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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA (Presidente sem voto), SÁ DUARTE E LUIZ EURICO.

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Registro: 2017.0000487755

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do

Apelação nº 0004514-77.2013.8.26.0539, da Comarca de Santa Cruz do Rio

Pardo, em que são apelantes _____________________________________________, são apelados _____________________________________________

_____________________________________________ (MENOR(ES) ASSISTIDO(S)). ACORDAM, em 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Rejeitada a matéria preliminar, negaram provimento às apelações. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA (Presidente sem voto), SÁ DUARTE E LUIZ EURICO.

São Paulo, 3 de julho de 2017. EROS PICELI

RELATOR

ASSINATURA ELETRÔNICA

Apelação nº 0004514-77.2013.8.26.0539

Comarca: Santa Cruz do Rio Pardo - 3ª Vara Cível

Apelantes: _____________________________________________ Apelados: _____________________________________________ _____________________________________________

Ação de indenização por danos materiais e morais acidente de veículo ação julgada parcialmente procedente preliminares de nulidade do processo e da sentença rejeitadas inadequação do rito processual e cerceamento de defesa não evidenciados acidente causado por imprudência do condutor do trator, que não possuía habilitação para dirigir e trafegava com os faróis traseiros apagados em horário de pouca visibilidade culpa da vítima não evidenciada pensão à esposa e ao filho menor devida dano moral caracterizado sentença mantida apelações não providas.

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Voto nº 38.984

Vistos.

Ação de indenização por danos materiais e morais decorrentes de acidente de veículo julgada parcialmente procedente, nos termos da sentença proferida pelo M. Juiz Alexandre Rodrigues Ferreira. Os réus foram condenados solidariamente ao pagamento da quantia de R$ 50.000,00 para cada autor, para reparação do dano moral, e de pensão mensal no valor de hum salário mínimo aos autores _____________________________________________, sendo devida desde o evento até o momento em que a vítima atingisse 70 anos, com o acréscimo, conforme disposto no art. 475Q, a fim de determinar aos devedores a constituição de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão, autorizada a substituição, atendidos os requisitos do art. 475-Q, § 2º, do CPC 1973. Os réus arcarão integralmente com as custas processuais e honorários advocatícios de R$ 15.200,00. Ambos os réus apelam.

_____________________________________sustenta, preliminarmente, que o

rito adotado, sumário, é inadequado ao caso dos autos, que deveria ter sido processado conforme o rito ordinário. Devem ser anulados todos os atos praticados.

Ainda preliminarmente, invoca nulidade da sentença por cerceamento de defesa decorrente da ausência de colheita dos depoimentos pessoais das partes bem como do indeferimento do pedido para apresentação de estudo técnico por meio de exibição de vídeo que demonstrasse qual a velocidade desenvolvida pela motocicleta no momento do acidente.

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da vítima, que conduzia a motocicleta em velocidade excessiva para o local e sem possuir habilitação para a condução desse tipo de veículo. Lembra que a luz do trator estava acesa.

A vítima havia adquirido a motocicleta quatro dias antes do acidente. Teve pouco tempo para se familiarizar com ela, o que era recomendável, tendo vista sua elevada potência, de 250 cilindradas. E o estudo técnico realizado concluiu que ele estava em velocidade excessiva para o local.

A circulação de máquinas agrícolas parcialmente sobre a pista de rolamento é previsível no local do acidente, em que o acostamento é pequeno, o que demanda maior atenção por quem ali trafega, principalmente á noite. Isso evidencia a culpa do condutor que colidiu na parte traseira.

Se a vítima trafegasse na velocidade máxima permitida para o local, teria conseguido desviar do trator que ocupava apenas metade da pista ou pelo menos diminuir a força do impacto.

O socorro à vítima ocorreu às 6,39 horas da manhã, poucos minutos depois do acidente, de modo que o dia já estava claro. Isso evidencia que a vítima tinha condições de avistar com segurança qualquer veículo ou mesmo animais na pista.

Apesar de o condutor do trator não possuir carteira de habilitação, tomou todos os cuidados para que sua condução fosse segura. O laudo do Instituto de Criminalística em nenhum momento concluiu que a culpa do acidente fosse do condutor do trator nem do condutor do micro-ônibus.

E não há prova de que a luz traseira do trator estivesse apagada quando do acidente. Ela somente foi apagada depois do acidente, quando seu joelho, após o choque, acertou o painel que desliga o sistema de iluminação.

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A pensão não é devida, pois a autora _____________________________________________ e seu filho

menor nunca dependeram economicamente dele e o benefício do INSS já foi concedido. Eles não podem receber duas vezes pelo mesmo evento, o falecimento da vítima. E também não é devida indenização por danos morais, pois a culpa pelo acidente é exclusiva da vítima e porque não há prova de que os autores tenham sofrido alguma interferência intensa em seu comportamento psicológico a ponto de romper seu equilíbrio.

