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ORGANIZAÇÃO DO ANO LECTIVO Relatório Nacional

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Academic year: 2021

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Coordenação: Margarida Tomé e Pedro Teixeira Pinto

Elaboração: Eduardo Bação, João Figueiredo, Margarida Tomé e Pedro Teixeira Pinto

Edição

© Inspecção-Geral da Educação (IGE) Av. 24 de Julho, 136 – 1350-346 Lisboa Telf.: 213 924 800

Fax: 213 924 960 e-mail: ige@ige.min-edu.pt URL: http://www.ige.min-edu.pt

Coordenação editorial, copidesque, revisão tipográfica e divulgação

IGE – Gabinete de Planeamento, Documentação e Formação (GPDF)

Design Gráfico

Bolhazul.design

Fotografias

Henrique Bento (Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular – Núcleo de Recursos Audiovisuais)

Pré-impressão, impressão e acabamento

Editorial do Ministério da Educação Dezembro 2006 Tiragem 750 exemplares Depósito Legal N.º 164701/01 ISBN 978-972-8429-74-4 Catalogação na publicação

Portugal. Inspecção-Geral da Educação

Organização do ano lectivo 2005-2006: relatório nacional ISBN 978-972-8429-74-4

CDU 371.2(469)“2005/2006”(047.3)

Agradecemos à Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, nas pessoas do Director de Serviços de Recursos Multimédia e Sistemas de Informação, Dr. Luís Santos, bem como do Coordenador do Núcleo de Recursos Audiovisuais, Inácio Canto e Castro, a cedência das fotografias que ilustram este trabalho. Uma palavra de muito apreço é igualmente devida à disponibilidade manifestada pelo autor das mesmas, o fotógrafo Henrique Bento.

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SUMÁRIO EXECUTIVO Objectivos da intervenção, 9

Resultados da intervenção de controlo Organização do Ano Lectivo, 9 Conclusões e recomendações, 17

PARTE I - Apresentação Objectivos da intervenção, 23 Estrutura global, 23

Critérios de selecção da amostra, 24 Metodologia da actividade, 26

PARTE II - Resultados da intervenção

1. Funcionamento dos estabelecimentos de educação e ensino Educação pré-escolar, 33

1.º ciclo do ensino básico, 35 2.º ciclo do ensino básico, 39 3.º ciclo do ensino básico, 40 Ensino secundário, 41

Serviço docente dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário, 43

2. Jardins/escolas, constituição de grupos/turmas e distribuição de serviço docente Educação pré-escolar, 46

Dimensão dos jardins-de-infância, 47 Crianças por educador, 47

Crianças inscritas e admitidas, 47 Número de crianças por grupo, 50 Medidas de promoção do sucesso, 51 Educação itinerante, 52

Serviço docente, 53

Componente de apoio à família, 53

Condicionalismos à abertura do ano lectivo, 55 1.º ciclo do ensino básico, 57

Dimensão das escolas do 1.º ciclo por número de alunos, 58 Dimensão das escolas por lugares docentes, 59

Dimensão das turmas, 60

Turmas constituídas com menos ou mais de 24 alunos, 61 Medidas de promoção do sucesso, 62

Serviço docente, 64

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Medidas de promoção do sucesso, 69 3.º ciclo do ensino básico, 71

Alunos do 3.º ciclo do ensino básico por escola, 71 Dimensão das turmas, 71

Média de alunos por turma, 72

Turmas com menos de 24 e mais de 28 alunos, 72 Medidas de promoção do sucesso, 73

Ensino secundário, 75

Alunos inscritos nos cursos gerais, científico-humanísticos e tecnológicos, 75 Distribuição de alunos por turma, 76

Turmas com menos de 24 e mais de 28 alunos, 77 Medidas de promoção do sucesso, 78

Grupos-disciplina constituídos, 79 Cursos de educação e formação, 80

Peso relativo de alunos por curso, 81 Número de alunos por turma, 81

Cursos profissionais de nível secundário de educação, 82 Dimensão das turmas, 82

Cursos de especialização tecnológica, 83

Crianças e alunos com necessidades educativas especiais, 84 Crianças/alunos sinalizados, 84

Crianças/alunos apoiados, 85

Serviço docente no 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário, 88 Tipos de semanários-horários docentes, 89

Tipos de horas efectivamente lectivas dos semanários-horários docentes, 91

Horas de redução da componente lectiva nos semanários-horários docentes e sua natureza, 93 Componente não lectiva a nível de estabelecimento, 95

Insuficiência de tempos lectivos e horários-zero de docentes do quadro, 96 Concurso e contratação de professores, 98

Mobilidade do pessoal docente, 103

Conformidade normativa - situações de incumprimento, 104 Início e termo das actividades na educação pré-escolar, 104 Funcionamento dos jardins-de-infância, 105

Regime de funcionamento das escolas do 1.º ciclo do ensino básico, 106 Horário de funcionamento das escolas do 1.º ciclo do ensino básico, 106

Critérios de constituição de turmas do ensino básico e do ensino secundário, 107 Horários das turmas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, 108 Horários dos docentes dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, 110 Grupos na educação pré-escolar, 112

Turmas no 1.º ciclo do ensino básico, 113 Turmas no 2.º ciclo do ensino básico, 114 Turmas no 3.º ciclo do ensino básico, 116 Grupos/disciplina no ensino secundário, 117

Cursos de educação e formação e profissionais de nível secundário, 118 Semanários-horários docentes com horas extraordinárias, 119 Docentes destacados por condições específicas, 121

Destacamento de docentes do quadro, 122 Contratação de professores, 123

Medidas de correcção e regulação, 125 Glossário, 129

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Ao apresentar o relatório nacional da actividade de controlo de Organização do Ano Lectivo de 2005-2006, a Inspecção-Geral da Educação torna públicos, pelo sexto ano consecutivo, os resultados da observação e verificação de áreas-chave de gestão das escolas, de entre as quais se destacam, pela sua importância, a constituição de turmas, a distribuição do serviço docente e a concretização das medidas de promoção do sucesso escolar.

Semelhante aos relatórios anteriores na sua finalidade, estrutura organizativa, critérios de definição da amos-tra e tempos de intervenção, este relatório contém pela primeira vez informação relativa à gestão do tempo escolar, designadamente no que se refere ao equilíbrio semanal na distribuição dos tempos lectivos nos horários dos alunos e uma síntese comparativa das principais tendências evolutivas.

São encorajadores os resultados gerais que o relatório revela.

Os valores registados em indicadores essenciais mostram que a maioria (51% a 64%) ou a larga maioria (80% a 96%) das escolas intervencionadas desenvolvem práticas correctas de gestão e atingem os níveis de eficiência exigidos. Noutros indicadores surge uma inversão em tendências que se mantinham constantes nos últimos anos ou evidenciavam uma evolução pouco satisfatória.

Estão no primeiro caso a constituição de turmas, a gestão e a atribuição de horas extraordinárias, em

Nota Prévia

que as situações de incumprimento são residuais, e

a redução de condicionalismos na abertura do ano lectivo nos primeiros anos de escolaridade onde o número de escolas, de turmas e de alunos que não iniciavam a actividade lectiva no prazo legal, regista uma evolução positiva que se situa entre 96% e 98% de cumprimento.

No segundo caso destacam-se as alterações na distri-buição do serviço docente, no peso relativo dos horários ocupados por contratação e no grau de mobilidade docente.

Com efeito, nos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e no Ensino Secundário, a larga maioria (90%) dos horários são exclusivamente diurnos, 93% dos horá-rios elaborados são completos, o número de horas efectivamente lectivas, contrariando a tendência dos últimos anos, registou um aumento de 6,6% relati-vamente a 2004-2005, a que corresponde o valor absoluto de 29 506 horas.

No que respeita à redução do grau de mobilidade do pessoal docente, dado pelo número de profes-sores que se deslocam inter-escolas, é interessante notar que os destacamentos por condições especí-ficas versus colocações por aproximação à residência que em 2004-2005 registaram respectivamente os valores de 2,5% e 4,2%, em 2005-2006, baixaram para 0,5% e 3,3%, na sequência das novas orien-tações normativas, induzidas por adequada actividade inspectiva.

Mantêm-se ainda alguns condicionalismos estruturais no redimensionamento da rede escolar e na falta de instalações que se reflectem na insuficiência de

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mento das crianças do pré-escolar (apenas 71% das crianças com três anos foram admitidas) ou a existência de 24% de escolas do 1.º ciclo funcionando em regime duplo.

