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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GIOVANE GUIMARÃES DE OLIVEIRA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

GIOVANE GUIMARÃES DE OLIVEIRA

ESTUDO DA EFICIÊNCIA DA MICROMEDIÇÃO E DA SUA RELAÇÃO COM HIDROMETRAÇÃO E PERDAS DE ÁGUA NA CIDADE DE MOSSORÓ - RN

MOSSORÓ 2019

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GIOVANE GUIMARÃES DE OLIVEIRA

ESTUDO DA EFICIÊNCIA DA MICROMEDIÇÃO E DA SUA RELAÇÃO COM HIDROMETRAÇÃO E PERDAS DE ÁGUA NA CIDADE DE MOSSORÓ - RN

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Felipe Augusto Dantas de Oliveira

MOSSORÓ 2019

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© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas

da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

O48e Oliveira, Giovane Guimarães.

ESTUDO DA EFICIÊNCIA DA MICROMEDIÇÃO E DA SUA RELAÇÃO COM HIDROMETRAÇÃO E PERDAS DE ÁGUA NA CIDADE DE MOSSORÓ - RN / Giovane Guimarães Oliveira. - 2019.

44 f. : il.

Orientador: Felipe Augusto Dantas Oliveira. Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Civil, 2019.

1. Água. 2. Micromedição. 3. Hidrometração. 4. Abastecimento. 5. Perdas. I. Oliveira, Felipe Augusto Dantas, orient. II. Título.

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Dedico esta monografia a José Claudino de Oliveira (in memorian), meu avô pelo grande homem que foi, admirado por todos que o conheceram, sendo um grande exemplo para seus filhos e netos. Também dedico a Francisco de Assis da Silva Lima (in memorian), perda mais difícil da minha vida, homem de bondade incrível e um dos meus maiores incentivadores.

Dedico também aos meus pais: José Juvanildo de Oliveira e Vandi Cleide Guimarães.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela proteção concedida em todos os momentos da minha vida.

A José Juvanildo de Oliveira, meu pai e ídolo maior, que batalhou a vida inteira para que esse momento pudesse chegar.

À Vandi Cleide Guimarães, minha querida mãe, a melhor pessoa que já conheci e meu maior apoio, em momentos bons ou ruins.

A Felipe Augusto Dantas de Oliveira, meu orientador, pelo tempo dedicado, pela atenção, e sabedoria repassada ao longo desse projeto.

Aos meus avós Faustino Rodrigues Guimarães, Maria Petronila Guimarães e Maria de Lourdes Lima de Oliveira por estarem sempre ao meu lado, me ajudando a ser melhor a cada dia.

Aos meus tios Maria Vana, Maria Juvanira, Maria Juvanilda, Juvaneuda Lima, José Faustino, Francisco Jucier, Idelson Rodrigues e Deusimar Rodrigues por serem grandes influências em minha vida.

Aos meus amigos, por serem os melhores que alguém poderia ter, sendo os irmãos que nunca tive, me apoiando e me aconselhando a todo momento. Em destaque os que me deram suporte ao longo desses anos de UFERSA: Jaddson Melo, Vlagner Medeiros, Gabriel Saulo e Carlos Henrique.

A ALPE Engenharia e todos que a compõem, vocês foram de fundamental importância para o meu crescimento profissional e pessoal e pelas amizades que levarei para a vida. Em especial a Daniel Castro, Ermano Elias, Matheus Monteiro e Marina Maria.

À Cláudia Yanara e Fiama Raissa, pessoas com quem tive o primeiro contato na ALPE e foram de extrema importância na elaboração desse trabalho, sem elas o mesmo não seria possível.

(7)

RESUMO

Sendo a água um dos recursos naturais básicos essenciais a manutenção da vida e de todas as atividades econômicas existentes, faz-se necessária sua conservação de modo a garantir que as presentes e futuras gerações possam usufrui-la. Dessa forma, no estudo sobre sistemas de abastecimento de água, percebe-se que um dos principais problemas são as perdas desse bem, que estão diretamente ligadas a eficiência da micromedição nas economias residenciais. Com isso, o estudo da cidade de Mossoró/RN visa conhecer esses parâmetros e fazer comparativos com as demais cidades e regiões do país, buscando conhecer as deficiências do sistema e assim possibilitar a resolução dos mesmos. Os dados mostram que há um avanço no índice de hidrometração no período analisado, porém, o índice de micromedição não acompanha essa tendência, fazendo com que o sistema seja ainda ineficiente. Conforme os dados obtidos, existem índices de perdas de distribuição muito altos na cidade, chegando a mais de 60% em um dos meses. Em suma, de toda a água produzida pela CAERN, mais de metade não é contabilizada na micromedição, sendo perdida de forma real ou aparente durante o processo de distribuição. Assim, torna-se necessário providencias para que haja um melhor desempenho do sistema na cidade, fornecendo melhorias a própria empresa, aos clientes e ao meio ambiente. Uma das resoluções indicadas é a reparação de hidrômetros defeituosos na cidade, havendo assim uma melhoria na eficiência da micromedição e também um auxílio ao controle de perdas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição de água na natureza ... 15

Figura 2 – Análise populacional da região hidrográfica amazônica em comparação com as demais regiões. ... 17

Figura 3 – Municípios abastecidos por tipo de manancial ... 18

Figura 4 – Esquema de um sistema de abastecimento de água ... 19

Figura 5 – Relação oferta/demanda de água ... 21

Figura 6 – Controle de perdas reais ... 28

Figura 7 – Controle de perdas aparentes ... 29

Figura 8 – Mapa da área de estudo ... 30

Figura 9 – Principais poços da cidade de Mossoró ... 31

Figura 10 – Volume acumulado do reservatório Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves .... 33

Figura 11 – Índice de Hidrometração ... 36

Figura 12 – Índice de Micromedição ... 36

Figura 13 – Exemplo de fatura de água da cidade de Mossoró ... 38

Figura 14 – Informações referentes a quantificação do abastecimento da cidade de Mossoró 39 Figura 15 – Índice de perdas na distribuição ... 40

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Descrição dos componentes das perdas que ocorrem nos sistemas de abastecimento de água. ... 25 Quadro 2 – Características principais de perdas reais e perdas aparentes ... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Índice de hidrometração por região no ano de 2017... 23 Tabela 2 – Índice de perdas na distribuição ... 26 Tabela 3 – Porcentagem de volume produzido em mananciais superficiais e subterrâneos .... 33 Tabela 4 – Medições de vazões dos poços de Mossoró ... 34 Tabela 5 – Localização dos reservatórios da cidade de Mossoró ... 35 Tabela 6 – Indicadores totais entre jan/2017 e jul/2017 ... 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

