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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO BACHAREL EM ENFERMAGEM LUCAS RODRIGUES GACEMA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO BACHAREL EM ENFERMAGEM

LUCAS RODRIGUES GACEMA

PERFIL SOCIOEPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE MULHERES MIGRANTES VENEZUELANAS ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE NO EXTREMO NORTE

DO BRASIL

BOA VISTA, RR 2020

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LUCAS RODRIGUES GACEMA

PERFIL SOCIOEPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE MULHERES MIGRANTES VENEZUELANAS ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE NO EXTREMO NORTE

DO BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Roraima como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Prof.ª Ma. Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto

BOA VISTA, RR 2020

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A minha família, Pai, Mãe e Irmão sem vocês não teria eu ido tão longe

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me permitir chegar até aqui.

Agradeço também a minha mãe Rosiane Rodrigues, mulher batalhadora, persistente e guerreira a qual sempre fez de tudo para criar os seus dois filhos sem nunca demostrar fraqueza ou desmotivação lhe dedico aqui essa conquista, agradeço também ao meu falecido pai Benaly Gacema que sempre sonhou com seus filhos estudando em uma faculdade também lhe dedico aqui essa conquista. E por último, mas não menos importante ao meu irmão Messias Rodrigues que me acompanhou nessa jornada saiba que torço pelo seu sucesso.

Dedico também esse agradecimento a minha orientadora Profª Ma. Tarcia Millene

de Almeida Costa Barreto que me ajudou nessa jornada sempre disposta e paciente

também aos meus professores do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Roraima.

Dedico também esse trabalho aos meus amigos em especial à Jaqueline, Icaro,

Thais e Steffanie que sempre estiveram comigo nessa jornada carregada de muito

choro, desespero, conquistas, risos e um pouco de 51 ouro.

Não poderia esquecer-me também obrigado Manuela e Kelyhorrara por sempre estarem comigo quando precisei e também minhas companheiras do ILE – Dhuly,

Leydnara, Sara, Kimberli, Juliana e Rayana (bendito fruto entre as mulheres)

obrigado a todas por me aguentarem e por terem feito dessa caminhada mais fácil e que independente do futuro sei que serão ótimas profissionais de saúde. E por último, mas não menos importante a todos aqueles colegas que me acompanharam e de alguma forma me ajudaram nessa trajetória.

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RESUMO

O processo de migrar é considerado como potencial fator de risco para à saúde dos migrantes principalmente para mulheres em condições puerperais, essa relação de condições de saúde da mulher e assistência puerperal pode ser bem observada no cenário de mulheres migrantes venezuelanas na cidade de Boa Vista/RR região onde percebe-se crescente índice de partos e consultas pós-parto na maior maternidade do estado. Logo o presente estudo tem como principal objetivo realizar a caracterização epidemiológica e clínica de mulheres atendidas no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth. Trata-se de um estudo ecológico de caráter descritivo e abordagem quantitativa, utilizando dados secundários compostos por dados presentes na Autorização de Internação Hospitalar e Sistema de Informações de Nascimento de mulheres migrantes de nacionalidade venezuelana com faixa de idade que atenda condições gineco obstétricas, que realizaram parto ou buscaram algum tipo de assistência no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). Os dados foram coletados e organizados conforme variáveis propostas pela pelo estudo. Os resultados mostraram que a partir de 2014 tivemos um aumento do total de partos e que durante os anos de 2018 (n=2547) e 2019 (n=4205) foram registados os maiores quantitativos de partos realizados e que a faixa etária entre 20-24 (n=1476) e 25-29 (n=972) anos, foram as que mais apresentaram o quantitativo de atendimentos de mulheres. Quanto ao total de partos estratificados por tipo, foi perceptível a prevalência de partos vaginais com relação ao cesárea. A hipótese do estudo foi parcialmente confirmada, uma vez que foi identificado que às mulheres migrantes venezuelanas estão em sua maioria em idade laboral. No que se refere a condições clinicas dessas mulheres o quantitativo de parto vaginal se sobressaiu comparado ao parto cesárea, indicando condição clínica favorável para evolução sem distorcia do trabalho de parto, consideramos também que resultados obtidos neste estudo não esgotam o tema, uma vez que o possui outras linhas de análises.

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RESUMEN

El proceso de migración se considera un factor de riesgo potencial para la salud de los migrantes, principalmente para las mujeres en condiciones puerperales, esta relación de la salud de la mujer y la atención puerperal puede observarse bien en el escenario de las mujeres migrantes venezolanas en la ciudad de Boa Vista/RR región donde hay una creciente tasa de nacimientos y consultas posparto en la mayor maternidad del estado. Por lo tanto, el objetivo principal del presente estudio es realizar la caracterización epidemiológica y clínica de las mujeres atendidas en el Hospital Materno Infantil Nuestra Señora de Nazareth. Se trata de un estudio ecológico de carácter descriptivo y de enfoque cuantitativo, utilizando datos secundarios compuestos por los datos presentes en el Sistema de Información de Autorizaciones de Internación y Parto de mujeres migrantes de nacionalidad venezolana con rango de edad que atienden condiciones gineco-obstétricas, que han dado a luz o han buscado algún tipo de asistencia en el Hospital Materno Infantil Nuestra Señora de Nazaret (HMINSN). Los datos se reunieron y organizaron según las variables propuestas por el estudio. Los resultados mostraron que a partir de 2014 se produjo un aumento en el número total de partos y que durante los años 2018 (n=2547) y 2019 (n=4205) se registró el mayor número de partos y que el grupo de edad entre 20-24 (n=1476) y 25-29 (n=972) años, fueron los que tuvieron un mayor número de mujeres. En cuanto al número total de partos estratificados por tipo, la prevalencia de los partos vaginales en relación con la cesárea fue notable. La hipótesis del estudio se confirmó parcialmente, ya que se identificó que las mujeres migrantes venezolanas están en su mayoría en edad de trabajar. En cuanto a las condiciones clínicas de estas mujeres, destacó la cantidad de partos vaginales en comparación con la cesárea, lo que indica una condición clínica favorable para la evolución sin distorsión del parto, también consideramos que los resultados obtenidos en este estudio no agotan el tema, ya que tiene otras líneas de análisis.