Contudo, quando se olha retrospectivamente para o sentido da evolução positiva da maioria dos indicadores percebe-se que o objectivo geral que a IGE se propôs nesta actividade, promover a melhoria da gestão dos

recursos, não é um conceito estatístico abstracto. Pelo

contrário, evidencia e traduz de forma concreta o efeito das mudanças operadas na gestão das escolas, na administração e na tomada de decisão política. A melhoria só acontece quando os conselhos exe-cutivos, os gestores intermédios da escola e a admi-nistração regional ou central tomam consciência da qualidade da sua acção, conhecem o que deve ser feito e aprendem como podem fazê-lo.

Vários factores poderão ter contribuído para as melhorias registadas, mas sem dúvida que, neste domínio, a acção da IGE teve um papel relevante e influente a vários níveis.

Em primeiro lugar a IGE ajudou a escola a tomar conhecimento dos aspectos importantes de uma gestão eficiente e promoveu de forma continuada e sistemática práticas correctas de gestão devolvendo informação às escolas, tornando claros os quadros de referência e disponibilizando os instrumentos que utiliza (roteiros). Acompanhou preventivamente as alterações normativas introduzidas no ano lectivo 2005-2006. Deu segurança e reforçou a liderança dos conselhos executivos que têm vindo a assumir como

instru-mentos de gestão da escola docuinstru-mentos de trabalho inspectivo.

No plano da decisão política, as conclusões dos relatórios puseram em evidência áreas problemáticas para as quais se revelava necessário adoptar medidas ou repensar soluções. As recomendações formuladas habilitaram a administração central e regional para uma actuação concertada que se verificou na fase de planeamento e de análise dos resultados. A IGE está determinada em dar um contributo ainda mais eficaz para elevar os padrões de qualidade. Em primeiro lugar, confiando nas escolas com boas práticas e reduzindo para três anos o ciclo de inter-venção inspectiva. Em segundo lugar, actuando prioritariamente nos aspectos essenciais que merecem ser melhorados. Em terceiro lugar, aper-feiçoando o seu processo de auto-avaliação, retirando consequências da reflexão crítica sobre a percepção escolar quanto ao impacto da intervenção inspectiva, tencionando manter o inquérito às escolas lançado no corrente ano com esta finalidade, cujos resultados fazem parte deste relatório.

A realidade desta actividade envolveu 303 unidades de gestão, 3 244 estabelecimentos de ensino, 288 028 alunos, 123 inspectores e 3 730 dias de trabalho. Contou com a colaboração empenhada dos presidentes dos conselhos executivos das unidades de gestão.

Lisboa, 8 de Agosto de 2006

A Inspectora-Geral

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Sumário Executivo

Objectivos da intervenção

A actividade de controlo Organização do Ano Lectivo

em 2005-2006 teve por finalidade a produção de

informação sobre o funcionamento das unidades de gestão da rede pública dos estabelecimentos de edu-cação e ensino do continente.

Destacam-se os seguintes objectivos:

ƒ Analisar a organização das unidades de gestão, numa perspectiva de equidade do serviço público de educação;

ƒ Identificar as situações de conformidade e de desvio aos normativos em vigor;

ƒ Avaliar a racionalidade e a eficácia na gestão dos recursos disponíveis.

Resultados da intervenção de controlo

Organização do Ano Lectivo

O estudo sobre a Organização do Ano Lectivo de

2005--2006 refere-se a um conjunto

representati-vo de 303 unidades de gestão criadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio. Estas unida-des de gestão eram constituídas por 3 244 estabeleci-mentos de educação e ensino, segundo os tipos e níveis de ensino ministrados, sendo frequentados por 288 028 crianças/alunos. A selecção das

unida-des de gestão obedeceu a critérios de distribuição proporcional pelos territórios de cada Direcção Regional de Educação, combinados com os Índices de Desenvolvimento Social concelhio (IDS).

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„„ Educação Pré-Escolar

A informação relativa à organização dos estabeleci-mentos da rede pública que ministram a educação pré-escolar refere-se a 1 002 estabelecimentos com este nível de educação, integrando 29 108 crianças, o que corresponde a 23,9% do total nacional de crianças matriculadas.

Da observação e análise dos dados, conclui-se que: ƒCerca de 95,9% dos jardins-de-infância (JI) defi-niram a data de início e termo das actividades educativas e 92,9% adequaram o seu horário de funcionamento ao calendário escolar defini-do, atingindo a totalidade na Direcção Regional de Educação do Algarve (DREALG).

ƒAproximadamente 55% dos JI funcionavam a

tempo inteiro, salientando-se a DREALG, com

80%. Cerca de 62% estavam abertos oito ou mais horas diárias.

ƒGlobalmente, 75% dos jardins-de-infância tinham cerca de 43 crianças, ocorrendo o nú-mero máximo de frequência na DREALG. Os restantes 25% tinham mais de 70 crianças, localizando-se os maiores na DREALG, com valores acima de 111 crianças.

ƒNo total dos estabelecimentos intervencio-nados, cerca de 71% das crianças inscritas com três anos foram admitidas, subindo este valor, respectivamente, para 82%, 77% e 73% na área geográfica das Direcções Regionais de Educa-ção do Centro, do Alentejo e do Norte, res-pectivamente. A principal causa para a não admissão de crianças foi a falta de capacidade efectiva. As situações de menor capacidade de admissão encontravam-se na área geográfica do Algarve e de Lisboa com 54% e 33%, res-pectivamente, das crianças não admitidas. ƒNo que se refere às crianças inscritas com

quatro ou cinco anos, a taxa global de admis-são foi mais favorável em todas as regiões, des-tacando-se a região Centro com percentagens de 96% e 98%, respectivamente. Na região

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Norte a percentagem foi de 93% relativamente às crianças inscritas com cinco anos. ƒ Nos 1 002 estabelecimentos intervencionados

foram constituídos 1 481 grupos de crianças. Cerca de 66% dos grupos constituídos, neste nível de educação, tinham entre 20 e 25 crianças. Nas Direcções Regionais de Educação do Algarve, de Lisboa e do Norte, estes valores atingiam, respectivamente 100%, 80% e 73%. Cerca de 21% dos grupos tinha um número de crianças inferior a 16.

ƒ Do total de 2 145 educadores de infância coloca-dos, cerca de 69% eram titulares de grupo, 18% estavam em apoio educativo e 7% tinham redu-ção da componente lectiva para o desempenho de cargos em órgãos de administração e gestão dos estabelecimentos de educação e ensino. ƒ O rácio criança-educador colocado era de 14.

O rácio criança-grupo, isto é, criança/educador titular de grupo era de 20. Contribuíram para este rácio as crianças com necessidades educa-tivas especiais, existentes em 38% dos grupos, o que significa que no máximo 3% desta popu-lação foi identificada como tendo necessidade de apoios específicos.

ƒ A educação itinerante abrangia apenas cerca de 0,7% das crianças. As regiões do Centro e do Norte eram as que mais ofereciam esta mo-dalidade de educação.

ƒ Singularmente, a região Centro oferecia, tam-bém, a maior capacidade de resposta, admitin-do as mais elevadas percentagens de crianças inscritas na educação infantil regular, em todos os níveis etários.

ƒ Cerca de 87% dos estabelecimentos interven-cionados ofereciam serviço de almoço e 34% serviço de transporte às crianças que os frequentavam.

ƒ 6% dos jardins-de-infância não tinham inicia-do as actividades lectivas na data estabelecida, 4% dos quais devido à falta de colocação de educadores.

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„ 1.º Ciclo do Ensino Básico

A informação relativa à organização dos

estabeleci-mentos da rede pública, que ministram o 1.º ciclo do ensino básico, refere-se a 1 692 escolas, frequen-tadas por 96 312 alunos, correspondendo a 23,0% dos alunos que frequentavam este nível de ensino. Da observação e análise dos dados, conclui-se que: ƒ Cerca de 73% das escolas, tinham definido critérios para a constituição de turmas, sendo este valor de 93% na DREC.

ƒ Das escolas intervencionadas, 76% funcionavam em regime normal, atingindo na DREALE e DREC 90% e 89%, respectivamente. Na maioria das escolas que funcionavam em regime duplo esse facto devia-se à escassez de instalações. ƒ Cerca de 47% das escolas utilizavam refeitório

escolar, sendo este valor muito superior na DREALG, 94%.

