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RELATÓRIO TÉCNICO CIRCUNSTÂNCIADO Nº 008/2007

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FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

RELATÓRIO TÉCNICO CIRCUNSTÂNCIADO Nº 008/2007 Origem: Solicitação da SEMAD.

Assunto: Vistoria técnica no Loteamento “Parque Brasil” localizado no município de

Juiz de Fora.

INTRODUÇÃO

O presente Relatório Técnico refere-se à análise do empreendimento denominado “Condomínio Residencial Parque Brasil”, previsto para ser implantado no Sitio Malícia, localizado no município de Juiz de Fora, em área urbana limítrofe a Área de Proteção Ambiental Estadual Mata do Krambeck.Este relatório pretende subsidiar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/SEMAD, na condução da regularização ambiental do empreendimento.

Em 13-07-2005, foi realizada vistoria pela equipe técnica da Feam, na área do sitio Malicia, onde se pretende implantar o Loteamento Residencial Parque Brasil em atendimento à requisição da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Comarca de Juiz de Fora encaminhada à FEAM.

Em 14/07/06 foi concedida a Licença Previa – LP para o empreendimento em questão pela Agência de Gestão Ambiental de Juiz de Fora - Agenda JF, tendo sido analisado o Relatório de Controle Ambiental - RCA.O Parecer Técnico elaborado na ocasião abordou as seguintes questões relativas à infra-estrutura: abertura e calçamento de vias; abastecimento de água, tratamento de esgotos, drenagem pluvial, iluminação das vias, construção das edificações, acessos ao condomínio e resíduos sólidos.

No dia 01/03/2007 foi realizada vistoria técnica conjunta Feam/IEF na área onde se pretende implantar o empreendimento “Condomínio Parque Brasil”, visando atender a uma demanda da SEMAD. Também estiveram presentes no local o empreendedor, sua advogada, o arquiteto responsável pelo projeto urbanístico e representantes da AGENDA JF.

Na mesma oportunidade, após visita ao entorno da área onde se pretende implantar o empreendimento, observou-se a ocupação por edificações habitadas por população de baixa renda na área limite a sudeste do empreendimento.

A topografia pode ser considerada com baixa declividade nas áreas previstas para ocupação dos lotes.As áreas com maiores declividades são aquelas destinadas à RPPN, inclusive a área a ser recuperada devido à existência de processos erosivos na mesma.

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A área do sítio possui algumas edificações, vias de circulação, açudes e barramentos anteriores ao projeto proposto para o empreendimento, não tendo sido constatado em vistoria o início de implantação do mesmo.

O município de Juiz de Fora está inserido no bioma da Mata Atlântica, localizado na Zona da Mata Mineira.

Observou-se três barramentos de cursos d’água, formando três açudes, com presença de vegetação invasora nos mesmos. Um destes açudes localiza-se próximo à sede do sítio e encontra-se assoreado em detrimento de processos erosivos instaurados à montante. Os outros dois açudes localizam-se no curso d’água principal existente na área em discussão. O de maior lamina d’água, encontra-se na porção central da propriedade e outro na entrada do sítio, a jusante de uma área brejosa (ver planta em anexo). Os açudes do curso d’água principal são abastecidos por nascentes existentes dentro da propriedade.

DISCUSSÃO

O projeto proposto prevê uma baixa densidade populacional, o que pode resultar em um menor impacto ambiental em relação a uma ocupação mais adensada.

Quando às vias de circulação propostas para o empreendimento, foi informado pelo arquiteto responsável pelo projeto urbanístico que serão utilizadas as vias já existentes na área, que margeiam os açudes e transpõem cursos d’água, não sendo necessária a abertura de novas vias. Também foi informado que para evitar novos impactos nas APP’s de recursos hídricos, haverá restrição quanto à circulação de veículos de maior porte no interior do empreendimento.Foi constatada a partir da vistoria que alguns trechos das vias já existentes na área da gleba estão localizadas em APP’s de recursos hídricos. Ressalta-se que quando da repavimentação das vias, possíveis alterações nestas poderão resultar em intervenção na APP dos açudes e curso d´água.

Durante a vistoria foi verificada a ocorrência de processos erosivos em áreas onde está prevista a locação de alguns lotes próximos à sede do sítio.

A proposta urbanística inicial contemplava a locação de 90 lotes, entretanto, foi sugerida pelo IEF a exclusão dos lotes de número 33 a 40; 43 a 49 e de 51 a 53, tendo em vista a grande concentração de indivíduos de Euterpe edulis, palmito -jussara e a proximidade de uma nascente. Sendo assim, houve uma redução do número total de lotes de 90 para 72, tendo o empreendedor se manifestado favoravelmente a esta redução.Quanto à dimensão dos lotes, estes terão área de aproximadamente 1.500 m2.

De acordo com o projeto urbanístico apresentado, a equipe técnica da Feam observou a previsão da disposição de um lote (lote nº 31) em área inundável. Além disso, há que se ressaltar que com base no projeto urbanístico constante na página 210 do processo de licenciamento junto à Agenda JF, constatou-se que as áreas dos lotes 04, 06,08, 09, 30 e de 80 a 89 e as áreas de usos diversos localizadas próximo à entrada do empreendimento pela rua Coronel Novaes, englobam APP’s de recursos hídricos,

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sendo necessária manifestação para intervenção nas mesmas. Sendo assim, destes referidos lotes deverão ser excluídas as áreas de preservação permanente – APP, conforme posicionado pelo Coordenador de Licenciamento Ambiental do IEF Jadir Silva de Oliveira, co-autor deste relatório.

