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ANÁLISE DAS PRESCRIÇÕES DE ANTIMICROBIANOS DISPENSADOS EM UMA DROGARIA DA CIDADE DE COLIDER-MT

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 1 RESUMO: Um dos problemas que constantemente passa despercebido são as receitas prescritas incorretamente pelos profissionais da saúde, nas quais se destacam o uso de medicamentos contendo antimicrobianos. Neste trabalho foram analisadas 490 receitas contendo antimicrobianos e antibacterianos, decorrentes do período entre os meses de abril a agosto de 2015. A classe mais prescrita foi os Beta-Lactâmicos (25,7%). A prescrição pelo nome genérico foi aproximadamente a metade das receitas (48,1%). A especialidade do profissional mais presente foi a de pediatra (13%), porém 46,9% das receitas não apresentavam a especialidade do profissional prescritor, valor abaixo a estudos anteriores, com 52,3%. O carimbo ou assinatura do prescritor não se fazia presente em 75,5% das receitas. Informações relevantes como data da prescrição estava ausente em 20%, e a posologia e período de tratamento adequado estavam ausentes em 19,5% das receitas, sendo inferior ao percentual obtido em estudos anteriores com 30%. Problemas de legibilidade se fizeram presentes em 35.1% das receitas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade das prescrições contendo medicamentos com formulação antimicrobiana, prescrições essas que chegam ate uma drogaria privada do município de Colider-MT.

PALAVRAS-CHAVE: Prescrição, Antimicrobianos, Medicamentos

ABSTRACT: One of the problems that constantly goes unnoticed are the prescriptions written incorrectly by health professionals, in which we highlight the use of drugs containing antimicrobials. This study analyzed 490 recipes containing antimicrobial and antibacterial arising from the period between the months of April to August 2015. The most prescribed class was the Beta-Lactam (25.7%). The prescription by generic name was about half of revenues (48.1%). The specialty of this more professional was the pediatrician (13%), but 46.9% of revenues did not have the specialty of the prescribing professional, below the previous studies, with 52.3%. The stamp or signature of the prescriber not was present in 75.5% of revenues. Relevant information such as the date prescription was absent in 20%, and the dosage and treatment period were absent in 19.5% of revenues being lower than the percentage obtained in previous studies with 30%. Readability problems were present in 35.1% of revenues. The objective of this study was to assess the quality of prescriptions containing drugs with antimicrobial formulation, these prescriptions coming up to a private pharmacy in the city of Colider-MT.

KEYWORDS: Prescription, Antimicrobials, Drugs

_____________________________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PRESCRIÇÕES DE ANTIMICROBIANOS DISPENSADOS EM

UMA DROGARIA DA CIDADE DE COLIDER-MT

ARY GUENZE JUNIOR¹

¹Acadêmico do Curso de Farmácia Bacharelado da Faculdade de Colider - FACIDER E-mail: arytnn@hotmail.com

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 2 INTRODUÇÃO

A análise de dados de prescrição pode fornecer as bases para revisão de práticas de prescrição e desenvolver medidas para o uso racional de medicamentos e prevenir problemas relacionados a medicamentos, e através de estudos que apontem os erros mais frequentes nas prescrições, podem nortear ações que visem diminuí-los, como também facilitar o trabalho dos profissionais que dispensam o medicamento. (VAN et al,. 2000 apud ACURCIO et al,. 2004 ).

A prescrição é um instrumento legal, e tem como embasamento a Lei nº. 5.991/73 e o respectivo Decreto nº. 74.170/74 que dispõem sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Segundo a legislação mencionada acima devem estar incluídas informações referentes ao paciente, ao prescritor e ao tratamento empregado, e com isso garantir a eficácia e adesão ao tratamento de maneira correta e segura (NASCIMENTO & MAGALHÃES, 2013).

Segundo a Portaria GM/MS 3.916/98 e a Portaria SVS/MS 344/98, a prescrição é o ato de definir o medicamento a ser consumida pelo paciente com a respectiva dosagem, duração do tratamento e orientação de uso (MASTROIANNI, 2009).

A prescrição medicamentosa é uma ordem escrita por profissionais habilitados, a qual é direcionada ao farmacêutico, elucidando como o fármaco deve ser dispensado ao paciente, e a este, determinando as condições em que o medicamento deve ser utilizado (AGUIAR et al., 2006).

