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STF julga habeas corpus. Lula vai ser preso agora?

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Veja como foram os votos dos

ministros do Supremo Tribunal

Federal durante o julgamento

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BASTIDORES : Futebol não é mais coisa séria

Amigos, finalmente, depois de um intervalo desnecessário e de uma insensatez sem tamanho, será disputada, hoje, a primeira partida da final do Campeonato Maranhense. Sou de uma época em que futebol era coisa séria, e que acima dos interesses dos cartolas estava a presença do torcedor nos estádios. ESPORTES

STF julga habeas corpus.

Lula vai ser preso agora?

w w w . o i m p a r c i a l . c o m . b r

Leia em todas as plataformas

Ano XCI Nº 35.313 | SÃO LUÍS-MA | QUINTA-FEIRA, 5 DE ABRIL DE 2018 | CAPITAL E INTERIOR R$ 2,00 @OImparcialMA @imparcialonline @oimparcial 98 99188.8267

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29º

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TÁBUAS DE MARÉS COTAÇÕES QUINTA-FEIRA PREVISÃO DO TEMPO

MANHÃ TARDE NOITE

QUINTA 05/04/2018 03H38 ... 1.1M 09H36 ... 5.3M 16H08 ... 1.1M 22H11 ... 5.2M DÓLAR cotado em R$ 3,338 EURO cotado em R$ 4,091 +0,08% -0,24%

Mesmo tendo sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a 12 anos e um mês na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava-Jato, e apesar do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) do habeas

corpus, o futuro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue indefinido. Com ou sem habeas corpus, sua prisão não poderá acontecer agora. A execução da pena ainda dependerá de mais alguns passos no TRF4. POLÍTICA

FOTO

S: DIVUL

GAÇÃO

Ludmila Ribeiro falou sobre o habeas corpus concedido a Lúcio Genésio, acusado de agredir e tentar atropelá-la, e que a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão pode ir contra o histórico movimento de luta contra a violência à mulher. VIDA

Levei outro

tapa na

cara”, diz Ludmila

Habeas corpus para Lúcio Genésio

Turbante da

autoestima

Mulheres das casas de apoio do Hospital do Câncer recebem turbantes, pintados por crianças

do SCFV, distribuído por servidores dos Cras. VIDA

MAIS UMA VEZ

Câmara

adia votação

de projeto

do Uber

A manhã de ontem era estranha na Câmara de São Luís. Mesmo com

pre-visão de votação do Projeto de Lei do Uber, a Câmara parecia bem quieta.

VIDA

Em busca do

reconhecimento

Bairro do João

de Deus tem

vacinação

contra HPV e

meningite

Complexo Cultural Bumba

meu Boi pode se tornar

Patrimônio Cultural da

Humanidade. Atualmente,

são contabilizados mais

de 400 grupos, localizados

nas zonas urbana e rural

de São Luís e em, pelo

menos, 75 municípios

maranhenses. IMPAR

DIREITO GARANTIDO

Licença-maternidade

de 180 dias é aprovada

Zé Reinaldo

entra no

ninho

tucano

ELEIÇÕES 2018

POLÍTICA NEGÓCIOS GERAL

"Vai não, ele não vai não"

Prefeitura leva

carreta da saúde

para o bairro

da Alemanha,

hoje e amanhã

GERAL

Na iniciativa, realizada pela Prefeitura de São Luís, a carreta itinerante, que é equipada com consultório, visita as comunidades levando

serviços essenciais de saúde. Bairro do João de Deus recebe

campanha de vacinação para adolescentes entre nove e 14 anos no

próximo sábado, a partir das 8h.

Primeira

batalha!

Moto precisa vencer o Impera-triz com boa margem de gols, esta noite, no Estádio Castelão, para sair em vantagem na decisão. ESPORTES

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POLITICA

São Luís, quinta-feira, 5 de abril de 2018

www.oimparcial.com.br

Lula

segue livre

Independente do resultado do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF, ele

continuaria sem poder ser preso. A execução da pena ainda depende de mais alguns passos no TRF4

Responsável: Paulo de Tarso Jr. E-mail: paulojr.jornalismo@gmail.com

José Reinaldo é oficialmente um “tucano”

FILIAÇÃO

Curtidas

BRASÍLIA -DF

Denise Rothenburg

deniserothenburg.df@dabr.com.br

Aumento real? Esquece

e depender da posição do Ministério da Fazenda, os servidores da União podem perder as esperanças de qual-quer aumento salarial acima da inflação. E nem adianta espernear. “O país não tem condições de dar aumento real para o funcionalismo nem em 2018 e nem em 2019”, avisa o secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loterias, Mansueto Almeida, que abriu ontem o VI Fó-rum Jurídico de Lisboa, representando o ministro da Fa-zenda, Henrique Meirelles, que se filiou ao MDB numa festa sem aliados.

Mansueto explicou à coluna que, em plena crise, o fun-cionalismo obteve quatro anos de aumento real. “Agora, não faz sentido”, diz ele. Na palestra de abertura, ele não poupou o governo da presidente Dilma e nem tampou-co o DF, de Agnelo Queiroz: referiu-se à tampou-construção de um estádio que custou mais de R$ 1 bilhão. “A crise foi decorrente das escolhas erradas que fizemos enquanto sociedade.” É, pois é.

Nem tanto à terra…

Em conversas reservadas, alguns ministros do Supre-mo defendem que a Corte faça uma Supre-modulação da prisão em segunda instância: ou seja, não acabe totalmente com a possibilidade, mas esclareça a necessidade de ampla fundamentação para embasar o início do cumprimento da pena antes de o processo passar pelo Superior Tribu-nal de Justiça (STJ).

Na hora H

O PT se preparou para o pior: se Lula for derrotado no Supremo, Fernando Haddad (foto) será guindado à con-dição de candidato acompanhando o ex-presidente ao cárcere.

Apostas

Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) faziam suas apostas num jantar em Lisboa: 6 a 5 contra a conces-são do habeas corpus ao ex-presidente Lula.

A esperança...

...é a última que morre. Pelo menos, para o ex-gover-nador Marcelo Miranda, cassado há alguns dias pelo Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE). O caso está no Supremo Tribunal Federal (STF) e será despachado ainda esta se-mana por Gilmar Mendes, em Lisboa, onde estarão ama-nhã o ministro e os advogados de defesa.

E o MDB, hein?

A depender da largada no MDB, Henrique Meirelles não vai muito longe. Os partidos aliados simplesmente evitaram a filiação do ministro. Pessoalmente, nada con-tra Meirelles. Ninguém está muito disposto a posar para fotos ao lado da cúpula de partido que perdeu uma pen-ca de deputados nos últimos dias.

Datas/ O professor catedrático Carlos Branco aproveitou a abertura do seminário para brincar com o ministro Gil-mar Mendes: “Todos os anos sempre tem algo palpitante acontecendo no Brasil no nosso fórum jurídico! Poderí-amos mudar a data, mas, pensando bem, dá público!”

Mulheres na Diplomacia I / Tradicionalmente marcada pelo público masculino, a carreira diplomática ampliou a participação de mulheres. De acordo com os dados da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB Sindical), a nova turma que acaba de ser aprovada pelo Instituto Rio Branco é composta por 11 mulheres, em um total de 30 alunos.

Mulheres na diplomacia II/ O dado ultrapassa a média de participação feminina dos últimos dois anos, quando 70% das turmas eram formadas por homens. Para a as-sociação, a entrada de mais mulheres na carreira é mui-to importante. As diplomatas almejam mais representa-tividade nas promoções e o exercício de mais cargos de chefia. “A aprovação para a carreira diplomática é extre-mamente difícil e passa por um dos concursos públicos mais criteriosos e longos do Executivo. Ter mais mulheres dedicadas à representação do país no exterior é algo do qual devemos nos orgulhar”, avalia a embaixadora Vito-ria Cleaver, presidente da ADB Sindical.

PAULO DE TARSO JR. O deputado federal José Rei-naldo Tavares finalmente se fi-liou ao seu novo partido: o PSDB. Em solenidade realizada ontem, em Brasília, com a presença de senadores, deputados federais e lideranças regionais, Tavares passou a compor a bancada tu-cana na Câmara. Mais do que apenas se tornar o único repre-sentante tucano do Maranhão na Casa, a chegada de José Rei-naldo ao partido viabiliza sua pré-candidatura ao Senado nas eleições de outubro.