Foi constatada divergência nas plantas apresentadas no que se refere à marcação dos cursos d´água. A planta do projeto de implantação datada de 13/04/2005 não apresenta a demarcação dos cursos d´água que alimentam o açude maior, especialmente em relação aos dois cursos que delimitam o lote 22. Sendo assim, as respectivas APP´s que não foram indicadas na planta deverão ser consideradas, acarretando no mesmo procedimento determinado para os lotes acima citados.

De acordo com os estudos ambientais apresentados pelo empreendedor, foram identificadas espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção na área onde se pretende implantar o empreendimento.

A ocupação por lotes se dará basicamente em uma área do terreno ocupada por indivíduos arbóreos adultos esparsamente distribuídos e de espécies características do bioma atlântico, não havendo presença de sub-bosque.

Está prevista no projeto urbanístico a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural –RPPN em área de aproximadamente 33 ha constituída por um remanescente florestal, que constituirá uma zona de amortecimento da APA do Krambeck

Sugere-se que o empreendedor informe ao futuro comprador sobre a necessidade de autorização do órgão competente para desmatamento na área dos lotes.

Em decorrência da vistoria, foi lavrado um Auto de Fiscalização n°00672/2007, onde além de algumas das observações já mencionadas,verificou-se a necessidade de adoção de medidas emergenciais para a contenção dos processos erosivos localizados próximo à sede do sítio.

Acompanha este documento um relatório fotográfico, a cópia do auto de fiscalização No 00672/2007 lavrado na oportunidade da realização da vistoria técnica conjunta em 01/03/2007 e o Laudo Técnico do IEF.

CONCLUSÃO

Tendo em vista o convênio de cooperação técnica e administrativa firmado entre o Governo do Estado de Minas Gerais por meio da SEMAD com a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora datado de 22/01/02, o Licenciamento Ambiental do empreendimento é competência do município uma vez que a área total do empreendimento é inferior a 100 ha. Tal convênio define em sua cláusula 1a que: “Este Convênio tem por objeto a cooperação administrativa e técnica entre as partes, visando ao licenciamento e fiscalização das atividades de impacto ambiental local pelo MUNICÍPIO, de maneira

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harmônica e integrada às atividades desenvolvidas pelos órgãos e entidades estaduais

componentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente

SISNAMA”.

De acordo com as considerações contidas no quadro-resumo sobre o enquadramento de loteamentos para o licenciamento ambiental, que considera as Deliberações COPAM 074/2004 e 058/2002, o empreendimento é passível de licenciamento ambiental sendo enquadrado na classe 3 (potencial poluidor geral – M, porte – M, densidade populacional- 3,6 hab/ha ).

A análise da Feam indica que a ocupação da área do Sítio Malícia da forma que é proposta, poderá atenuar a pressão exercida pela ocupação urbana observada na área limite a sudeste do empreendimento. A criação da RPPN com 41,2% da área total do empreendimento, a destinação de 16,2% da propriedade para recuperação ambiental, 15,85 % ao cordão verde, 13,27 % à APP demonstram a preocupação efetiva com a proteção da APA do Krambeck, considerando-se ainda que apenas 13,48% da área serão efetivamente ocupados, com 6,24% destinados à área construída. Considera-se também significativa para fins de proteção ambiental, a baixa densidade populacional proposta, 3,6 habitantes por hectare.

O licenciamento do empreendimento “Parque Brasil”, foi iniciado no âmbito municipal tendo inclusive sido concedida a Licença Prévia – LP. Para a continuidade da análise, recomenda-se o cumprimento das condicionantes propostas pelo IEF em seu Laudo datado de 20 de outubro de 2006 e por este Relatório Técnico DIURB 008/2007.

(a) Andréa Brandão Andrade (a) Djeanne Campos Leão Analista Ambiental Analista Ambiental

MASP: 1149341-8 MASP: 1080413-6

(a) Rubia Cecília Francisco (a) Regina Lúcia Medeiros de Souza Analista Ambiental Gerente/DIURB

MASP: 1148550-5 MASP: 1043925-5

(a) Jadir Silva de Oliveira

Coordenador de Licenciamento Ambiental do IEF MASP: 1075858-9

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ANEXO 1

CONDICIONANTES DA FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – Feam

1- Apresentar manifestação ou outorga do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM para possíveis intervenções em recursos hídricos.

2- Apresentar nova planta do projeto urbanístico sobreposta a planta com indicação de todos os cursos d´água, nascentes, lagoas e suas respectivas APP´s, contemplando as alterações abaixo listadas:

• Exclusão das áreas de preservação permanente ocorrentes nos lotes 04, 06, 08, 09, 22, 30, e de 80 a 89.

3- Apresentar dispositivo legal a ser utilizado para assegurar que seja solicitado por parte dos futuros compradores dos lotes a autorização para supressão de

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Figura 01-Processo erosivo em área onde está

prevista ocupação por lotes .

Figura 02 – Lote 31, previsto dentro de área

inundável

Figura 03- Caracterização de grande parte das

áreas a serem ocupadas por lotes.

Referências

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