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PROCESSO Nº: APELAÇÃO RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA

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Academic year: 2021

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Texto

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Relatório

O apelante impugna sentença que julgou improcedente a demanda. Destaco da sua argumentação:

"... não se está discutindo aprovação em concurso público, mas, sim, o direito ao retorno do estado anterior das coisas, não fosse a exclusão ilegal do autor/apelante de seu curso de formação. Segundo, porque não se está requerendo pagamento de vencimentos atrasados, pois não são devidos sem o efetivo exercício do cargo, mas, sim, a fixação de uma indenização justa pelo ato ilícito da administração pública, reconhecido dessa forma em regular processo judicial, bastando a fixação de um "quantum, debeatur".

Repete-se, mais uma vez, a questão de que o caso em comento não diz respeito a discussão de aprovação em fases do concurso da Polícia Federal, tais como fase da prova objetiva, prova de capacitação física, exames psicotécnicos, etc., pois o apelante foi declarado aprovado em editais publicados, sendo o último o de convocação para o Curso de Formação, edital n.º 01/2003, anexo (leia-se treinamento na Academia Nacional de Polícia), porque a classificação para fins de nomeação é a nota da 1ª fase do concurso, conforme estipulado no próprio Edital 45/2001..." Contrarrazões pelo não provimento.

É o relatório.

Voto

A sentença se ajusta à jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e deste Tribunal quanto à inexistência de direito a vencimentos ou enquadramento retroativos a data anterior à posse do servidor, o que implicaria em enriquecimento sem casua. Do mesmo modo, indevida reparação de danos morais ou materiais, eis que o lapso entre o acesso à Justiça e a a nomeação constitui normal decorrência da utilização do processo judicial.

Reporto-me aos bem lançados fundamentos da sentença da lavra da MMa Juíza Federal Joana Carolina:

"Trata-se de hipótese em que o autor almeja a retificação do ato administrativo da sua nomeação no cargo de Perito Criminal, para que lhe sejam conferidos efeitos funcionais e financeiros retroativos à data em que foram nomeados os primeiros candidatos que concluíram o mesmo curso de formação da Academia Nacional da Polícia Federal do concurso regido pelo Edital nº PROCESSO Nº: 0801702-44.2013.4.05.8300 - APELAÇÃO

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA

PROCESSO Nº: 0801702-44.2013.4.05.8300 - APELAÇÃO

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA

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45/2001 - ANP.

Não obstante o empenho argumentativo da parte autora, o entendimento deste Juízo guarda correspondência com o posicionamento recente do STF, segundo o qual "o pagamento de remuneração a servidor público, assim como o reconhecimento dos correspondentes efeitos funcionais, pressupõe o efetivo exercício do cargo, sob pena de enriquecimento sem causa" (AI-AgR 763774, DIAS TOFFOLI, STF).

Deveras, ainda que o candidato aprovado em concurso público tenha sido nomeado tardiamente em razão de indevido óbice imposto pela Administração Pública, não há direito ao pagamento de remuneração sem a correspondente prestação do serviço público.

Seguindo esta linha de raciocínio, tem-se como inadmissível, também, a fixação de indenização por perdas e danos perseguida, porque tal medida implicaria, por vias transversas, o mesmo pagamento de remuneração sem contraprestação laboral (AC 200451010228175, Desembargador Federal ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data: 05/03/2013).

Neste sentido, abrangendo a impossibilidade de serem conferidos ao ato de nomeação do autor efeitos financeiros e funcionais retroativos, assim como o descabimento de indenização por perdas e danos, seguem os seguintes precedentes do egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE CANDIDATO APROVADO POR MEIO DE PUBLICAÇÃO EM DIÁRIO OFICIAL. ATO EFETIVADO APÓS MAIS DE UM ANO DO

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RESULTADO FINAL DO CERTAME. DIREITO À NOVA NOMEAÇÃO. EFEITOS FINANCEIROS RETROATIVOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS. (...) 7. Merece reforma a sentença apenas no tocante à determinação dos efeitos funcionais e financeiros retroativos. Isso porque não é cabível o pagamento de vencimentos retroativos, inclusive a título de indenização, ao autor, quando não houve efetivo exercício. 8. Desse modo, o autor não faz jus a qualquer valor referente ao período compreendido entre a data em que deveria ter sido nomeado e a efetiva investidura no serviço público. 9. Remessa oficial e apelação parcialmente providas. (APELREEX 00010833020114058200, Desembargador Federal Francisco Cavalcanti, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data: 01/03/2013 - Página: 114).