O novo tucano garantiu que chega ao PSDB para somar e contribuir com as bandeiras da legenda. Inclusive, o deputa-do fez questão de ressaltar que atuará no combate contra a po-breza no Maranhão. Sou do es-tado mais pobre da federação e precisamos de um olhar espe-cial para isso. O PSDB tem que ter um discurso fundamentado para essa região pobre, princi-palmente com a experiência de tantos de seus líderes. Temos que melhorar esse quadro tão penoso que afeta tanta gente naquela região”, defendeu.

Antes de bater o martelo so-bre sua ida ao PSDB, José Rei-naldo conversou com o gover-nador de São Paulo e presidente do partido, Geraldo Alckmin, na semana passada. A

chega-da de José Reinaldo também recebeu a aprovação do pre-sidente estadual do PSDB, se-nador Roberto Rocha, que já havia declarado a importância da filiação do ex-governador. A assinatura de filiação de José Reinaldo ocorreu no gabi-nete do senador Roberto Rocha, que recentemente retornou ao partido e assumiu o comando do diretório maranhense. “Não tenho dúvida de que José Rei-naldo se soma ao nosso partido para juntos construirmos um projeto de país”, afirmou Rocha.

Bem-vindo

O líder tucano na Câmara,

deputado Nilson Leitão (MT),

afirmou que, ao escolher o

par-tido, com toda sua experiência e atuação, Reinaldo reconhe-ce a qualidade do PSDB. Se-gundo ele, sua chegada agre-ga ainda mais aos quadros da legenda. “Toda essa sua expe-riência, suas ideias e críticas serão muito importantes. Pre-cisamos da sua participação no debate e no embate na cons-trução das candidaturas neste ano. Estamos orgulhosos com essa filiação”, garantiu.

O senador Tasso Jereissati (CE), que articulou o ingresso dos parlamentares maranhen-ses no partido, destacou o lega-do de Reinallega-do, inclusive sua defesa por obras como a trans-posição do São Francisco e a construção da Ferrovia Norte-Sul, muitos anos antes de serem

lançadas pelo governo federal. Para ele, o PSDB maranhense tem se tornado cada vez mais forte e preparado para as elei-ções de outubro.

Para o deputado e ex-prefeito de Imperatriz Sebas-tião Madeira, Reinaldo foi um extraordinário governador do Maranhão e é amado pela classe política. “É com muita alegria que o recebemos no partido”.

Os deputados Betinho Go-mes (PE), Rodrigo de Castro (MG), Pedro Vilela (AL) e Sil-vio Torres (SP) prestigiaram a assinatura de filiação de José Reinaldo. Também assinou a filiação ao partido Zeluis Lago, irmão do ex-governador Jack-son Lago e pré-candidato a de-putado federal.

Solenidade de filiação do deputado federal José Reinaldo no PSDB ocorreu ontem, em Brasília

PAULO DE TARSO JR.

M

esmo tendo sido con-denado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a 12 anos e um mês na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava-Jato, e apesar do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) do habeas corpus, o futuro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue in-definido. Com ou sem HC, sua prisão não poderá acontecer. A execução da pena ainda de-penderá de mais alguns passos no TRF4. A defesa do ex-presi-dente já manifestou intenção de apresentar um segundo re-curso ao TRF4 e tem até o dia 10 de abril para protocolá-lo.

Segundo a assessoria do tri-bunal, só após a rejeição des-sa nova apelação pela Oitava Turma do TRF4, mesmo cole-giado que julgou o processo, será considerada esgotada a jurisdição de segunda instância.

Se isso acontecer e se o STF permitir a execução da pena, o TRF4 enviará um ofício ao juiz federal Sérgio Moro, que condenou Lula na primeira instância da Justiça Federal, comunicando a decisão. Nes-se caso, caberá a ele mandar a Polícia Federal prender Lula.

Até o fechamento desta edi-ção, o julgamento do STF não havia sido encerrado. O placar parcial da votação dos ministros indicava 4 a 1 contra o HC de Lula. O resultado final você acom-panha em O Imparcial Online.

Votação

Dos cinco ministros que ma-nifestaram seus votos inicial-mente, apenas Gilmar Mendes foi favorável ao habeas corpus. “Isso resulta numa brutal injus-tiça, num sistema que é por si só injusto. A Justiça criminal é muito falha”, disse Mendes.

O ministro-relator Edson Fa-chin votou pela rejeição do

ha-Ministros do STF durante julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

beas corpus preventivo. Ao fun-damentar sua decisão, Fachin citou diversos votos proferidos no julgamento em que o mes-mo pedido de liberdade de Lula foi negado, por unanimidade, pelos cinco ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em março.

Para Fachin, não houve

ne-nhuma ilegalidade ou abuso de poder na decisão do STJ, e por isso o Supremo não pode-ria reformar a decisão daque-la Corte. “Diante da compre-ensão majoritária atual deste Supremo Tribunal Federal, não traduz ilegalidade ou abuso de poder [a decisão do STJ], eis que consentâneo [coerente], ao

Histórico

O caso começou a ser julgado no dia 22 de março, mas a sessão foi interrompida na Corte. Com isso, o ex-presidente ganhou um salvo-conduto para não ser preso até a decisão do julgamento do habeas corpus. Lula foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que aumentou a pena para 12 anos e um mês na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava-Jato. No julgamento de ontem (4), os 11 ministros que compõem a Corte entraram no mérito do pedido de Lula, o que não foi abordado no dia 22 de março. Ao entrar no mérito, a questão de fundo a ser discutida pelo plenário do Supremo será a possibilidade de execução provisória de pena por condenado em segunda instância, mesmo que ainda existam recursos contra a condenação pendentes de análise em tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou o próprio STF.

Após receber o salvo-conduto do STF, Lula teve seu último recurso na segunda instância, um embargo de declaração, negado pelo TRF4. Com isso, o julgamento do habeas corpus no STF tornou-se a última chance para que o ex-presidente consiga garantir o direito de continuar recorrendo em liberdade às instâncias superiores contra sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro.

tempo que foi proferido, com o entendimento majoritário des-te Supremo”, afirmou Fachin. Os outros três ministros que votaram contra o HC foram Ale-xandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. O voto da ministra era um dos votos mais aguardados por ser considerado decisivo por causa da maioria apertada do Supremo que per-mite a execução provisória de pena após condenação em se-gunda instância. Apesar de ter posição contrária a essa posição, o que poderia beneficiar Lula, a ministra decidiu respeitar essa maioria, estabelecida em 2016 pela Corte, e negou o pedido de liberdade do ex-presidente.

Ela fez uma defesa do prin-cípio de colegialidade (coleti-vidade), segundo o qual deve aplicar a decisão da maioria apesar de discordar dela, para justificar sua posição e negar o habeas corpus de Lula.

Os detalhes dos votos dos demais ministros - Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello, Luiz Fux e Cármen Lúcia – as-sim como o resultado final do julgamento você acompanha em O Imparcial Online.

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POLITICA

São Luís, quinta-feira, 5 de abril de 2018

LISTA DE MUNICÍPIOS MARANHENSES QUE

ESTÃO COM CADASTRO DESATUALIZADO

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Dinheiro para

saúde bloqueado

Segundo Ministério da Saúde, 54 prefeituras maranhenses estão com as contas correntes

desatualizadas. Sem a regularização, municípios não poderão movimentar recursos públicos

BOM RELACIONAMENTO

Rodrigo Lago estreita laços com Assembleia

Responsável: Paulo de Tarso Jr. E-mail: paulojr.jornalismo@gmail.com

BASTIDORES

bastidores@oimparcial.com.brRaimundo Borges

O general saiu do quadrado

normativo a que devia se ater

Do ex-presidente do STF, o advogado Carlos Ayres Britto, sobre as declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas-Boas, pelo Twitter, em que se dirige à Nação dizendo que o Exército julga compartilhar o anseio dos cidadãos de bem de repúdio à im-punidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia.