De acordo com a Resolução nº. 357/01, o modelo de prescrição brasileira inclui dados como: nome e endereço residencial do paciente, forma farmacêutica, posologia, apresentação, método de administração e duração do tratamento, data, assinatura e carimbo do profissional, endereço do consultório e o número de inscrição no respectivo Conselho Profissional, ausência de rasuras e emendas, prescrição a tinta em português, em letra de forma, clara e legível ou impressão por computador, dentre outras (BRASIL, 2001).

Nas receitas médicas é primordial que contenha todos os itens necessários para que haja uma dispensação e uma terapêutica eficaz, bem como: nome do paciente, registro, data, nome do medicamento a ser administrada, dosagem, via de

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 3 administração, frequência, horário da administração e assinatura do médico (FREIRE; GIMENES; CASSIANI, 2004).

A melhora na terapêutica se deve a criação de novos fármacos antimicrobianos antibacterianos (AAs), se destacando não somente na cura das próprias doenças infecciosas, como também as que venham a decorrer de outros tratamentos. Mas no que diz respeito ao cenário real os AAs estão sendo receitados inadequadamente e ate mesmo em excesso tanto no ambiente hospitalar como nas próprias farmácias privadas pela venda de AAs sem receita médica. Isso acarreta no desenvolvimento de resistência das bactérias em relação aos agentes antimicrobianos. Devido a isso, o médico prescritor deve avaliar criteriosamente, se tal terapêutica é adequada a determinado paciente (KATZUNG, 2010).

Os AAs distinguem-se evidentemente nas suas propriedades físicas, químicas, e farmacológicas, espectro de ação antibacteriano, atividade bacteriostática ou bactericida e nos mecanismos de ação. O domínio dos mecanismos moleculares da replicação das bactérias facilitou consideravelmente o desenvolvimento de ativos capazes de impedir os ciclos de vida dos microrganismos, contribuindo na eficácia da terapêutica (GOODMAN & GILMAN, 2010).

Mesmo com todo o conhecimento e esforço da indústria farmacêutica em pesquisar e produzir novos AAs mais potentes e eficazes, o uso irregular e as prescrições inapropriadas são ainda o principal fator de seleção e aumento de resistência bacteriana. O assunto é tão alarmante que é tratado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como crise global (SMITH & COAST, 1992).

De acordo com GOODMAN e GILMAN (2010), de todos os fármacos, os AAs estão entre os mais comumente prescritos e também são utilizados de modo incorreto, tendo como conseqüência, do uso disseminado dos AAs, patógenos resistentes aos antibióticos, levando a uma necessidade cada vez maior de novos fármacos. Porem o ritmo de desenvolvimento dos AAs diminuiu drasticamente, com a introdução de apenas um pequeno numero de novos fármacos anualmente na prática clínica, dos quais poucos são realmente novos. Acredita-se que a redução do uso inapropriado dos AAs, constitua a melhor maneira de controlar a resistência. Embora haja um maior reconhecimento das consequências do uso incorreto dos AAs, a sua prescrição excessiva continua incentivada em grande parte pela

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FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 4 solicitação dos próprios pacientes, pela escassez de tempo pressionando os médicos e pela incerteza quanto ao diagnóstico. Para preservar os avanços conquistados no tratamento das doenças infecciosas é preciso que os médicos sejam mais criteriosos e mais seletivos no uso dos agentes AAs.

A utilização correta de AAs é de suma importância para o tratamento e, além disso, evitar a seleção de bactérias resistentes. Com isso a principal ferramenta é a prescrição, a qual se refere de um documento que contém as informações fundamentais para que o farmacêutico execute a dispensação e as explicações ao paciente de forma certa, garantindo a adesão e eficácia do tratamento. Além do mais, a prescrição é um instrumento legal, e com isso, as condições contidas na legislação vigente devem ser executadas (MASTROIANNI, 2009).

A publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 20/2011 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como AAs com o objetivo de melhorar o serviço de saúde e a finalidade de diminuir o uso irracional e desnecessário por parte do paciente O uso correto de AAs é muito importante para o tratamento e também para evitar a seleção de bactérias resistentes. Desta forma a principal ferramenta é a prescrição, pois se trata de um documento que contém as informações necessárias para que o farmacêutico realize a dispensação e os esclarecimentos ao paciente de forma correta, garantindo a adesão e eficácia do tratamento. Além disso, a prescrição é um instrumento legal e, sendo assim, suas exigências dispostas na legislação vigente devem ser cumpridas. No Brasil, a Lei nº 5.991/736 e o respectivo Decreto nº 74.170/74 dispõem sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. De acordo com a legislação, informações referentes ao paciente, ao prescritor e ao tratamento empregado devem estar incluídas na prescrição. Sendo assim, é de grande importância que os dados estejam legíveis, evitando erros na dispensação (SANAJOTTO, 2014)

Perante a crescente importância em promover o uso racional de medicamentos, em 1993 a Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu os indicadores do uso de medicamentos, dos quais estão presente os indicadores de prescrição, como uma forma de descrever e avaliar com segurança aspectos que afetam a prática farmacêutica em grandes e pequenos centros de saúde sendo

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 5 privados ou não, bem como identificar os erros de prescriç ão que causam resistência bacteriana, quando se esta prescrito AA na receita (SILVA & SACCO, 2012).

