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APRESENTAÇÃO DE UMA PROPOSTA PARA REVISÃO DOS CONCEITOS DE GEOMETRIA PLANA: O BARALHO GEOMÉTRICO

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Academic year: 2021

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APRESENTAÇÃO DE UMA PROPOSTA PARA REVISÃO DOS

CONCEITOS DE GEOMETRIA PLANA: O BARALHO

GEOMÉTRICO

Aurelio José Parreira1

Sidney Longatti de Resende2, Francinildo Nobre Ferreira3

1

Instituto Auxiliadora, profaurelioparreira@gmail.com

2

Instituto Auxiliadora, sidlongatti@yahoo.com.br

3

Universidade Federal de São João del Rei/DEMAT, francinildonobre@gmail.com Resumo

Este trabalho apresenta uma ferramenta pedagógica, um jogo de cartas, que pode ser utilizada de várias formas para revisões e fixações dos conceitos básicos de Geometria Plana. Inicialmente apresentamos a motivação para a produção deste material. Em seguida mostramos um modelo já produzido e alguns resultados de sua aplicação em sala de aula. Encerramos sugerindo algumas formas de utilização do material.

Palavras-chave: Jogos Matemáticos, Geometria Plana.

INTRODUÇÃO

Segundo MARCO e FERREIRA (2011, p.88), citando (ALMEIDA, 1987), “na Antiguidade, Platão considerava que o “aprender brincando” era mais importante e deveria tomar o lugar da violência e da repressão, além de ressaltar que a Matemática deveria ser estudada de modo atrativo como, por exemplo, com a utilização de jogos.”

Também em várias outras culturas e momentos históricos percebemos a valorização do jogo como meio de transmissão dos valores e conhecimentos daquelas culturas.

Ainda mais hoje, com o avanço dos estudos em Educação Matemática, não podemos menosprezar o poder do jogo como ferramenta pedagógica na construção do conhecimento matemático.

Segundo MARCO e FERREIRA, “no contexto da Educação Matemática, encontramos pesquisas que se referem ao jogo como um gerador de situação-problema e desencadeador da aprendizagem do aluno”. (GRANDO, 2000).

Esses mesmos autores ainda afirmam que:

Nessa perspectiva, encontramos a pesquisa de Moura (1992),que aborda o jogo como um problema em movimento, pois solicita do jogador a elaboração de procedimentos pessoais eficazes na resolução de uma situação-problema de jogo. Esse autor define jogo pedagógico “como aquele adotado intencionalmente de modo a permitir tanto o desenvolvimento de um conceito matemático novo como a aplicação de outro já dominado pela criança”. (p.53). (grifo nosso). (MARCO e FERREIRA, 2011, p.90).

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Desta forma vemos a importância do jogo tanto para desenvolvimento de novos conceitos como também para fixação e revisão de conceitos já conhecidos pelos alunos.

Vale ressaltar ainda a importância dos jogos segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (2000), o qual apontam os jogos como um caminho a ser seguido, para o desenvolvimento no ensino da Matemática. Enumera os objetivos que têm como finalidade, levar o aluno a: “Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual característico da matemática” (PCNs, 2000, p. 51).

Percebe-se a necessidade do discente se sentir seguro da sua própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos, tendo em vista que os jogos quando bem trabalhados proporcionam meios para o desenvolvimento de habilidade e competências.

Um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (PCNs, 2000, p. 49).

O BARALHO GEOMÉTRICO

Concebemos o material que ora apresentamos com o objetivo inicial de ser ferramenta inovadora na retomada dos conceitos básicos da Geometria Plana durante todos os anos do Ensino Fundamental II. Contudo, a utilização do conjunto de cartas ora produzido pode se tornar uma atraente estratégia para revisão dos conceitos básicos desta mesma geometria durante os anos do Ensino Médio.