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A Militância Socialista do Maranhão, uma das tendências do PT, protocolou, junto aos diretórios municipal e estadual do partido, nota de repúdio contra o pedido de filiação do de-putado federal Waldir Maranhão. Ontem saiu a informação de que a Executiva Nacional teria vetado a filiação de Waldir. Oficialmente, nada se fala

a respeito. Mas o presiden-te da Câmara de Vereado-res de São Luís, Astro de Ogum, já deu pistas de que não pretende ir para dis-putar um novo mandato no cargo. Mas ele sempre deixa brechas para espe-culações e até para reverter a postura. Por isso, o vere-ador Osmar Filho já mani-festou o desejo de concor-rer, assim como Francisco Carvalho: “Se Astro não for candidato, eu sou”.

Para o governador Flávio Dino, a manifestação do general Villas-Boas, co-mandante do Exército, pressionando o Supre-mo Tribunal Federal, horas antes do julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, é descabida. “Em nenhu-ma democracia do Planeta cabe a um comandante do Exército interpretar a Constituição nem dizer o que é impunidade num julgamento do STF”. Agora como secretário da Casa

Civil, o secretário de Estado de Transparência e Controle, Rodrigo Lago, se reuniu com o presiden-te da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), e o deputado Ro-gério Cafeteira (PSB) na tarde de ontem. O encontro serviu para manter o bom relacionamento entre o parlamento e a Casa Civil.

Rodrigo Lago, inclusive, des-tacou a atuação de seu anteces-sor Marcelo Tavares, que deixou o cargo na última segunda-feira (2) para concorrer nas eleições de outubro. De acordo com Lago, que segue no comando da Secre-taria de Transparência e Controle do governo do estado, uma das competências da pasta é fazer a interlocução do Executivo com os demais poderes.

“O governo do estado já tem uma relação profícua, só-lida, aberta e transparente com a Assembleia Legislativa. Então, viemos dar esse abraço no presi-dente da Assembleia e também em todos os deputados, trans-mitindo a mensagem de que o governo continua com a mesma relação, sólida e transparente,

para que haja, efetivamente, um diálogo entre os poderes Exe-cutivo e Legislativo, visando ao bem-estar da população”, disse Rodrigo Lago.

Já o presidente da Assembleia destacou a importância de o par-lamento manter boas relações com os órgãos que integram o governo. “Sem dúvida, uma vi-sita importante para que con-tinuemos com esta boa relação. São constantes os projetos de leis que chegam do Poder Exe-cutivo, tendo como interlocutor o chefe da Casa Civil. Além dos projetos de leis, há outros assun-tos importantes para o Estado e, com este diálogo aberto, quem ganha é o Maranhão”, afirmou Othelino Neto.

Rogério Cafeteira elogiou o trabalho executado por Rodri-go LaRodri-go. “Eu fiz questão de estar presente para receber o chefe da Casa Civil, que tem todos os pre-dicados para exercer a função. Eu tenho certeza de que ele fará um grande trabalho à frente da nova pasta e aqui estamos para dar o apoio necessário para que todos trabalhem em sintonia”, afirmou Rogério Cafeteira. (P.T.Jr.)

São constantes os projetos de leis

que chegam do Poder Executivo,

tendo como interlocutor o chefe

da Casa Civil. Além dos projetos

de leis, há outros assuntos

importantes para o Estado e, com

este diálogo aberto, quem ganha

é o Maranhão

Otlhelino Neto, presidente da Assembleia Legislativa

Othelino Neto e Rogério Cafeteira recebem visita do chefe da Casa Civil PAULO DE TARSO JR.

U

m relatório

divulga-do pelo Ministério da Saúde deixou 54 mu-nicípios maranhenses em alerta e com recursos públi-cos bloqueados. E o motivo do bloqueio é a desatualização dos cadastros das prefeituras. De acordo com o ministério, estes municípios estão com as contas correntes destinadas ao Fundo Nacional de Saúde desatualiza-das e, dessa maneira, não po-dem movimentar os recursos.

Em nota, a Diretoria Exe-cutiva do Fundo Nacional de Saúde explica que a publica-ção da Portaria nº 3.992/2017, do Ministério da Saúde, criou a conta corrente única para o Bloco de Financiamento em Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde e a conta corrente única para o Fundo Nacional de Saúde (FNS).

A abertura das respectivas contas correntes dos Fundos de Saúde dos entes federados garante o recebimento dos re-cursos financeiros na modali-dade fundo a fundo, ficando a cargo do gestor responsável pelo fundo de saúde a devi-da regularização dessas contas correntes na agência bancária de relacionamento.

“Dessa forma, o Fundo Na-cional de Saúde solicita aos ges-tores dos Fundos de Saúde que procurem sua agência de rela-cionamento do Banco do Brasil para a imediata regularização dessas contas correntes, a fim de que os recursos já transferidos sejam efetivamente utilizados nas respectivas ações e serviços públicos de saúde pactuados”, explicou o deputado federal Ru-bens Pereira Júnior (PCdoB).

Dinheiro depositado

Ainda de acordo com o Mi-nistério da Saúde, os recursos financeiros destinados aos mu-nicípios maranhenses já foram depositados nas contas corren-tes desde o início do ano, porém,

sem a devida regularização das contas correntes na agência ban-cária de relacionamento, estes não poderão ser movimentados.

Quanto às contas correntes

abertas na Caixa Econômica Fe-deral, a instituição informou ao Fundo Nacional de Saúde que todas as contas estão em con-formidade documental. Já

situ-ação cadastral em 2 de abril de 2018 encaminhada pelo Banco do Brasil mostra pendências ca-dastrais em 54 municípios ma-ranhenses.

Altamira do Maranhão Alto Alegre do Maranhão Alto Parnaíba Amapá do Maranhão Bacuri Benedito Leite Bequimão Bernardo do Mearim Bom Lugar Brejo de Areia Buritirana Davinópolis Dom Pedro Fernando Falcão Formosa da Serra Negra Fortaleza dos Nogueiras Fortuna Godofredo Viana Graça Aranha Icatu Igarapé Grande Itaipava do Grajaú João Lisboa Lago Da Pedra Lago do Junco Lago Verde Loreto Luís Domingues Maracacumé Maranhãozinho Matões do Norte Matões do Norte Milagres do Maranhão Nova Colinas Nova Iorque Paraibano Raposa Ribamar Fiquene Sambaíba

Santa Filomena do Maranhão Santa Quitéria do Maranhão Santo Amaro do Maranhão São Benedito do Rio Preto São Domingos do Azeitão São Domingos do Maranhão São Francisco do Maranhão São José dos Basílios São Mateus do Maranhão São Pedro da Água Branca Serrano do Maranhão Sítio Novo Sucupira do Norte Tasso Fragoso Vitorino Freire

O Fundo Nacional

de Saúde solicita

aos gestores dos

Fundos de Saúde

que procurem

a imediata

regularização

dessas contas

correntes, a fim de

que os recursos

já transferidos

sejam efetivamente

utilizados

Rubens Júnior,

deputado federal (PCdoB)

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde preocupam municípios maranhenses

Bonaparte togado

Quase tudo de bom e de ruim já se disse do ministro Gil-mar Mendes, nomeado, em 2002, para o Supremo Tribunal Federal pela caneta do então presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Nas redes sociais, ele é xingado, assim como foi num voo para Portugal, por antipetistas desafo-rados, que adorariam ter sangue escorrendo nas ruas, se Lula for candidato a presidente da República. Mas uma coi-sa ninguém pode acucoi-sar Gilmar: de ser covarde.

Foi brigão do Joaquim Barbosa, no mensalão, e na atual temporada do STF, já bateu boca com vários colegas de toga. Gilmar está apenas fazendo o que sempre fez. Dizer o que pensa, sem temer as consequências. Dizem que ele prote-ge os “seus”, mas ele, porém, abre espaço dentro e fora do STF para polêmica. Chamou, ontem, a Globo e a mídia que apoiou o golpe de 2016 de chantagistas. Portanto, fazer uma leitura sobre a postura de Gilmar Mendes não é tarefa fácil. Ao destoar de parte do STF, Gilmar, no entanto, mostra que não faz aberrações jurídicas. Transita com desenvoltu-ra pelas brechas da Constituição, como, aliás, é o exercício mais recorrente na Corte suprema. Mas não dá para se ilu-dir, desta vez, foi sorte de Lula. Gilmar tornou-se conhecido por protagonizar embates nada ritualísticos com colegas no plenário, dar opiniões polêmicas e – muitas vezes – to-mar decisões impopulares. Ele diz claramente que não de-cide de forma incoerente. Faz o que as circunstâncias per-mitem. E, claro, sem atropelar a carta magna. E ponto final.