Uma das formas de monitorar a utilização de medicamentos é avaliar os erros de prescrições médicas, onde os prescritores exercem um importante papel na promoção do uso racional de medicamentos, faz se necessária à elaboração correta das prescrições, e isso se torna então um recurso que de certa forma faz com que o médico indiretamente preste assistência farmacêutica aos seus pacientes (GOODMAN & GILMAN, 2010).

Os erros advindos da prescrição colaboram significativamente para o índice total de erros de medicação, como podemos observar na figura 1, alem da ilegibilidade, elevando o potencial para resultarem em consequências prejudiciais para o paciente, devido a não compreensão da escrita médica (MARTINS, 2014).

Figura 1: Erro de prescrição medica

FONTE: Vries, T. P. G. M.: Henning, R. H.: Horgezeol, H. V.: Fresle, D. A. G. Guia para a Boa Precrição Médica.

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 6 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado através de uma análise observacional descritiva em uma drogaria da cidade de COLIDER-MT. Foram analisadas 490 prescrições decorrentes do período entre abril e agosto de 2015, avaliando-se todas as prescrições com medicamentos que contenham AAs em sua formulação, com o consentimento e autorização previa da drogaria em questão. Os dados obtidos foram utilizados para o cálculo dos indicadores de prescrição propostos pela OMS, bem como indicadores legais presentes na literatura brasileira (FELÍCIO, 2007; MASTROIANNI, OMS, 2003; 2009; SILVÉRIO & LEITE, 2010). Os parâmetros que foram analisados estão listados a seguir:

 Porcentagem da classe dos AAs prescritos;

 Porcentagem de medicamentos prescritos pelo nome genérico;  Porcentagem da especialidade do profissional prescritor;

 Porcentagem de receitas que não apresentam assinatura e/ou carimbo do prescritor;

 Porcentagem de receitas que não apresentam data de prescrição;

 Porcentagem de medicamentos prescritos sem posologia e período de tratamento expresso de forma inadequada;

 Porcentagem de receitas sem dados do paciente e emitente;

 Porcentagem de receitas com problemas de legibilidade (RDC nº357∕2001); Como referência para as prescrições contendo medicamentos com nome genérico, foi utilizada a Denominação Comum Brasileira (DCB). Para os erros de posologia e∕ou período adequado de tratamento foi feita revisão através de bulas e na literatura.

Os dados foram coletados através das cópias das prescrições atendidas no estabelecimento, os quais foram lançados em uma planilha no programa Microsoft Excel 2007, e feita uma revisão criteriosa dos dados.

Portanto, o resultado de cada item avaliado será obtido através da seguinte fórmula: total do número de cada item de avaliação/total de rec eitas, multiplicando-se por 100 (SANTOS & NITRINI, 2004).

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FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A falta de responsabilidade do profissional prescritor seja de qualquer especialidade médica, odontológica ou farmacêutica, pode ocasionar um enorme problema: o erro de prescrição. São considerados erros de prescrição, de acordo com a RDC, quando ocorrer falhas em relação à decisão tomada pelo prescritor ou na legibilidade de sua escrita, e também pela falta de parâmetros essenciais que deviam constar na receita, esses fatores errôneos na maioria das vezes ocorrem de forma não intencional, mas também por incapacidade do profissional prescritor, no entanto esses erros de prescrição podem diminuir a efetividade do tratamento (MARTINS et al,. 2014).

Ao total foram analisadas 490 prescrições contendo AAs, onde 64% eram provenientes de consultórios e clínicas particulares, e 36% vieram do Sistema Único de Saúde (SUS).

Gráfico1 – Porcentagem da classe de antimicrobianos e antibacterianos mais vendidos em uma drogaria privada da cidade de Colider, Mato Grosso 2015 (n = 490).