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LISTA DE SIGLAS

ACNUR. Alto Comissários das Nações Unidas para Refugiados AIH. Autorização de Internação Hospitalar

GIGM. Gabinete Integrado de Gestão migratória

HMINSN. Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré IST. Infecções sexualmente transmissíveis

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OA. Operação Acolhida

OIM. Organização Internacional para Migrações OMS. Organização Mundial de Saúde

PIB. Produto Interno Bruto

SINASC. Sistema de Informações de Nascimento SIH/SUS. Sistema de Internações Hospitalares do SUS SUS. Sistema Único de Saúde

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Localização geográfica de Roraima e fronteiras.

...19 Figura 02 Imigrantes dormindo em praça pública do município de Boa Vista/RR.

...20 Figura 03 Evolução do total de atendimentos realizados a migrantes venezuelanas no

HMINSN, 2010-2019.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Tipos de migrante conforme classificação de Nygren Krug.

... 17 Tabela 02 Total de mulheres migrantes venezuelanas por faixa etária,

2010-2019.

... 30 Tabela 03 Total de partos estratificados por tipo, 2010-2019.

... 31 Tabela 04 Diagnósticos prevalentes na internação de migrantes venezuelanas

classificados por grupo CID-10,

2010-2019... 33

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 2 PROBLEMA ... 15 3 HIPÓTESE ... 15 4 OBJETIVOS ... 15 4.1 OBJETIVO GERAL ... 15 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 15 5 JUSTIFICATIVA ... 16 6 REFERENCIAL TEMÁTICO ... 17

6.1 CONTEXTOS DA MIGRAÇÃO VENEZUELANA ... 17

6.2 SAÚDE E MIGRAÇÃO ... 21

6.3 A MULHER COMO PROTAGONISTA NO PROCESSO DE MIGRAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DESSE EVENTO ... 22

7 METODOLOGIA ... 24 7.1 TIPO DE ESTUDO ... 24 7.4 POPULAÇÃO ... 24 7.5 COLETA DE DADOS ... 25 7.6 ANÁLISE DE DADOS ... 25 7.7 ASPECTOS ÉTICOS ... 25 8 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 27 8.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO ... 27

8.2 CONDIÇÃO CLÍNICA DAS MIGRANTES VENEZUELANAS... 31

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

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1 INTRODUÇÃO

O evento migratório é algo que já está intrínseco na civilização do mundo, e relatos históricos podem confirmar tal processo, como na América Latina, que durante os séculos XIX e XX, ocorreu a Grande Imigração, e posteriormente com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), diversos migrantes provenientes da Europa moveram-se em direção as Américas (RODRIGUES; SILVA, 2017).

De acordo com Miranda (2011), durantes os anos de 60 e 70 o processo de migração internacional era predominante pelos indivíduos do sexo masculino, mas esse fato foi mudando com o passar dos anos, sofrendo influência com as alterações ocorridas com a globalização, a acentuada procura pela mão de obra feminina, a intensa busca pelo trabalho feminino e a progressiva aceitação social de sua autonomia financeira e mobilidade.

Dados revelam que atualmente, o quantitativo de mulheres corresponde à metade da população mundial de migrante, sendo aproximadamente 95 milhões, e na União Europeia elas correspondem a 54% da população total de migrantes. Se for realizado uma comparação entre as mulheres migrantes e as que já habitam no local anteriormente, será perceptível que as primeiras possuem parâmetros inferiores de saúde do que as outras, com relação a morte materna, perinatal e infantil, prematuridade, baixo peso ao nascer, índice de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e o predomínio de violência contra as mulheres (TOPA; NOGUEIRA; NEVES, 2010).

Assim, as questões de gênero, aliadas a características étnicas, etárias, culturais, socioeconômicas, estão diretamente relacionadas às condições de saúde e condicionam diferentes formas de discriminação, afetando diferentemente à saúde das mulheres migrantes. É importante destacar que as mulheres tendem a enfrentar esse processo de uma forma mais nociva por serem consideradas mais frágeis quando são expostas a discriminação, isso quando se compara ao homem migrante, e indo mais fundo sobre essa temática nota-se que algumas são mais vulneráveis do que outras (TOPA; NEVES; NOGUEIRA, 2013).

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14 As situações de saúde-doença são disseminadas na sociedade por meio de processos de determinação social, econômica, cultural, ambiental, política etc. Este entendimento vem se fazendo presente na formulação de políticas e estratégias, e abordagens intersetoriais em direção à saúde. Na busca de condições melhores de saúde e para redução de iniquidades, deve-se analisar os determinantes sociais e ambientais envolvidos (CARVALHO, 2013).

Compreende-se que, a apropriada saúde coopera para outras primazias sociais como o bem-estar, a educação, a coesão social, a preservação do meio ambiente, o aumento da produtividade e o desenvolvimento econômico. Isso provoca um “(...) “círculo virtuoso” no qual a saúde e os seus determinantes se retroalimentam e se beneficiam mutuamente (...)” (CARVALHO, 2013, p.21).

Dessa forma, determinantes de saúde, acessibilidade e estado de saúde dessas populações é demonstrado por desigualdades e parcialidades, maior risco para agravos e doenças, incluindo ainda a falta de informação sobre a migração feminina e suas peculiaridades, o que é intensificador desses fatores, e isso reflete na saúde sexual e reprodutiva desse público, que continuam sendo mais vulneráveis, inclusive no que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde, pois precisam de serviços específicos, como os serviços voltados à saúde sexual e maternidade, saúde e assistência às crianças. Cuidados esses que enfrentam dificuldades além do acesso, mas também de continuação (TOPA, 2016).

Segundo Almeida e Caldas (2012), a migração em si constitui-se como um fator de risco afetando, entre outros aspectos, o período gravídico das mulheres, evidenciado pela ausência ou início tardio do pré-natal, expansão de procedimentos cirúrgicos e assistência pós-parto de baixa qualidade, tendo como barreiras o período de espera por atendimento nos serviços de saúde, barreira linguística e de locomoção, a qualidade e equidade dos atendimentos.

Essa relação entre a gestação e a assistência à saúde para as migrantes venezuelanas, na cidade de Boa Vista, é tida como um desafio para o serviço de saúde. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (2018) foram contabilizados 566 partos de venezuelanas realizados na maternidade local no ano de 2017, e 253 partos no primeiro trimestre de 2018. E muitas dessas mulheres residem em locais improvisados na rua, fato que prejudica o curso da gestação, bem como a manutenção da saúde após o parto tanto para mãe quanto para o recém-nascido (SESAU, 2018).