“Gilmar pode ter mil defeitos, mas frouxo ele não é”, disse, ontem, um internauta no site Tijolaço. Nem aí para a Globo, que armou para ferrar Lula, ou para os saudosistas dos coturnos de 64. Ele é PSDB? Pode ser até mais que sim-patizante. Mas petista já disse no plenário do STF que não. Nenhuma simpatia pelo PT. É de direita? É. Mas por mais que não se goste de como ele decide, Gilmar está dentro da Constituição. Assim como seus colegas. A Bíblia também permite inúmeras interpretações pelas diferentes religiões e seus pressupostos. Gilmar é um Bonaparte togado.

Fim do lenga-lenga

O deputado federal José Reinaldo, finalmente, encontrou uma legenda partidária. Ontem, ele assinou, no gabinete do senador Roberto Rocha, sem festa ou pompa, a ficha do PSDB, partido pelo qual pretende disputar o Senado. Falta ainda o deputado estadual Alexandre Almeida, que deixa o PSD, e sexta, se tornará o mais novo tucano maranhense.

Tiro no pé

O ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira está tentan-do sair de uma sinuca de bico. Ele foi o artífice da ocupação tentan-do PSDB maranhense pelo senador Roberto Rocha, com o obje-tivo de retirá-lo das mãos do vice-governador Carlos Brandão. Madeira levantou a bandeira da candidatura de Roberto Rocha ao governo e agora está com a sua ameaçada para a Câmara.

Encontro quase marcado

Zé Reinaldo entrou no ninho já falando como candidato a senador, na chapa de Rocha. Acontece que, se Eduardo Braide trocar o PMN pelo PSDB e não for candidato ao governo, lhe resta a opção de deputado federal. Nesse caso, vai topar com Sebastião Madeira, com quem dividirá o mesmo eleitorado.

Guarda de armas (1)

A partir de agora, conforme a Resolução 27/2018 do Tri-bunal de Justiça, assinada pelo presidente José Joaquim Fi-gueiredo dos Anjos, as unidades Judiciais não devem receber armas e/ou munições que não estejam vinculadas a proce-dimento ou processo de qualquer natureza.

Guarda de armas (2)

Acrescenta o texto que tais armas ou munições deverão ser encaminhadas, no prazo máximo de 60 dias, à Diretoria de Segurança Institucional do TJ, mediante requisição para fins de recolhimento, por via eletrônica. Caberá à diretoria elaborar rota e cronograma específicos para tal finalidade, a ser cumprida no prazo máximo de 15 dias úteis.

(4)

NUNA NETO

Nesta data, O

Imparcial trouxe como manchete: UFMA anuncia medidas contra insegurança. Em reunião extraordinária com o comando do 1º Batalhão da PM-MA, Conselho de Segurança da UFMA anunciou medidas enérgicas para dar continuidade à melhoria da segurança na universidade. Entre elas, a instalação imediata de um posto avançado da Polícia Militar na Cidade Universitária e o reforço de rondas ostensivas.

www.oimparcial.com.br Ano XC Nº 34.949 QUARTA-FEIRA, 5 DE ABRIL DE 2017 CAPITAL E INTERIOR R$ 2.00

NOSSOS TELEFONES: GERAL: 3212-2000 COMERCIAL: 3212-2030 CLASSIFICADOS: 3212-2020 CAA - CENTRAL DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: 3212-2012 REDAÇÃO: 3212-2010

UFMA anuncia medidas contra

insegurança

Em reunião extraordinária com o comando do 1º Batalhão da PM-MA, Conselho de Segurança da UFMA anunciou medidas enérgicas para dar continuidade à melhoria da segurança na universidade. Entre elas, a instalação imediata de um posto avançado da Polícia Militar na Cidade Universitária e o reforço de rondas ostensivas. O Centro de Convenções terá uma de suas salas destinada para a instalação da base da PM. Equipes da Prefeitura do Campus também iniciaram a troca de mais de 100 luminárias. A UFMA implantará projetos de conscientização e políticas públicas voltadas para a proteção da mulher nas dependências da universidade.

VIDA

TSE adia julgamento

da chapa Dilma-TemerPOLÍTICA

São Luís ganha exposição inédita de realidade virtual e interatividade

Região de Coroatá terá 12 mil vagas no setor de avicultura

NEGÓCIOS

Prefeitura de Urbano Santos abre 168 vagas com ótimos salários

VIDA

IMPAR

Concuros /Emprego

E N T R E V I S T A ADMAR GONZAGA Na posição de quem, daqui a 12 dias, assumirá uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o advogado Admar Gonzaga avisa: “O TSE não pode atuar de forma a gerar instabilidade política no país”.

POLÍTICA

Os estupros registrados no Campus da UFMA causaram revolta nos estudantes e professores da instituição, que na manhã de ontem se reuniram na área da vivência da UFMA para protestar contra a cultura do estupro. No começo da noite de ontem, os estudantes voltaram a protestar durante cerimônia de colação de grau realizada no Centro Pedagógico Paulo Freire, pedindo mais segurança.

Estudantes e professores fazem reivindicações

K.GEROMY\OIMP\D.A PRESS

Conheça os segredos dentro das mais belas cavernas do país

PÁGINA TRÊS

TAPA NO VISUAL: Ruas do Anjo da Guarda ganham limpeza e capinagem no percurso do espetáculo Via-Sacra VIDA

O vice-governador Carlos Brandão, representando o Governo do Estado, esteve na abertura do mais impor-tante evento de logística, transporte de cargas e comércio da América Latina, a Intermodal South America, evento que acontece até amanhã em São Paulo. GERAL

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POLÍTICA F U T E B O L ASSECOM EMAP\DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Quatro jogos abrem hoje o segundo turno do Estadual ESPORTES VIDA VIOLÊNCIA NO CAMPUS

5 de abril de 2017

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OP

IN

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São Luís, quinta-feira, 5 de abril de 2018

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Juros acima da realidade

Janela

Jornalismo: 3212-2010/3212-2049 Anuncie: 3212-2086/ 3212-2030 Classificados: 3212-2087 Seja um vendedor: 3212-2091 Geral: aqui-ma@oimparcial.com.br

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Retrato

da

história

ARQUIVO/OIMP ARCIAL

Intervenção e financiamento

da segurança pública

Responsável: Zezé Arruda

E-mail: zezearruda@oimparcial.com.br

AURELIANO

NETO

MEMBRO DA AML E AIL

DANIEL CERQUEIRA

TÉCNICO DE PLANEJAMENTO E PESQUISA DO INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA) E CONSELHEIRO DO

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA

RENATO SÉRGIO DE LIMA

DIRETOR-PRESIDENTE DO FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA

O Brasil vive um quadro de baixo amadurecimento ins-titucional na segurança pública, com polícias desestrutura-das, obsoletas, no qual a inteligência e a investigação foram sucateadas em nome da ideia de confronto com o “inimigo”. A gestão, por sua vez, segue a dinâmica das crises, no dia a dia das reuniões de última hora, quando as ações são defi-nidas na base da improvisação e do achismo, sem qualquer planejamento de médio prazo, muito menos estratégico.

É urgente construir um sistema de governança da segu-rança pública, com regras transparentes, cidadãs e com me-canismos de controle e avaliação de desempenho de todas as instituições envolvidas. Um sistema baseado em evidências, com dados públicos e regras de governança que integrem e coordenem esforços de combate ao crime, prevenção da violência e promoção da cidadania.

Entre as primeiras tarefas desse sistema está o equa-cionamento do gargalo de financiamento da área, que fica ainda mais dramático pela incapacidade de pensar na lógica da qualidade do gasto público e no aumento da eficiência democrática do trabalho das polícias. É preci-so transformar custos em investimentos, a partir de uma forma mais estável de alocação de recursos sem, no en-tanto, nos restringirmos à velha receita da vinculação or-çamentária que engessa o orçamento público.

