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Poder Judiciário. Estado do Rio de Janeiro Décima NonaCâmara Cível

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Apelação Nº 0271257-84.2009.8.19.0001- MA

Apelação Cível Nº: 0271257-84.2009.8.19.0001 Apelante: MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Apelado: SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO/SESC ADMINISTRAÇÃO

REGIONAL DO RJ – SESC ARRJ

Juízo de Origem: 12ª Vara de Fazenda Pública Relator: DESEMBARGADOR LÚCIO DURANTE

APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. SESC. ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS.

Entidade de direito privado, com finalidade educativa e sem fins lucrativos, detentora de imunidade tributária descrita no art. 150, VI, “c”, da CRFB. Aplicabilidade ao caso do disposto nos artigos 12 e 13 da Lei Federal nº 2.613/1955. Usufruindo de imunidade tributária constitucionalmente assegurada, o SESC desfruta da presunção de que todos os seus bens e serviços estão voltados ao implemento dos seus objetivos sociais, à medida que somente através das atividades que exerce e da utilização do patrimônio que possui é que poderá implementá-los, a qual somente pode ser elidida mediante prova apta a infirmá-la, não podendo ser desqualificada mediante simples alegações da autoridade tributária desprovidas de sustentação material. Precedentes do STF, STJ e desta Corte. Manutenção da sentença.

DESPROVIMENTO DO RECURSO.

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Apelação Nº 0271257-84.2009.8.19.0001- MA

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Apelação nº 0271257-84.2009.8.19.0001 em que figura como apelante MUNICIPIO DO

RIO DE JANEIRO e apelado SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO/SESC ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO RJ – SESC ARRJ.

ACORDAM, por unanimidade de votos, os

Desembargadores que compõem a Décima Nona Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO

INTERPOSTO PELO Réu nos termos do voto do Desembargador Relator.

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2015.

LÚCIO DURANTE Desembargador Relator

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Apelação Nº 0271257-84.2009.8.19.0001- MA

VOTO

Trata-se de ação Declaratória de Inexistência de Obrigação Tributária cumulada com antecipação de tutela interposta por

SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO/SESC ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO RJ – SESC ARRJ em face do MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO,

objetivando a suspensão da exigibilidade do IPTU relativo aos exercícios de 2003 em diante, cobrado em relação ao imóvel indicado, em decorrência da imunidade tributária e, ao final, a confirmação dos efeitos da tutela e a declaração, em definitivo, da inexistência de relação jurídico tributária entre as partes quanto à incidência de IPTU sobre o imóvel de sua propriedade.

Alega a parte autora ser instituição de Direito Privado organizada pela Confederação Nacional do Comércio, tendo por finalidade o planejamento e a execução de medidas que visem ao amparo dos empregados do comércio e mesmo após ter sido confirmada sua imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, “c” da CRFB, por diversas decisões transitadas em julgado, o município réu permanece realizando o lançamento e a cobrança do IPTU relativo aos exercícios de 2003 em diante, sobre o imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Marquês de Abrantes, 99 – Flamengo, o qual é utilizado no exercício de seus objetivos sociais.

Decisão concedendo a antecipação da tutela às fls.80 (indexador 00083).

Citado, o réu apresentou contestação às fls.84/88 (indexador 00090) sustentando que o não se subsume ao conceito próprio de assistência social, na medida em que, a par de sequer ser reconhecida formalmente como de “assistência social” pelos órgãos públicos competentes, pois seus serviços são restritos a grupo limitado de pessoas, as quais não são “beneficiadas” despretensiosamente, motivo pelo qual não faz jus à imunidade tributária pretendida.

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Sobreveio sentença às fls.308/312 (indexador 00317), nos seguintes termos:

JULGO PROCEDENTE O PEDIDO extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do art. 269, I do CPC para, confirmando a decisão de fl. 80, declarar em definitivo a inexistência de relação jurídico-obrigacional entre o autor e o réu no que concerne ao IPTU relativo ao imóvel objeto da presente.

Condeno, ainda, o réu ao pagamento de honorários de advogado, que ora fixo em R$1.500,00.

Publique-se, registre-se e intimem-se. (sic)

Apelo da edilidade às fls.313/318 (indexador 00322) pugnando pela reforma da sentença, com o objetivo de afastar o reconhecimento da imunidade tributária da parte autora, com a inversão do ônus da sucumbência.

Contrarrazões às fls.321/333 (indexador 00330) prestigiando o julgado.

Manifestação do Ministério Público de 1º grau às fls.337 (indexador 00346) opinando pelo conhecimento do apelo.

