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Potencialidade de uso de um aplicativo destinado a alerta e proteção no transporte rodoviário de produtos perigosos

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Academic year: 2021

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1 Potencialidade de uso de um aplicativo destinado a alerta e proteção no transporte

rodoviário de produtos perigosos Vinicius Gávio

Joanir Conte Márcia Valle Real Departamento de Produção

Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda Universidade Federal Fluminense

Resumo:

O artigo tem como objetivo avaliar a potencialidade de uso de um aplicativo para dispositivos móveis (PDAs- Personal Digital Assistants), com ênfase em smartphones, para orientar o público em geral, especificamente a população lindeira e os usuários de rodovias, sobre como agir ante aos incidentes (vazamentos e derrames) com veículos que transportam produtos perigosos (TRPP). A pesquisa bibliográfica indicou que existem aplicativos disponíveis, em português e inglês, mas maioria deles é voltada para orientar profissionais em emergências. Os especialistas consultados indicaram que existe potencial para um aplicativo que auxilie o público em geral a saber como identificar veículos rodoviários que transportam produtos perigosos e como se proteger ante a uma emergência desse tipo nas rodovias e no ambiente de entorno.

Palavras-Chave: Emergências, Alerta, Acidente, Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (TRPP).

1. Introdução

A demanda de transporte tem evoluído continuamente acompanhando o desenvolvimento econômico do país. O desenvolvimento econômico de uma sociedade conduz ao crescimento do consumo industrial de produtos perigosos e o transporte é uma atividade fundamental para possibilitar a movimentação destes materiais na cadeia produtiva. Estas operações envolvem riscos, pois em caso de vazamentos dos materiais transportados, podem provocar sérios danos à saúde da população, lesar o patrimônio e deteriorar os ecossistemas. Ainda que a maioria dos embarques ocorra sem vazamentos, é impossível garantir segurança total durante as operações de transporte.

No Brasil, o transporte rodoviário predomina em todo o território, haja vista a capilaridade da rede de rodovias nacionais, cuja extensão é de 1,69 milhões de quilômetros. Conforme pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT, 2014) apenas 12% das rodovias brasileiras são pavimentadas, sendo que 23,9% foram consideradas em condições Ruim ou Péssima, sendo que as piores condições encontram-se na Região Norte 43,7%. Ainda de acordo com instituição:

“A má qualidade das rodovias, motivada por uma insuficiente manutenção, oferece riscos a todos os usuários, e principalmente aos que trafegam com veículos de cargas consideradas perigosas...”(CNT, 2014)

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Químicas, a ABIQUIM (2014), a indústria química brasileira faturou US$ 162,3 bilhões, em 2013, ocupando o 8º lugar nas vendas mundiais da indústria em (CEFIC, 2014), o que implica em grande movimentação rodoviária de produtos químicos no país.

Ainda que os Estados Unidos seja o maior produtor mundial de produtos perigosos, e que os sistemas de monitoramento, de controle e de fiscalização exercidos sobre este sistema de transporte sejam mais rígidos naquele país do que no Brasil, lá ocorrem anualmente, em

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2 média, 14.300 incidentes rodoviários com produtos perigosos segundo o Departamento de Transportes americano (USDOT, 2015). Eles provocaram ao longo dos últimos 10 anos, de 2005 a 2014, 109 fatalidades, 1.534 feridos e prejuízos de mais do que 585 milhões de dólares.

No Brasil, apenas o Estado de São Paulo, disponibiliza suas estatísticas. Nas estradas paulistas ocorreram 4.118 acidentes com produtos perigosos, de agosto de 2005 a 2015, em média 412 acidentes por ano, o que resultou em 219 mortos, 1.222 feridos e 4.147 pessoas evacuadas. A classificação de um produto considerado perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor orientado pelo fabricante, tomando como base as características físico-químicas do produto, alocando-o numa das classes ou subclasses, conforme a resolução nº 420 de 2004 da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

2. O Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos – TRPP

Produto Perigoso é todo produto que apresenta risco para a saúde das pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente e que está relacionado na Resolução Nº 420/04 da ANTT.