ANA Agência Nacional de Águas

CAERN Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte ETA Estação de Tratamento de Água

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPD Índice de Perdas na Distribuição

IPF Índice de Perdas de faturamento ONU Organização das Nações Unidas

PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico SAA Sistema de Abastecimento de Água

SABESP Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento VRP Válvula Redutora de Pressão

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 2 OBJETIVOS ... 14 2.1 Objetivo geral ... 14 2.2 Objetivos específicos... 14 3 REVISÃO DA LITERATURA ... 15

3.1 Situação hídrica no Brasil ... 15

3.1.1 Disponibilidade hídrica superficial e subterrânea ... 16

3.2 Abastecimento de água ... 19

3.2.1 Oferta versus demanda ... 20

3.2.2 Abastecimento intermitente ... 21 3.3 Sistemas de medição ... 22 3.3.1 Macromedição ... 22 3.3.2 Micromedição ... 22 3.4 Perdas ... 24 3.4.1 Índices de perdas ... 26 3.4.2 Controle de perdas ... 27 4 METODOLOGIA ... 30 4.1 Área de estudo ... 30 4.2 Aquisição de dados ... 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 33

(13)

5.1 Abastecimento misto ... 33

5.2 Hidrometração versus eficiência da micromedição ... 35

5.3 Quantificação de água do sistema ... 37

5.4 Perdas ... 39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 42

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13

1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Manual de educação para o consumo sustentável (BRASIL, 2005), existe uma grande preocupação com a quantidade de água no mundo inteiro e isso se dá devido ao fato de ser um recurso essencial para a vida na terra. A apreensão é explicável, tendo em vista que, com o crescente aumento da população mundial e aglomeração em grandes centros, os efeitos na quantidade e qualidade da água já podem ser percebidos com o passar do tempo. A ONU prevê que se não existirem mudanças nos paradigmas atuais, em 2050 cerca de 45% das pessoas estarão vivendo em países que não poderão sequer fornecer 50 litros de água por pessoa diariamente.

Dessa forma, Tsutiya (2006) mostra que a principal preocupação é justamente com o abastecimento de água para a população em quantidade e qualidade adequadas, pela importância para atendimento as necessidades relacionadas a saúde e ao desenvolvimento industrial.

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES, 2013) mostra que uma das principais dificuldades de haver um sistema de abastecimento de qualidade são as perdas de água. Dados da associação mostram que a média do índice de perda de abastecimento no Brasil é de 40%, número considerado bastante alto, porém em algumas cidades o índice supera os 60%.

De acordo com Miranda (2002), nas últimas décadas, uma série de fatores fez com que a eficiência no combate as perdas nos sistemas de abastecimento não atingissem parâmetros melhores. Entre esses fatores estão o baixo desenvolvimento tecnológico das redes de distribuição, poucos investimentos, aumento excessivo da demanda por água, havendo assim ampliação de sistemas sem previsão de projeto para atender a demanda, e somado a tudo isso a falta de preocupação com a conservação e uso racional do recurso.

No Rio Grande do Norte, especificamente na cidade de Mossoró, objeto de estudo desta pesquisa, a responsável pelo abastecimento de água da população é a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), que tem por objetivo fornecer da melhor forma possível o recurso hídrico para a população do estado.

Com isso, o trabalho apresentado tem como objetivo analisar os dados obtidos pela CAERN, tendo como foco principal a eficiência da micromedição, além de quantificar as perdas na distribuição, buscando assim soluções para melhorar o sistema de distribuição já existente.

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14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a eficiência da micromedição no munícipio de Mossoró-RN.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar e comparar quantitativos de micro e macromedição; • Verificar relação entre hidrometração e eficiência da micromedição;

• Fazer comparativo entre os índices de perda da cidade de Mossoró com o restante do país;

• Identificar problemas do Sistema de Abastecimento de Água de Mossoró; • Identificar possíveis causas e soluções para os problemas encontrados.

(16)

15

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 SITUAÇÃO HÍDRICA NO BRASIL

De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2004), a água abrange grande parte da superfície terrestre (cerca de quatro quintos do território), porém apenas 3% desse montante é doce e grande parte dessa porcentagem não se encontra disponível para consumo humano, por estar presa em geleiras e lençóis freáticos a mais 800 m de profundidade. A Figura 1 mostra a situação apresentada.

Fonte: Adaptado de FUNASA (2004).

Heller e Pádua (2010) mostram que, hoje em dia, é de conhecimento de todos a

3%

97%

Água 100%

Água doce Água salgada

Figura 1 – Distribuição de água na natureza

10%

90%

Água doce (3%)

(17)

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importância da água para a sobrevivência e desenvolvimento da sociedade, porém tem-se também a noção de que a disponibilidade e grande abundância desse recurso ainda não é suficiente para suprir as necessidades de todo o planeta, devido aos problemas com a falta de água, presentes em diversos locais.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2018), o Brasil é um país privilegiado e conta com uma grande disponibilidade de água doce do mundo, o que traz uma falsa ideia de que o país não tem problemas com esse recurso. Analisando a distribuição territorial da água no país, em conjunto com os diversos usos desse bem, percebe-se que apesar da elevada quantidade de água, o Brasil ainda possui muitos dilemas e falhas no abastecimento de água a população.

3.1.1 Disponibilidade hídrica superficial e subterrânea

ANA (2010), relata que o Brasil, no âmbito de recursos hídricos superficiais, é um dos países mais ricos do mundo, tendo uma vazão média de quase 180 mil m³/s, fazendo com que cerca de 47% dos municípios brasileiros sejam abastecidos exclusivamente por mananciais superficiais.

Ainda segundo a ANA (2010), a região hidrográfica amazônica concentra 81% da disponibilidade hídrica superficial do país e engloba os estados do Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima, além de grande parte do Pará e do Mato Grosso, ou seja, 7 dentre os 27 estados do país retém a maior parte do recurso citado. O restante do país (20 demais estados) que são responsáveis por 55% do território nacional detêm apenas 19% dos recursos hídricos superficiais.

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17

Fonte: Adaptado de IBGE (2019)

Na Figura 2, feita com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), vemos uma disparidade ainda maior quando há o comparativo envolvendo as populações. A região responsável por mais de 80% dos recursos hídricos superficiais do país tem apenas 24,16% da população brasileira.