Um olhar sobre como e onde as unidades da Federação gastam recursos na área da segurança pública exemplifica a falta que tal sistema faz. Para se ter uma ideia, os estados e o Distrito Federal gastaram, em 2016, R$ 67,3 bilhões, sendo que só 0,7% foi lançado contabilmente como despendido com inteligência e informação. O Rio de Janeiro, sob inter-venção federal na segurança pública, é um caso emblemá-tico: dos mais de R$ 9 bilhões gastos na área a cada ano, fo-ram destinados para inteligência e informação cerca de R$ 25 mil em 2015 e nenhum centavo em 2016.

Enquanto cerca de 90% dos orçamentos são destinados a pagamentos de salários, encargos e aposentadorias/pen-sões e 9% são gastos com o custeio da máquina, apenas 1% sobra para investimento e reaparelhamento. Trata-se de um quadro dramático, em que os secretários de segurança têm pouca ou nenhuma margem de flexibilidade.

Nesse tenebroso cenário de desestruturação e fragmenta-ção institucional, o governo federal e o Ministério da Justiça, particularmente, se limitaram a atender no varejo as demandas dos estados por aparelhamento, viaturas etc. (sem nenhuma visão estratégica); ao mesmo tempo em que crescentemen-te despendem milhões de reais na infrutífera atividade de manter a Força Nacional (FN) e as Forças Armadas de pron-tidão, nas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

A aposta simplória e perversa do governo federal de saturação do território com as forças armadas dá voto, mas não gera nenhum legado positivo para a seguran-ça pública. Um bom exemplo disso é o México. Em 2006, um presidente impopular, o Felipe Calderón, empregou com força total o Exército para combater o tráfico de dro-gas. De lá para cá, as taxas de crimes violentos letais, de desaparecimentos e de denúncias de torturas por milita-res explodiram, sendo que o Exército continua nas ruas.

De fato, segundo as boas práticas internacionais, o papel do governo federal se insere na tríade como: indutor das boas políticas locais; capacitador dos entes subnacionais (gestores e operadores da segurança pública); e financiador das ações efetivas. Sendo que o financiamento tem um papel crucial para induzir a mudança do jogo. No Brasil, um papel adicio-nal seria o de coordenação, sem implicar em subordinação, de esferas de padronização e pactuação de Normas Opera-cionais e de Regras de Classificação Contábil e/ou Estatística. A importância de se pensar uma estratégia de finan-ciamento para a segurança pública nesse momento é vi-tal e passa não apenas pelo volume e possíveis fontes de recursos mas, sobretudo, pelo destino dos mesmos, que possam induzir à mudança do equilíbrio perverso na se-gurança pública. Por último, pensar o financiamento en-volve também uma arquitetura de governança que possa garantir o estabelecimento de mecanismos de sistema-tização, responsabilidades federativas e controle dos re-cursos, com menos burocracia possível. E, para isso, te-mos que ter indicadores robustos de desempenho, para que metas e objetivos comuns possam ser estabelecidos.

Estratégias parecidas foram implantadas no Brasil, desde o começo dos anos 1990, nas áreas de educação, assistência social e saúde. Propostas existem, como as que constam em documentos produzidos pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Falta agora vontade política para dei-xarmos os refletores de lado e investirmos em um sistema de segurança pública orientado para a efetividade cidadã. Que a proposta de criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), em tramitação no Congresso, ajude o Ministério Ex-traordinário da Segurança Pública a ser mais do que apenas uma boa intenção. Temos que reduzir o medo e combater a violência com inteligência e planejamento.

As sucessivas quedas da taxa referen-cial do Sistema Espereferen-cial de Liquidação e de Custódia (Selic), fixadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, não têm tido reflexo no acesso ao crédito por pessoas físicas e jurídicas. Ao contrário. Os bancos cobram juros eleva-dos aos tomadores de empréstimos, frus-trando a expectativa de quem precisa de dinheiro, sobretudo, no setor produtivo, para alavancar os negócios.

Entre as muitas justificativas das ins-tituições financeiras para o não repasse da redução dos juros aos clientes, estão a inadimplência, a morosidade do Judi-ciário em processos de execução de ga-rantia dos contratos de financiamento, e os impostos. Tais fatores seriam em-pecilhos ao repasse dos juros aos clien-tes. Há um movimento político contrário ao uso do Cadastro Positivo, mecanismo que poderia ser aplicado para distinguir os bons e os maus pagadores, e permi-tir aos bancos tratamento diferenciado aos que honram os compromissos, com taxas civilizadas e prazos mais dilatados

para a quitação de débitos.

Ao contrário de outros países, onde há marcos legais que permitem às ins-tituições a rápida recuperação do bem financiado em caso de inadimplência, no Brasil, as ações judiciais tramitam tão lentamente que o bem, quando recupe-rado, se transformou em sucata. Essa re-alidade aumenta o risco das operações de crédito. Assim, bancos e financeiras aumentam os encargos, o que encarece o dinheiro, para se protegerem.

A carga tributária não pressiona uni-camente o setor. É peso que recai, indis-tintamente, sobre os ombros de todos os segmentos produtivos e dos cidadãos, eleva o Custo Brasil, estimula os conflitos fis-cais, favorece a informalidade, entre ou-tros danos à economia. Remédio seria a reforma fiscal. Mas a falta de consenso em torno do tema constitui entrave que preci-sa ser superado pelo Congresso Nacional. Há, ainda, a falta de concorrência no mercado. Hoje, poucas instituições con-centram as operações de financiamen-to. São elas que definem o que querem

cobrar dos correntistas ou dos tomado-res de empréstimo, de modo a ptomado-reser- preser-var lucro crescente. A entrada de ban-cos estrangeiros no mercado nacional em quase nada tem contribuído para conter os juros aos consumidores em patamar civilizado.

Eles adotam a mesma estratégia dos nacionais. Ou seja, não há concorrência, mas uma concertação tácita que em nada colabora para que empresas e brasileiros usufruam da política monetária condu-zida pelo Banco Central. As empresas de tecnologia na área de intermediação fi-nanceira (fintechs) são aposta no aumen-to da concorrência.

Ante tantos obstáculos, a intervenção do poder público e do Legislativo se faz necessária para limpar as barreiras à re-dução dos custos para os tomadores de financiamento, seja pessoa jurídica, seja pessoa física. Impõe-se decisão política, tratar a questão com a seriedade exigida e dar a resposta pela sociedade. Até quando as políticas governamentais serão coad-juvantes do sistema financeiro?

Apreciava-se a vida pela janela. Por esse aconchegante retângulo, o sol nascia e se punha no entardecer. Desse espaço, a moça espiava o tempo e desejava que passasse, para ver através dele o seu sonho com olhar de desejo, mas cheio de promessas; por ela, as crianças, muitas vezes, expiavam os seus pecados advindos de alguma traquinagem. E o castigo era ficar quieto naquele venti-lado vão da casa. (Ora, ora, quantos, como punição, passaram todo o carnaval à janela! No máximo tinham o direito de jogar ser-pentina ou alguns exíguos confetes.) Por aquele espaço, eu, tantas vezes, ainda pe-queno, espiava a vida, que se escorria no andar despreocupado do transeunte a pas-sar pala rua. É verdade: a vida era daquele tamanho. Sentado, às vezes, passava toda a tarde, a ver o tempo e as pessoas se esco-arem. O tempo era imenso, intranscurso.

Tinha-se tempo para tudo: olhar, con-versar, brincar e fofocar. Começava com o nascer do sol e findava quando ele declinava caindo lá no final da rua, com o semblante avermelhado de quem já havia cumprido o seu dever de nos conceder a luz e o calor. Visto daquele vão da casa, o entardecer era de uma beleza de um quadro em cores re-nascentistas, projetando na visão infantil os conflitos multicores, sendo a vermelhidão que se espraiava e, a um só tempo, arrefecia a crueza salutar dos seus raios.

Era da janela. (Ou era a janela?!) Uma espécie de mirante, onde as crianças nela ficavam, ou sentadas ou apenas com parte do corpo de fora, a projetar-se para a cal-çada. De lá se espiava a vida. As pessoas passavam. Falavam. Cumprimentavam-se. Perguntavam pelos de casa. Sobre a saúde de quem estivesse acometido de algum mal.