No Brasil, a Resolução nº 420/04 da ANTT estabelece instruções complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Tal resolução, além de publicar as informações gerais sobre os produtos, apresenta os números ONU e de risco, a classe de risco e o risco subsidiário.

Em um acidente rodoviário é fundamental que se identifique e classifique o químico conforme os riscos que o mesmo ofereça. A Classificação dos Riscos é apresentada a seguir:

Classe 1: Explosivos

1.1 - Substância e artigos com risco de explosão em massa. 1.2 - Substância e artigos com risco de projeção

1.3 - Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.

1.4 - Substância e artigos que não apresentam risco significativo. 1.5 - Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa; 1.6 - Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. Classe 2: Gases

2.1- Gases inflamáveis;

2.2 - Gases não inflamáveis, não tóxicos; 2.3 - Gases tóxicos por inalação

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3 São líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que produzam vapor inflamável. Existem três subclasses, variando apenas o ponto de inflamabilidade.

Classe 4: Sólidos inflamáveis 4.1 – Sólidos inflamáveis

4.2 - Substâncias passíveis de Combustão Espontânea

4.3 - Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis Classe 5: Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos

5.1 - Substâncias oxidantes: são substâncias que podem causar a combustão de outros materiais ou contribuir para isso.

5.2 - Peróxidos orgânicos: são poderosos agentes oxidantes, periodicamente instáveis, podendo sofrer decomposição.

Classe 6 Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes

6.1 - Substâncias tóxicas: são substâncias capazes de provocar morte, lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele.

6.2 - Substâncias infectantes: são substâncias que podem provocar doenças infecciosas em seres humanos ou em animais.

Classe 7: Material radioativo Classe 8: Substâncias Corrosivas

Classe 9 Substâncias e Artigos Perigosos Diversos

São os que apresentam, durante o transporte, um risco não incluído em nenhuma das outras classes.

A identificação de riscos é realizada por meio da sinalização, composta por um painel de segurança, de cor alaranjada, e um rótulo de risco. Estas informações obedecem aos padrões técnicos definidos na legislação do transporte de produtos perigosos. De acordo com Real (Real, M.V., 2000, p. 28) a identificação de um veículo que transporta produto perigoso, deve seguir o indicado na Figura 1. Os painéis de segurança devem indicar o número da ONU do produto transportado e seu número de risco, que segue o Código Kemler o qual fornece uma indicação sobre a intensidade do risco do produto, pela repetição dos algarismos da classificação do produto perigoso.

A Figura 1 apresenta as placas, o painel de segurança e o rótulo de risco, que devem ser afixadas na frente, na traseira e nas laterais da carroceria dos veículos que transportam produtos perigosos.

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4 Figura 1 - Placas para Identificação de Veículos

Fonte: Real, M. V., 2000, p. 28

Para exemplificar, considere-se a gasolina, líquido inflamável, classificado na Classe 3. O painel de segurança que o veículo transportador deve portar deverá indicar o número ONU da gasolina (1203) e o número de risco 33, indicativo de líquido muito inflamável (Ponto de Fulgor < 23oC).

Para transportar produtos perigosos com segurança, o condutor e os demais profissionais envolvidos na atividade devem ter conhecimento técnico e consciência de que é preciso aplicar estes conhecimentos nas situações do dia-a-dia, pois esta atividade exige extrema responsabilidade, envolve muitas empresas, entidades e indivíduos e só deve ser exercida por pessoal treinado e capacitado. O atendimento rápido e eficaz em caso de emergências rodoviárias pode contribuir de forma significativa para a redução dos danos ao patrimônio material e ecológico, para o aumento da segurança dos cidadãos em trânsito e daqueles que habitam as comunidades vizinhas às rodovias. Um dos fatores fundamentais para reduzir estes danos é a rápida comunicação aos órgãos responsáveis pelo atendimento a emergências rodoviárias.