25,7 % 24,1 % 19,6 % 9,7 % 9,0 % 7,8 % 9,6 %

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 8 A porcentagem da classe de AAs mais receitada foi a dos Beta-Lactâmicos que pode ser observada no gráfico 1 acima. No que diz respeito à classe dos AAs, os Beta-Lactâmicos são os mais prescritos, encontrados em 25,7% das prescrições, seguido das Cefalosporinas com 24% e das Quinolonas com 19,5%. Diante disso, se faz necessário uma análise crítica e detalhada do contexto que envolve as classes de medicamentos, para que o potencial das outras classes medicamentosas seja explorado e assim evitar uma possível resistência bacteriana.

Levando em consideração o baixo custo e a qualidade comprovada por testes de equivalência e biodisponibilidade, os medicamentos genéricos são de grande importância para a adesão e eficácia no tratamento de enfermidades. O que faz com que a população em geral tenha acesso a produtos farmacêuticos eficientes de uma maneira mais acessível, possibilitando melhor qualidade de vida. De acordo com a pesquisa realizada, a prescrição de antibióticos pelo nome genérico foi de 48% do total de receitas analisadas, esse percentual pode ser observado no gráfico 2. Este resultado é muito superior aos valores relatados por outros autores (GIROTO & SILVA, 2006; FELÍCIO, 2007). Diante disso, pode-se afirmar que os profissionais e a população da cidade de Colider-MT, apresentam grande aceitação ao uso de medicamentos genéricos. Conforme a Lei nº. 9787/1999, a prescrição pelo nome genérico deve estar em todas as receitas emitidas no âmbito do SUS.

Gráfico 2 - % de medicamentos prescritos pelo nome genérico em uma drogaria privada da cidade de Colider, Mato Grosso, 2015 (n = 490).

Genéricos 48% Nome comercial

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 9 O Gráfico 3, apresenta a classe profissional que mais prescreve receitas contendo Aas, dentre o total de receitas analisadas 48% não continham a especialidade do profissional prescritor, e 15% representavam outras classes menos frequentes entre as receitas. O valor referido a ausência da classe profissional prescritor esta abaixo do valor obtido no estudo realizado por (NASCIMENTO & MAGALHÃES, 2013), onde 52,3% não apresentavam a especialidade do profissional prescritor. Nas prescrições que apresentavam especialidade médica, as classes de profissionais mais encontradas foram pediatra 13%, oftalmologista 7% e dentista e veterinário com 4%. Assim como neste trabalho, o estudo realizado por (SANAJOTTO & PILOTO, 2014), apresenta valores próximos aos descritos, com 14% para pediatra, 3% para oftalmologista, 2% para dentista e 4% para veterinário. O estudo feito por (NASCIMENTO & MAGALHÃES, 2013), apresentou valor menor em relação ao obtido por esse estudo, com 5,2 % para Pediatra e 0,1% para Veterinário, e maior para Oftalmologista com 6,3%, Dentista com 5,1% .

Gráfico 3 - % da especialidade do profissional prescritor. Colider, Mato Grosso, 2015 (n = 490).

Das prescrições avaliadas 75,5% não apresentou a assinatura do profissional prescritor e/ou carimbo, portanto, 15,4% de cada 100 receitas não apresentam estes requisitos que são de caráter obrigatório em todas as prescrições, de acordo com a

Pediatra 13% Oftalmologista 7% Dentista 4% Dermatologista 4% Veterinário 3% Ginecologista 3% Ortopedista 2% Urologista 1% Outros 15% Ausente 48%

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 10 Lei nº. 5.991∕73, comprovando a veracidade da emissão do documento por um profissional devidamente capacitado e registrado em conselho.

Segundo a RDC nº. 20/2011º, que regulamenta o controle de medicamentos contendo AAs o aviamento da receita contendo antimicrobiano deve estar dentro do prazo de dez dias. Portanto, a data da prescrição é um item obrigatório e de total importância para realizar o controle e minimizar uso indiscriminado desses medicamentos. Foram encontrados nesta pesquisa 20% de prescrições que não continham a data de emissão, tal valor pode ser observado no gráfico 4. O valor obtido é maior do que o descrito por (NASCIMENTO & MAGALHÃES, 2013), que foi de 7,9%, porém menor do que o valor encontrado por (MASTROIANNI, 2009), que constatou a ausência de data em 12,7% das receitas avaliadas na cidade de Araraquara – SP.

Gráfico 4. % da presença e ausência de data nas prescrições. Colider, Mato Grosso, 2015 (n = 490).