Inaugurado em 1974, o Hospital e Ma-ternidade Marly Sarney, desde seu início, sempre ocupou um lugar de destaque na assistência materno-infantil no Mara-nhão. Com mais de 40 anos de existên-cia, milhares foram os maranhenses que iniciaram suas histórias nesse hospital.

Através da janela, vivia-se intensamente o cotidiano. Também, convivia-se. Sem a ja-nela, o homem era tão pequeno, parecendo mais um anão fora do circo, sem a graça das estripulias do picadeiro. Era mais um urso no seu momento de hibernação. Vi-via a solidão da impossibilidade de convier com as alegrias e as tristezas da rua. Da ja-nela tudo se sabia, tintim por tintim. Não havia vida privada. Tudo era devassado. Ai daquele ou daquela que tivesse uma intimi-dade extraconjugal. O filme da infideliintimi-dade descortinava-se pela janela. E, como um clip atrevido, saía de casa em casa, pespe-gando no infaustoso a denúncia do crime. Não sobrava pedra sobre pedra.

E desse reduzido retângulo das porta-e-janelas, captavam- se os fatos e se dava a eles ampla divulgação. Não havia a frontei-ra entre o privado e o público. A vida, pois, costumava ser mais bela da janela. E, às vezes, infelizmente, triste. Lembro, ainda, compungido, que recebi, sentado na janela, a notícia do cruel assassinato de um ami-go, cujo nome era Pedro Rico,. Era um dia de chuva fina, dessas que molha. Percebi o movimento que se fazia no final da rua. Na esquina que dava para a Vila Macaúba. Um carro preto, marca “Prefecti” (ou coisa assim), parava bem no final e alguém era posto no seu interior. Passou pela porta de casa numa velocidade incomum para época.

E, de imediato, soube que Pedro Rico ti-nha sido esfaqueado e fora levado ao Pron-to Socorro, da Rua do Passeio. Acionada a rádio Ribamar - a emissora dos Apicuns –, com a presteza de sempre, dava a notícia da sua morte logo ao iniciar atendimento médico de emergência. Era um dia chuvoso e com ar de tristeza, que ficou mais triste ainda. Sem menos esperar, pulei da janela, indo até as imediações da casa da vítima, onde havia uma imensa poça de sangue a se espalhar até porta de sua casa.

Fiquei sabendo, com os detalhes dos que presenciaram, como Pedro Rico fora brutalmente assassinado: esfaqueado, co-vardemente, como um porco, sem sequer ter direito ao grito de clemência. Ainda

as-sim, da janela via-se o dia mais claro, sem a opacidade das venezianas, ou dos vidros intransparentes. O céu mais azul. As nuvens mais brancas. A rua sempre mais alegre, com o vendedor de pirulito, de cuscuz, e o verdureiro, sempre pontual, no início da manhã. As tristezas das pessoas eram ame-nizadas pelos rebuliços alegres das crianças. As conversas atravessam metros de distân-cia, sem precisar do fio telefônico, chegan-do com intimidade e nitidez ao ouvichegan-do chegan-dos interessados. Conversava-se, assim, com mais intimidade.

Namorava-se com mais encanto. E o canto da dona-de- casa varava a janela e retumbava pela vizinhança. A voz esgani-çada de quem cantava, era a certeza de que o serviço da casa estava sendo feito e a co-mida, na panela, soltava os primeiros odo-res. Em cada casa uma verdadeira Maria Callas, cantando a sua opereta doméstica, de alegria ou tristeza. Não havia o aprisio-namento da grade. Vivia-se e dormia-se a liberdade da janela escancarada. Ou encos-tada apenas, sem ferrolho. E ainda uma ban-da aberta, para que o vento, passando pelo vão, espargisse a sua alegria e amenizasse o calor. Havia nisso a felicidade da janela aberta. Da janela, o mundo tinha a poesia da liberdade. Chico Buarque, esse grande cultor da janela, diz na sua canção que “o tempo passou na janela e só Carolina não viu”, e ainda que toda gente homenageia Januária na janela.

Vê-se que a janela, na verdade, é, sobre-tudo, além de uma expressão cultural de vida, é um referencial poético. Outro artista popular, na sua alegre irreverência, canta-va num estribilho carncanta-valesco que “televi-são de pobre é janela de trem”. Do que se pode concluir: a janela, além do seu sen-tido poético e de se constituir num modo de vida, fez-nos escravos do seu lirismo. E indaga-se: o que seria de Chico sem a ja-nela? Bem, deixa pra lá. O que não se pode é viver sem ela. A vida perderia toda a gra-ça de ser. Aliás, está perdendo. Sem janela, somos um Robinson Crusoe encarcerados nas frias paredes da solidão.

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NEGÓCIOS

São Luís, quinta-feira, 5 de abril de 2018

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Pequena empresa terá Refis

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Responsável: Samartony Martins E-mail: samartonymartins@gmail.com

DIREITO GARANTIDO

Licença-maternidade

de 180 dias é aprovada

Congresso derruba veto ao programa. Devedores poderão parcelar dívidas tributárias em até

175 meses. Impacto fiscal será de R$ 7 bilhões, mas não será sentido no orçamento deste ano

Deputados federais e senadores negociaram a medida com o governo e entidades ligadas ao segmento

ANTONIO TEMÓTEO RODOLFO COSTA

O

Congresso derrubou na

última segunda-feira (2) os vetos do Planal-to ao Refis das micro e pequenas empresas, à renego-ciação de dívidas do Funrural e à reformulação da carreira de agentes comunitários de saú-de e saú-de agentes saú-de combate a endemias. O Executivo não di-vulgou o impacto fiscal das me-didas, mas estimativas do Servi-ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que somente o Refis das empresas de menor porte implicará renúncia tributária de R$ 7 bilhões em 15 anos.

Pelo Programa Especial de Regularização Tributária das Mi-croempresas e Empresas de Pe-queno Porte optantes pelo Sim-ples Nacional, será exigido dos devedores, como entrada, um pagamento de 5% do valor da dívida, sem desconto, que po-derá ser parcelado em cinco meses. O remanescente pode-rá ser quitado por meio de três modalidades. Na primeira, em parcela única, com redução de 90% dos juros de mora, de 70% das multas de mora, e de 100% dos encargos legais, inclusive honorários advocatícios.

Na segunda opção, as empre-sas poderão realizar um parce-lamento de até 145 meses, com redução de 80% dos juros de mora, de 50% das multas de mora, e de 100% dos encargos legais. No terceiro caso, poderão fazer um financiamento em até 175 meses, com redução de 50%

A licença- maternidade de 180 dias, já praticada por em-presas públicas e algumas pri-vadas, está mais perto de ser uma realidade para todas as mulheres. Foi aprovado, on-tem (4), na Comissão de As-suntos Sociais (CAS) do Sena-do, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 72/2017, que amplia o prazo da licença-maternidade de 120 para 180 dias.

O texto, de autoria da se-nadora Rose de Freitas (MDB-ES), também permite ao pai acompanhar a mãe do bebê em consultas e exames durante a gravidez. Como foi aprovado em caráter terminativo, caso não haja recurso para que a proposta seja analisada pelo plenário do Senado, o texto seguirá direto para a Câmara dos Deputados. “É uma me-dida que estimula a paterni-dade responsável, inserindo o genitor, desde os primei-ros momentos, na rotina de cuidados com o seu filho que irá nascer”, disse o relator da proposta, Paulo Paim (PT-RS).

Sobre a extensão da li-cença maternidade, o rela-tor indicou dados da Socie-dade Brasileira de Pediatria, mostrando que bebês que fi-cam seis meses ao lado da mãe têm reduzidas as chances de contrair pneumonia, desen-volver anemia ou sofrer com crises de diarreia. Segundo o relator, o Brasil gasta somas altíssimas por ano para aten-der crianças com doenças que poderiam ser evitadas, caso a amamentação regular tivesse

ocorrido durante os primei-ros meses de vida.