A partir da detecção de uma emergência rodoviária é necessário que cumpra se uma série de etapas para que as equipes de emergência sejam deslocadas para o local, promovam o atendimento requerido e restabeleçam as condições normais de tráfego. Segundo LIST (1993), a duração de uma emergência é o resultado do somatório dos tempos requeridos para efetuar cada uma destas etapas, conforme indicado na Figura 2.

Figura 2 – Componentes do tempo, na duração de um emergência rodoviária, conforme LIST (1993)

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5 O tempo de resposta (T RP) a um evento emergencial é aquele que decorre desde a ocorrência

do evento até a chegada da equipe de atendimento, sendo que diversos fatores contribuem para o tempo de resposta a emergências rodoviárias.

O Tempo de Detecção (TD) o tempo transcorrido entre a ocorrência de um evento até sua

notificação às autoridades rodoviárias ou aos serviços de emergência da rodovia. Uma vez efetuada a ligação para os órgãos responsáveis pelo atendimento a emergências rodoviárias, a testemunha deverá passar informações sobre o evento presenciado, que quão mais detalhadas, mais adequados serão os recursos mobilizados para o atendimento.

As informações detalhadas são de domínio do expedidor do produto e constam, de forma simplificada, na Ficha de Emergência que obrigatoriamente acompanha o motorista do veículo. Porém, em caso de acidentes graves que o imobilize, o acesso a estas informações torna-se de difícil às equipes de atendimento. A figura 3 mostra um modelo da ficha de emergência.

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6 No Brasil, no caso de uma emergência rodoviária, na falta da Ficha de Emergência faz-se necessário consultar o Manual de Atendimento a Emergências da ABIQUIM ou se disponível usar o aplicativo da Instituição. Tanto o Manual como o aplicativo da ABIQUIM informam o número da ONU e a classificação de risco de aproximadamente 2.000 produtos químicos, fornecendo informações aos profissionais quanto às primeiras ações em situações de emergência.

Os autores consideram que é necessário também orientar o público em geral, especificamente a população lindeira e os usuários de rodovias, sobre como agir ante aos incidentes com veículos que transportam produtos perigosos. Este trabalho investiga a potencialidade do uso de um aplicativo nesta função.

3. Metodologia da Pesquisa

Para melhor conhecer o objeto de estudo, ou seja, conhecer as informações disponíveis para emergências no transporte rodoviário de produtos perigosos escolheu-se uma pesquisa de natureza exploratória envolvendo um levantamento na literatura e lojas virtuais, assim como entrevistas com profissionais familiarizados com o tema.

Para investigar o tema, a pesquisa foi dividida em duas etapas. Inicialmente realizou-se um levantamento na Internet para identificar quais os aplicativos celulares que existem disponíveis para atendimento de emergências com produtos perigosos, quais são seus objetivos e características. Em uma segunda etapa, foi realizada uma pesquisa com especialistas em transportes e com atendentes de emergências para identificar a potencialidade de uso de um aplicativo destinado ao público em geral, para minimizar danos durante emergências no TRPP.

3.1 Levantamento dos aplicativos disponíveis na Internet

As informações sobre os aplicativos existentes foram obtidas em consulta a várias lojas virtuais, também conhecidas como App Store ou Market Store. Nesses locais na internet é possível fazer download de aplicativos diversos, conforme o sistema operacional iOS, Android ou Windows Phone do Smartphone.

3.1.1 Aplicativos em Português

Produtos Perigosos - desenvolvido por MSKapps Mobile Brazil

Aplicativo grátis destinado à consulta de informações sobre rótulos de risco e produtos químicos e biológicos, considerados perigosos. Baseado no Regulamento de Transporte Terrestre de Produtos Perigosos da ANTT e na NBR 7500 da ABNT e no manual de emergências da ANPC de Portugal. Possibilita o acionamento de equipe de emergência, pois dispõe de lista com os telefones úteis que funcionam 24 horas por dia.

Pró-Química On-Line, desenvolvido pela SUATRANS

Aplicativo portátil gratuito para profissionais do setor de emergências com produtos perigosos. É um Manual para Atendimento a Emergências que informa o número ONU e a classificação de risco de quase 2.000 produtos. Fornece orientação para as primeiras ações em situações de emergência no transporte.