Parecer da douta Procuradoria de Justiça às fls.354/361 (indexador 00354), no sentido de conhecimento e não provimento do recurso.

Inicialmente, releva mencionar que se encontram presentes os requisitos de admissibilidade do recurso, que deve ser conhecido.

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O SESC, como se sabe, é entidade de direito privado, com finalidade educativa e sem fins lucrativos, detentora de imunidade tributária descrita no art. 150, VI, “c”, da CRFB, que assim determina:

“Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]

VI - instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

[...].

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.”

Acresça-se, ainda ser aplicável ao caso o disposto nos artigos 12 e 13 da Lei Federal nº 2.613/1955, que dispõe:

“Art 12 - Os serviços e bens do S. S. R. gozam de ampla isenção fiscal como se fôssem da própria União.

Art 13 - O disposto nos arts. 11 e 12 desta lei se aplica ao Serviço Social da Indústria (SESI), ao Serviço Social do Comércio (SESC), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).”

Assim, usufruindo de imunidade tributária constitucionalmente assegurada, o SESC desfruta da presunção de que todos os seus bens e serviços estão voltados ao implemento dos seus objetivos sociais, à medida que somente através das atividades que exerce e da utilização do patrimônio que possui é que poderá implementá-los, a qual somente pode ser elidida mediante prova apta a infirmá-la, não podendo ser desqualificada

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mediante simples alegações da autoridade tributária desprovidas de sustentação material.

Assim pontua o doutrinador Sacha Calmon Navarro Coelho, in Comentários à Constituição de 1988 – Sistema Tributário, Ed. Forense, 1990, p. 350, acerca do tema:

"A imunidade das instituições de educação e assistência social as protege da incidência do IR, dos impostos sobre o patrimônio e dos impostos sobre serviços, não de outros, quer sejam as instituições contribuintes de jure ou de facto. Destes outros só se livrarão mediante isenção expressa, uma questão diversa. Aqui, cuida-se de imunidade, cujo assento é constitucional. A imunidade em tela visa a preservar o patrimônio, os serviços e as rendas das instituições de educação e assistenciais porque seus fins são elevados, nobres, e, de uma certa maneira, emparelham com as finalidades e deveres do próprio Estado: proteção e assistência social, promoção da cultura e incremento da educação lato sensu".

No mesmo sentido, ensina Leandro Paulsen, in Curso de Direito Tributário Completo, Editora Livraria do Advogado, 6ª ed, p. 210, in verbis:

“as instituições de assistência social, também beneficiárias da imunidade, são aquelas que desenvolvem uma das atividades descritas no art. 203 da CF. Não se exige filantropia, ou seja, não se exige que atuem, exclusivamente, com pessoas carentes, de modo gratuito e universal e que dependam exclusivamente de donativos. Podem exercer atividade econômica rentável, desde que sem finalidade de lucro, ou seja, desde que revertam seus resultados para a atividade assistencial. Há impedimento à distribuição de lucros, esta sim descaracterizadora da finalidade assistencial e do caráter não lucrativo. Não se deve confundir, ainda, a ausência de caráter lucrativo com a obtenção de superávit, este desejável inclusive para as entidades sem fins lucrativos

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de modo a viabilizar a ampliação das suas atividades assistenciais.”

Nesse sentido, o STF e STJ já pronunciaram quanto ao tema, confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE ENTIDADE BENEFICENTE DE EDUCAÇÃO. SESC. APLICABILIDADE. 1. As entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, como o Serviço Social do Comércio - SESC, são imunes à tributação por impostos (art. 150, VI, c da Constituição).

2. À luz da plena vinculação da atividade administrativa da constituição do crédito tributário, eventual e hipotético desvio de finalidade na aplicação do bem não pode ser pura e simplesmente pressuposta. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (STF - AI 409806 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 06/04/2010, DJe-081 DIVULG 06-05-2010 PUBLIC 07-05-2010 EMENT VOL VOL-02400-05 PP-00936 LEXSTF v. 32, n. 377, 2010, p. 37-42)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (STF - AI: 776990 GO, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 24/08/2010, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-179 DIVULG 23-09-2010 PUBLIC 24-09-2010 EMENT VOL-02416-09 PP-02019)