Novidades

Outra proposta mais abran-gente sobre o assunto está em análise na comissão, mas ape-sar de lida e discutida, ain-da não pode ser votaain-da por falta de quórum. Também da senadora Rose Freitas, o PLS 151/2017 modifica a Conso-lidação das Leis do Trabalho (CLT) para ampliar a licença-maternidade para 180 dias, permitindo o compartilha-mento de 60 dias, mesmo nos casos de licença-adoção. Na proposta, além de ampliar o tempo da licença, a senadora sugere o aumento no prazo da licença-maternidade, com a possibilidade de compartilha-mento, como estímulo à pa-ternidade responsável.

A proposta ainda prevê a concessão de licença-materni-dade em dobro, no caso de filho com deficiência ou com neces-sidade especial, com previsão de compartilhamento por até a metade do prazo, com o côn-juge ou companheiro, de for-ma alternada.O senador Jorge Viana (PT-AC), relator da pro-posta, apresentou um substi-tutivo ao projeto, favorável ao compartilhamento dos cuida-dos da criança nos primeiros meses de vida. Para o senador, cabe aos pais, em conjunto, decidir quem está mais apto, nos primeiros meses de vida do bebê, a ficar afastado de seu posto de trabalho.

ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

dos juros de mora, de 25% das multas e de 100% dos encargos.

Conforme a lei, o prazo de adesão ao Refis será de até 90 dias, após a entrada em vigor da norma. Nas contas do Se-brae, 600 mil empresas devem R$ 20 bilhões em impostos ao governo. Na argumentação que encaminhou à Casa Civil para justificar o veto, o Ministério da Fazenda informou que a pro-posta “representa uma incon-sistência técnica, na medida em que o Simples Nacional é um regime de tributação favo-recida, e a inadimplência im-plica exclusão do regime”. Além disso, a pasta esclareceu que a medida fere a Lei de Responsa-bilidade Fiscal.

Nas contas do Ministério do Planejamento, as empresas be-neficiadas pelo Simples já gozam de regime tributário

diferen-ciado, com renúncia estimada em R$ 80,6 bilhões em 2018. Com a derrubada dos vetos, a norma determina que as dívi-das vencidívi-das até novembro de 2017 poderão ser renegociadas por meio do Refis.

Manobra

Os impactos do Refis do Sim-ples não recairão sobre o or-çamento deste ano, avaliou o presidente do Sebrae, Guilher-me Afif Domingos. Essa era a condição principal negociada entre governo federal e entida-des ligadas às micro e peque-nas empresas para articular a derrubada do veto com parla-mentares da base.

Afif explicou que a homo-logação do Refis deve ocorrer somente em maio. Como são necessários 90 dias de prazo para começar o pagamento

da dívida, a expectativa é de que os débitos comecem a ser quitados somente em agosto. E como a lei prevê um sinal de 5% pago em cinco meses, qualquer impacto ficaria so-mente para 2019.

Sem essa manobra, Temer poderia incorrer até em crime de responsabilidade fiscal caso levasse adiante o Refis. “É inte-ressante que tem uma determi-nação constitucional de presti-giamento da pequena e micro empresa, mas, em nível infra-constitucional, a Lei de Res-ponsabilidade Fiscal diz que, se tiver impacto financeiro, não pode sancionar (o Refis). Daí, a razão pela qual tive que vetar”, justificou o chefe do Executivo. “Mas, desde logo, começamos a terçar armas para verificar como colaborar para a derru-bada do veto”, acrescentou.

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ESPECIAL

6

São Luís, quinta-feira, 5 de abril de 2018

COMO SERÁ

Ministério da Educação entregou documento que regular 60% da carga horária. Enem deve mudar a partir de 2020

Um ponto de

mudanças

significativas para

os parâmetros da

educação do país

Mendonça Filho,

ministro da Educação

Responsável: George Raposo E-mail: gdinamite@gmail.com

Novo ensino médio

A

nova versão da Base

Nacional Comum

Curricular (BNCC) do ensino médio foi entregue pelo Ministério da Educação (MEC), na tarde da última terça (3), ao Conselho Nacional de Educação (CNE). O documento orientará a parte obrigatória do curso, equiva-lente a 60% da carga horária, e deverá ser analisado e apro-vado pelo colegiado antes de começar a valer. As mudanças na versão das etapas de edu-cação infantil e fundamental ocorreram em 2016.

O texto determina que a BNCC do ensino médio seja organizada por áreas do co-nhecimento separadas em lin-guagens, matemática, ciên-cias da natureza e ciênciên-cias humanas. A previsão é de que apenas as disciplinas de lín-gua portuguesa e matemá-tica sejam obrigatórias para o ensino médio. O currículo determina que as disciplinas obrigatórias corresponderão a 1,8 mil horas-aulas.

A orientação dos itinerá-rios formativos, equivalente a 40% da carga horária, deverá somar 1,2 mil horas-aulas e será desenvolvida pelos esta-dos ou pelas escolas. As áreas de aprofundamento poderão ser ofertadas em cada uma delas ou combinando dife-rentes. Outra opção é focar em algum aspecto específico de uma área. O MEC disponi-bilizará um guia de orienta-ção para a elaboraorienta-ção desses itinerários.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, definiu o mo-mento como um marco his-tórico e como um assunto de Estado, que não se restringe ao governo de Michel Temer. “Um ponto de mudanças sig-nificativas para os parâmetros da educação do país”, afir-mou. Ele também destacou o esforço pela busca de uma educação em tempo integral.

O ministro lembrou que a reforma do ensino médio está em debate há algum tempo e assegura aos jovens um for-mato próximo ao que ocorre nos países de melhor desem-penho educacional. “O Brasil não poderia evoluir, do ponto de vista educacional, no que diz respeito ao ensino médio, se mantivéssemos um padrão único para todos e não con-siderássemos os projetos de vida, as vocações individuais, aquilo quem está mais próxi-mo de suas habilidades pes-soais e cada jovem do nosso querido Brasil”, argumentou.

Para ele, a BNCC é a etapa que complementa a reforma no ensino médio, mas desta-cou que o país ainda tem um desafio “gigante” pela fren-te na execução dessas mu-danças. “A agenda é ampla e tem que envolver a socie-dade como um todo. Não dá para termos uma substancial mudança na educação se, por ventura, não houver um en-volvimento da sociedade bra-sileira”, completou.

Qual a relação com a BNCC já aprovada em dezembro?

Esta é a segunda etapa na definição das diretrizes de tudo o que deve ser obrigatoriamente ensinado nas escolas de todo Brasil: a primeira etapa foi concluída com a finalização da base específica para o ensino infantil e fundamental, que deve ser implementada até 2020. Agora, a atual versão da BNCC do ensino médio vai passar por audiências e debates antes de o texto ser finalizado. Depois disso, ele será votado no Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologado pelo ministério da Educação.

O Enem vai mudar?

Sim, o MEC trabalha com a necessidade de futuras adequações no exame. Porém, segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, qualquer mudança no Enem só deve ocorrer a partir de 2020.

“O processo de adaptação do Enem, respeitando toda essa concepção estabelecida da Base Curricular do ensino médio, será gradual, e certamente só a partir de 2020 em diante”, afirmou o ministro.

Qual a relação da BNCC com a reforma insituída via MP por Temer?

A reforma foi um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio implementadas via Medida Provisória. Elas foram apresentadas pelo governo federal em 22 de setembro de 2016. A reforma flexibilizou o conteúdo que será ensinado aos alunos, mudou a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo e deu novo peso ao ensino técnico. Entretanto, para entrar de fato em vigor, a reforma precisa da BNCC para

apontar a diretriz do que se espera que os alunos aprendam, para que, no passo seguinte, estados, municípios e a rede privada elaborem seus currículos.

Essa é a versão final da BNCC?

Não. A versão apresentada pelo MEC é a terceira desde o início do processo de elaboração, mas ainda não é final: ela ainda precisa ser analisada e votada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que já confirmou que realizará audiências pelo Brasil para ouvir as contribuições da sociedade. Porém, alterações e emendas podem ser feitas, mas a versão não pode ser completamente reelaborada.

A BNCC funciona como currículo para as escolas?

Não. A Base, segundo o próprio documento, é uma “referência nacional comum e obrigatória para a elaboração dos seus currículos e propostas pedagógicas”. Ela não se trata do currículo escolar. O currículo é definido em cada escola e as competências e habilidades previstas na BNCC devem preencher 60% da carga horária do ensino médio.