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7 Para todos os produtos, a partir do número ONU ou Rótulo de Risco, apresentam-se os riscos potenciais, aspectos relacionados à Segurança Pública e ações de emergência.

3.1.2 Aplicativos em Inglês

Dangerous Goods Manual, desenvolvido por Knorre

Manual de auxílio na identificação de materiais perigosos. É muito útil para os motoristas, Corpo de Bombeiros e equipes de emergência.

Dispõe de:

- Identificação das Substâncias Perigosas a partir do número ONU; - Orientações sobre ações iniciais para bombeiros;

- Informação sobre os números de identificação de perigo de vários códigos americanos: Ação Hazchem Emergência (EAC), grupos de embalagem, a categoria Transportes;

- Classificação e rotulagem, inclusive o GHS (Sistema Harmonizado Globalmente); - Para consulta não requer conexão com internet.

Cargo Decoder, desenvolvido por Strategies In Software

Baseado no ERG 2012 e ERG 2008, o guia de resposta a emergências é destinado à orientação em casos de emergência envolvendo produtos perigosos. Útil para socorristas em geral. Principais características:

-Acesso rápido às informações de produtos químicos e Pesquisa por voz; -Não requer conexão pela internet ou cadastro;

- Classificação e rotulagem de produtos químicos, inclusive GHS;

- Guia de ação em casos emergência, acesso ao ERG 2012 e Telefones úteis. ERG 2012- desenvolvido por National Library of Medicine at NIH

Distribuído pelo Departamento de Transportes americano – U.S DOT, é a versão portátil do ERG 2012, que auxilia aos socorristas em caso de acidentes de TRPP . Dispõe de informações sobre classificação e rotulagem, não requer conexão com a internet para consulta e apresenta medidas pós-acidente.

EMS.GHS/(M)SDS, desenvolvido por Chemical Safety Software

Aplicativo pago que oferece acesso ao banco de dados SDS-fichas técnicas de segurança, na tradução literal. Elaborado por especialistas, sendo que para seu uso é necessário dispor de conexão à internet. Dispõe da classificação e rotulagem, inclusive GHS e resposta em casos de emergência. A tabela 1 apresenta um resumo dos aplicativos em questão.

Tabela 1 - Tabela Resumo das Funcionalidades

Aplicativos Público Alvo Acessibilidade Idioma Facilidade de Uso Produtos

Perigosos

Público em Geral

Grátis Português Independe de Rede Pro-Química

Online

Técnico Grátis Português Independe de Rede Dangerous Goods

Manual

Técnico Grátis Inglês Independe de Rede

Cargo Decoder Público em Geral

Grátis Inglês/ Espanhol

Independe de Rede

ERG 2012 Técnico Grátis Inglês Independe de Rede

EMS.GHS/ (M)SDS

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8 3.2 Pesquisa exploratória com especialistas

Inicialmente foi elaborado um questionário, o qual foi encaminhado por e-mail para 20 especialistas nos transportes. Dentre eles incluídos membros da Academia das áreas de Logística, Segurança de Transportes, Engenharia de Segurança, de Design em Segurança. A pesquisa também foi encaminhada a empresas concessionárias de rodovias e aos órgãos responsáveis pelo atendimento a emergências com produtos perigosos no âmbito estadual. Ante as dificuldades iniciais de se obter retorno ao questionário, inferior a 25%, recorreu-se a uma segunda rodada da pesquisa, com entrevista pessoal em campo, com atendentes de emergências rodoviárias, em sua maioria, bombeiros que trabalham no Corpo de Bombeiros de Volta Redonda. O questionário aplicado incluiu as seguintes questões:

1. Você considera que minimizar o Tempo de Detecção (TD), ou seja, o tempo

transcorrido entre a ocorrência de um evento até sua notificação, às autoridades rodoviárias, aos serviços de emergência da rodovia, às empresas transportadoras ou às contratantes do transporte, pode contribuir para minimizar os danos ao patrimônio material e ecológico, para aumentar a segurança dos cidadãos em trânsito e daqueles que habitam as comunidades vizinhas às rodovias? Como você qualificaria essa contribuição:

( ) Muito Relevante ( ) Relevante ( ) Média ( ) Pequena ( ) Nenhuma 2. Você considera que o público em geral tem dificuldades para reconhecer veículos que

transportam produtos perigosos? Como você qualificaria esta dificuldade: ( ) Dificílima ( ) Difícil ( ) Média ( ) Fácil ( ) Inexistente

3. Você considera que os cidadãos em trânsito e aqueles que habitam as comunidades lindeiras conhecem ou sabem minimamente:

(a) O que fazer ao presenciar uma emergência com veículo de TRPP? ( ) Sim ( ) Não

(b) Como identificar e descrever a sinalização de risco? ( ) Sim ( ) Não

(c) Como se proteger dos riscos associados a derrames e vazamentos? ( ) Sim ( ) Não

4. Você considera que o uso de um aplicativo para smartphone poderá auxiliar o público em geral a:

(a) Identificar um veículo que transporta produtos perigosos? ( ) Sim ( ) Não

(b) Saber o que fazer se presenciar uma emergência com veículo de TRPP? ( ) Sim ( ) Não

(c) Identificar e descrever para terceiros a sinalização de risco dos veículos ( ) Sim ( ) Não

(d) Como se proteger dos riscos associados a derrames e vazamentos? ( ) Sim ( ) Não

No total foram obtidas 15 respostas a pesquisa, sendo 9 delas provenientes de especialistas em transportes e 6 de atendentes de emergências.

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9 Com relação à questão 1, sobre a importância de se “minimizar o tempo de detecção para reduzir danos ao patrimônio material e ecológico, aumentar a segurança dos cidadãos em trânsito e daqueles que habitam as comunidades vizinhas às rodovias”, 73,3% dos respondentes consideram que esta redução de tempo “Muito Relevante” e 20% a consideram “Relevante”.

Quanto à questão 2, sobre as “dificuldades que o público em geral tem para reconhecer veículos que transportam produtos perigosos”, as respostas foram variadas. Cerca de 20% deles consideram “Dificílimo”, 13,3% “Muito difícil”, 26,7% consideram a dificuldade “Média” e os demais 20% consideram, que é “Fácil” e 20% que a dificuldade não existe. Em relação à questão 3, sobre os conhecimentos dos cidadãos em trânsito e daqueles que habitam as comunidades lindeiras:

Cerca 93,3% dos respondentes consideram que cidadãos não sabem o que fazer ao presenciar uma emergência com veículo de TRPP;

100% dos respondentes consideram que eles também não sabem identificar e descrever a sinalização de risco;

Todos os respondentes consideram os cidadãos também não sabem como se proteger dos riscos associados a derrames e vazamentos.

Na ultima questão, 93,3% dos respondentes concordam que existe potencialidade para o uso de um aplicativo que possa auxiliar o público em geral a: (a) identificar um veículo que transporta produtos perigosos; (b) saber o que fazer se presenciar uma emergência com veículo de TRPP; (c) identificar e descrever para terceiros a sinalização de risco dos veículos; (d) como se proteger dos riscos associados a derrames e vazamentos,

4. Análise dos Resultados

No levantamento dos aplicativos disponíveis na Internet identificou-se que existem aplicativos disponíveis, mas a maioria deles, ainda que gratuitos, é voltada para orientar profissionais de emergências e disponíveis apenas em inglês.

Quanto aos resultados da pesquisa efetuada com especialistas, acadêmicos e atendentes a emergências no transporte foi possível identificar que:

- a maioria dos entrevistados consideram que é fundamental reduzir o tempo de identificação do produto perigoso para minimizar os danos ao patrimônio público e aumentar a segurança da população lindeiras e usuários da rodovia;

- em sua totalidade os entrevistados consideram que a população não sabe como identificar, descrever a sinalização de risco e nem como se proteger em caso de derramamento ou vazamento de produtos perigosos. A maior parte dos entrevistados concorda que a população não sabe como proceder em casos de emergência;

-finalmente a grande maioria dos entrevistados concorda que um aplicativo de smarphone auxiliaria a população a identificar veículos que transportam produtos perigosos, a como proceder em casos de emergência, a como se proteger em caso de vazamento ou derramamento, bem como identificar e interpretar as sinalizações dos rótulos de risco e painel de segurança dos veículos, para informar as autoridades com jurisdição sobre as vias.