A posologia e o período de tratamento também são dados de suma importância em uma prescrição de medicamentos, sejam eles AAs ou não. A falta

Não apresentam data 20%

Continham data 80%

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FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 11 desses dados pode proporcionar uma terapêutica ineficaz, causando danos ao o organismo do paciente, seja de forma tóxica, pois a receita pode ser atendida por um balconista que não dará atenção a posologia e período de tratamento, deixando o paciente realizar a terapêutica de qual forma, podendo administrar doses altas e por longo período sem necessidade, e tambem causando resistência bacteriana, onde o paciente ao sentir melhora para de fazer uso do antibiótico, contudo a infecção ainda não cessara, e isso torna o agente infeccioso mais resistente ao antibiótico. Diante disso, todos os dados das prescrições são essenciais e devem estar corretos, de forma legível quando a prescrição for manuscrita e sendo revisados criteriosamente, pois os erros podem ocorrer facilmente, seja na dispensação ou na terapêutica inadequada realizada pelo paciente (SANAJOTTO & PILOTO, 2014). Podem-se observar erros de posologia e ou período inadequado de tratamento em 96 receitas, ou seja, 19,5 % das prescrições analisadas. Tal valor se comparado, é inferior ao encontrado por Silvério & Leite (2010), em estudo realizado na cidade de Muriaé - MG, em que 30% das prescrições continham erros de posologia ou período de tratamento. Porem quando comparado com o valor encontrado por (NASCIMENTO & MAGALHÃES, 2013) em estudo realizado na cidade de Manaus – AM, praticamente se equipara ao valor de 19,49% das prescrições que continham erros no período de tratamento e posologia.

Conforme a RDC 20∕2011, os dados do paciente assim como os dados de identificação do emitente devem estar presentes na receita, carimbo com nome do profissional prescritor e sua respectiva inscrição no Conselho Regional e assinatura, nome da instituição, endereço completo e telefone. Dentre as receitas observadas, 20,4% das prescrições apresentaram falhas, tanto no preenchimento dos dados do emitente como do paciente. De acordo com (MASTROIANNI, 2009), dados essenciais que estejam ausentes, como o nome do paciente, assinatura, carimbo do prescritor e data de emissão são capazes de acarretar fraudes e falsificação de prescrições ou notificações. A preocupação não esta em torno apenas do uso incorreto do medicamento, mas também de uso ilícito e/ou abusivo dos medicamentos.

Perante os avanços tecnológicos, atualmente nas prescrições medicamentosas ainda podem ser observados diversos erros e problemas, dentre os quais, um dos mais prevalentes é a legibilidade do documento. Alguns prescritores

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JUNIOR, A.G.

FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 12 emitem as receitas de forma impressa, mas quando a prescrição for realizada de forma manuscrita é proveniente de se tornar ilegível, e essa ilegibilidade é o principal fator de indução a erros na hora da dispensação (SILVÉRIO & LEITE, 2010). Na realização da pesquisa, 35,1% das receitas analisadas apresentaram prescrição de forma ilegível, em algumas delas a dispensação era impossível, outras se fazia necessária a comunicação com o profissional prescritor, em outras devido a experiência do farmacêutico e conhecimento da caligrafia do medico era possível realizar a dispensação corretamente, mas de maneira geral a ilegibilidade das prescrições dificulta a comunicação entre o dispensador, o paciente e o prescritor. O resultado observado foi maior do que o relatado por (Nascimento & Magalhaes, 2013), Manaus- AM, que foi de 2%, e praticamente equivalente ao relatado por (Silvério & Leite, 2010) em estudo realizado em Muriaé - MG que foi de 36%.

CONCLUSÃO

No presente trabalho foi possível observar um número relevante de informações que estavam ausentes, de forma inadequada ou incompleta, nas prescrições de medicamentos aviadas em uma drogaria privada da cidade de Colider-MT.

Dentre os resultados observados na pesquisa, a maioria se enquadra nos padrões estabelecidos pelos órgãos que regulamentam o us o de medicamentos contendo substancias AAs, no entanto é de fundamental importância realizar maior vigilância em determinados aspectos no processo de prescrição, necessitando estar de acordo com a RDC nº 20∕2011.

É preciso que na prescrição sejam inseridos dados que irão garantir ou não a efetividade terapêutica do paciente. Perante aos dados obtidos neste estudo e juntamente aos relatados em outros estudos, implicam na necessidade de atualização dos profissionais envolvidos, principalmente os profissionais prescritores, bem como providencias de melhoria advindas dos respectivos conselhos de classe para com o profissional, pois tanto os profissionais prescritores, quanto os dispensadores, devem estar cientes do seu papel e comprometimento com relação a legislação sanitária e profissional.

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FACIDER Revista Científica, Colider, n. 08, 2015 Página 13 REFÊRNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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