Dessa forma, alguns municípios necessitam buscar outras soluções para o abastecimento de água para a população, pois não há água superficial suficiente. Devido a isto, muitos fazem uso das águas subterrâneas que, segundo Tsutiya (2006), é recurso hídrico da água superficial, tendo como o meio onde se propagam o subsolo, em poros das formações geológicas.

De acordo com Heller e Pádua (2010) o aproveitamento das águas subterrâneas como forma de suprir necessidades humanas iniciou-se a milhares de anos e esse uso vem crescendo ao longo do tempo, pode-se citar o aumento populacional como um dos fatores que influenciam essa expansão. Essa exploração pode ser tanto para atender totalmente as demandas de água a população, abastecimento exclusivo por águas subterrâneas, quanto como complemento das águas superficiais, nesse caso chamado de abastecimento misto.

A ANA (2010) informa que 39% dos municípios brasileiros são abastecidos exclusivamente por águas subterrâneas, enquanto que em 14% ocorre o abastecimento misto. Isso demonstra e reforça a importância desse recurso para o abastecimento da população brasileira. A Figura 3 apresenta os munícipios brasileiros, separados por estado e a sua forma de abastecimento de água.

Figura 2 – Análise populacional da região hidrográfica amazônica em comparação com as demais regiões.

24,16%

75,84%

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18

Fonte: ANA (2010).

Os dados da região norte destacam-se entre os demais, devido ao fato de grande parte dos recursos hídricos superficiais do país se encontrarem nessa região e mesmo assim a maioria dos municípios é abastecida por mananciais subterrâneos. ANA (2010) explica que isso se dá pelo enorme potencial de alguns aquíferos existentes na região e também pela maior simplicidade desse meio para abastecer munícipios de pequeno porte, predominantes na região, ressalta-se também a qualidade superior da água subterrânea, que requer um tratamento menor quanto as características de potabilidade da água.

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19

3.2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Segundo a FUNASA (2004), o Sistema de Abastecimento de Água (SAA) é caracterizado pela retirada de água da natureza, tratamentos para que se torne adequada ao consumo humano, seu devido transporte e, consequentemente, seu fornecimento para a população. Ainda ressalta que o sistema é responsável por um fornecimento de água em quantidade e qualidade adequada, conforme a demanda da população.

Martins (2014) afirma que o SAA é constituído por um conjunto de infraestruturas, onde cada um dos órgãos atua em uma função específica para que o conjunto funcione e haja um serviço adequado. A Figura 4 mostra como funciona um sistema de abastecimento.

Fonte: Martins (2014).

Garcez (1976) informa que a captação é a retirada da água de um certo meio para que, após alguns processos, possa chegar ao consumidor final, ainda indica que esta etapa pode ser feita por águas pluviais, através da recepção da água da chuva, em menor quantidade, além dos dois tipos já citados anteriormente: a captação por águas superficiais e também por águas subterrâneas.

A FUNASA (2004) define adutora como o conjunto de tubulações, dispostas entre a captação e a Estação de Tratamento de Água (ETA), e a ETA e o reservatório de distribuição de água. Basicamente, adutoras são tubulações que interligam os órgãos do sistema de abastecimento, são condutos de dimensões elevadas, com grandes pressões e, consequentemente, conduzindo vazões muito altas.

Conforme Ribeiro e Rooke (2010) a água para ser considerada potável, adequada para o consumo humano, deve atender a padrões de potabilidade. Assim, o tratamento de água é um processo que garante a melhoria da qualidade da água nas características físicas, químicas, bacteriológicas e organolépticas (que podem ser percebidas pelos sentidos humanos, como cor, mal cheiro, entre outras).

Os reservatórios são de fundamental importância dentro do sistema, atuando como Figura 4 – Esquema de um sistema de abastecimento de água

(21)

20

regularizador de vazões, acumulando água em momentos que o sistema não esteja tão solicitado e fornecendo as vazões adequadas quando o sistema esteja em picos de demanda (FUNASA, 2004). Oferecem também uma segurança em caso de problemas na captação, adução ou tratamento de água, pois pode distribuir a água armazenada, atendendo a população por certo tempo, fazendo com que haja um prazo maior para a restauração do sistema, além de manter pressões adequadas na rede de distribuição e garantir uma reserva estratégica para casos de incêndio.

Heller e Pádua (2010,p.603) trazem a seguinte definição para rede de distribuição:

Rede de distribuição é a unidade do sistema de abastecimento de água constituída por tubulações e órgãos acessórios instalados em logradouros públicos, e que tem por finalidade fornecer, em regime contínuo (24 h por dia), água potável em quantidade, qualidade e pressão adequadas a múltiplos consumidores (residenciais, comerciais, industriais e de serviços) localizados em uma cidade, vila ou outro tipo de aglomeração urbana.

Com base em Garcez (1976), rede de distribuição são tubulações e peças utilizadas na conexão, que tem como função conduzir a água até o ponto de consumo, sendo a parte mais cara do sistema, com custos chegando a cerca de 70% do custo total de implantação.

3.2.1 Oferta versus demanda

De acordo com ANA (2010), para que se possa garantir uma distribuição adequada de água para a população, existem uma série de problemas que precisam ser resolvidos e que o primeiro ponto crítico do abastecimento de água é a oferta do bem para o público. Isso se dá devido ao fato do Brasil ser um país com dimensões continentais e seus recursos hídricos se encontrem de forma bastante irregular, além do aumento considerável na demanda por água ao longo dos anos.

A ANA (2018) indica que o consumo de água é crescente ao longo dos anos, com um aumento na retirada deste recurso de cerca de 80% nas últimas duas décadas e há uma previsão de que até 2030, a retirada de água aumente em 24%. De forma mais clara, a retirada de água é basicamente a vazão de água que é fornecida para a distribuição, independente da mesma ser consumida.

Nessa perspectiva, tem-se que o aumento da demanda de água no país se dá principalmente pelo aumento acelerado da população na última década, o início e progressivo aumento da industrialização, especialmente nos núcleos urbanos e também o aumento do

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volume de perdas de água em sistemas de abastecimento (HELLER; PÁDUA, 2010).

A Figura 5 mostra o balanço entre oferta e demanda. Observa-se os fatores já citados como motivos para o aumento da demanda e também alguns fatores que fazem com que a oferta de água também diminua, como é o caso das mudanças climáticas, por exemplo. Dessa forma, nota-se que há um deslocamento no balanço, pendendo para a demanda, o que resulta em preocupações futuras.

Figura 5 – Relação oferta/demanda de água

Fonte: Adaptado de Heller e Pádua (2010).