O jogo foi concebido buscando:

• Reforçar a Educação Matemática lúdica na aprendizagem da Geometria plana; • Incitar o interesse pela prática de atividades de Geometria;

• Desenvolver habilidades numéricas e geométricas; • Trabalhar a memorização e o raciocínio lógico; • Estimular a capacidade mental entre os discentes;

• Mostrar que a Geometria está presente no nosso dia-a-dia sem nos apercebermos disto; • Conseguir demonstrar através da Geometria que o fazer Matemática pode ser divertido.

Para a confecção de uma primeira versão destas cartas selecionamos alguns conceitos de Geometria Plana agrupando-os em classes conforme suas semelhanças. Cada classe deu origem a um grupo de cartas.

Em cada carta apresentamos o conceito e algumas de suas propriedades como se ele próprio estivesse se apresentando de forma enigmática, afim de que o aluno possa identifica-lo.

Na Figura 1, apresentamos algumas dessas cartas:

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AS FORMAS DE JOGAR E ALGUNS RESULTADOS

O Baralho Geométrico é um jogo de cartas que se destina ao estudo da geometria através de perguntas que levem a descoberta de um conceito ou forma geométrica. Este foi criado de modo a ser utilizado em contexto escolar e extraescolar. É um baralho de cartas que acompanha a aprendizagem dos alunos desde o momento que estes iniciam o estudo dos conceitos básicos de Geometria plana podendo ser utilizado até no final do Ensino Médio devido ao seu sistema de gradação de níveis de dificuldade através das perguntas formuladas.

Inicialmente utilizamos um baralho geométrico incluindo 18 cartas, 90 enunciados geométricos com 5 níveis de complexidades que podem ser jogadas entre dois ou mais grupos.

UMA FORMA PARA JOGAR

1- Dividir a sala em grupos (conforme o número de discentes na turma e de cartas). 2- Embaralhar as cartas e distribuí-las igualmente para os grupos montados.

Setor circular

A) Sou uma região delimitada por dois segmentos de retas que partem do centro para a circunferência. B) Esses meus segmentos de reta são os raios de medida “r” do círculo. C) Sou uma parte da região circular. D) O ângulo α formado pelos meus segmentos de reta é conhecido como ângulo central. E) Tenho área 360 2  r A Triângulo isósceles

A) Sou um polígono com o menor número de lados.

B) A soma dos meus ângulos internos formam um ângulo raso.

C) Tenho um lado chamado de base. D) Apresento dois lados com a mesma medida.

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3- Através de um sorteio o grupo que inicia o jogo seleciona uma carta e faz a cada momento uma pergunta nela presente, para os outros grupos, até que um deles consiga acertar o conceito descrito nos itens da carta.

4- Ao acertar a resposta ou não ter conseguido êxito o jogo continua com outro grupo distinto iniciando as perguntas de uma nova carta. O grupo que estiver perguntando devera informar o conceito caso ele não seja descoberto após o último item da carta.

5- Os pontos a serem computados pelos grupos que acertarem o conceito, podem seguir a contagem abaixo, conforme o item que levou ao acerto.

Exemplo: A = 10 pontos, B = 8 pontos, C = 6 pontos, D = 4 pontos e E= 2 pontos. 6- Cada grupo tem no máximo 20 segundos para discutirem entre si e formularem a

resposta.

7- Em hipótese alguma outro grupo que já saiba a resposta pode responder se não for a sua vez de resposta.

8- Ganha o jogo o grupo que conseguir maior pontuação.

ALGUNS RESULTADOS

Este jogo foi aplicado para alunos do 8° ano do Ensino Fundamental II. Os alunos foram informados sobre a dinâmica e as regras do jogo e incentivados para que se concentrassem ao fazer as jogadas e não desanimassem caso não obtivessem o resultado esperado.

Os grupos receberam as cartas do jogo, enquanto um jogava o outro observava a resposta de outro grupo ou comentavam entre eles a possível resposta, sempre atento aos erros e acertos dos demais.

No desenvolver do jogo os alunos começaram a perceber as formas de jogar de outros grupos e determinadas respostas dadas sem pensar. Após descobrirem que o diálogo entre os jogadores do grupo era de suma importância, alguns mudaram a estratégia de jogar. Eles ficavam ansiosos para quererem responder as perguntas de outros grupos quando viam que os níveis das perguntas ficavam mais fáceis. Toda esta participação fez com que os alunos, de maneira geral, se mostrassem animados e interessados e para o docente a felicidade em perceber que o jogo estava estimulando e perfazendo um aprendizado significativo na turma do oitavo ano.