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15 Diante desse contexto, através da percepção do desafio que é a manutenção da saúde destas migrantes, surge conhecermos qual o perfil sociodemográfico e clínico das mulheres migrantes venezuelanas atendidas na maior maternidade do estado de Roraima nos últimos 10 anos?

2 PROBLEMA

Qual o perfil demográfico e clínico das mulheres migrantes venezuelanas atendidas na maior maternidade do estado de Roraima nos últimos 10 anos?

3 HIPÓTESE

Diante das condições já apresentadas acredita-se que as mulheres migrantes que se deslocam e que integram as rotas migracionais entre Venezuela e Brasil são mulheres jovens que podem integrar o mercado de trabalho e em sua maioria mães ou mulheres em período gestacional que buscam em outros países dar continuidade na gestação de forma segura e acessível, entretanto sabe-se que como mulher e migrante diversos são os fatores que contribuem para a inacessibilidade dessas nos serviços de saúde logo resultando em partos e condições clinicas insatisfatórias nesse público.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Realizar a caracterização social, epidemiológica e clínica de mulheres migrantes venezuelanas assistidas em uma maternidade no extremo norte do Brasil.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Descrever o perfil sociodemográfico das mulheres migrantes; II. Relacionar as principais causas de internação das mulheres

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16 III. Identificar o tipo de parto predominante entre migrantes

venezuelanas.

5 JUSTIFICATIVA

Durante os estágios realizados no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN) do município Boa Vista - Roraima e nas atividades extramuros com migrantes venezuelanos realizadas com apoio da Universidade Federal de Roraima e Ligas Acadêmicas, foi possível constatar o grande quantitativo de mulheres em período gestacional que apresentavam condições de saúde precárias exemplificado pela falta de condições básicas de higiene, alimentação, número insuficiente de pré natais e ausência de vacinas essenciais para o período perinatal.

Outro fator de suma importância foi o aumento significativo de partos de migrantes venezuelanas no HMINSN, surgindo assim o interesse pelo estudo para que, em cenários futuros, seja possível fomentar a criação de políticas públicas para essas mulheres além de contribuir para novas pesquisas que abranjam o fluxo migratório dessas mulheres no campo da saúde materna das mulheres migrantes em especial mulheres migrantes venezuelanas.

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6 REFERENCIAL TEMÁTICO

6.1 CONTEXTOS DA MIGRAÇÃO VENEZUELANA

Segundo Dias e Gonçalves (2007), na história da humanidade sempre existiram deslocamentos migratórios de pessoas dentro ou fora dos seus países de forma que sempre foram motivadas por condições ambientais, sociais ou políticas e que o impacto desses deslocamentos tem se tornado objeto de muitos estudos que avaliam os impactos dos mesmos nos locais de acolhimento.

Segundo proposta de Nygren-Krug (2003) foram classificados cinco perfis de migrantes (Tabela 01) que auxiliam melhor a compreensão dos novos deslocamentos migratórios.

Tabela 01 – Tipos de migrante conforme classificação de Nygren Krug Migrantes econômicos: pessoas que saem do seu lugar normal de vivencia para em busca

de melhoria de qualidade de vida. Agrega desde migrantes trabalhadores de longa permanecia a migrantes do tipo temporários e sazonais. Os trabalhadores fronteiriços são migrantes que mantêm o seu país de residência, mas que trabalham num país de fronteira, voltando diária ou mensalmente

Emigrantes econômicos: pessoas que saem do seu lugar normal de vivencia para em busca

de melhoria de qualidade de vida. Agrega desde migrantes trabalhadores de longa permanecia a migrantes do tipo temporários e sazonais. Os trabalhadores fronteiriços são migrantes que mantêm o seu país de residência, mas que trabalham num país de fronteira, voltando diária ou mensalmente

Requerentes de asilo: pessoas com medo de perseguição por motivos diversos tais como

raça, religião, nacionalidade, pertencentes a um grupo social ou não ou de opinião política contraria, se o medo for comprovadamente baseado em ameaças concretas, o candidato recebe status de refugiado.

Imigrantes indocumentados/irregulares: migrantes sem status legal devido a entrada

irregular.

Deslocados: pessoas que fogem de conflitos armados ou desastres naturais ou provocados

pelo homem e os seus efeitos. Este conceito abrange especialmente a pessoas deslocadas dentro das fronteiras do país de origem.

Fonte: reprodução de Nygren Krug (2003)

Entender os perfis de migrantes torna-se essencial para compreender a forma que o fluxo migratório se apresenta e o impacto do mesmo nos espaços, principalmente os novos fluxos que vem surgindo ao redor do mundo.

Os municípios de fronteira do Brasil têm encontrado grande dificuldade em prover atenção integral de saúde a seus municípios. A falta de recursos humanos qualificados, insumos e equipamentos e planejamento vem sendo as principais discussões levantadas por gestores de saúde de forma que devido à

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18 ausência de políticas a população (migrante) que flutua entre fronteiras, acaba sendo prejudicada (GADELHA; COSTA, 2007).

Seguindo a lógica anterior o Sistema Único de Saúde (SUS), atualmente tem feito o repasse financeiro levando como critério o per-capita, e não é contabilizada o público itinerante (migrante) beneficiado pelo SUS, dessa forma percebe-se o agravamento da situação do migrante nos serviços de saúde e consequentemente não temos repasse adequado que sustente a demanda desse público que vem crescendo com o decorrer do tempo, logo os serviços de saúde não apresentam contingenciamento necessário para atender os públicos que necessitam desses espaços de cuidar. (CARVALHO, 2014).

Como exemplo dessa situação de relação entre fronteiras, temos o espaço de fronteira entre o Brasil e a Venezuela que também vem sendo afetado pelo processo de migração em virtude de vários aspectos, como a inovação de tecnologias de transporte, fluxo de mercadorias (legais ou ilegais) e pessoas, sejam elas turistas, moradores de fronteiras, migrantes (legais ou ilegais) ou trabalhadores migrantes, de certo a relação presente nesse espaço principalmente os espaços de fronteira sofrem com alterações principalmente ao que se refere cuidados em saúde (RODRIGUES, 2006).

Nos últimos anos, a Venezuela vem passando por uma grande crise econômica, social e política que tem sido reconhecida por muitos da comunidade internacional e, como consequência, a população venezuelana tem enfrentado uma generalizada ausência de bens comuns como alimentação, moradia e acesso a serviços de saúde (MILESI et al, 2018).