3.2.2 Abastecimento intermitente

De acordo com Ferreira (2018) a palavra intermitente indica aquilo que tem interrupções ou paragens. Assim, um abastecimento intermitente é um abastecimento não contínuo, ou seja, há momentos em que a população não está sendo abastecida, o que não é adequado.

Abastecimento intermitente, provocado pela produção de água em quantidades inferiores às demandas, em função da precariedade e deterioração dos sistemas de captação, adução e tratamento de água e de elevados índices de perdas (ANA, 2010, p.14). Desta forma o abastecimento intermitente apresenta-se como um problema relacionado ao fator oferta e demanda.

Com base no significado de intermitente conclui-se que há momentos em que o abastecimento é suficiente e atende as demandas da população, porém, em momentos de pico no uso, a vazão ofertada aos consumidores é insuficiente e gera desconforto, tornando o sistema impróprio e com necessidade de reparos.

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22

Tsutiya (2006) relata que a quantidade de água que é consumida varia significativamente, principalmente quando se trata de consumo doméstico, em função de tempo, condições climáticas, entre outros fatores. O mesmo ainda indica que entre às 10 e 12 horas da manhã o consumo de água é maior, possivelmente esse é o horário onde há problemas no abastecimento, ocorrendo demandas maiores que as ofertas.

3.3 SISTEMAS DE MEDIÇÃO

Conforme o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2017), dentro de um sistema de abastecimento de água, é de extrema importância que haja sistemas de medição eficazes, assim, pode-se ocorrer estudos acerca do tema, visando melhorar a eficiência do atendimento. Os sistemas de medição são representados, basicamente, por macro e micromedição.

3.3.1 Macromedição

Com base em SNIS (2017) macromedição é o conjunto de medições dentro de um sistema de abastecimento até a rede de distribuição. Geralmente é colocado um medidor logo na saída do reservatório de água tratada, pois esse é o ponto em que se iniciam as redes de distribuição, que tem como objetivo medir a quantidade de água que está sendo fornecida ao sistema.

Tsutiya (2006), relata que o medidor indica volumes consumidos em intervalos de tempo determinados, havendo até modelos mais sofisticados, nos quais há o fornecimento de gráfico da vazão distribuída em função do tempo. Esses dados são de extrema importância para o controle do sistema, pois com eles tem-se informações acerca de consumo médio, variações de vazão, entre outros indicadores.

3.3.2 Micromedição

O IBGE (2010) refere-se a hidrômetros como aparelhos que medem e indicam a quantidade de água fornecida pela rede e utilizada pelo consumidor final em um período determinado, seja esse ponto de consumo uma edificação domiciliar, comercial, industrial ou outro tipo.

Segundo SNIS (2017) a micromedição é a medição de volume de água consumida no ponto de abastecimento de um usuário, a qual é registrada de forma periódica, por meio de um dispositivo chamado hidrômetro. O usuário é cobrado pelo valor medido, ou seja, quanto mais

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água consumida, maior o valor a ser pago a empresa responsável pelo abastecimento, o que faz com que haja um cuidado maior com desperdícios.

Garcez (1976) mostra que existe uma cota mínima a ser paga por contribuinte após a realização da micromedição, isso serve para controlar o faturamento e fazer com que o mesmo seja capaz de suprir os gastos com a manutenção e restauração do sistema. A tarifa d’água é diretamente proporcional a quantidade de água consumida, exceto quando essa quantidade for menor do que o valor mínimo, que nesse caso será pago o valor da taxa mínima.

Dentro da micromedição há um fator fundamental para a análise da eficiência do sistema, a hidrometração. Conforme SNIS (2017) hidrometração é um fator que indica a porcentagem de ligações que contém hidrômetros, dentre as ligações de água ativas, é medida da conforme a Equação 1.

𝐻𝑖𝑑𝑟𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 (%) = (𝑁º 𝑑𝑒 ℎ𝑖𝑑𝑟ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑛𝑑𝑜

𝑁º 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 ) ∗ 100 (1)

Onde, o número de hidrômetros funcionando corresponde a quantidade de hidrômetros instalados, que não possuem defeitos ou que não estejam desligados, ou seja, a quantidade de hidrômetros que medem de forma precisa o bem utilizado no ponto de consumo. Já de acordo com o Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2008) as ligações ativas são pontos abastecidos pela rede pública que contribuem para o faturamento, sendo ou não providas de hidrômetros.

SNIS (2017) mostra que principalmente em alguns pontos, o índice de hidrometração ainda está distante do esperado, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Índice de hidrometração por região no ano de 2017

Região Índice de hidrometração (%)

Norte 62,2 Nordeste 87,9 Sudeste 94,4 Sul 98,8 Centro-Oeste 97,0 Brasil 92,4

(25)

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3.4 PERDAS

Tsutiya (2006) aborda que existem grandes perdas de água dentro do sistema de abastecimento, elas vão desde a retirada do manancial até a distribuição ao consumidor, sendo essas perdas muitas vezes causadas por falta de manutenção nas tubulações, o que acarreta vazamentos, podendo os mesmos serem aparentes ou mesmo subterrâneas, aumentando ainda mais a dificuldade da identificação e resolução do problema.

Ainda segundo este autor, é utópico se pensar em um sistema onde não haja perdas, mas as empresas responsáveis pelo abastecimento devem trabalhar para que esse valor seja minimizado o máximo possível. As perdas são algo tão normal em um sistema que quando se há a concepção do mesmo, ou seja, quando ainda está em fase de análise, já se considera uma taxa de perdas, para que haja o dimensionamento das vazões, tubulações, equipamentos, entre outros.

De acordo com SNIS (2017), as perdas podem se dividir em dois grupos: perdas reais ou físicas e perdas aparentes ou não físicas.

As perdas aparentes, também chamadas de perdas não físicas ou comerciais, estão relacionadas ao volume de água que foi efetivamente consumido pelo usuário, mas que, por algum motivo, não foi medido ou contabilizado, gerando perda de faturamento ao prestador de serviço (SNIS, 2017, p.39).

De maneira errônea, algumas pessoas tem a impressão de que as perdas, do tipo aparente, não existem na realidade, sendo levadas ao erro pela nomenclatura utilizada, porém as perdas não físicas são tão reais quanto as físicas, quando o parâmetro utilizado é a perda de faturamento para a empresa responsável. É chamada de aparente pois a água chega ao seu destino final e é consumida, não havendo assim perda do recurso hídrico, no sentido literal da palavra.

Ainda conforme o SNIS (2017), perda real refere-se a parcela de água que efetivamente não chega ao destino final, ou seja, ao consumidor. Essas perdas são, geralmente, consequência de vazamentos em trechos do sistema, caracterizando assim uma real perda do recurso hídrico, em que não há aproveitamento da população.