ƒ No que se refere ao horário de encerramento, 42% das escolas encerravam a partir das 17H30 horas e 41% tinha um período de fun-cionamento de pelo menos oito horas diárias. Na DREALG, 97% das escolas estavam abertas pelo menos até às 17H30 horas e 96% tinham um período de funcionamento igual ou supe-rior a oito horas diárias.

ƒ Cerca de 67% das escolas ofereciam aos alunos actividades de animação e de apoio às famí-lias. Na DREALG e DREALE este valor atingia 87% e 73%, respectivamente. A maioria destas actividades estava a ser organizada pelo órgão de gestão em regime de parceria. No caso da DREALG, todas as actividades estavam a ser organizadas deste modo.

ƒ Das escolas intervencionadas, 37% eram de lugar docente único, sendo esta situação em maior número na DREC e na DREALE com, respectivamente, 51% e 41%. Cerca de 8% das escolas do 1.º ciclo tinham mais de oito lugares docentes.

ƒ Das escolas intervencionadas, 23% tinham menos de 11 alunos, com particular relevo para as regiões do Centro e do Alentejo, cujos valo-res relativos atingiam, valo-respectivamente, 34% e 24%. As escolas, que eram frequentadas por mais de 100 alunos, representavam 17%, tendo maior expressão na DREL e DREALG, com 33% e 26%, respectivamente.

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ƒ Nas 1 692 escolas que ministram o 1.º ciclo foram constituídas 5 455 turmas. Destas, 11% eram frequentadas por 24 alunos, sendo este valor de 5% na DREC.

ƒ Quatro factores contribuem para o facto de 87% das turmas terem menos de 24 alunos: a inexistência de alunos; a integração de alunos com necessidades educativas especiais; a junção de mais de um ano de escolaridade na mesma turma e o respeito por situações de continuidade das turmas constituídas no início do ciclo. ƒ O número de turmas com um número

supe-rior a 24 alunos tinha uma expressão reduzida, 2%, sendo de 3,4% na DREN.

ƒ Dos 7 353 docentes colocados nestas escolas, 5 445 (74%) eram titulares de turma. Dos res-tantes, 13% prestavam apoio educativo e 7% estavam dispensados do exercício da actividade lectiva por motivo de doença. No total, cerca de um quarto dos professores do 1.º ciclo não são titulares de turma e exercem outras actividades. ƒ O rácio aluno-professor titular de turma era de 18 alunos, variando este valor entre um mínimo de 15 alunos no Centro e um máximo de 19 no Algarve. O rácio aluno-professor colocado era de 13.

ƒ No que se refere à oferta de actividades de carácter facultativo, 89% das escolas interven-cionadas ofereciam iniciação a uma língua es-trangeira, variando este valor percentual en-tre um mínimo de 85% em Lisboa e um máximo de 94% no Algarve. Cerca de 57% promoviam actividades de enriquecimento do currículo, oscilando este valor médio entre 42% em Lisboa e 87% no Algarve.

ƒ Cerca de 98% dos estabelecimentos interven-cionados iniciaram as actividades lectivas na data prevista. Nos casos em que tal não se verificou, especificamente nas regiões de Lisboa e Centro, esse facto deveu-se à falta de colo-cação de professores.

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„ 2.º Ciclo do Ensino Básico

A informação relativa à organização lectiva dos esta-belecimentos da rede pública directa que ministram o 2.º ciclo do ensino básico refere-se a 189

estabele-cimentos de ensino, que abrangem 47 874 alunos, correspondendo a 22,6% do total de alunos que frequentam este nível de ensino.

Da observação e análise dos dados, conclui-se que: ƒDas escolas intervencionadas com este nível de ensino, 76% tinham definido critérios para a constituição das turmas, com maior relevo para a DREC onde apenas uma escola não os tinha definido. Os critérios definidos tinham sido respeitados por cerca de 89% das escolas. ƒA quase totalidade das turmas constituídas tinha os seus horários correctamente elabora-dos, pois 95% não tinham furos; 93% respei-tavam o intervalo para almoço; 99% das aulas de Educação Física respeitavam o intervalo pós-refeição determinado e 87% tinham a carga semanal distribuída de forma equilibrada. ƒNeste nível de ensino foram constituídas 2 166 turmas. O número médio de alunos por turma era de 22, sendo 821 (38%) turmas frequentadas por 24 a 28 alunos. Cerca de 1% das turmas do 5.º ano, tinham mais de 28 alunos, com especial relevo para a região do Algarve onde estas turmas ultrapassavam o valor percentual de 5%.

ƒDas restantes 1 078 turmas, cerca de 50% eram constituídas por 19 a 23 alunos, sobretudo por integrarem alunos com necessidades edu-cativas especiais e/ou inexistência de alunos, facto que teve maior incidência na regiões do Centro e do Alentejo.

ƒNo que se refere a actividades de enriqueci-mento curricular, de carácter facultativo, eram abrangidos 16% dos alunos que frequentavam as escolas intervencionadas, variando este valor entre 21% no Norte e 1% no Algarve.

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„„ 3.º Ciclo do Ensino Básico

A informação relativa à organização lectiva dos esta-belecimentos da rede pública que ministram o 3.º ciclo do ensino básico refere-se a 255 estabeleci-mentos de ensino, abrangendo 71 711 alunos e cor-respondendo a 22,1% do total de alunos que fre-quentam este nível de ensino.

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Da observação e análise dos dados, conclui-se que: ƒ Das escolas intervencionadas com este nível de ensino, 79% tinham definido critérios para a constituição das turmas, com maior relevo para a DREC onde apenas uma escola não os tinha definido. Os critérios definidos tinham sido respeitados por cerca de 90% das escolas. ƒ A quase totalidade das turmas constituídas tinha os seus horários correctamente elabo-rados, pois 97% não tinham furos; 91% respei-tavam o intervalo para almoço; 98% das aulas de Educação Física respeitavam o intervalo pós-refeição determinado e 89% tinham a carga semanal distribuída de forma equilibrada. ƒ Neste nível de ensino foram constituídas 3 161 turmas. O número médio de alunos por turma era de 22, com excepção do 7.º ano onde era de 23. Havia 1 417 turmas (45%) frequentadas por 24 a 28 alunos. Cerca de 1% das turmas constituídas tinham mais de 28 alunos, com especial relevo para a regiões do Norte e do Centro.

ƒ Das restantes, 1 705 turmas, 54%, eram cons-tituídas por 23 ou menos alunos, sobretudo por integrarem alunos com necessidades edu-cativas especiais, por situações de continui-dade ou inexistência de alunos, facto que teve maior incidência nas Direcções Regionais de Educação do Centro e do Alentejo, onde estas turmas atingiam o valor percentual, respec-tivamente de 86% e 70%. Embora com expres-são reduzida, assinala-se que neste grupo estão incluídas 68 turmas com menos de 15 alunos; o maior peso destas localizava-se na região Centro, com 4%, no Alentejo e no Algarve, com cerca de 6%.

ƒ Cerca de 36% das turmas constituídas inte-gravam alunos com necessidades educativas especiais, com particular relevo para a Direc-ção Regional de EducaDirec-ção do Centro e do Alentejo, onde estas turmas atingiam 59% e 50%, respectivamente.

ƒ No que se refere a actividades de enriqueci-mento curricular, de carácter facultativo, foram abrangidos 13% dos alunos que frequentavam as escolas intervencionadas, variando este va-lor entre 0% no Algarve e 15% no Norte.

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„ Ensino Secundário

A informação relativa à organização lectiva dos esta-belecimentos da rede pública que ministram o ensino secundário refere-se a 106 estabelecimentos de ensi-no, abrangendo 43 023 alunos, correspondendo a 20,6% do total de alunos que frequentam este nível de ensino.

Estes alunos estavam organizados em 2 049 turmas. Em todos os anos de escolaridade deste ciclo, a ma-ior concentração de turmas verificava-se nas regiões do Norte e de Lisboa.

Da observação e análise dos dados, conclui-se que: ƒ Das escolas intervencionadas com este nível de ensino, 76% tinham definido critérios para a constituição das turmas, com maior relevo para a DREC onde apenas uma escola não os tinha definido. Os critérios eram respeitados por cerca de 87% das escolas que os definiram. ƒ A quase totalidade das turmas constituídas tinha os seus horários correctamente elabo-rados, pois 95% respeitavam o intervalo para almoço; 99% das aulas de Educação Física respeitavam o intervalo pós-refeição definido e tinham dois ou mais meios-dias livres para estudo/trabalho individual.

ƒ Dos 43 023 alunos matriculados no ensino secundário, 79% frequentavam cursos de ca-rácter geral, organizados em 1 535 turmas. Os restantes alunos frequentavam os cursos tecnológicos, organizados em 514 turmas.