Segundo relatório realizado pela Human Rights Watch (2019), a Venezuela vem sofrendo uma crise de saúde desde meados de 2012, piorando drasticamente em 2017 com os apagões que eram recorrentes nas cidades venezuelanas que de forma direta dificultavam assistência nas redes hospitalares.

De acordo com os dados da Organização Internacional para Migrações (OIM), o número de migrantes venezuelanos no exterior aumentou de 700.000 para mais de 1.6000.000 onde, só no Brasil, 32.744 solicitaram refúgio e outros 27.804 obtiveram autorização de residência somando assim mais de 60.000 migrantes registrados pelas autoridades migratórias brasileiras até maio de 2018 (IOM, 2018; UNHCR, 2018).

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19 Com o início da migração muitos indivíduos venezuelanos se deslocaram para o estado de Roraima adentrando através do município fronteiriço de Pacaraima e seguindo jornada para as outras cidades do estado como Boa Vista/RR (Figura 01):

Figura 01 - Localização geográfica de Roraima e fronteiras

Fonte: Google Maps (2020)

Roraima é o estado brasileiro com menor população e também com menor participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em meados de 2017 tornou-se evidente a falta de condições locais para abrigar, acolher e oferecer alternativas de trabalho a um número tão grande de pessoas migrantes logo, em tão pouco tempo, foi possível encontrar grandes grupos populacionais de migrantes habitando locais públicos insalubres que não ofereciam condições de saúde adequada (SIMÕES et al. 2017; BAENINGER et al. 2018; MILESI et al, 2018), conforme ilustrado pela figura 02.

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20 Figura 02 – Imigrantes dormindo em praça pública do município de Boa

Vista/RR

Fonte: Revista Isto é (2018)

A migração venezuelana nesse período acaba sendo transmitida de forma negativa pelos meios de comunicação e pelas autoridades locais de modo que esse deslocamento vem sendo posto como causador de colapso no sistema de saúde estadual, entretanto sabe-se que os serviços de saúde do estado já sofrem com a falta de estrutura há muito tempo (BARRETO et al, 2018).

Em 2016 com agravamento da migração no estado de Roraima o governo estadual criou como resposta o Gabinete Integrado de Gestão Migratória (GIGM) que tinha como principal objetivo buscar eficiência e melhoria de resposta dos serviços de saúde integrados ao SUS, dessa forma foi criado o Plano integrado de Gestão Migração (RORAIMA, 2016).

Em janeiro de 2017 foi assinado o Plano Integrado de Ação para Saúde dos Migrantes no estado de Roraima que objetivou manter assistência adequada aos migrantes e continuar os atendimentos da população do Estado de Roraima (GNDH, 2018).

Já no ano de 2018, o Governo Federal com apoio do Alto Comissários das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e de outras 100 agências da ONU e entidades civis, criaram a Operação Acolhida (OA) que tem como principal objetivo prestar assistência humanitária através de três eixos programáticos: ordenamento da fronteira; acolhimento e “interiorização”, que envolve deslocar o migrante e familiares para outras regiões do Brasil (ACNUR, 2020).

Das ações em saúde organizadas pela OA foram implantados os postos de triagem em saúde localizados na fronteira da Venezuela com Pacaraima que tem por finalidade atendimentos de emergência e clínica geral além de ações

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21 implantadas nos abrigos como campanhas de bloqueio e imunização (GNDH, 2018).

6.2 SAÚDE E MIGRAÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1984, definiu saúde como “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”, assegurando também que seja um direito fundamental e universal, que deve ser oferecido a todos sem distinção de raça, cor, gênero ou condições socioeconômicas.

Deste modo, para que o indivíduo apresente condições de saúde satisfatórias são necessários alguns determinantes essenciais em saúde que segundo a OMS podem ser exemplificados a seguir: moradia, alimentação, educação, os meios econômicos adequados, ambiente, justiça social e equidade (WHO, 1984). Logo, com a ausência desses condicionantes o indivíduo torna-se vulnerável e suscetível ao processo de adoecer (CSDH, 2007).

Com o cenário apresentado anteriormente percebe-se que o migrante é condicionado nesse espaço de vulnerabilidades principalmente os recém-chegados nos locais de acolhimento, vale ressaltar que a migração não é um acontecimento recente da sociedade moderna, estando presente desde os primórdios e sendo agente de grande repercussão (RAMOS, 2009; CIERCO, 2017).

Os migrantes internacionais apresentam grande variedade no que se diz respeito ao perfil sociodemográfico (idade, sexo, escolarização) que associado a condições sociais, habitacionais e conhecimento insatisfatório acerca do sistema de saúde podem estar relacionadas diretamente a prevalência de doenças que perpetuam nas mais diversas áreas clínicas dos serviços de saúde (RAMOS, 2009; ROCHA et al, 2012).

Em alguns estudos sobre saúde e migração foi percebido que migrantes têm maior suscetibilidade de apresentar doenças do tipo crônica e que em sua maioria buscam auxilio hospitalar já em últimas situações, como em casos de urgência e emergência ou em estágio avançado de doença (DIAS et al, 2007; ROCHA et al, 2012; TOPA et al, 2013; GRANADA et al, 2017)

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22 Referindo-se a mulheres migrantes estão mais suscetíveis a doenças de caráter mental (depressão, esquizofrenia e estresse pós-traumático), infecções sexualmente transmissíveis (HIV/Sida e hepatites virais), além de estarem mais expostas a violência como vítimas sexuais (TOPA et al, 2013).

Seguindo a linha de dificuldades encontradas por mulheres migrantes, essas também estão mais suscetíveis a procurarem unidades hospitalares mais tardiamente. Em uma pesquisa realizada por Castro et al. (2015), foi possível identificar que mulheres migrantes demoravam buscar os serviços por medo das diferenças culturais, idioma e formas de partejar que poderiam surgir durante a assistência e no parto.

6.3 A MULHER COMO PROTAGONISTA NO PROCESSO DE MIGRAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DESSE EVENTO

Durantes os anos de 60 e 70, o processo de migração internacional era predominado pelos indivíduos do sexo masculino, entretanto com os novos perfis de migração as mulheres ganharam grande destaque nesse espaço. Dados recentes mostram que o quantitativo de mulheres corresponde à metade da população mundial de migrantes (TOPA; NOGUEIRA; NEVES, 2010; MIRANDA, 2011).

A globalização e as novas condições do mercado de trabalho foram estímulos recorrentes para o recrutamento constante de mão de obra feminina, ocasionando um aumento espontâneo do número de mulheres que migram em busca de novas condições de vida (PIRES, 2002; UNFPA, 2006).

