresentados 917 trabalhos, nas modalidades Conferências, Comunicações Orais, Mesas Redondas, Simpósios, Painéis, Partilhando Experiências, Minicurso e Exposições. Destacamos a relevância da parceria da ABRAPEE com a ISPA não apenas para a realização do evento, mas também visando parcerias futuras, incluindo propostas que envolvem esta Revista e o International Journal of School & Educational Psychology.

O tema deste CONPE foi: “Escolas para todos: políticas públicas e práticas dos psicólogos”, com destaque para a discussão sobre a luta tanto da ABRAPEE quanto da ISPA pela inserção dos psicólogos nas Políticas Públicas de Educação. Neste sentido, na Assembleia Geral da ABRAPEE ocorrida durante o evento, uma das três moções de apoio aprova-das em relação a diferentes lutas posicionou-se contra a retirada dos temas: “diversidade, gênero, orientação sexual e raça” dos Planos Municipais de Educação no Brasil. Entendemos que a retirada desta discussão dos Planos que organizam e deinem a Educação nos municípios, estados e em nosso país é um retrocesso na luta por uma educação laica, democrática e de qualidade para todos, com reverberações que também envolvem a garantia dos direitos humanos. No poema “Aos que vão nascer”, Brecht (1986, p. 216) inaliza sua escrita com os versos “Mas vocês, quando chegar o momento / Do homem ser parceiro do homem / Pensem em nós / Com simpatia.” Que as supracitadas decisões tomadas no âmbito das políticas públicas possam ser revertidas o quanto antes, pois é o futuro do país que está em jogo!

Ainda no campo das políticas públicas, foi organizada uma força-tarefa para acompanhar o Projeto de Lei No 3688/2000 que dispõe sobre serviços de Psicologia e Serviço Social na Educação Básica junto à Câmara dos Deputados com a ABRAPEE, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP 6ª Região), o Conselho Federal de Serviço Social (CFSS), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) o Sindicato de Psicólogos (SINPSI) e o Sindicato dos Professores. Para esclarecer os deputados da Câmara Federal sobre a matéria a ser votada, a ABRAPEE encaminhou a todos uma carta explicando os motivos da importância da aprovação do PL. Recebemos também uma importante contribuição da ISPA, que enviou uma carta de apoio à aprovação do Projeto de Lei aos deputados brasileiros.

Em relação ao conteúdo da Revista, neste segundo número de 2015 os leitores encontrarão artigos com temáticas que abordam jogos educativos e cooperativos. Ainda no quesito aprendizagem, há um artigo sobre grupos áulicos, que se refere a um procedimento de organização dos alunos na sala de aula com foco nas aprendizagens de todos. A escrita está presente em dois artigos: um sobre textos narrativos sob diferentes condições de produção e o outro relacionando-a ao desenvolvimento perceptomotor em crianças do Ensino Fundamental.

A (infelizmente) atualíssima questão da violência na escola comparece em três artigos: um traz uma análise crítica acerca do bullying, outro aborda a relação entre bullying e homofobia e o Relato de Prática apresenta uma experiência com oicinas de prevenção à violência em um trabalho com mães no contexto escolar. Tangenciando estas questões, há também um artigo que analisa representações sociais de professores sobre diversidade sexual em uma escola paraense.

O delicado e importante processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental foi analisado a partir da perspectiva de crianças e professoras de duas escolas públicas de Campinas e com base na Teoria Histórico-cultural. No outro pólo, o Ensino Superior é abordado no relato de uma pesquisa que visou conhecer a relação do trabalho docente com a constituição de sentidos subjetivos no processo de ensino e aprendizagem neste nível de ensino.

O artigo “Relação entre habilidades cognitivas não-verbais e variáveis presentes no contexto educacional” teve como objetivo veriicar a relação entre habilidades cognitivas não-verbais avaliadas pela Escala Internacional de Inteligência Leiter-R e variáveis presentes no contexto educacional.

A seara artística aparece em dois textos; um trata da dança circular como promotora do desenvolvimento da consciência de professores da rede pública de ensino e o outro, a partir do belo ilme “O contador de histórias”, traz relexões sobre o processo de desenvolvimento humano à luz da Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner.

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interior do Ceará sobre a Psicologia Escolar aponta que os participantes do estudo mencionam o aluno e seus problemas ainda como o principal alvo de intervenções dentro da instituição escolar, relexo de um discurso social que estigmatiza e culpabiliza... Por outro lado, um manuscrito que relata investigação na base de dados LILACS, com a palavra-chave “formação do psicólogo escolar”, analisou 19 trabalhos entre os anos de 1988 e 2011 que discutiam temas sobre a formação e a atuação do psicólogo escolar; as autoras concluíram que a formação proissional em Psicologia Escolar não tem se constituído como prioritária para a formação do psicólogo.

Também relacionada às questões escolares, há uma pesquisa que apresenta uma análise das queixas da rede municipal de uma cidade do interior paulista encaminhadas para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Por im, temos um trabalho argentino que trata de alguns aspectos relacionados à Educação Infantil no trânsito e nos alerta para a importância da educação como um elemento chave para a prevenção de comportamentos de risco e a promoção de hábitos mais saudáveis neste campo.

A Seção História traz neste número uma entrevista com Teresa Albergaria, professora aposentada da Universidade Federal de São João Del-Rei, que em seu perspicaz relato conta-nos sua trajetória na Psicologia Escolar e Educacional e suas contribuições para a nossa área.

Finalizo este Editorial destacando que uma das obras de literatura infantil indicadas na Seção Notícias Bibliográicas, “O Livro Dos Porquês”, foi escrito pelo italiano Gianni Rodari (2012), também jornalista que trabalhou no jornal “L’Unitá”, fundado por Antonio Gramsci. Na contramão dos que querem vetar às nossas crianças alguns assuntos tão caros à condição humana, Rodari as incentiva e convida a sempre fazer perguntas aos adultos, sem se intimidar.

Ótima leitura!

Silvia Maria Cintra da Silva – Editora

Referência

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