ƒ Nos cursos gerais, o número de turmas com mais de 28 alunos tem uma expressão de cerca de 5%, com diferente distribuição em cada ano do ciclo secundário; na maior parte dos casos, a sua constituição impôs-se por razões de con-tinuidade e ou por outras situações.

ƒ Nos cursos tecnológicos esse valor desce para 2%, sendo inexistentes no 11.º ano.

ƒ O número de turmas com menos de 24 alunos impôs-se por inexistência de alunos para asse-gurar a continuidade e/ou por outras situações, designadamente no 11.º ano, 44% das turmas, e no 12.º ano 40%, contra 8% das turmas no 10.º ano, o que, em parte, indicia a distribuição de insucesso.

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ƒ O número de situações de turmas com valor superior ou inferior ao regulamentado a aguar-dar autorização tinha uma expressão pouco significativa em quase todas as regiões.

ƒ No que diz respeito às turmas autorizadas com número inferior ao regulamentado, o valor era mais significativo, cerca de 26% no 10.º ano, 17% no 11.º, e 9% no 12.º ano, indiciando falta de alunos para as completar.

ƒ No que se refere à distribuição das turmas que integravam alunos com necessidades edu-cativas especiais (NEE), no 10.º ano verificava--se a percentagem mais elevada dessas turmas, 13%, contra 10% e 9% nos anos seguintes. Na região do Algarve, a percentagem de turmas integrando alunos com NEE era mais elevada nos dois primeiros anos de ciclo, respecti-vamente, 27% e 19%; no 12.º ano, o valor era mais elevado no Centro, cerca de 15%.

Porém, comparando com os outros ciclos de escolaridade, o secundário apresentava a menor percentagem de turmas integrando alunos com NEE, indiciando que se utilizam critérios de gestão dife-rentes e/ou que a exclusão escolar atinge particu-larmente estes alunos, pondo em causa os serviços de apoio especializado.

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„ Cursos de Educação e Formação Profissionalmente Qualificantes

A informação relativa à organização lectiva dos cursos de educação e formação profissionalmente qualificantes que funcionam em estabelecimentos da rede pública que ministram o 2.º e 3.º ciclos dos ensinos básico e do ensino secundário refere-se a 15 turmas, abrangendo 221 alunos.

Da observação e análise dos dados, conclui-se que: ƒ Os cursos do tipo 1 – destinados a alunos com habilitação inferior ao 6.º ano de escola-ridade, conferindo este grau de escolaridade e um nível 1 de qualificação profissional, nas unidades de gestão intervencionadas – apenas existiam na região de Lisboa, onde foi cons-tituída uma turma com 16 alunos.

ƒ Os cursos do tipo 2 – destinados a alunos com o 6.º ano de escolaridade ou frequência

do 8.º ano, conferindo o 9.º ano de escola-ridade e um nível 2 de qualificação profissional – representavam 74% dos alunos que frequen-tavam estes cursos, sendo os mais frequentados em todas as regiões, excepto na região de Lisboa onde não havia estes cursos nas escolas intervencionadas.

ƒOs cursos do tipo 3 – destinados a alunos com aproveitamento no 8.º ano, ou com fre-quência sem aproveitamento do 9.º ano, confe-rindo o 9.º ano de escolaridade e um nível 2 de qualificação profissional – correspondem à segunda tipologia de cursos mais frequenta-dos, 19%. Não eram leccionados nas unida-des de gestão intervencionadas das áreas geográficas do Algarve e do Norte.

ƒTodas as turmas, 15, tinham sido constituídas com 10 a 20 alunos, de acordo com o quadro normativo legal. À data da intervenção, foram identificadas nove turmas para as quais ainda não tinham sido estabelecidos protocolos com entidades enquadradoras que garantissem a formação em contexto de trabalho.

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„„ Cursos Profissionais de Nível Secundário de Educação

A informação relativa à organização lectiva dos cur-sos profissionais que funcionam em estabelecimentos da rede pública com ensino secundário refere-se 203 alunos distribuídos por 13 turmas.

Da observação e análise dos dados, conclui-se que mais de metade destes alunos e turmas se encontra-vam na região Norte, 115 e 7, respectiencontra-vamente. Nas unidades orgânicas intervencionadas na região do Algarve, estes cursos não eram ministrados. A dimensão mais frequente destas turmas situava--se no intervalo de 18 a 23 alunos. As restantes turmas tinham até 17 alunos.

„ „„

„„ Cursos de Especialização Tecnológica

A informação relativa à organização lectiva dos cur-sos de especialização tecnológica que funcionam em estabelecimentos da rede pública com ensino secun-dário refere-se a duas turmas, abrangendo 39 alunos. Da observação e análise dos dados, conclui-se que

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nas unidades de gestão intervencionadas, apenas duas tinham em funcionamento Cursos de Especia-lização Tecnológica, uma turma na área geográfica da DREALG, com 17 alunos, e outra na DREN, com 22 alunos.

„ „ „ „

„ Crianças e alunos com necessidades educativas especiais

A informação relativa à organização dos apoios edu-cativos a crianças e alunos com necessidades educa-tivas especiais (NEE) refere-se a 11 021 crianças/ alunos sinalizados como necessitando de apoio edu-cativo especial, dos quais 9 035 eram apoiados por 2 036 docentes colocados exclusivamente para pres-tar aquele serviço.

Da análise dos dados, conclui-se que:

ƒ O número de crianças e alunos sinalizados com NEE tinha uma distribuição desigual nos diferentes ciclos. A percentagem mais elevada refere-se ao 1.º ciclo, 5,4%, e a mais baixa ao ensino secundário, 0,7%.

ƒ A capacidade de resposta em termos de apoio específico era relativamente equilibrada em todos os níveis de ensino (acima dos 96%). Constituía excepção a situação dos alunos do 1.º ciclo, por serem apoiados apenas 66%. ƒ Uma análise detalhada dos dados recolhidos

mostra que os apoios eram prestados em per-centagem desigual, quer em cada nível de edu-cação e ensino, quer por região. Assim, a capacidade de resposta em apoio às crianças na educação pré-escolar variava entre 100% no Algarve e no Alentejo e 92% em Lisboa. No total, 96% das crianças sinalizadas estavam a ser apoiadas.

ƒ No que se refere ao 1.º ciclo, a capacidade de resposta regional variava entre 45% na região do Alentejo e 86% na região Centro.

ƒ No 2.º e 3.º ciclos, respectivamente, 96% e 97% do total dos alunos sinalizados eram apoia-dos, situando-se a capacidade de resposta re-gional entre 82% (DREALE, 2.º ciclo) e 100% (DREALG e DREN, 2.º e 3.º ciclos).

ƒ Relativamente ao ensino secundário, em três das DRE, 100% dos alunos sinalizados eram

apoiados, sendo nas duas restantes, DREC e DREN, apoiados respectivamente 96% e 98% desses alunos.

ƒ Considerando os rácios aluno-professor de apoio, verifica-se que estes são mais elevados no 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário, res-pectivamente no valor global de 7,5, 6,5 e 4,9, com variações regionais consideráveis, entre 9,8 e 3,7. Diferentemente, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, esses rácios são muito mais reduzidos, respectivamente 2,1 e 3,7. Na distribuição regional destacam-se no 1.º ciclo o rácio de 5,2 na DREC, cobrindo assim 86% dos alunos sinalizados, contra o rácio de 1,8 na DREALE, apoiando apenas 45% dos alunos sinalizados.

Os dados sugerem que foram seguidas políticas de apoio e estratégias de implementação muito diferen-tes, não necessariamente relacionadas com o número de professores de apoio disponíveis.

„ „ „ „

„ Serviço docente nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário

A informação relativa à organização do serviço do-cente nos 2.º e 3.º ciclos dos ensinos básico e ensino secundário refere-se a 21 750 professores, a que correspondem 447 064 horas docentes.

Com os dados disponíveis, organizaram-se três cate-gorias de informação: a tipologia de distribuição de serviço docente, a insuficiência de serviço docente e as situações de mobilidade docente.

a) Tipologia de distribuição de serviço docente

A tipologia de distribuição de serviço docente refere o período de tempo da prestação do serviço docente, a carga horária docente, a natureza das actividades atribuídas e a componente não lectiva prestada a nível de estabelecimento de ensino.

Período de tempo de prestação do serviço docente

O serviço docente pode ser distribuído no período diurno, nocturno ou ser misto.