A partir do século XX, as questões de gênero e discussões acerca do feminismo começaram a ser colocadas no domínio da migração, o que trouxe maior visibilidade das mulheres nesse ambiente onde até então apenas se enquadravam em termos das migrações familiares e não enquanto migração autônoma. No que cerne à experiência de mulher migrante, discute-se também que ela é única e vivida de várias formas, o que pode indicar um certo nível de risco para a saúde física e/ ou mental das mulheres (TOPA; NOGUEIRA; NEVES, 2010).

Algumas evidencias também apontam que as mulheres migrantes apresentam muitos problemas em acessar os serviços de saúde em especifico

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23 os que se direcionam aos cuidados de prevenção (preventivos e exames de mama) ou a escassa utilização dos cuidados em saúde sexual e reprodutiva (SCAGLIONE, 2016).

Quando comparadas com mulheres residentes do território, as mulheres migrantes tendem a apresentar os piores índices de saúde (DIAS et al, 2009). No caso das migrantes grávidas, dentre a generalidade, essas passam por constrangimentos muito particulares, em termos de saúde e de violência obstétrica (IOM, 2004).

Estudos demostram que, devido a soma de fatores complexos, mulheres migrantes e ou grupos étnicos tendem a receber menor acompanhamento necessário durante a gravidez, o parto e pós-parto e esses casos em sua maioria podem ser justificados pelo fato de migrantes buscarem assistência em última instancia resultando em maiores situações de riscos, dificuldade no tratamento e em gastos maiores com cuidados (FONSECA et al, 2005; UNFPA, 2006; TOPA, 2016; GRANADA, 2017).

Segundo Topa (2016), as mulheres migrantes estão diretamente associadas a péssimas condições clinicas em saúde materna onde muitas podem passar por experiências traumáticas explicadas pelas situações de risco de infeção perinatal, maior mortalidade materna, infantil e aumento das taxas de partos através de procedimentos cirúrgicos.

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24 7 METODOLOGIA

7.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo ecológico de caráter descritivo e abordagem quantitativa, utilizando dados secundários de domínio público, disponíveis online no DATASUS.

Segundo Costa e Barreto (2003) o estudo ecológico tem como vantagem a possibilidade de examinar associações entre exposição e doença/condição não analisando apenas o indivíduo, mas sim um grupo populacional. Já o estudo descritivo tem como objetivo estabelecer relação entre doenças e condições de saúde respondendo as seguintes indagações: Onde? Quando? E quem? adoece, podendo utilizar de dados epidemiológicos secundários.

7.2 LOCAL DA PESQUISA

Os dados foram colhidos do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informações de Nascimento (SINASC) referentes ao período de 2010-2019.

7.3 POPULAÇÃO

Por ser tratar de dados secundários, a população do estudo foi composta por dados presentes na Autorização de Internação Hospitalar (AIH) de mulheres migrantes de nacionalidade venezuelana com faixa de idade que atenda condições gineco obstétricas, que realizaram parto ou buscaram algum tipo de assistência no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) no período compreendido de janeiro de 2010 a dezembro de 2019.

Destaca-se que a série temporal foi definida em 10 anos tendo em vista que a amplitude garante uma compreensão de como o fenômeno migratório tem afetado o sistema de saúde local em consequência da crive que ocorre em território venezuelano.

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25 7.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada a partir do mês de outubro de 2020 levando em consideração a população do estudo. Os dados foram colhidos do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informações de Nascimento (SINASC) referentes ao período de 2010-2019.

Foram coletados e investigadas variáveis:

a) Referentes ao local de residência: unidade federal, município que reside.

b) Caráter demográfico: idade, nacionalidade.

c) Condição clínica: diagnóstico principal, tipo de parto.

Novamente ressalta-se que os dados foram obtidos através do SIH/SUS e SINASC, sendo assim dados de caráter público utilizados nesse estudo para fins científicos.

7.5 ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta dos dados, os mesmos foram organizados em tabelas com auxílio do software Microsoft Excel® 2019 e posteriormente analisados conforme ferramenta tabela dinâmica, a qual é disponibilizada pelo software citado anteriormente. Os dados também foram organizados em gráficos e tabelas levando em consideração os resultados obtidos.

Para decodificação dos dados referentes a unidade federal e município foram utilizadas informações geográficas de domínio público que podem ser encontradas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os relacionados a caracterização clínica (Diagnostico Principal) puderam ser identificados conforme a Classificação Internacional de Doenças – CID 10.

7.6 ASPECTOS ÉTICOS

Dada às características da coleta de dados, disponíveis em plataforma digital do Ministério da saúde e de domínio público, não foi necessária a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa para que se proceda com a arrecadação das informações

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26 Destaca-se que este estudo é parte integrante do projeto intitulado “Migração Venezuelana: impactos na saúde de Roraima”, cadastrado na Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG – UFRR) sob registro 0672018, com parecer aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humano (CEP-UFRR) sob registro 3.512.164.

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8 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados deste estudo serão apresentados em dois tópicos, sendo o primeiro o perfil demográfico da população e o segundo com o perfil de atendimento realizados as mulheres migrantes venezuelanas, de forma que atendem ao estabelecido nos objetivos específicos.

8.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO

Neste item são apontados os resultados encontrados relacionados ao perfil sociodemográfico da população do estudo, trazendo variáveis relacionadas a evolução do total de atendimentos realizados no HMINSN, como pode ser observado na Figura 03.

Figura 03 - Evolução do total de atendimentos realizados a migrantes venezuelanas no HMINSN, 2010-2019

Fonte: Autoria própria (2020)

Ao analisar os dados expressos na figura acima, nota-se que nos três primeiros anos foi possível identificar um número de atendimentos a migrantes venezuelanas relativamente baixo, quando comparado aos anos posteriores. No ano de 2010, 83 mulheres foram atendidas pelo HMINSN, já no ano seguinte observamos uma queda de internações com o total de 15 mulheres. No ano de

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Nº de Mulheres 83 15 0 98 197 259 379 934 2547 4205 83 15 0 98 197 259 379 934 2547 4205 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

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28 2012, não foram encontrados registros de atendimento, reaparecendo em 2013 com o total de 98 atendimentos registrados.

Podemos atribuir esses atendimentos nos três primeiros anos como atendimentos relacionados ao vínculo transfronteira que existe entre Roraima/Venezuela que de certo modo facilita o atendimento de saúde ao migrante em território brasileiro.