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10 5. Considerações Finais

Este artigo teve como objetivo avaliar a potencialidade de uso de um aplicativo para dispositivos móveis (PDAs- Personal Digital Assistants), com ênfase nos para smartphone, para orientar o público em geral, especificamente a população lindeira e os usuários de rodovias, sobre como agir ante aos incidentes com veículos que transportam produtos perigosos.

O levantamento realizado na pesquisa exploratória permite afirmar que a maioria dos aplicativos identificados dispõe de informações voltadas para orientar profissionais que trabalham com emergências e não para orientar o público em geral, especificamente a população lindeira e os usuários de rodovias, sobre como agir ante aos incidentes (vazamentos e derrames) com veículos que transportam produtos perigosos.

Já a consulta realizada com especialistas aponta que dispor de um aplicativo para dispositivos móveis (PDAs- Personal Digital Assistants), em especial para smarphone poderá auxiliar o público em geral a identificar veículos que transportam produtos perigosos, como proceder em casos de emergência e como se proteger em caso de incidentes.

Os resultados da pesquisa indicam que existem fortes evidências de que há potencial para um aplicativo para smartphone que torne mais acessíveis ao público em geral as informações sobre como agir ante ao testemunho de incidentes rodoviários com produtos perigosos, o que será mais investigado em pesquisas posteriores.

6. Referências

ABIQUIM, 2014, O desempenho da Indústria Química brasileira em 2014, Associação Brasileira da Indústria Química, Brasil, disponível em: http://www.abiquim.org.br/pdf/livreto-de-dados-2014-paginas.pdf

ANTT. RESOLUÇÃO 420: Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. 12 fev. 2004

ANTT. O Transporte Terrestre de Produtos Perigosos no MERCOSUL. Disponível em: www.antt.gov.br/html/objects/_downloadblob.php?cod_blob=3371

BARIFOUSE, R . Com 'empurrão' da classe C, smartphones dominam mais de 90% do mercado no Brasil. Disponível em:

http://tecnologia.uol.com.br/noticias/bbc/2015/05/09/com-empurrao-da-classe-c-smartphones-dominam-mais-de-90-do-mercado-no-brasil.htm. Acesso em: 19 ago de 2015.

CEFIC, 2014, Facts and Figures 2014, disponível em http://www.cefic.org/Facts-and-Figures/

CNT, 2014, Pesquisa CNT de Rodovias 2014 relatório gerencial, disponível em http://pesquisarodovias.cnt.org.br/Relatorio%20Geral/Pesquisa_CNT_de_Rodovias_2014_HI GH.pdf

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11 LIST, F.G., 1993, "Siting Emergency Response Teams: Tradeoffs Among Response Time, Risk, Risk Equity and Cost". In: Moses, N.L., Lindstron, D. (eds) Transportation of Hazardous Materials, 1 ed, chapter 9, Boston , USA, Kluwer Academic Publishers

REAL, M. V., 2000, A Informação como Fator de Controle de Riscos no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Rio de Janeiro. 2000 XIV, 228 p. 29,7 (COPPE / UFRJ, M.Sc., Engenharia de Transportes, 2000) -Tese (Mestrado)- Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPERJ

USDOT, 2014, Hazmat 10 Year Incident Summary Reports, disponível em https://catalog.data.gov/dataset/hazmat-10-year-incident-summary-reports-data-mining-tool U.S. Department of Transportation ,Pipeline and Hazardous Materials Safety Administration, Office of Hazardous Material Safety, 10 Year Incident Summary Reports, disponível em https://hip.phmsa.dot.gov/analyticsSOAP/saw.dll?Dashboard

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