A larga maioria do serviço docente é exclusivamente diurna, 90%, sendo os horários exclusivamente

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noc-15

turnos cerca de 2%; 8% do total destes horários distribuem-se nos dois períodos, isto é, corres-pondem a horários mistos. Considerando que a escolaridade em regime nocturno representa uma oferta educativa de 2.ª oportunidade, em trabalho docente o seu peso representa menos de 10%.

Carga horária docente

Das 447 064 horas de serviço docente, lectivo e equiparado, foram elaborados 20 132 horários completos, 93%, independentemente da carga ho-rária lectiva e equiparada, que varia entre 12 e 22 horas. Os restantes horários são incompletos e cor-respondem, em média, a 12,8 horas lectivas e equiparadas, num intervalo regional de 13,7 na DREC e 11,8 na DREN.

Natureza das actividades atribuídas

Quanto à natureza das actividades docentes, lecti-vas e equiparadas, cerca de 73% correspondendo a 327 426 horas eram efectivamente lectivas, sendo as restantes 119 638 horas de redução. Estas equi-valem a 5 438 horários completos de 22 horas e foram distribuídas para actividades equiparadas a serviço lectivo e atribuídas para:

ƒ O exercício de cargos de gestão, 11%; ƒ Direcção de turma do ensino diurno, 13%; ƒ O acompanhamento de estágios, 3%;

ƒ Conversão da componente lectiva por motivo de doença, 9%;

ƒ As actividades contempladas no crédito global atribuído às escolas, 6%.

Nas outras horas de reduções, equiparadas a serviço lectivo, 47% decorrem de progressão na carreira (art. 79.º ECD), utilizadas essencialmente em acti-vidades de coordenação e supervisão pedagógica, e 11% de outras reduções da componente lectiva, como sejam amamentação, reuniões dos cursos de educação formação e desporto escolar.

Componente não lectiva prestada a nível de estabelecimento de ensino

A componente não lectiva atribuída aos 21 750 pro-fessores dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário era de 64 010 horas semanais, correspondendo a uma média de 2,9 horas por horário docente, num intervalo regional de 3,5 na DREALG e 2,4 na DREC.

b) Insuficiência de Serviço Docente

Dos horários 21 750 elaborados, 9,3% tinham falta de horas e 0,4% eram horários-zero. Ambas as situações eram devidas a insuficiência de tempos lectivos para distribuir e verificaram-se em estabele-cimentos cujos quadros estão desajustados face ao decréscimo da população escolar.

c) Situações de mobilidade docente

Dos 104 horários docentes atribuídos a situações de destacamento por situações específicas, apenas um foi indevidamente ocupado, na área geográfica da DREN, por erro de colocação dos serviços. Dos 2 273 horários ocupados por afectação de professores do quadro de zona pedagógica, 21 não tinham componente lectiva, 29 tinham uma compo-nente lectiva igual ou inferior a sete horas semanais, 44 tinham uma componente lectiva entre 8 e 11 horas semanais e 1 650 eram completos.

Dos 912 horários ocupados por destacamento de professores do quadro (art. 40.º e 42.º do ECD) sete correspondiam a horários indevidamente ocupados, dos quais três por requisição indevida dos estabele-cimentos de ensino e os restantes por erro dos serviços. 12% do total dos horários elaborados, 2 690, eram ocupados através de contratações de professores, decorrentes de concurso e de colocações cíclicas (ao abrigo do art. 43.º do ECD). Destes, 38 corres-pondiam a horários indevidamente ocupados, 15 dos quais por requisição indevida dos estabelecimen-tos de ensino e os restantes por erro dos serviços. Dos 2 690 horários ocupados por contratação de professores, decorrentes de concurso e de colocações cíclicas, 231 tinham uma componente lectiva igual ou inferior a sete horas semanais, 387 tinham uma componente lectiva entre 8 e 11 horas semanais, 628 tinham uma componente lectiva entre 12 e 17 horas semanais, 270 tinham uma componente lectiva entre 18 e 21 horas semanais e 1 136 eram completos. Do total dos horários elaborados, 273 acabaram por ser deixados para contratação através da oferta das escolas.

Destes, foram ocupados apenas 102, dos quais 28 eram horários completos. Ao tempo desta inter-venção (Nov. de 2005), continuavam por preencher

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171, dos quais 17 eram horários completos. Os horários não ocupados distribuíam-se em per-centagens muito próximas por todas as regiões, mas, em termos numéricos, eram mais expressivos na região de Lisboa e do Norte, respectivamente com 53 e 45 horários com docente ainda não colocado. No total, o nível de mobilidade docente, conside-rando as diferentes possibilidades de destacamento, afectação ou contratação, envolveu 6081 docentes, correspondendo a 28% dos horários elaborados. O conjunto de horários indevidamente ocupados, quer por professores destacados por condições espe-cíficas, quer por destacamento, ou por contratação, totalizam 46 horários, cuja expressão financeira é de €585.748,40.

Conformidade normativa – situações de incumprimento

ƒ Em 41 dos JI intervencionados, 4%, não tinha sido correctamente definido o início e o fim das actividades educativas.

ƒ Dos JI intervencionados, 441, correspondendo a 45%, encerravam antes das 17H30 e 363, equivalendo a 39%, estavam abertos menos de oito horas diárias.

ƒ No 1.º CEB, 92 escolas, 5%, funcionavam em regime duplo injustificadamente.

ƒ Na região da DREL, 12 escolas do 1.º CEB, 3%, com refeitório escolar, não respeitavam o intervalo de uma hora para almoço. A nível nacional, 82 das escolas do 1.º CEB, 5%, sem refeitório escolar, não respeitavam o intervalo de uma hora e trinta minutos. Esta situação não se verificava na DREALG.

ƒƒƒƒƒ No 1.º CEB, 915 escolas, 56%, encerravam antes das 17H30 horas e 944, correspondendo a 59%, estavam abertas menos de oito horas diárias.

ƒƒƒƒƒ Cerca de 24% das escolas do ensino básico e secundário não tinham definido critérios para a constituição de turmas, oscilando esta percentagem entre 28% no 1.º CEB e 22% no 3.º CEB.

ƒƒƒƒƒ Das 7 376 turmas dos 2.º e 3.º ciclos e ensino

secundário, 537 não respeitavam o intervalo para almoço.

ƒ Das 5 327 turmas dos 2.º e 3.º ciclos, 99 turmas tinham furos.

ƒƒƒƒƒ Das 3 161 turmas do 3.º CEB, 902 turmas tinham mais de quatro blocos no mesmo dia.

ƒƒƒƒƒ Dos 21 750 semanários-horários dos docentes dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário, 1 322 tinham mais de cinco tempos consecu-tivos; 153 tinham horas extraordinárias não marcadas; 654 não tinham as horas da compo-nente não lectiva registadas e 588 não marca-vam as horas supervenientes.

ƒƒƒƒƒ Na educação pré-escolar, dos 556 grupos inte-grando crianças com NEE, 14 eram frequen-tados por mais de 20 crianças, cinco tinham mais de duas crianças sinalizadas e 22 salas não tinham auxiliar de acção educativa.

ƒƒƒƒƒ No 1.º CEB, das 5 455 turmas, duas tinham mais alunos do que o previsto na legislação e 19 tinham menos.

ƒƒƒƒƒ No 1.º CEB, das 2 712 turmas integrando alunos com NEE, 11 tinham mais de 20 alunos, 31 tinham menos de 20 e 15 integravam mais de dois alunos sinalizados.

ƒƒƒƒƒ Das 2 166 turmas do 2.º CEB, 12 tinham sido constituídas com mais alunos do que o previsto legalmente e outras 12 tinham sido consti-tuídas com menos.

ƒƒƒƒƒ No 2.º CEB, das 1 141 turmas que incluíam alunos com NEE, 14 tinham mais de 20 alunos, quatro tinham menos de 20 e seis incluíam mais de dois alunos sinalizados.

ƒƒƒƒƒ Das 3 161 turmas do 3.º CEB, cinco tinham sido constituídas com mais alunos do que o previsto legalmente e outras cinco tinham sido constituídas com menos.

ƒƒƒƒƒ No 3.º CEB, das 1 218 turmas integrando alunos com NEE, 15 tinham mais de 20 alunos, três tinham menos de 20 e duas, do 7.º ano. integravam mais de dois alunos sinalizados.