O Quadro 1 mostra exemplos de perdas reais e perdas aparentes, para que haja uma maior percepção das diferenças entre os dois tipos.

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Quadro 1 – Descrição dos componentes das perdas que ocorrem nos sistemas de abastecimento de água.

Perdas físicas ou reais Perdas não físicas ou aparentes

Vazamento nas tubulações de

distribuição e das ligações prediais. Ligações clandestinas.

Extravasamento dos reservatórios. By-pass irregular no ramal de ligações ("gato").

Operações de descargas nas redes de distribuição e limpeza dos reservatórios.

Problemas de micromedição (hidrômetros inoperantes ou com submedição, fraudes, erros de leitura, problemas na calibração dos hidrômetros, entre outros).

Fonte: Heller e Pádua (2010)

É importante identificar também as principais características de cada tipo de perda, como mostra o Quadro 2.

Quadro 2 – Características principais de perdas reais e perdas aparentes

Fonte: ABES (2013).

Com base no Quadro 2, pode-se perceber que as perdas reais geram um impacto muito maior na sociedade como um todo, pois enquanto as perdas aparentes só geram prejuízos financeiros a companhia prestadora de serviço, as perdas reais geram efeitos na saúde pública, ao meio ambiente, ao âmbito empresarial e ao consumidor.

Porém, cabe uma análise acerca das perdas aparentes. No Quadro 2 há a indicação de que existe, com as perdas aparentes, o incitamento a roubos e fraudes, com isso, há também um

Itens Características Principais

Perdas Reais Perdas Aparentes

Tipo de ocorrência mais comum Vazamento Erro de Medição

Custos associados aos volumes de água

perdidos Custo de produção Tarifa

Efeitos no Meio Ambiente

* Desperdício do Recurso Hídrico - * Necessidades de ampliações de mananciais

Efeitos na Saúde Pública Risco de contaminação -

Empresarial Perda do Produto Perda de receita

Consumidor Imagem negativa (Ineficiência e

desperdício) -

Efeitos no Consumidor

* Repasse para tarifa * Repasse para Tarifa * Desincentivo ao uso Racional * Incitamento a roubos e

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26

consumo descontrolado e desnecessário da água, causando também um prejuízo ao meio ambiente, tendo em vista a necessidade desse recurso para a vida humana e a escassez do mesmo.

3.4.1 Índices de perdas

Para Tsutiya (2006), indicadores de perdas são parâmetros que permitem analisar de forma mais adequada a situação das perdas, além de dar a possibilidade de comparação entre sistemas de abastecimento diferentes e buscar ações para que haja o controle e crescente melhora desses índices.

Para a análise desejada, tem-se dois índices indispensáveis, o primeiro é o Índice de Perdas na Distribuição (IPD), que corresponde a porcentagem de água que é perdida em relação a quantidade de água que é macromedida, ou seja, disponibilizada para uso, que é dado pela Equação 2.

𝐼𝑃𝐷 (%): (𝑉𝑜𝑙.𝑚𝑎𝑐𝑟𝑜𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜−𝑣𝑜𝑙.𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜

𝑉𝑜𝑙.𝑚𝑎𝑐𝑟𝑜𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 ) ∗ 100 (2)

Onde, o volume de água consumida é dado pela quantidade de água micromedida, juntamente com a quantidade de água estimada, que seria a água autorizada pela empresa, porém, não medida.

Na Tabela 2 observa-se o índice de perda na distribuição do Brasil, por região no ano de 2017.

Tabela 2 – Índice de perdas na distribuição

Região Índice de perdas (%)

Norte 55,1 Nordeste 46,3 Sudeste 34,4 Sul 36,5 Centro-Oeste 34,1 Brasil 38,3

Fonte: Adaptado de SNIS (2017).

SNIS (2017) ainda compara a média do Brasil com outros países mais desenvolvidos, por exemplo Alemanha e Japão que conseguiram reduzir suas perdas para aproximadamente 10%, além de países como a Austrália e Nova Zelândia que conseguiram romper o patamar

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inferior a 10%.

Carvalho et. al. (2004) afirma que o segundo índice que chama a atenção dentro do estudo é o de Índice de Perdas de Faturamento (IPF), em que relaciona o volume de água faturado, volume de água que está sendo pago a instituição responsável pelo sistema, com o volume de água macromedido ou disponibilizado para uso. A Equação 3 indica esse índice.

𝐼𝑃𝐹 (%) = ( 𝑉𝑜𝑙.𝑚𝑎𝑐𝑟𝑜𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜−𝑣𝑜𝑙.𝑓𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜

𝑉𝑜𝑙.𝑚𝑎𝑐𝑟𝑜𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 ) ∗ 100 (3)

Esse fator é de intensa relevância para as empresas de sistema de abastecimento de água, pois através dele pode-se ter um maior controle e também um reajuste no sistema, com perspectiva de aumento no lucro.

3.4.2 Controle de perdas

As perdas são as principais limitações das empresas para que se haja um abastecimento de qualidade, dessa forma existem preocupações constantes com o seu controle. Assim, ANA (2010) projeta ações a serem cumpridas, para que em meados de 2025, os municípios brasileiros tenham condições de atingir patamares de 30%, nos índices de perdas na distribuição.

Segundo Lambert et. al. (2000) para o controle efetivo de perdas físicas nos sistemas são necessárias a execução de quatro ações principais, são elas o gerenciamento de pressões, o controle ativo de vazamentos, maior velocidade e qualidade de reparos e o gerenciamento da infraestrutura. Como mostra a Figura 6.

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28

Fonte: Adaptado de Tsutiya (2006).

O gerenciamento de pressões se faz necessário devido à grande parte dos vazamentos serem causados por pressões elevadas na rede, para que isso aconteça é bastante utilizado as Válvulas Redutoras de Pressão (VRP) e os boosters, que aumentam a pressão da rede em pontos em que a pressão é menor que a mínima admissível.

Já o controle ativo é a procura por vazamentos não aparentes, ou seja, em tubulações enterradas. Essa procura se dá por meio de aparelhos acústicos que em contato com o solo detectam o barulho da água passando nas tubulações. Desta forma, as variações sonoras ajudam a identificar onde há vazamentos, ocorrendo assim o reparo de forma mais rápida.

Além disso, tem-se o gerenciamento da infraestrutura, que se dá pela identificação de sistemas antigos e que precisam de reparo ou troca, para que haja um melhor atendimento à população, com uma quantidade menor de perdas.

A empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP, 2019) indica que as principais ações que visam o controle de perdas aparentes são as substituições de hidrômetros com deficiência e instalação de novos hidrômetros visando a maior eficiência na micromedição além do maior controle e combate a irregularidades, os chamados “gatos” no sistema.

Tsutiya (2006) vai além e cita também a qualificação da própria empresa de abastecimento, que são caracterizados pela melhoria no sistema comercial da empresa e também a qualificação da mão de obra para que não haja erros humanos na leitura dos Figura 6 – Controle de perdas reais

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hidrômetros, além de facilitar a identificação de possíveis fraudes. A Figura 7 mostra essas ações

Fonte: Adaptado de Tsutiya (2006).

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4 METODOLOGIA

4.1 ÁREA DE ESTUDO

A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Mossoró, localizada no estado do Rio Grande do Norte. De acordo com o IBGE (2016) a cidade possui 291.937 habitantes, sendo a segunda maior cidade do estado em termos populacionais, ficando atrás apenas da capital do estado, a cidade de Natal.

Silva (2014) mostra que a cidade de Mossoró apresenta, na maior parte do ano, temperaturas elevadas e clima seco. Em uma pequena parte do ano, de fevereiro a maio, apresenta temperaturas mais amenas devido ao período chuvoso. A Figura 8 indica a localização da área de estudo.

Fonte: Bezerra (2018).

Um dos aspectos mais significativos e curiosos da cidade de Mossoró, é o fato da cidade ser abastecida de forma mista, ou seja, captar águas tanto de mananciais superficiais como de mananciais subterrâneos. Não chega a ser uma surpresa, pois é extremamente comum existir esse tipo de situação, como já relatado. Porém, dentro do estado do Rio Grande do Norte não é algo tão trivial.

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31

Como mostra a Figura 3, do universo de 167 municípios do estado, apenas 3 deles são abastecidos dessa forma, sendo Mossoró um deles. Isso se dá pela incapacidade de os mananciais superficiais existentes abastecerem a cidade inteira, devido à baixa vazão, com isso, é necessário buscar outra forma para suprir as demandas da população. Assim, surge como alternativa os mananciais subterrâneos, que tem um grande potencial hídrico dentro da cidade. A captação de água para o sistema é feita em sua grande maioria por mananciais subterrâneos, caracterizado pelos poços artesianos, como mostram os dados disponibilizados pela CAERN. Já a água coletada de mananciais superficiais provém de apenas uma barragem, a barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, na cidade de Assú, localizada a cerca de 70 km de Mossoró.

A Figura 9 mostra a localização dos principais mananciais subterrâneos da cidade de Mossoró.

Figura 9 – Principais poços da cidade de Mossoró

Fonte: Autoria própria (2019).

4.2 AQUISIÇÃO DE DADOS

O presente trabalho foi desenvolvido na Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, especificamente com os dados obtidos entre janeiro de 2017 a julho de 2018 da cidade de Mossoró. Segundo a CAERN (2019), a empresa foi criada em 1969 e atua em 153

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municípios e 13 localidades de estado do RN.

O estudo consiste em uma análise descritiva do sistema de abastecimento da cidade, baseado em fontes primárias, através dos dados fornecidos pela própria empresa, e em fontes secundárias que se deu pela pesquisa bibliográfica em livros e artigos da área que englobem o estudo dos problemas relacionados ao SAA.

Realizou-se um trabalho em conjunto com Bezerra (2018) para a aquisição de dados com a CAERN, onde foi enviado um requerimento em nome da universidade através de um e-mail com os dados necessários a esta pesquisa.

Apresentou-se dados referentes ao SAA da cidade, contendo dados como volumes macromedidos, volumes consumidos, volumes faturados, volumes micromedidos, índices de micromedição, índice de hidrometração, índices de perdas, tanto de abastecimento, quanto de faturamento, entre outros dados.

A pesquisa tem caráter qualitativo, pois indica seus resultados através dos números fornecidos pela empresa em conjunto com o comparativo com outras cidades/regiões do país inteiro, podendo assim avaliar a real situação do abastecimento de água da cidade de Mossoró.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ABASTECIMENTO MISTO

Através dos dados apresentados na Tabela 3, observou-se que o percentual de água produzida por poços chega a valores um pouco maiores que 75%, tendo aumentado esse número nos primeiros 7 meses de 2018, alcançando quase 79% do total produzido, apenas com os poços. Tabela 3 – Porcentagem de volume produzido em mananciais superficiais e subterrâneos

Volume Produzido 2017 (m³) % Volume Produzido 2017 Volume Produzido 2018* (m³) % Volume Produzido 2018 Poços 19.557.033 75,31% 11.775.015 78,40% Barragem Engenheiro

Armando Ribeiro Gonçalves 6.410.812 24,69% 3.243.443 21,60%

Total 25.967.845 100,00% 15.018.459 100,00%

*Até o mês de julho

Fonte: Adaptado de CAERN (2018).

Fato que pode ter sido influenciado pela tendência decrescente no volume da barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves entre o final de 2017 e o início de 2018, como mostra a Figura 10.

Figura 10 – Volume acumulado do reservatório Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves

Fonte: ANA (2017).

Existem diversos poços que contribuem para o abastecimento da cidade, cada um fornece uma quantidade diferente de água para o sistema. Essa diferença pode ser visualizada na Tabela 4.

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Tabela 4 – Medições de vazões dos poços de Mossoró

Poços Localidade Vazão (m³/h)

1 Centro 89,01

2 Paredões 39,893

6.A Nova Betânia 199,5

8.A Alto de Xerém 152,26

11.A Abolição I 232,5

14.A Estada da Raiz 282,2

15.A 2º Batalhão da Polícia 198,374

18 Bairro Santo Antônio 191,1

19 Abolição IV 209,7 21 Conjunto Liberdade 111,56 22 Matadouro e Frigorífico 179,8 24 Base da Petrobrás 162,3 26 Conjunto 30 de Setembro 178,5 27 UFERSA 169,65 28.A Alphaville 75 29 Penitenciária Federal 70 30 Tropical Ville 200 Fonte: CAERN (2018).

Destaca-se o poço da Abolição IV, que fornece 209,7 m³/h para o sistema de abastecimento, além deste tem-se o da Nova Betânia, do 2º batalhão de polícia e do bairro Santo Antônio que fornecem mais de 190 m³/h. Já os poços do Alphaville e da penitenciária federal contribuem com menos de 100 m³/h.