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Trata-se de agravo cujo objeto é decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim do (fls. 1.708-15): “TRIBUTÁRIO. SESC. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PREVISTA NO ART. 195 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. CABIMENTO. PARECER Nº 169 DO MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL QUE DISPENSA O CERTIFICADO DE ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 1. Não obstante constar no parágrafo 7º do art. 195 da Carta Magna o vocábulo isenção, a previsão ali contida traduz-se em verdadeira imunidade. 2 – O art. 9º da Lei nº 8.742/93 prevê que o funcionamento das entidades beneficentes depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social. Todavia, apesar da referida disposição, o próprio Ministério da Previdência e Assistência Social vem dispensando o certificado, desde que a entidade filantrópica tenha sido criada por lei – Parecer GQ nº 169. 3 – O SESC tem a finalidade de planejar e executar direta ou indiretamente, medidas que contribuam para o bem estar social e a melhoria do padrão de vida dos comerciários e suas famílias, e, bem assim para o aperfeiçoamento moral e cívico da coletividade, conforme dispõe o art. 1º do Decreto-Lei 9.853/46, não se podendo negar o seu nítido caráter de instituição assistencial. 4- Remessa oficial e apelação improvidas. Sentença mantida.” O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 195, § 7º, da Constituição. Na origem, o recurso foi inadmitido porque a decisão recorrida estaria “em conformidade com a jurisprudência do STF e STJ”. O recurso extraordinário não pode ser conhecido, tendo em vista que não discute matéria constitucional. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal assentou a ausência de repercussão geral da questão relativa ao preenchimento dos requisitos impostos pelo art. 55 da Lei nº 8.212/1991, aptos a caracterizar pessoa jurídica como entidade beneficente de assistência social, para efeitos de reconhecimento de imunidade tributária (RE 642.442, Rel. Min. Cezar Peluso). Diante do exposto, com base no art. 543-A, § 5º do CPC, e no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento ao recurso. Publique-se. Brasília, 29 de agosto de 2013. Ministro Luís Roberto Barroso Relator (STF - ARE: 757606 PE , Relator: Min.

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ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 29/08/2013, Data de Publicação: DJe-173 DIVULG 03/09/2013 PUBLIC 04/09/2013)

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. IPVA. SESC. ENTIDADE ASSISTENCIAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. PREVISÃO CONSTITUCIONAL (CF, ART. 150, VI, “C”). LEI Nº 2.613/55. DESVIRTUAMENTO DO USO. EXCEÇÃO À REGRA. ART. 333, INCISO II, DO CPC. ÔNUS DA PROVA. 1. O recorrente demonstra mero inconformismo em seu agravo regimental, que não se mostra capaz de alterar os fundamentos da decisão agravada. 2. Sendo o SESC - Serviço Social do Comércio entidade assistencial, de acordo com o art. 150, inciso VI, alínea c, da Constituição Federal, decorre da própria sistemática legal (art. 13 da Lei nº 2.613/55) a conclusão da existência de presunção juris tantum (art. 334, IV, do CPC) quanto sua imunidade em relação ao IPVA. 3. Caberia ao Distrito Federal, nos termos do inciso II do art. 333do CPC, apresentar prova impeditiva, modificativa e extintiva quanto à imunidade constitucional, por meio da comprovação de que os automóveis pertencentes ao SESC estão desvinculados da destinação institucional, o que não ocorreu no caso em comento, como se percebe do dirimido pelo acórdão a quo: "afere-se que efetivamente o embargado não produzira qualquer prova destinada a evidenciar que os automóveis que almejava eximir da incidência tributária estão destinados ao implemento das suas atividades assistencialistas. Contudo, usufruindo de imunidade tributária derivada da natureza jurídica que ostenta e de expressa previsão constitucional, compete à Fazenda elidir a presunção de que os bens que integram seu acervo patrimonial não estão destinados ao incremento das suas atividades essenciais de forma a eximi-los da imunidade que os acoberta como regra geral". (fl. 222) 4. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no REsp: 1067300 DF 2008/0134607-7, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 02/02/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/02/2010)

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Da mesma forma, temos os seguintes arestos deste Egrégio Tribunal de Justiça:

Apelação Cível. Direito Civil e Processual Civil. IPTU. Ação anulatória de débito. Imunidade tributária. Entidade de assistência social sem fins lucrativos. SESC. Alegação de nulidade afastada, diante de ausência de prejuízo para o apelante, vez que a hipótese envolve questão unicamente de direito, nos termos do art. 330, I do CPC. A Constituição da República, no artigo 150, VI, “c” institui imunidade tributária em favor de partidos políticos, entidades sindicais dos trabalhadores e de instituições de ensino e assistência social sem fins lucrativos, relativamente a seu patrimônio, renda e serviços. A referida imunidade, ademais, abrange tão-somente impostos e limita-se ao patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades, nos termos do parágrafo 4º do mesmo artigo. No caso em comento, observa-se que o Serviço Social do Comércio - SESC é instituição privada de interesse público, sem fins lucrativos, não integrante da Administração Direta ou Indireta, denominado paraestatal (serviços sociais autônomos). Dessa feita, para efeitos fiscais, a entidade não pode ser equiparada às entidades empresariais. Nesse sentido, o STF já pronunciou quanto ao tema, sedimentando o entendimento que as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, como o Serviço Social do Comércio - SESC, são imunes à tributação por impostos. Precedentes do STF e do nosso Tribunal. Recurso a que se dá provimento para reconhecer a imunidade da autora quanto à cobrança de IPTU dos imóveis indicados na inicial. Sentença reformada. (Apelação Cível 0271262-09.2009.8.19.0001 - DES. CLAUDIO BRANDAO - SETIMA CAMARA CIVEL)

INSTITUICAO DE ASSISTENCIA SOCIAL IMUNIDADE TRIBUTARIA

PRESTACAO DE SERVICOS A COMUNIDADE IRRELEVANCIA

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Apelação Nº 0271257-84.2009.8.19.0001- MA

Apelação Cível. Tributário. SESC. Entidade de Assistência Social. Ação ordinária visando obstar o Município das cobranças do ISS e IPTU, além das obrigações acessórias a eles vinculadas, com pedido de antecipação de tutela. Contestação impugnando o pedido de antecipação de tutela e alegando que o autor não tem direito à imunidade tributária porque explora atividade econômica de prestação de serviços, em concorrência com outras pessoas jurídicas, que o reconhecimento da imunidade tributária estaria condicionado ao preenchimento dos requisitos legais, sendo que instituição de assistência social é a que tem a aplicação das receitas auferidas no atendimento dos necessitados em geral e não de um grupo restrito de pessoas. Sentença que julgou procedente em parte o pedido, reconhecendo a imunidade tributária, mas não a dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. Apelação do Município insistindo nas razões de contestação. Parecer do Ministério Público, em ambos os graus, pelo desprovimento do recurso. Instituição de assistência social, coma tal reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, que goza da imunidade tributária prevista no art. 150, inciso VI, alínea "c" da Constituição Federal. Aplicação integral dos recursos auferidos no País. Prestação de serviços à comunidade mediante remuneração, em concorrência com terceiros. Irrelevância. Desprovimento do recurso. (Apelação 0136753-30.1998.8.19.0001 - DES. GILBERTO DUTRA MOREIRA - NONA CAMARA CIVEL)

DIREITO TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE FISCAL. IPVA. ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS. SESC. Ação ordinária em que objetiva o autor, entidade de assistência social sem fins lucrativos, o reconhecimento da inexistência de relação jurídico-tributária que ampare a cobrança de IPVA sobre quatro veículos de sua propriedade, com base no artigo 150, inciso VI, alínea c da Constituição Federal e no artigo 14 do CTN, com a repetição do indébito. Prova pericial a demonstrar que a instituição preenche os requisitos do artigo 14 do CTN e 4º da Lei Estadual nº 2.877/97. Ademais, ainda que assim não entendesse, há presunção iuris tantum de gozar o autor de isenção fiscal, tal como se fosse a própria União, a teor do disposto nos artigos 12 c/c 13 da Lei Federal nº 2.613/55, razão pela qual incumbiria ao Estado comprovar o não atendimento pelo Sesc dos

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requisitos previstos nos itens 1 e 4 para a concessão do benefício, e não o contrário, como sustenta. Verba honorária dotada de razoabilidade, na espécie, a não merecer minoração. Pedido procedente. Sentença mantida. Desprovimento do recurso. (Apelação 0119928-98.2004.8.19.0001 - DES. MARIA INES GASPAR - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL)

TRIBUTÁRIO. SESC. ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. IPVA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECONHECIDA. EFICÁCIA DO ART. 150, VI, c, DA CF DEPENDENTE DE LEI COMPLEMENTAR, QUE SÓ PODE SER O CTN. POSICIONAMENTO DO STF. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 14 DO CTN COMPROVADO POR LAUDO PERICIAL. DESPROVIMENTO DO RECURSO. (Apelação 0121510-70.2003.8.19.0001 - DES. ANDRE ANDRADE - SETIMA CAMARA CIVEL)

Pelo exposto, VOTO NO SENTIDO DE NEGAR

PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELO RÉU, mantendo-se a

sentença na íntegra.

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2015.

LÚCIO DURANTE Desembargador Relator

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