ƒƒƒƒƒ Dos 16 395 grupos-disciplina constituídos no ensino secundário, 241 eram irregulares, sendo

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17

Conclusões e recomendações

Decorrente desta intervenção e da análise dos dados recolhidos, bem como da necessidade de melhorar a prestação do serviço público de educação, conclui--se e recomendaconclui--se um conjunto de aspectos orga-nizativos e de gestão dos diferentes níveis de esco-laridade, de que se destacam os seguintes:

Educação pré-escolar

„ As características do povoamento e da

demo-grafia afectam o desenho da rede, influenciando a organização do sistema escolar: escolas pequenas, isoladas e dispersas.

„ A estratégia que conduz à elevada percentagem

de Jardins-de-Infância de muito pequena dimensão põe em causa a eficácia da educação escolar, compro-metendo o princípio da escola a tempo inteiro. Com os mesmos recursos e custos poder-se-ia oferecer melhor educação pré-escolar.

„ A distribuição e gestão dos recursos humanos é

um dos factores que mais interpela a eficácia e a efi-ciência da educação infantil. O rácio criança-grupo é relativamente elevado, mas dentro dos padrões 126 do 11.º ano. Os 241 grupos irregulares geraram 446 horas docentes evitáveis, corres-pondentes a cerca de 20 horários docentes.

ƒƒƒƒƒ Quanto aos cursos de educação e formação, quatro turmas tinham sido constituídas sem autorização prévia de funcionamento e para nove não tinham sido celebrados protocolos com entidades que garantissem a formação em contexto de trabalho.

ƒƒƒƒƒ Em relação ao serviço docente dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário, foram atribuídas horas extraordinárias a 35 horários com redução da componente lectiva, ao abrigo do art.º 79.º do ECD, e a sete docentes de grupos com insuficiência de tempos lectivos ou horários-zero, originando 68 horas extraordi-nárias evitáveis.

ƒƒƒƒƒ Não respeitavam os preceitos legais 38 horários ocupados por professores contratados.

comuns da Europa; a percentagem de educadores colocados em outras funções não docentes é igual-mente elevada.

„ O rácio professor de apoio-criança com NEE é,

de um modo geral, singularmente baixo quer na educação pré-escolar quer no 1.º ciclo, contrastando com os outros ciclos.

„ A educação itinerante abrange um reduzido

número de crianças, podendo apresentar-se como uma alternativa na oferta da educação pré-escolar, designadamente para crianças de três anos, a classe etária com mais crianças inscritas e não admitidas.

„ O funcionamento dos JI a tempo inteiro ainda

não é garantido por um conjunto significativo de estabelecimentos de educação, com particular relevo na área geográfica da DREL.

Por estas razões parece de continuar a recomendar, especificamente:

ÎA melhoria da cobertura da rede de

Jardins--de-Infância, de modo a garantir não só a capacidade de resposta à procura, ou ao número de crianças inscritas, como à neces-sidade de abranger 100% das crianças de cinco anos e alargar o serviço educativo aos outros níveis etários.

ÎReforço das parcerias com as autarquias e as

associações de pais, assim como uma mais eficiente gestão dos recursos disponíveis, no sentido de garantir o alargamento do horário de funcionamento dos JI.

ÎA revisão da gestão dos recursos humanos,

quer em termos de colocação de educadores, quer no que se refere à distribuição do serviço lectivo, designadamente para apoio a alunos com necessidades educativas especiais.

1.º ciclo do ensino básico

„ As características demográficas e geográficas do

território influenciam fortemente a organização e gestão da rede escolar do 1.º ciclo: mantém-se a muito elevada percentagem de escolas de lugar docente único e de escolas com menos de 10 alunos.

„ A maioria das escolas do 1.º CEB não garantia

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ser uma estratégia para melhorar as condições de ensino e de aprendizagem.

„ A gestão conjunta dos recursos humanos por

blocos de dois ciclos rentabiliza em princípio os pró-prios recursos, mas não permite, com rigor, dispo-nibilizar indicadores de gestão.

„ No que se refere ao ensino secundário, continua

a verificar-se que a percentagem de turmas de di-mensão entre 24 e 28 alunos e superior a 28 alunos representa um pouco mais de metade de todas as turmas nos cursos gerais.

„ Nos cursos tecnológicos, as turmas de grande

dimensão continuam a ser em número muito menor, em contraste com as turmas de pequena dimensão, menos de 15 alunos, cujo peso é mais do dobro das primeiras. Estes dados resultam da menor procura ou de menor oferta desta modalidade de formação de nível secundário.

„ Para além de menor procura destes cursos,

continuam a registar-se em todo o ensino secundário, e com especial ênfase nos cursos tecnológicos, elevados índices de insucesso e abandono, o que se traduz na queda significativa da dimensão das turmas, entre o 10.º ano e os anos sequenciais.

„ Cerca de 50% das turmas constituídas continuam

a não cumprir os critérios normativos.

Por estas razões, parece de continuar a recomendar, especificamente:

ÎO conhecimento mais aprofundado do impacto

da gestão da distribuição dos alunos com NEE nas suas aprendizagens, de forma a justificar a relação custo/benefício.

Serviço docente nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário

Em relação ao serviço docente destes níveis de ensi-no, destacam-se como questões problemáticas na gestão do sistema:

„ As disparidades verificadas, quando em diferentes

escolas foram adoptadas soluções diferentes na aplicação da alínea d) do n.º 2 do artigo 7.º do Regulamento dos Cursos de Educação Formação, aprovado pelo Despacho Conjunto n.º 453/2004, publicado no Diário da República, II Série, de 27 de às 17H30, com particular relevo na área geográfica

da DREC.

„ Menos de metade das escolas do 1.º CEB tinham

acesso a refeitórios escolares.

„ A gestão dos apoios a alunos com necessidades

educativas especiais continua a carecer de uma análise mais profunda. Neste ciclo, em comparação com os demais, uma parte muito importante da população sinalizada não é apoiada, sendo o rácio de professor de apoio/aluno o mais baixo de toda a escolaridade – menos de metade. As estratégias de gestão são diferentes entre as DRE, existindo situações em que aqueles rácios são o dobro ou mais de todas as outras.

Por estas razões, parece de continuar a recomendar, especificamente:

ÎA melhoria da gestão da rede escolar, de modo

a rever a dimensão das escolas e a qualidade da experiência ou vivência educativa.

ÎA revisão da gestão dos recursos humanos de

modo a aumentar a capacidade de resposta no apoio aos alunos sinalizados.

ÎA melhoria da eficiência da gestão dos recursos

humanos disponíveis e o alargamento das par-cerias no sentido de promover um efectivo au-mento do horário/período de funcionaau-mento.

2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário

„ Estes três ciclos, muitas vezes ministrados nas

mesmas escolas, apresentam critérios de gestão de alunos, sobretudo no ensino básico, muito semelhantes.

„ Na organização das turmas, a distribuição dos

alunos com necessidades educativas especiais actua como factor de correcção ou de moderação da dimen-são das mesmas, o que continua a justificar nos dois ciclos o número de turmas de dimensão entre 19 e 23 alunos igual ou superior ao número de turmas de dimensão entre 24 e 28 alunos. Apesar das dife-renças regionais, apenas no território de uma das regiões, a mais populosa, aqueles valores apresentam um sentido contrário.

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Julho, que atribui à equipa pedagógica que assegura a leccionação dos cursos dois tempos de equiparação a serviço lectivo semanal para coordenação de acti-vidades de ensino aprendizagem. Algumas escolas atribuíram os dois tempos à componente não lecti-va a nível de estabelecimento de ensino, enquanto outras os atribuíram como redução efectiva da com-ponente lectiva dos docentes;

„ A continuação de insuficiência de tempos lectivos

dos docentes, principalmente pela afectação de professores do quadro de zona pedagógica a esta-belecimentos de ensino onde não existem horas disponíveis, ou existindo, estas são manifestamente inferiores à componente lectiva a que aqueles docentes estão obrigados;

„ Dificuldades de algumas escolas na atribuição de

tempos para medidas de apoio educativo, comple-mento curricular e reforço das aprendizagens, ajus-tados às necessidades;

„ Dificuldades dos Conselhos Executivos na

atri-buição e gestão dos tempos atribuídos à componente não lectiva a nível de estabelecimento;

„ As modalidades de concursos anuais que

conti-nuam a provocar uma mobilidade assinalável de docentes, com claro prejuízo para os próprios e para as escolas, a que se associa a colocação tardia, redu-zindo assim a carga de tempo lectivo previsto nos currículos.