Para Rodrigues (2006), as fronteiras entre Venezuela e Brasil possibilitaram a construção de vínculos entre as regiões de modo que muitos venezuelanos transitam entre Brasil e Venezuela na busca de serviços como os de saúde e educação e da mesma forma acontece com brasileiros residentes do município de Pacaraima que exploram da economia no país vizinho.

Em outro estudo realizado por Giovanella et al. (2007) também foi possível identificar a utilização dos serviços de saúde por migrantes em fronteiras, segundo resultados da pesquisa que foi realizada em 69 municípios brasileiros, localizados na linha de fronteira entre Paraguai, Uruguai e Argentina concluiu-se que 75% deles apresentavam uma demanda de atendimentos de migrantes para atendimentos no SUS.

De acordo com Gadelha e Costa (2007), as populações residentes de fronteiras são objetos importantes de fluxos migratórios, os quais sempre estão se locomovendo entre os territórios de fronteira na busca de serviços e ações e serviços de saúde, entretanto essa mobilidade tem resultado em grandes dificuldades para os gestores de saúde que percebem um aumento gradativo desses deslocamentos nas fronteiras.

Seguindo na análise da figura 04, observa-se quea partir do ano de 2014 tivemos um aumento de 31% dos atendimentos, onde foram registrados (n=197) em 2014, seguido de n=259 no ano de 2015. Sobre os anos de 2016 e 2017 foram registrados n=379 e n=934 atendimentos respectivamente representando assim um aumento de 64% nesse período de dois anos.

Nos últimos anos analisados (2018-2019) percebe-se um quantitativo elevado de mulheres migrantes atendidas representando um aumento de 65% nos últimos dois anos fator esse que pode ser explicado como o período onde ocorreu maior fluxo de migrantes venezuelanos.

Segundo dados da ACNUR, entre os anos de 2014 e 2017, já era possível somar mais de 22 mil solicitações de refúgio de venezuelanos no Brasil

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29 sendo intensificado o fluxo durante o ano de 2017, quando ocorreram as eleições presidenciais na Venezuela associado com aumento inflacional da economia venezuelana (FGV/DAPP, 2018).

De acordo com Simões et al. (2017), no ano de 2015 como consequência da crise econômica venezuelana, muitos se deslocaram para outros países, tanto para rotas clássicas da migração venezuelana, como Estados Unidos e Espanha, como também surgindo novas caminhos através de países de fronteira da América Latina a exemplo do Brasil.

Outro fator que pode ter contribuído para o aumento de partos no HMINSN foi o crescente índice de mortalidade materna em território venezuelano que em 2016 aumentou em 65% e também o aumento de mortalidade infantil que aumentou em 30% naquele ano, logo como forma de dar continuidade nas gestações de forma segura e sem riscos muitas mulheres se locomoveram na busca de melhores condições de parto (HRW, 2019).

De acordo com portal de notícias Carta Capital, desde 2017, o governo venezuelano não emite dados oficiais sobre as condições de saúde do território. Os últimos dados emitidos pelo ministério de saúde venezuelano apresentaram elevado índice de mortalidade infantil em um período de 5 anos bem como elevado índice de mortalidade materna além de problemas graves como doenças que podem ser erradicadas com vacinas e o aumento de doenças infecciosas como tuberculose e malária.

Segundo Topa et al. (2013), mulheres migrantes documentadas e mulheres migrantes indocumentadas recebem cuidados mais tardios em relação a mulheres autóctones e por consequência apresentam altos índices de complicações resultando em altas taxas de mortalidade fetal e neonatal e de mães que sofrem com um maior número de patologias durante a gravidez (doenças infecciosas).

Neste ponto será apresentado o total de mulheres migrantes venezuelanas atendidas no HMINSN, estratificadas por faixa etária conforme classificação do IBGE (Tabela 02).

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30 Tabela 02 – Total de mulheres migrantes venezuelanas por faixa etária,

2010-2019

Fonte: Autoria própria (2020)

Foi possível identificar que a faixa etária entre 20-24 (n=1446) e 25-29 (n=972) foram as que mais apresentaram o quantitativo de atendimentos de mulheres.

Sobre isso destacam-se os achados similares da pesquisa realizada por Simões et al. (2017) onde identificaram que a migração venezuelana no estado de Roraima é predominantemente jovem, situada na faixa etária entre 20 a 39 anos.

E seguindo a mesma lógica em uma pesquisa feita pela OIM realizada no ano de 2018, com migrantes venezuelanos foi possível identificar que a maioria dos entrevistados eram jovens e adultos sendo a maioria mulheres gravidas em faixa etária de 18 e 25 anos de idade.

FAIXA ETÁRIA 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 10-14 02 01 00 00 03 03 08 06 16 26 15-19 10 01 00 24 46 78 58 145 541 858 20-24 23 03 00 25 50 64 105 298 861 1466 25-29 13 01 00 16 37 55 108 139 625 972 30-34 07 03 00 15 22 20 42 92 279 484 35-39 03 01 00 08 20 18 29 77 149 241 40-44 03 00 00 03 02 02 13 25 39 87 45-49 00 00 00 00 00 01 06 08 08 21 50-54 01 02 00 00 00 01 00 03 02 09 55-59 00 00 00 00 01 00 00 00 01 07 60-64 00 00 00 00 00 00 00 00 01 00 65-69 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 70-74 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 75-79 00 00 00 00 00 00 00 00 00 01 80-84 00 00 00 00 00 00 00 00 00 01 TOTAL 83 15 00 98 197 259 379 934 2547 4205

** Dados inferiores à faixa etária 10-14 anos foram retirados da análise visto que o público comportado dentro dessa faixa de idade não é atendido pelo Hospital Materno Infantil Nossa Senhora De Nazaré.

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31 8.2 CONDIÇÃO CLÍNICA DAS MIGRANTES VENEZUELANAS

Nesse segundo tópico será apresentada a evolução do total de partos por ano estratificado por tipo sendo eles, parto de via vaginal (CID O80) e parto cesárea (CID O82). Segue tabela 03 como forma de ilustrar.