Nota-se que os poços são bem espaçados pela cidade de Mossoró, abrangendo praticamente todos os centros, posicionados também nas proximidades dos 14 reservatórios existentes na cidade. A proximidade da captação subterrânea e dos reservatórios diminui os custos com tubulações para as adutoras. A Tabela 5 mostra a localização dos reservatórios.

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Tabela 5 – Localização dos reservatórios da cidade de Mossoró

Reservatórios Localidade R-1.1 Centro R-1.2 Alto do Xerém R-2.1 Abolição I R-2.2 Centro R-3 Nova Betânia

R-4.1 Alto de São Manoel

R-4.2 Urick Graff

R-Abolição IV Abolição IV

R-Abolição V Abolição V

R-Vingt Rosado Vingt Rosado

R-Liberdade Liberdade

R- Alphaville Empreendimento Alphaville

R-Ninho Empreendimento Ninho

R-EB II Sumaré

Reservatório Apoiado em Construção

Nova Betânia

Fonte: CAERN (2018).

5.2 HIDROMETRAÇÃO VERSUS EFICIÊNCIA DA MICROMEDIÇÃO

O índice de hidrometração de um sistema de abastecimento deveria, teoricamente, ser diretamente proporcional à eficiência da micromedição da cidade em questão. Tendo em vista que, como já abordado, a instalação de hidrômetros é a forma utilizada para que se haja a medição da água consumida pela população.

Porém, com base na análise dos dados fornecidos pela CAERN, pode-se verificar que essa relação não é válida, pois existe um aumento gradativo do número de hidrômetros instalados, e consequentemente, um aumento também no índice de hidrometração. Mas não existe esse aumento na eficiência da micromedição, como é possível ver na Figura 11 e Figura 12.

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Figura 11 – Índice de Hidrometração

Fonte: CAERN (2018). Elaboração: Autor (2019)

Figura 12 – Índice de Micromedição

Fonte: CAERN (2018). Elaboração: Autor (2019)

Como pode-se observar na Figura 11, há um grande aumento na hidrometração. No período de 19 meses, o índice cresceu quase de 5%, ou seja, a CAERN tem usado essa estratégia para que haja um controle maior no consumo de água, tentando dessa forma diminuir os custos com as perdas.

Conforme dados da Tabela 1, vemos que o índice de hidrometração no ano de 2017 do Nordeste era de 87,9% e o do Brasil era de 92,4%, ainda com base nos dados do SNIS (2017), podemos verificar que esse mesmo índice para o estado do Rio Grande do Norte era de 86,72%.

80,57 81,48 82,13 82,43 82,6982,94 83,18 83,38 83,55 83,64 83,84 84,08 84,41 84,51 84,65 84,62 85,07 85,0185,38 78 79 80 81 82 83 84 85 86 ÍND ICE D E HI D R O M ETR AÇÃO % MÊS 89,86 89,72 89,288,9188,75 88,43 88,08 88,06 87,82 87,58 87,49 87,26 87,17 87,28 87,4687,74 88,9989,47 89,3 84 85 86 87 88 89 90 91 92 Ef ic iên ci a d a mi cr o med iç ão % Mês

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37

Assim, temos um parâmetro para análise da situação da cidade de Mossoró.

Vê-se que ainda há muito a evoluir, pois os 85,38% que a cidade atingiu em julho de 2018 é menor que a média do Rio Grande do Norte, do Nordeste e do Brasil, ao fim do ano de 2017. A comparação mais adequada é com o próprio estado, e vemos que Mossoró ainda está abaixo da média do RN, mesmo sendo a segunda maior cidade do estado e tendo um investimento muito maior que diversas cidades.

Porém, essa estratégia não tem sido suficiente, como podemos identificar na Figura 12, pois a eficiência da micromedição diminuiu, quando comparamos o início da análise (janeiro de 2017) e o fim (julho de 2018). Esse índice, que indica o percentual de hidrômetros funcionando em relação aos hidrômetros instalados, mostra que por mais que o número de hidrômetros instalados esteja aumentando, a micromedição não é tão eficiente quanto deveria. Os dois índices poderiam crescer de forma conjunta, se houvesse uma atenção especial aos hidrômetros com defeitos, parados ou descalibrados. A troca ou revisão desses hidrômetros acarretaria uma melhora nos índices de hidrometração e de micromedição, garantindo assim uma melhor eficiência do sistema.

No melhor dos cenários, todos os hidrômetros instalados deveriam funcionar, para que haja uma medição adequada. Não é isso que acontece no sistema analisado e dificilmente existirá um sistema que atinja os 100% nesse quesito.

5.3 QUANTIFICAÇÃO DE ÁGUA DO SISTEMA

Quando se fala sobre perdas em um sistema de abastecimento, há uma série de fatores que devem ser considerados para que haja o entendimento sobre o assunto. Dentre esses fatores, temos o volume de água macromedida, já citado, que indica a quantidade de água que é disponibilizada para a rede de abastecimento e, consequentemente, para o consumo da população.

Há também o volume micromedido, onde essa é a quantidade de água medida pelos hidrômetros nas residências. O volume consumido que indica a soma entre o volume micromedido e o volume estimado, ou seja, o volume que se presume existir nas residências onde não há hidrômetro ou o mesmo encontra-se com defeito, na cidade de Mossoró, estima-se a quantidade de 10 m³ de água por residência, que é considerada a taxa mínima.

E por fim, temos o volume faturado, que é volume de água que é efetivamente paga a empresa prestadora de serviço, no caso estudado, a CAERN. Esse volume sempre é maior que o micromedido, pois como existe a política da taxa mínima, as residências pagam o valor

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referente a 10 m³ de água consumido que equivale a R$ 39,99, independente de terem consumido essa quantidade realmente ou uma quantidade inferior (Figura 13).

Fonte: CAERN (2019).

Como pode-se observar na Figura 13, a residência em questão consumiu apenas 9 m³ de água durante o mês, porém pagou a taxa mínima pelo serviço de água, referente a 10 m³. Caso houvesse um consumo maior que 10 m³ de água, o pagamento seria feito de acordo com a quantidade excedente, como exemplo uma situação em que o consumo fosse entre 11 e 15 m³, o pagamento seria a taxa mínima acrescida de R$ 4,46 por metro cúbico passante do mínimo. Vale ressaltar que após 15 m³, essa taxa é alterada.

A partir das informações disponibilizadas pela CAERN, foi possível formular um gráfico que resume as informações relevantes quanto ao volume de água no sistema de abastecimento da cidade.