Por estas razões, parece de continuar a recomendar que seja revisto, especificamente:

ÎA gestão do pessoal docente, que representa

uma das tarefas mais complexas da gestão das escolas, decorrente das características da rede escolar e do excesso de regulamentação nor-mativa, própria, ainda, de uma excessiva cen-tralização. Este aspecto eleva o nível de peque-nas desconformidades identificadas.

ÎAs características do modelo de gestão de

re-cursos humanos e a organização dos respec-tivos quadros, que não permitem a melhor racionalidade nem a produção de indicadores de gestão, dispondo-se apenas de estimativas não fiáveis.

ÎA articulação na gestão da rede e no

funcio-namento efectivo das redes concelhias e inter-concelhias de escolas, no que se refere à oferta

de formação, de modo a superar a ausência de racionalidade na gestão dos recursos huma-nos, físicos e tecnológicos.

ÎO sistema de financiamento das escolas que

não permite que cada estabelecimento de ensi-no e unidade de gestão tenha a ensi-noção dos custos dos serviços que presta e da qualidade que efectivamente oferece.

As conclusões e recomendações apresentadas focam, no seu conjunto, a necessidade do desenvolvimen-to de uma maior articulação entre os serviços cen-trais e regionais do ME, no sentido de identificar ne-cessidades de informação e monitorização do sistema, de clarificar orientações e harmonizar procedimentos, bem como de rever os efectivos graus de autonomia das escolas na gestão dos seus recursos e modo de organização.

Focam ainda uma intervenção que permita explicar e compreender as razões e o sentido das múltiplas desconformidades que se observaram e das quais foi dado conhecimento às respectivas Direcções Regionais de Educação.

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PARTE I – Apresentação

Objectivos da intervenção

A actividade de controlo Organização do Ano Lectivo 2005-2006 teve por finalidade a produção de informação sobre o funcionamento das unidades organizacionais do sistema educativo, tomando por referência as disposições legais em vigor e tendo por objectivos:

ÎAnalisar a organização das unidades de gestão, numa perspectiva de equidade do serviço público de educação;

ÎIdentificar as situações de conformidade e de desvio face aos normativos em vigor, que se traduzam em

prejuízo para os alunos e/ou para o erário público;

ÎAvaliar a racionalidade e a eficácia na gestão dos recursos humanos disponíveis;

ÎInduzir práticas de gestão que previnam eventuais desperdícios.

Estrutura global

O relatório Organização do Ano Lectivo 2005-2006 é composto por quatro documentos: Relatório da Intervenção; Anexos; Principais Tendências Evolutivas e Questionário de Impacto da Acção Inspectiva. Os três últimos encontram-se disponíveis no CD-ROM que acompanha o Relatório. O relatório da intervenção inicia-se com uma Nota prévia e um Sumário executivo que inclui algumas conclusões e recomendações. O Relatório de Intervenção organiza-se em duas partes:

A Parte I – Apresentação, que contém os objectivos da intervenção, a descrição da organização do relatório,

os critérios de selecção da amostra e ainda a metodologia utilizada na intervenção inspectiva;

A Parte II – Resultados da intervenção inspectiva, que apresenta, por níveis de educação e ensino,

os dados relativos a:

„Data de início das actividades educativas na educação pré-escolar; „Horário de encerramento dos jardins-de-infância e escolas do 1.º ciclo; „Regime de funcionamento no 1.º ciclo;

„Actividades de animação e apoio às famílias e de enriquecimento curricular ou outras actividades

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„Definição de critérios para a constituição de turmas;

„Turmas/horários dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário; „Dimensão dos jardins-de-infância;

„Constituição de grupos e de turmas;

„Crianças e alunos com necessidades educativas especiais;

„Critérios para a composição dos semanários-horários dos docentes do 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário; „Serviço docente dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário;

„Cursos de educação formação;

„Cursos profissionais de nível secundário; „Cursos de especialização tecnológica; „Conformidade normativa;

„Medidas de correcção e regulação.

A informação é apresentada em gráficos e quadros. Relativamente a cada gráfico e quadro, é feita uma análise sintética, procurando evidenciar os aspectos mais significativos. Os anexos referenciados no relatório encontram--se no CD-ROM que o acompanha.

Em todos os níveis de educação e de ensino são assinaladas as situações em que não se observou a conformidade normativa e as respectivas medidas de correcção e regulação associadas.

O relatório foi elaborado para permitir uma leitura independente de cada capítulo. Por isso, no início de cada capítulo refere-se, em nota sintética, a legislação aplicável que orientou a leitura e análise dos dados. Pela primeira vez, realizou-se uma fase preventiva, de 25 de Julho a 5 de Agosto, para verificação da distribuição do serviço docente e constituição de grupos/turmas.

A actividade envolveu 123 inspectores, dos quais quatro em trabalhos de concepção, planeamento e tratamento de dados e 119 na intervenção nas unidades de gestão, perfazendo um total de 3 730 dias de trabalho. No documento Principais Tendências Evolutivas, que também integra o CD-ROM, comparam-se dados relativos aos anos lectivos de 2000-2001 a 2005-2006.

Por sua vez, no documento Questionário de Impacto da Acção Inspectiva, igualmente disponível no CD-ROM, apresentam-se os resultados de um inquérito realizado junto das escolas no sentido de saber de que forma avaliam a intervenção inspectiva.

Critérios de selecção da amostra

À semelhança dos últimos anos lectivos procurou-se estabelecer uma amostra que obedecesse a critérios de representatividade face ao universo das 1 292 unidades de gestão apuradas como elegíveis para a intervenção. Esta amostra contou com 304 unidades de gestão e garante um nível de confiança de 95,5%.

A amostra foi estratificada, nos termos da Portaria n.º 200/2004, de 4 de Fevereiro, com base nos seguintes critérios: Classe de IDS1 que categoriza os diferentes concelhos do país em quatro classes, de acordo com os

intervalos que se apresentam no quadro I.

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A amostra foi constituída por 304 unidades de gestão2, distribuídas pela área de cada Direcção Regional de

Educação e por IDS concelhio, como se apresenta nos quadros II e III.

Quadro II – Unidades intervencionadas

por Direcção Regional de Educação

Quadro III – Unidades de gestão

intervencionadas por nível de IDS

Apesar de terem sido intervencionadas 304 unidades de gestão, foram analisados os dados de 303. Os dados da EBI de Aves, S. Tomé de Negrelos – Santo Tirso (DREN) não foram incluídos no total, devido ao facto de a escola ter adoptado uma organização do trabalho que não assenta na unidade de trabalho/aprendizagem turma, mas sim em níveis de aprendizagem, não se enquadrando nos documentos de recolha de dados aplicados nas outras escolas. Esta escola tem um Contrato de Autonomia Celebrado com a Administração Educativa.

1 Índice de Desenvolvimento Social – Portaria n.º 200/2004, de 4 de Fevereiro, constituído com base num índice composto por

indicadores – Esperança de Vida à Nascença, Nível Educacional da População, Conforto e Saneamento Básico.

2 Unidades de gestão e estabelecimentos (UG) por tipologia dentro de cada classe de IDS (agrupamentos horizontais, agrupamentos

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Metodologia da actividade

Todos os dados foram objecto de registo e validação por parte de cada Delegação Regional da IGE responsável pela recolha, tendo o seu tratamento sido realizado a nível central mediante uma aplicação informática construída para o efeito, que permite consultas por escola ou por agregação de escolas, por DRE ou por todo o Continente. Foram intervencionados 22,6% dos estabelecimento de educação e de ensino da Rede Pública do Continente, regidos pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio (quadro IV e anexo 1.1), correspondendo a:

ƒ 1 002 (22,2%) estabelecimentos de educação e de ensino que ministravam a educação pré-escolar, destacando-se a DREC com 24,2%;

ƒ 1 692 (22,7%) estabelecimentos de ensino que ministravam o 1.º CEB, destacando-se a DREC e DREALE com 25,4% e 24,0%, respectivamente;

ƒ 189 (23,1%) estabelecimentos de ensino que ministravam o 2.º CEB, sendo a percentagem equilibrada entre as cinco regiões geográficas;

ƒ 255 (22,6%) estabelecimentos de ensino que ministravam o 3.º CEB, oscilando a percentagem entre 21,8% na DREL e 23,4% na DREN;

ƒ 106 (22,2%) estabelecimentos de ensino que ministravam o ensino secundário, variando a percentagem entre 19,6% na DREALE e 25,7% na DREC.