Tabela 03 – Total de partos estratificados por tipo, 2010-2019 Tipo de parto Parto vaginal (CID O80) Parto cesárea (CID O82)

Ano de registro Nº % Nº % TOTAL DE PARTOS

2010 20 83,3 04 16,7 24 2011 04 66,6 02 33,4 06 2012 - - - - - 2013 23 95,8 1 4,2 24 2014 58 93,5 04 6,5 62 2015 68 94,4 11 5,6 79 2016 121 92,7 08 7,3 129 2017 309 89,9 36 10,1 345 2018 988 91,2 95 8,8 1083 2019 1855 91,1 150 8,9 2035

Fonte: Autoria própria (2020)

Ao analisar a tabela é possível identificar nos primeiros três anos de dados 2010-2013 um número relativamente baixo de partos realizados no HMINSN sejam eles parto vaginal (PV) ou parto cesárea (PC).

Vale ressaltar que o HMINSN, por ser amaior maternidade do estado de Roraima, atende os 15 municípios mais o quantitativo de mulheres migrantes vindas da Venezuela e Guiana Inglesa, logo esses atendimentos são considerados atendimentos pendulares visto que os hospitais do estado também recebem pacientes vindos da fronteira.

É perceptível um aumento do número total partos a partir do ano de 2014 sendo que o PV sempre se mostrou maioria em relação ao PC. Em 2014 foram realizados 62 partos estratificados em 93,5% (n=58) por PV e 6,5% (n=04) por PC, já no ano de 2015 temos 72 partos realizados estratificados em 94,4% (n=68) PV e 5,6% (n=11) PC.

Em 2016 e 2017 foram realizados n=129 e n=345 partos, respectivamente e novamente observando a prevalência de PV sob o PC.

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32 Segundo achados de Barreto et al. (2018) foi perceptível o aumento de partos de mulheres venezuelanas no único hospital maternidade do estado de Roraima principalmente no período de 2016-2018.

De acordo com Valença (2019) também se destacam similaridades quanto a busca de mulheres venezuelanas por condições adequadas de parto e de sobrevivência no município de Boa Vista onde encontrou um aumento de 30% de nascimentos em relação aos anos anteriores.

Já nos anos de 2018-2019 foram registrados n=1083 e n=2035 partos, respectivamente, e novamente com predominância de PV em cada ano. Em estudo realizado por Castro et al. (2015) culturalmente mulheres migrantes tendem a ter experiências de parto diferente, visto que conforme a região e cultura do local onde vivem mulheres migrantes optam por ter seus filhos de forma diferente no que tange as vias de parto ou no processo de partejar.

Outro viés que pode influenciar no quantitativo de partos via vaginal é o custo que é colocado sob cada gestante. Segundo achados de Oliveira et al. (2014) os custos de um parto normal realizado na Casa de Parto no município de Rio de Janeiro eram relativamente baixo comparados a partos cesáreas de outros hospitais da região, dessa forma os custos economizados em cada parto poderiam ser convertidos para outras áreas ou setores do hospital.

É incontestável que o número de partos por cesárea é significativamente baixo evidenciando assim que migrantes venezuelanas podem apresentar condições clinicas favoráveis demostrando assim um paradoxo epidemiológico onde mulheres migrantes apresentam melhores condições de parto que surgem como efeito do trabalho das redes de apoio ou familiares informais (ALMEIDA; CALDAS, 2012).

Em levantamento realizado por Machado et al. (2007) na cidade de Coimbra identificou-se que o quantitativo de partos cesárea e de prematuridade eram relativamente menores em mulheres migrantes comparado a mulheres portuguesas residentes de Coimbra.

Destacam-se achados similares na pesquisa de Castro et al. (2015) onde foi possível identificar que mulheres migrantes bolivianas, que eram atendidas em uma maternidade pública de São Paulo, sempre demostraram maior interesse em realizar o parto natural diferente de mulheres brasileiras que já chegavam pedindo pelo parto cesárea. Tal situação ainda é explicada no estudo

(33)

33 pois de acordo com a autora as mulheres migrantes bolivianas tinham mais facilidade para aceitar que a única dor que teriam seria no momento no pré parto e que após o nascimento as dores e a recuperação seriam mais rápidas.

Dando continuidade à discussão acerca das condições clínicas das migrantes venezuelanas os dados a seguir referem-se aos cinco diagnósticos que mais foram registrados no período de 2010-2019 apresentados conforme colocação, descrição e grupo CID 10 a qual pertencem (Tabela 04).

Tabela 04 - Diagnósticos prevalentes na internação de migrantes venezuelanas classificados por grupo CID-10, 2010-2019

CLASSIFICAÇÃO DIAGNOSTICO DESCRIÇÃO GRUPO CID-10

CONTAGEM

Z039

Pessoas em contato com os serviços de saúde para exame e investigação

Z00-Z13 450

O479

Outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica, e possíveis problemas de parto

O30-O43

O47-O48 437

O669 Trabalho de parto obstruído O64-O66 210

O85

Complicações predominantemente

relacionadas ao puerpério e outras afecções obstétricas, não classificadas em outra parte

O85-O99 174

D649 Outras anemias D51-D64 40

Fonte: Autoria própria (2020)

Em primeiro lugar temos o diagnóstico de Observação por suspeita de doença ou afecção não especificada (CID Z03.9) descrito como “Pessoas em contato com os serviços de saúde para exame e investigação”, podemos relacionar tal achado novamente com o movimento de mulheres venezuelanas dentro do território brasileiro (movimento pendular) que buscam dar continuidade em tratamentos ou buscam investigar alguma condição clínica através do hospital maternidade.

Em estudo de Alves et al. (2019), identificou-se que mulheres haitianas migrantes residentes em Cuiabá eram a maioria na busca por serviços de saúde e que essas tinham alguma doença crônica ou utilizavam alguma medicação continua.

(34)

34 Já no segundo colocado temos o diagnóstico de Falso trabalho de parto, não especificado (CID O47.9) descrito como “Outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica, e possíveis problemas de parto”. De acordo com estudo realizado por Felix et al. (2019) de 100 puérperas que participaram da pesquisa observou-se que desse total 68 mulheres não sabiam identificar sinais que antecedem o trabalho de parto, dessa forma torna-se imprescindível que os profissionais de saúde saibam diferenciar os tipos de trabalho de parto e orientar as parturientes quanto as diferenças de cada tipo.

Seguindo as orientações, aqui destaca-se a dificuldade que permeia a comunicação entre mulher migrante venezuelana e a equipe de saúde posto que o espanhol é o idioma oficial da Venezuela, sendo assim falado pelas migrantes venezuelanas que terão dificuldade em compreender o conteúdo que é repassado pelo profissional que a acolhe.