Há disciplinas que deixarão de ser obrigatórias no ensino médio?

A rigor, nenhuma. A BNCC prevê que apenas matemática e língua

portuguesa sejam disciplinas obrigatórias nos três anos da etapa final da educação básica. A regra, porém, não é nova. Apesar de os adultos de hoje terem tido aulas de química, história, geografia, biologia e física em todos os anos do ensino médio (ou do antigo colegial), essas matérias nunca tiveram seu ensino obrigatório por lei.

A prevalência dessas aulas é, em parte, explicada pelos conteúdos exigidos nos vestibulares.

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) sempre manteve como obrigatórias, no três anos do ensino médio, apenas língua portuguesa e matemática. Entre as demais disciplinas, as únicas que também já eram obrigatórias, mas não necessariamente em todos os anos, são artes, educação física, língua estrangeira e história e cultura afro-brasileira e indígena. Com a divulgação da última versão da BNCC pelo Ministério da Educação, a novidade é que competências e habilidades das áreas de ciências humanas e da natureza também passam a ser oficialmente obrigatórias no ensino médio.

Apesar de as escolas não serem obrigadas a oferecer essas disciplinas em todos os três anos, elas podem fazê-lo, desde que cumpram os requisitos obrigatórios, como a aplicação dos conteúdos da BNCC na carga horária mínima exigida.

Qual a carga horária prevista pela BNCC?

O documento prevê que as três mil horas do ensino médio sejam divididas em duas partes: 1.800 horas para os conteúdos das quatro áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza), e 1.200 para os itinerários formativos, onde cada escola poderá se aprofundar em uma ou mais áreas.

“Itinerários formativos serão desenvolvidos pelos estados e escolas. O MEC não fará a definição de itinerarios, mas sim, um guia de orientação para apoiar estados e municípios”, afirmou Maria Helena Guimarães de Castro, secretária executiva do MEC.

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GERAL

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São Luís, quinta-feira, 5 de abril de 2018

Vacinação contra

HPV e meningite

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Responsável: Paulo de Tarso Jr. E-mail: paulojr.jornalismo@gmail.com

Bairro do João de Deus recebe campanha de vacinação para adolescentes

entre nove e 14 anos no próximo sábado a partir das 8h

CONSULTÓRIO VOLANTE

Alemanha ganha

serviços de saúde

P

ara aumentar a cobertura

vacinal no Maranhão, o governo do estado está convocando adolescentes para se vacinarem contra HPV e meningite C. O Dia D da Cam-panha será realizado, no próxi-mo sábado (7), a partir das 8h, na Unidade de Ensino Básico (UEB) Maria José Vaz dos Santos, no bairro João de Deus, durante edição do Mais Saúde.

A ação, desenvolvida em par-ceria com as Secretarias de Es-tado da Saúde (SES) e Educação (Seduc), em parceria com as Se-cretarias Municipais, ocorrerá entre os dias 7 e 27 deste mês. A estratégia é intensificar a va-cinação e, desta forma, prote-ger meninos e meninas contra HPV e meningite C.

Deverão ser vacinadas contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Nes-te ano, o Ministério da Saúde ampliou a faixa etária da vacina meningite C para adolescentes, que agora passa a ser 11 a 14 anos de idade. Em 2017, esta-vam sendo vacinados contra a doença meninas e meninos de 12 a 13 anos.

“Estamos priorizando a pre-venção, incentivando os para im-portância da imunização. Para ampliarmos o índice de vacina-ção no Maranhão, contamos com o engajamento da população e dos gestores da Saúde e Educa-ção”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.

A superintendente de Epide-miologia e Controle de Doenças da SES, Maria das Graças Lírio

Uma série de serviços de saúde oferecidos gratuitamente à população em diversos bair-ros da capital, com as ações do programa Saúde para To-dos - Consultório Volante. Na iniciativa, realizada pela Pre-feitura de São Luís, a carre-ta itinerante que é equipada com consultório, visita as co-munidades levando serviços essenciais de saúde. A ação, implantada na gestão do pre-feito Edivaldo, está sendo pro-movida desde o mês de março e em abril inicia com ativida-des no bairro Alemanha, hoje e amanhã. Até o dia 28 deste mês, a carreta percorrerá di-versos bairros da cidade.

O Saúde para Todos - Con-sultório Volante é desenvolvi-do pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e tem como foco aproximar os serviços de saúde da população e ampliar a assistência na área da aten-ção básica, pontua o titular da Semus, Lula Fylho. “Essa é uma grande estratégia da gestão do prefeito Edivaldo para complementar a oferta de serviços de atenção básica. Com isso, amplia o acesso da população, especialmente nas comunidades mais distantes”,

reforça Lula Fylho.

A abertura da agenda do mês de abril será no Centro Beneficente Nossa Senhora da Glória, no bairro Alema-nha, hoje, das 8h às 12h, e amanhã, das 8h às 17h. Entre os serviços, estão consulta médica com clínico geral e pediatra, serviços de enfer-magem; triagem; coleta de exames laboratoriais; aconse-lhamento e teste rápido para detecção de doenças como Aids, sífilis e hepatites; imuni-zação (contra doenças como tétano, hepatite B, rubéola e febre amarela); preventivo; farmácia básica; odontolo-gia; e atividades educativas com informações de saúde.

O Saúde para Todos conta com o suporte de um consul-tório volante - resultado de emenda parlamentar do vere-ador Pavão Filho. No consultó-rio, são realizados atendimen-tos médicos e odontológicos e exames preventivos. Com o programa, a Prefeitura am-plia as ações para vários bair-ros da cidade. Iniciado em março, o programa realizou sete edições em quatro bair-ros, alcançando aproximada-mente oito mil pessoas. Leite, explica que a estratégia

adotada para a realização da va-cinação nas escolas públicas im-pulsiona a cobertura vacinal. “A intenção é ampliar a oportuni-dade de prevenção destas doen-ças”, afirma. A vacinação contra HPV e meningite C é ofertada na rotina das unidades básicas de saúde do Estado.

Vacinas

Cada município definirá a es-tratégia da vacinação. Para esta campanha, o Departamento de Doenças Imunopreveníveis da SES enviou 19.520 doses de vaci-nas contra HPV e 19.007 contra meningite C às Unidades

Regio-nais de Saúde (URSs), que são as responsáveis pela distribuição dos insumos aos municípios.

Para os adolescentes que to-marão a primeira dose nas Uni-dades Básicas de Saúde não há necessidade de autorização es-crita ou acompanhamento dos pais ou responsáveis. Para a va-cinação em escolas, caso o pai ou responsável não autorize a vacinação da adolescente, orien-ta-se que assine e encaminhe à escola o “Termo de Recusa de Vacinação contra HPV”, distri-buído pelas escolas antes da va-cinação. Durante a ação será ne-cessária apresentação do cartão de vacinação do adolescente.

Adolescentes que completa-ram 15 anos e estão com o esque-ma incompleto para HPV podem se vacinar, apresentando o cartão de vacinas. Ressalta-se que para os adolescentes que iniciarão a primeira dose da vacina HPV

aos 14 anos, a segunda dose de-verá ser administrada com um intervalo mínimo de 6 meses e máximo de até 12 meses.

Prevenção

A vacina HPV quadrivalente fornece proteção para quatro subtipos do vírus, com 98% de eficácia para quem segue cor-retamente o esquema da vaci-na. A principal forma de trans-missão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manu-al-genital. Estima-se que entre 25% a 50% da população femi-nina e 50% da população mas-culina mundial esteja infectada pelo HPV.

Para os meninos a impor-tância da vacinação é proteger contra os cânceres de pênis, gar-ganta e ânus, doenças que es-tão diretamente relacionadas ao HPV. Vale ressaltar que os cân-ceres de garganta e de boca são o sexto tipo de câncer no mun-do, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes.

Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-can-cerosas; verrugas genitais e in-fecções causadas pelo vírus. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, sendo o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do cân-cer de mama e a quarta causa de morte de mulheres por cân-cer no Brasil. A vacina menin-gocócica C conjugada protege contra a doença invasiva causa-da pela Neisseria Meningitidis do sorogrupo C. Neste ano, ela está disponibilizada para ado-lescentes de 11 a 14 anos.

Referências

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