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Figura 14 – Informações referentes a quantificação do abastecimento da cidade de Mossoró

Fonte: CAERN (2018). Elaboração: Autor (2019)

É possível identificar que há uma enorme discrepância entre o volume macromedido e o volume faturado, que resulta nas perdas de faturamento para a CAERN. Interessante ressaltar também que, como já indicado, o volume faturado é maior que o consumido e o micromedido.

5.4 PERDAS

O principal problema do sistema de abastecimento como um todo, é, sem dúvidas, as perdas, tanto para a própria empresa, quanto para os consumidores e o planeta. Um sistema com um número baixo de perdas facilita o trabalho da empresa, diminuindo assim os custos e, consequentemente, diminui o valor da taxa a ser paga pelo serviço.

Conforme SNIS (2017), já existem países com índices de perdas na distribuição menores que 10%, enquanto no Brasil, como indica a Tabela 2, a região com menor índice é a do Centro-Oeste, com 34,1%. A cidade de Mossoró também não é referência positiva, assim como o restante do País, deixando muito a desejar quando se observa esse fator, como mostra a Figura 15. 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 V o lu me (m³ ) Meses

Volume Macromedido (m³) Volume Micromedido (m³)

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Figura 15 – Índice de perdas na distribuição

Fonte: CAERN (2018). Elaboração: Autor (2019)

A partir da Figura 15 visualizou-se a situação crítica da cidade de Mossoró, onde no mês de abril de 2017 chegou a uma marca alarmante de 62,79% de perda na distribuição, ou seja, mais de 60% da água que foi macromedida nesse mês não chegou ao consumo da população de forma lícita, pois não há como quantificar as perdas por by-pass.

Há uma constante variação ao longo dos meses, isso pode ser resultado de diversas ações, o consumo de água sempre varia de mês a mês, assim como as perdas. Possivelmente houve um maior desperdício de água, seja por vazamentos na rede de distribuição, extravasamento de reservatórios ou rompimento de adutoras, nos meses onde há um maior índice de perdas, destaca-se abril de 2017.

No Rio Grande do Norte, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2017, o índice de perdas de faturamento foi de cerca de 49,87%, a cidade de Mossoró em nenhum dos meses analisados teve perdas abaixo desse valor, contribuindo assim para essa média alta do estado.

Além desse fator, há também o índice de perdas por faturamento, esse é o que mais preocupa as empresas prestadoras de serviços, pois é o índice que expressa a quantidade de água que estão produzindo “de graça”, pois a mesma foi perdida. Claro que, na realidade esse custo já é incluso na taxa de pagamento para os contribuintes, então, não existe prejuízo, existe um menor lucro adquirido.

Na cidade analisada, no ano de 2017 e até o mês de julho de 2018, a perda de

58,34 52,3556,18 62,79 55,41 58,83 57,5757,58 54,25 56,86 54,2857,85 59,553,5856,83 51,81 58,66 58,02 58,3 20 30 40 50 60 70 80 90 ÍND ICE D E P ER D AS NA D IS TR IB UI ÇÃO ( % ) MÊS

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faturamento da CAERN é expressada a partir da Figura 16. Figura 16 – Índice de perdas de faturamento

Fonte: CAERN (2018). Elaboração: Autor (2019)

No Brasil, o índice médio de perdas de faturamento em 2017 foi de 36,24%, o do Nordeste e Rio Grande do Norte foram de 39,19%. Como observado na Figura 16, o menor índice que Mossoró atingiu foi de 42,72% em fevereiro de 2017, sendo ainda assim maior que o do estado, região ou país.

Para se ter uma melhor ideia de quantidade de água perdida ao longo desses 19 meses, tem-se a Tabela 6.

Tabela 6 – Indicadores totais entre jan/2017 e jul/2017

Indicador Valor (m³)

Volume Macromedido 40644498

Volume Faturado 21119672

Volume não faturado 19524826

Fonte: Adaptado de CAERN (2018).

Para um exercício de valores, em um cenário ideal, considerando que não há perdas e que todo esse volume não faturado, seria na realidade faturado e que todas as residências consumissem exatamente 10 m³ de água, assim tendo uma taxa de R$ 39,99³, a CAERN deixou de faturar ao longo desses 19 meses aproximadamente R$ 78.000.000,00.Mesmo sendo uma concepção utópica, é notório que um valor extremamente alto deixou de ser faturado pela CAERN. 50,56 42,7247,73 52,55 47,6350,32 49,56 49,3546,7549,5247,34 50,41 52,04 42,8147,9543,16 49,73 48,72 50,09 20 30 40 50 60 70 80 90 ÍND ICE D E P ER D AS D E FATU R AM ENTO (% ) MÊS

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42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou analisar a situação atual do abastecimento de água da cidade de Mossoró, no que diz respeito a eficiência da micromedição e sua relação com o índice de hidrometração, além do que isso impacta nas perdas de distribuição e de faturamento. Além disso foi possível fazer um apanhado geral do país, tendo assim um comparativo com a cidade analisada.

Os principais problemas encontrado por todas as empresas responsáveis pelo abastecimento de água no mundo são as perdas. O estudo desse problema é um passo importante para as melhorias que devem ocorrer no sistema de abastecimento de todo o país.

Com isso, pode-se perceber que a cidade de Mossoró se encontra em um estágio bem retardado em relação ao restante do país, que já não é nenhuma referência, quando analisa-se a situação global. Fatores como índice de hidrometração, eficiência da micromedição e índices de perdas tem muito a evoluir.

Dessa forma, para que exista um avanço, dentro da realidade do estado e do sistema atual, a CAERN deve buscar ações para que haja a substituição dos hidrômetros defeituosos, além de continuar instalando novos hidrômetros, como já vem fazendo nesses últimos meses. Sugere-se ainda um plano de manutenção e substituição de tubulações deficientes dentro do sistema, tendo em vista que essas tubulações são bastante antigas e possam ser a causa de grande parte das perdas.

Assim, a eficiência da micromedição cresceria em conjunto com o índice de hidrometração e haveria também uma diminuição das perdas, tanto de faturamento, quanto de distribuição. Com essas melhorias, o gasto da empresa prestadora de serviço seria menor, o serviço teria uma qualidade maior e haveria uma diminuição dos custos também para os clientes, tendo em vista que a taxa cobrada pelo serviço é diretamente relacionada com os custos da CAERN. Além, claro, do benefício para o planeta, pois diminuiria o desperdício de um bem tão precioso como a água.

Fica como sugestão para trabalhos futuros a análise comparativa do sistema de abastecimento de água da cidade de Mossoró e outra cidade no Rio Grande do Norte com características (população, urbanização) parecidas. Dessa forma, há uma análise mais real da situação da cidade perante o estado.

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REFERÊNCIAS

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