Segundo Nascimento e Barreto (2020), durante o atendimento a migrantes venezuelanas no HMINSN de Boa Vista/RR, a comunicação foi tida como a principal barreira existente para que pudesse ser realizado assistência adequada, também foi identificado que poucos eram os profissionais que tinham conhecimento da língua espanhola e que a instituição pouco estimulava ou oferecia capacitação para esses profissionais. Todavia, técnicas ou ferramentas eram utilizadas pelos profissionais como forma de lidar com essa barreira.

Outro estudo que corrobora com os achados anteriores é o de Barbosa et al. (2020). Segundo os autores, em atendimentos realizado no HMINSN de Boa Vista/RR foi possível identificar que muitos profissionais tiveram dificuldade de se comunicar com as pacientes venezuelanas de forma que muitos não conseguiam transmitir estratégias terapêuticas e práticas adequadas para o período de parto.

Dando continuidade à análiseda tabela, em terceiro lugar identificamos o diagnóstico Obstrução do trabalho de parto, não especificado (CID O66.9) descrito como “Trabalho de parto obstruído”. Segundo a OMS (2005) a obstrução do trabalho de parto é um dos principais causadores do trabalho de parto prolongado que demasiadamente causa grande sofrimento materno e fetal além de expor a parturiente ao grande risco de infecções causadas pelo maior número de toques vaginais e procedimentos invasivos.

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35 Naturalmente, a vulva e a vagina possuem microbiota própria, diversificada e sensível a alterações sendo assim o toque vaginal representa alto risco de infecção no período de parto. Em achados de Maranhão et al. (1992), o contato excessivo entre a mucosa da vagina e o dedo do examinador é o momento de maior risco para infecções durante o parto e pós-parto.

Na sequência, em quarto lugar temos o diagnóstico de Infecção puerperal (CID O85) descrito “Complicações predominantemente relacionadas ao puerpério e outras afecções obstétricas, não classificadas em outra parte” e por último o diagnóstico de anemia não especificada (D64.9) descrito em “Outras anemias”.

Segundo Barbosa e colaboradores (2020), o cenário de problemas na saúde materna e neonatal só não é pior nos hospitais de Roraima devido à recente estratégia de implantação do posto de triagem na fronteira entre Pacaraima e Venezuela, que entre os serviços ofertados, realiza a imunização dessas mães evitando assim o risco de algumas infecções que podem ser graves na gravides. De certo modo tal estratégia ameniza os riscos na gravidez, entretanto não suprem as estratégias utilizadas pelo pré-natal.

Cuidados de pré-natal adequados são determinantes de grande significância para uma gestação, parto e período perinatal seguro. A não realização desses cuidados acarreta em complicações que geram grande sofrimento, seja ele materno ou fetal. Outro fator que configura a qualidade do total de atendimentos é a identificação de infecções ou de doenças crônicas que nesse período representam grande risco.

De acordo com estudo realizado por Machado et al. (2007) mulheres migrantes que apresentavam menos de seis consultas de pré-natal tiveram maiores complicações na gestação e por consequência apresentaram altos índices de mortalidade e prematuridade. Ainda no mesmo estudo foi identificado valores significativamente altos de doenças infecciosas que poderiam ter sido tratadas nas consultas de pré-natal.

Em estudo realizado por Costa, Souza e Barreto (2020) sobre perfil sociodemográfico e acompanhamento gestacional das puérperas migrantes venezuelanas em condições de abrigamento na cidade de Boa Vista-RR, constatou-se que de 65 migrantes venezuelanas entrevistadas, 32,3% (n=21) não realizaram nenhuma consulta de pré-natal enquanto que 23,1% (n=15)

(36)

36 realizaram duas consultas e 1,5% (n=1) realizaram apenas uma consulta, demostrando assim baixo índice de adesão ao pré-natal e de serviços realizados durante a assistência como suplementação de sulfato ferroso, ácido fólico e testagem IST e Hepatites virais.

Traçando um comparativo com as principais causas de internações obstétricas no Brasil, os diagnósticos de infecção puerperal (CID-O85), falso trabalho de parto (CID-O47.9) e obstrução do trabalho de parto, não especificados (CID O66.9) aparecem em outros estudos como principais causas de internação.

Em achados de Moura et al. (2018) que buscou investigar os motivos de internações obstétricas no município de São Paulo, foi possível averiguar que das internações registradas, os diagnósticos mais prevalentes foram causados por complicações obstétricas como infecções, doenças hipertensivas, diabetes e hemorragias que correspondem às causas mais frequentes de mortalidade materna no Brasil.

Outro estudo que corrobora com a suposição de similaridades quanto aos diagnósticos é o de Veras e Mathias (2014) que verificou todas internações das mulheres no Paraná e constatou que no ano de 2010, 24,1% (n=2337) mulheres foram internadas por motivo de obstrução do trabalho de parto, 23,9% (n=1502) por falso trabalho de parto e outras 4,2% (n=1467) por afecções obstétricas.

(37)

37

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a identificação do perfil das mulheres migrantes que integram esse deslocamento entre Venezuela/Brasil e que buscam na maternidade dar continuidade nas suas gestações de forma segura, também foi possível identificar o tipo de parto na população estudada além da condição clinica dessas mulheres.

A hipótese do estudo foi parcialmente confirmada, uma vez que foi identificado que às mulheres migrantes venezuelanas são mulheres jovens e gestantes que buscam pelos serviços de saúde. No que se refere as condições clinicas dessas mulheres, o quantitativo de parto vaginal se sobressaiu comparado ao parto cesárea, indicando condição clínica favorável para evolução sem distorcia do trabalho de parto.

Observou-se também que atendimentos a mulheres migrantes venezuelanas na maternidade se intensificou no período de maior fluxo da migração que compreende de meados de 2014 até 2019 e entende-se que esse elevado índice é resultado de uma grande crise que vem ocorrendo em território venezuelano e que afeta de forma direta os serviços de saúde brasileiros.

Por ser tratar de dados secundários o estudo apresentou algumas limitações quanto a fidedignidade, entretanto a análise dos dados seguiu de forma criteriosa evitando afirmações imprecisas ou que não correspondem com o cenário.

Por fim, consideramos que resultados obtidos neste estudo não esgotam o tema, uma vez que o possui outras linhas de análises, possibilitando pesquisas futuras que instiguem a condição de assistência a esta população, bem como os possíveis efeitos nos serviços de saúde local, tais como a análise de custos em saúde.

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