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. CONCURSO PÚBLICO. PRETERIÇÃO. EFEITOS FUNCIONAIS RETROATIVOS. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTENTE STJ. PEDIDO DE AVERBAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO QUE SERIA PRESTADO E DE INDENIZAÇÃO REFERENTE À REMUNERAÇÃO NÃO PERCEBIDA. NÃO CABIMENTO. I. O Código de Processo Civil, em seu artigo 535, condiciona o cabimento dos embargos de declaração à existência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado, não se prestando este recurso à repetição de argumentação contra o julgamento de mérito da causa. II. Conforme jurisprudência firme do STJ, os candidatos preteridos na ordem de classificação em certame público, situação esta, inclusive, reconhecida judicialmente, não fazem jus aos vencimentos referentes ao período compreendido entre a data em que deveriam ter sido nomeados e a efetiva investidura no serviço público, ainda que a título de indenização, na medida que a percepção da retribuição pecuniária não prescinde do efetivo exercício do cargo. III. Embargos de declaração improvidos. (EDAC 20078100016283002, Desembargador Federal Ivan Lira de Carvalho, TRF5 - Quarta Turma, DJE - Data::14/07/2011 - Página::686.)

Por fim, penso que o autor não faz jus à indenização por danos morais pleiteada, porque, se a sua nomeação decorreu de sentença judicial, o retardamento decorreu de controvérsia a respeito do preenchimento dos requisitos para a investidura no cargo.

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CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. NOMEAÇÃO E POSSE TARDIAS POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DIREITO. INEXISTÊNCIA. 1. Consoante a jurisprudência firmada no STF e no STJ, inexiste direito à indenização em razão de nomeação e posse tardias de candidato, pelo tempo em que aguardou a solução judicial definitiva acerca de sua aprovação no concurso público (STF, RE 593373, rel. Min. Joaquim Barbosa) 2. Em que pese o longo tempo de espera do autor, pelo período de 14 (catorze) anos de trâmite da ação judicial, descabido o pleito de indenização por danos materiais e morais, na esteira do entendimento das Cortes Superiores, pois o pagamento de remuneração depende do efetivo exercício das funções do cargo, bem assim porque "considera-se que, se a nomeação foi decorrente de sentença judicial, o retardamento não configura preterição ou ato ilegítimo da Administração Pública a justificar uma contrapartida indenizatória", conforme registrado no EREsp 1.117.974/RS, julgado pela Corte Especial do eg. STJ. 3. Apelo da União provido. Apelo do autor prejudicado. (AC 00042235620124058000, Desembargador Federal Luiz Alberto Gurgel de Faria, TRF5 - Terceira Turma, DJE - Data: 06/08/2013 - Página: 192.)"

Ante o exposto, nego provimento à apelação.

Ementa: Administrativo. Perito criminal cuja investidura decorreu de sentença judicial para que realizasse o curso de formação constante da etapa final do concurso. Inexistência de direito a vencimentos, ou enquadramento com retroatividade. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e deste Tribunal. Apelação desprovida.

Vistos, etc. Acórdão

Ementa: Administrativo. Perito criminal cuja investidura decorreu de sentença judicial para que realizasse o curso de formação constante da etapa final do concurso. Inexistência de direito a vencimentos, ou enquadramento com retroatividade. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e deste Tribunal. Apelação desprovida.

Decide a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª. Região, à unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do voto do Relator.

Recife, 18 de fevereiro de 2014 (data do julgamento) PROCESSO Nº: 0801702-44.2013.4.05.8300 - APELAÇÃO APELANTE: ALVARO PEREIRA CARDOSO

ADVOGADO: VLADIMIR NUNES ROGERIO APELADO: UNIÃO FEDERAL

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA

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Referências

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