Quadro IV – Estabelecimentos de ensino, segundo os ensinos ministrados

Do conjunto de 1 285 590 crianças e alunos matriculados, a nível nacional no ensino público, 288 028, equivalendo a 22,4%, frequentavam as escolas intervencionadas (quadro V e anexo 1.2). Os dados recolhidos abrangem, em cada nível de educação e ensino e DRE, as seguintes percentagens de crianças e alunos matriculados nos estabelecimentos intervencionados:

ƒ 23,9% na educação pré-escolar. A DREALE e a DREC apresentavam maior percentagem de crianças matriculadas, 25,4% e 25,1%, respectivamente;

ƒ 23,0% no 1.º ciclo do ensino básico. A DREALE e a DREC apresentavam maior percentagem de alunos matriculados, 25,3% e 24,3%, respectivamente;

ƒ 22,6% no 2.º ciclo do ensino básico. A DREALG e a DREC apresentavam maior percentagem de alunos matriculados, 26,0% e 23,9%, respectivamente;

ƒ 22,1% no 3.º ciclo do ensino básico. A DREC e a DREALG apresentavam maior percentagem de alunos matriculados, 25,5% e 23,2%, respectivamente;

ƒ 20,6% no ensino secundário. A DREALE e a DREC apresentavam maior percentagem de alunos matriculados, 24,2% e 22,3%, respectivamente.

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Quadro V – Alunos matriculados a nível nacional

e nos estabelecimentos de educação e de ensino da amostra

Dos 142 055 docentes da Rede Nacional Pública, 31 248 (22,0%) leccionavam nas escolas intervencionadas. Por nível de educação e de ensino e por Direcção Regional de Educação, foram recolhidos os seguintes dados relativos ao número de educadores e professores dos estabelecimentos de educação e ensino intervencionados (quadro VI e anexo 1.3):

ƒ 24,7% na educação pré-escolar. A DREC apresentava um maior peso relativo de educadores, 27,7%; ƒ 23,9% no 1.º ciclo do ensino básico. A DREALE e DREC apresentavam um maior peso relativo de

professores deste nível de ensino, 27,2% e 26,2%, respectivamente;

ƒ 21,2% nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário. A DREALG apresentava um maior peso relativo de professores destes níveis de ensino, 22,6%.

Quadro VI – Docentes da rede nacional pública

e dos estabelecimentos de educação e ensino da amostra

As actividades de preparação e recolha de dados relativos aos 3 244 estabelecimentos de educação e ensino da amostra foram, em síntese, as seguintes (anexo 1.4):

ƒ De Março a Junho, os Serviços Centrais em colaboração com as Delegações Regionais fizeram a revisão dos instrumentos de trabalho de suporte à intervenção e prepararam a versão final do Roteiro da actividade;

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ƒ Em Junho, os Serviços Centrais remeteram um ofício a todas as unidades de gestão constituídas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 24/99, de 22 de Abril. Foi-lhes solicitada a disponibilização dos dados a recolher e o preenchimento dos mapas de distribuição de serviço docente dos diferentes níveis de educação e ensino. Foram ainda informadas de que os referidos mapas se encontravam na página da IGE na Internet. Em Julho, as Delegações Regionais oficiaram as unidades de gestão a intervencionar, reforçando estas informações; ƒ Em Julho, foram realizadas, nos Serviços Centrais, duas reuniões, com a duração de um dia cada,

de formação dos inspectores que iam intervencionar as unidades de gestão na primeira fase preventiva e na segunda fase;

ƒ Em Julho e Setembro, realizaram-se reuniões com as DRE, para apresentação do Roteiro da actividade e para tratar de aspectos relevantes levantados pela alteração de alguns diplomas legais, designadamente em relação ao horário de funcionamento dos jardins-de-infância e das escolas do 1.º ciclo do ensino básico, à colocação de professores e à distribuição de serviço docente; ƒ De 25 de Julho a 5 de Agosto, realizou-se a intervenção preventiva efectuada por um inspector e

com a duração de um dia por unidade de gestão intervencionada. Os resultados de cada intervenção foram comunicados às unidades de gestão por e-mail e/ou fax e às respectivas DRE por e-mail; ƒ De Maio a Setembro, preparou-se a aplicação informática para registo dos dados recolhidos pelos

inspectores, utilizando o suporte electrónico através de acesso à Internet, mediante a utilização de uma palavra-chave ou password personalizada;

ƒ Em Agosto, o roteiro e outros materiais a utilizar na segunda fase foram enviados às delegações para que preparassem a intervenção no terreno;

ƒ Depois de preparada regionalmente, a intervenção nas unidades de gestão iniciou-se no final de Setembro e terminou no início de Dezembro.

ƒ De acordo com a dimensão da escola ou agrupamento, a recolha de dados foi realizada por um inspector ou por equipas de dois ou mais inspectores em actuação simultânea. Os elementos recolhidos foram em simultâneo remetidos, através da Internet, para a Base de Dados Central. As fichas de desconformidades com a legislação foram remetidas à Delegação Regional respectiva, para serem validadas e remetidas aos Serviços Centrais da IGE, através de correio electrónico, sendo de imediato analisadas pelos Serviços Centrais e enviadas às unidades de gestão, por correio, e respectiva Direcção Regional de Educação, por e-mail;

ƒ Após conferência dos dados, pela Delegação Regional respectiva, seguiu-se de imediato o seu tratamento e a elaboração do relatório nacional pelos Serviços Centrais.

A intervenção inspectiva teve como instrumentos de trabalho: „Ficha de análise primeira fase;

„Guião, constituído por:

ƒ Módulo A – Todos os níveis de educação e ensino; ƒ Módulo B – educação pré-escolar;

ƒ Módulo C – 1.º ciclo do ensino básico; ƒ Módulo D – 2.º ciclo do ensino básico; ƒ Módulo E – 3.º ciclo do ensino básico; ƒ Módulo F – ensino secundário; ƒ Módulo G – serviço docente;

ƒ Módulo I – cursos de educação e formação, cursos profissionais de nível secundário e cursos de

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„Notas de preenchimento: educação pré-escolar, ensinos básico e secundário;

„Mapas de distribuição de serviço docente: I-A – educação pré-escolar; I-B – 1.º ciclo do ensino básico; I-C1 –

2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário e respectivas instruções de preenchimento (anexo XIV);

„Mapas de turmas: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário, em formato electrónico, e respectivas

instruções de preenchimento (anexo XIV);

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PARTE II – Resultados da intervenção

1. Funcionamento dos estabelecimentos de educação e ensino – critérios de constituição das turmas e de elaboração dos horários docentes e discentes

Educação pré-escolar

As datas de início e termo das actividades e dos períodos de interrupção são definidas em reunião a realizar para o efeito com o responsável pela direcção do estabelecimento, os pais e os representantes do município, nos termos dos Despacho Normativo n.º 24/2000, de 19 de Abril.

Sem prejuízo da normal duração semanal e diária das actividades educativas na educação pré-escolar, os esta-belecimentos manter-se-ão obrigatoriamente abertos pelo menos até às 17H30 minutos e no mínimo durante oito horas diárias, nos termos do Despacho n.º 16 795/2005, publicado no Diário da República, II Série, de 3 de Agosto. Tendo em conta os aspectos referidos, foram recolhidos dados relativos a:

„JI que definiram a data de início e termo das actividades educativas;

„JI que adequaram o seu horário de funcionamento ao calendário escolar definido; „JI que encerram antes das 17H30;

„JI que encerram entre as 17H30 e as 18H00; „JI que encerram após as 18H00;

„JI abertos menos de oito diárias;

„JI abertos entre oito e nove horas diárias; „JI abertos mais de nove diárias.

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Apurados estes dados, é possível concluir o seguinte:

Data de início e termo das actividades educativas:

„Na educação pré-escolar a maioria dos estabelecimentos de educação, 95,9%, tinha definido o início e

termo das actividades, salientando-se a DREC e a DREN (anexo 2.1);

„Um elevado número de estabelecimentos, 92,9%, tinha adequado o seu horário de funcionamento ao

calendário escolar, atingindo a totalidade na DREALG (gráfico 1 e anexo 2.1).

Gráfico 1 – Início e termo das actividades educativas

Horário de encerramento dos JI:

„O objectivo do funcionamento da escola a tempo inteiro estava a ser atingido na maioria

dos estabelecimentos de educação pré-escolar, 55%, salientando-se a DREALG, com cerca de 80% dos jardins-de-infância abertos pelo menos até às 17H30 e no mínimo oito horas diárias (gráfico 2 e anexos 2.2 e 2.3).

Referências

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