________________________________________invoca os mesmos argumentos,

com preliminares de nulidade do processo e da sentença e, no mérito, pede o reconhecimento da culpa exclusiva da vítima pelo acidente e defende não serem devidas pensão e indenização por dano moral.

Preparado apenas o recurso da corré

_____________________________________________, dada a

gratuidade da justiça ao réu

_____________________________________________, e ambos respondidos.

A Procuradoria Geral de Justiça deixou de se manifestar, pois a parte que era menor ao tempo da propositura da ação já atingiu a maioridade.

É o relatório.

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais decorrente de acidente de veículo ocorrido no amanhecer de 6.6.2013 na rodovia vicinal Plácido Lorenzeti, km 2, em Santa Cruz do Rio Pardo, em decorrência do qual faleceu o pai e marido dos autores.

As preliminares de nulidade do processo e da sentença não têm como serem acolhidas. O rito sumário foi adotado com base no art. 275, II, do CPC 1973, tendo em vista a natureza da causa. No

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nem mesmo o alegado cerceamento de defesa. Não se vislumbra qualquer prejuízo com a ausência do depoimento pessoal dos autores. Ao contrário do alegado por eles, a ata referente à audiência ocorrida em 5.11.2014 não consigna a ausência da autora Letícia, fls. 275, de modo que não poderia ser aplicada a ela a pena de confissão. E o estudo técnico elaborado pelos réus acerca do acidente está nos autos, fls. 206, não havendo qualquer prejuízo com a ausência de sua exibição em audiência.

No mérito, ambos os réus pretendem que se reconheça que o acidente teria sido causado por culpa exclusiva da vítima, que estaria trafegando em velocidade excessiva para o local, e defendem não ser devida a pensão fixada e a indenização por dano moral.

A prova dos autos, no entanto, não sanciona essa versão dos fatos. O acidente ocorreu no amanhecer, quando o dia ainda não estava totalmente claro. Além disso, a neblina existente no local anda não havia sido completamente dissipada. Isso fica evidente nos depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência, demonstrando que as condições de visibilidade naquele momento não eram adequadas.

O acidente envolveu a motocicleta da vítima, o trator

conduzido pelo réu

_____________________________________________ e um micro-ônibus, cujo motorista foi ouvido em audiência. A motocicleta atingiu a traseira do trator, que seguia à sua frente, e seu condutor foi arremessado contra o micro-ônibus, que vinha pela pista contrária, e foi por ele atropelado.

A velocidade máxima permitida para o local era de

apenas 40 km/h. O trator, conduzido por pessoa sem habilitação, utilizava parte do acostamento e parte da pista de rolamento. E os elementos de prova existentes nos autos indicam que ele estava apenas com os faróis dianteiros acesos, mas não o traseiro.

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não ter avistado o trator à sua frente, atingindo-o sem ter tido a chance de dele desviar. O laudo do Instituto de Criminalística aponta que a luz do farol traseiro encontrava-se apagada e que as dos faróis dianteiros estavam acesas no momento da perícia, pois o botão de acionamento das luzes estava ainda no primeiro estágio. Acionado o terceiro estágio, a luz traseira mostrou-se operante, fls. 34.

Os réus alegam que esse botão teria sido atingido pelo joelho do condutor do trator imediatamente após a colisão da motocicleta, fls. 199, o que teria desligado o farol traseiro, mas que o trator seguia com ele aceso. Não há prova alguma nesse sentido nos autos.

Depois, o depoimento da testemunha

_____________________________________________, que

havia cruzado com a motocicleta pouco antes do acidente, afirmou não apenas que ela seguia com velocidade normal, mas que o farol traseiro do trator não estava aceso.

Isso evidencia que o acidente não foi causado por culpa do condutor da motocicleta, mas por imprudência do condutor do trator, que seguiu em trecho de rodovia em horário com precárias condições de visibilidade com o farol traseiro apagado.

Por isso os réus devem responder pelos danos materiais e morais reclamados pelos familiares da vítima. A pensão à esposa e ao filho menor é devida. A dependência econômica é evidente. O fato de sua esposa trabalhar não lhe retira o direito à pensão, pois a renda familiar foi comprometida. E o recebimento de pensão por morte não exclui o dever do causador do dano de indenizar os prejuízos disso decorrentes.

Por fim, o dano moral decorrente da perda inesperada do marido e pai dos autores é evidente, não sendo sérios os argumentos lançados pelos réus.

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Eros Piceli Relator

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