Outra característica a ressaltar é a sociabilidade, pois a maior parte do tempo em que o jogo ia se conduzindo a interação com o outro e com o grupo era maior e mais intensa. A figura 2 mostra um momento da aplicação do jogo.

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É indubitável ressaltar que alguns discentes da turma demonstraram facilidade e interesse no jogo, outros alunos não conseguiam entender o processo do jogo, outros fizeram muitas perguntas, questionamentos e até se zangaram, devido a outros grupos que haviam entendido e estavam acertando os conceitos. Teve um grupo que com a afirmação o item A já conseguiu acertar e ficaram motivados.

Através deste jogo vários conceitos e atividades envolvendo conteúdos de geometria plana puderam ser retomados, muitas oportunidades de aprendizado surgiram e muitas dúvidas foram sanadas. Após o início do jogo, os grupos fizeram suas jogadas, houve muita discussão em torno das regras, o professor deixou-os muito a vontade para fazerem questionamentos, reiniciarem as partidas, enfim, os estudantes tiveram liberdade para discussão.

CONCLUSÕES

Diante de todos os percalços apresentados nas relações do ensino e aprendizagem de Matemática em específico a Geometria, faz-se necessário adotar recursos e metodologias que facilitem o aprendizado.

Nesse sentido, os jogos nas aulas de Geometria são instrumentos motivadores e relevantes para tal intento. Trata-se de uma maneira diferenciada e lúdica para os discentes apreender e revisar conceitos matemáticos.

Este jogo permite, ainda, a concentração, a organização e desenvolvimento de senso crítico, a socialização e o aperfeiçoamento do raciocínio lógico.

Umas das tendências em Educação Matemática é a utilização de jogos, que podem levar a um maio interesse por parte dos alunos, por serem mais agradáveis e atrativos como demonstrado no trabalho.

A utilização do jogo não tem por finalidade apenas a descontração, é por si um instrumento de ensino, onde os conceitos pertinentes aos anos são trabalhados e elaborados.

REFERÊNCIAS

GRANDO, Regina Célia; MARCO, Fabiana Fiorezi de. O movimento da resolução de problemas em situações com jogo na produção do conhecimento matemático. In: MENDES, J. R., GRANDO, R. C. (orgs.). Múltiplos olhares: matemática e produção de conhecimento. São Paulo: Musa Editora, 2007.

GRANDO, Regina Célia. O jogo e a matemática no contexto da sala de aula. São Paulo: Paulus, 2004.

GRANDO, Regina Célia. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula. Tese (Doutorado em Educação: Educação Matemática). Campinas, SP. Faculdade de Educação, UNICAMP, 2000.

MARCO, F. F. DE e FERREIRA, F. N. Laboratório de Ensino de Matemática. São João del Rei: UFSJ, 2011.

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MOURA, M. O. O Jogo e a Construção do Conhecimento Matemático. O Jogo e a Construção

do Conhecimento na Pré-escola. Séries Idéias-FDE, São Paulo, v.10, p. 45-53, 1991. MOURA, M. O. O Jogo e a Construção do Conhecimento Matemático. A Construção do Signo Numérico em Situação de Ensino. São Paulo, SP, 1992a, Tese de Doutorado. Faculdade de Educação, USP.

MOURA, M. O. O Jogo e a Construção do Conhecimento Matemático. O Professor em Formação. São Paulo: USP,1992b. (texto)

MOURA, M. O. O Jogo e a Construção do Conhecimento Matemático. A Atividade de Ensino como Unidade Formadora. São Paulo: USP, 1994a. (texto)

MOURA, M. O. A Séria Busca no Jogo: do lúdico na Matemática. A Educação

Matemática em Revista. SBEM – Nacional, ano 2, n.3, 1994b.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Matemática. 2 Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

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