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CURSO ESCOLA DA DEFENSORIA PÚBLICA Nº40

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CURSO – ESCOLA DA DEFENSORIA PÚBLICA

Nº40

DATA – 30/09/15

DISCIPLINA – DIREITO EMPRESARIAL (NOITE)

PROFESSOR – JOSÉ HUMBERTO

MONITORA – WALKYRIA SILVA E SILVA

AULA 03/04

Ementa:

Na aula de hoje será abordado o seguinte ponto:

 Falência

Lei nº 11.101/05 – Lei de Falências e Recuperação

1) Sujeitos: artigo 1º

Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

A própria legislação estabelece que se aplicará ao empresário e à sociedade empresária.

Ressalta-se que, conforme já estudado, a sociedade por ações será sempre empresária.

O empresário e a sociedade empresária que não procederam ao registro se submetem à

falência, mas não à recuperação judicial, nos termos do artigo 48:

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:

I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;

III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

§ 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 2o Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

2) Excluídos: artigo 2º

Art. 2o Esta Lei não se aplica a:

I – empresa pública e sociedade de economia mista;

II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

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Exclusão total: se dá por critério público. A insolvência dessas instituições será processada

em procedimento especial. Em hipótese alguma a lei falimentar será aplicada a essas

entidades.

o Empresas públicas. Ex: Caixa Econômica Federal, Correios, BNDES.

o Sociedade de economia mista. Ex: Banco do Brasil, CEMIG.

Exclusão parcial: em caso de insolvência, observar-se-á inicialmente o procedimento

próprio, regulamentado em lei, e, se for o caso, poderão ser submetidos à falência.

o Instituição financeira pública ou privada e similar (empresa de factoring, operadoras

de cartão de crédito, alienação fiduciária, arrendamento mercantil)

OBS: Lei de usura - legislação que determina que não se pode cobrar juros superior à 1% ao mês.

As instituições financeiras não estão submetidas à lei de usura

Súmula 283 do STJ

As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da lei de usura.

o Cooperativa de crédito

o Consórcio

o Entidade de previdência complementar

o Sociedade operadora de plano de assistência à saúde: controlada pela ANS

(Agência Nacional de Saúde). Possui regulamentos mais complexos por atingirem a

sociedade de modo mais amplo.

o Sociedade seguradora

o Sociedade de capitalização

o Outras entidades equiparadas às essas.

3) Foro competente: artigo 3º

Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

Regra: em se tratando de empresa nacional, o foro será o do local do principal estabelecimento

do devedor, ou seja, local onde as principais atividades empresárias são desenvolvidas.

Ex: sociedade empresária com sede em BH, e filiais em Vitória, São Paulo e Rio de Janeiro,

sendo que suas principais atividades estão concentradas em São Paulo.

A ação de falência deverá ser proposta em São Paulo.

Exceção: em se tratando de sociedade estrangeira, o foro será o da filial no Brasil.

A justiça competente será a Estadual, devendo a ação ser encaminhada para vara

especializada, se houver.

OBS: o artigo 109 da CR/88 que atribui competência aos juízes federais não contempla a

falência e a recuperação judicial.

Falência

1) Legitimidade ativa: artigo 97

Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:

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II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;

III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; IV – qualquer credor.

§ 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.

§ 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.

a) Autofalência: o próprio empresário ou sócio da sociedade empresária poderá requerer sua

falência ou de sua sociedade – artigos 97, inciso I c/c 105

Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:

I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa;

II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;

IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;

V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;

VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.

Ou seja, o devedor que esteja em grave crise econômica financeira e que julgue não atender

aos requisitos para recuperação judicial poderá ingressar com a ação de falência.

O juiz necessariamente deverá proceder à avaliação dos dois requisitos:

Grave crise econômica financeira

Não tende aos requisitos para recuperação judicial

Não é recorrente que o próprio devedor requeira a falência.

b) Credor: artigo 97, inciso IV

É a situação mais corriqueira.

Existem dois tipos de credores:

Comum: nesse caso, basta a prova do crédito para requerer a falência do devedor.

Empresário ou sociedade empresária: nos termos do artigo 97, §1º, deverá apresentar

certidão de registro ao requerer a falência do seu devedor.

O credor empresário ou sociedade empresária não poderá requerer a falência de outrem caso

não esteja regularmente registrado.

Assim sendo, o credor da sociedade em comum não poderá requerer falência de devedor

empresário ou sociedade empresária (lhe falta o registro, ilegitimidade ativa).

Os pedidos infundados de falência gerarão perdas e danos, conforme artigo 101

Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.

§ 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.

§ 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis.

A partir dessa constatação, exige-se do credor domiciliado no exterior para requer falência do

devedor, que apresente caução (relativo às custas e à indenização do artigo 101) para garantia

de eventual perdas e danos, nos termos do artigo 97, §2º.

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Essa hipótese refere-se apenas ao requerimento de falência do empresário individual.

d) Cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade: artigo

97, inciso III.

OBSERVAÇÕES:

A fazenda pública, credora de um crédito tributário, não poderá diante da inadimplência

desse crédito, requerer a falência do seu devedor por falta de interesse de agir e

legitimidade, conforme entendimento do STJ.

Esse entendimento foi endossado pelo Enunciado nº 56 da I Jornada de Direito Comercial:

Enunciado 56. A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer a falência do devedor empresário

MP não tem legitimidade para requerer falência. O MP é fiscal da Lei e o é da legislação

falimentar em vários aspectos.

O credor com garantia real: conforme entendimento do STJ, o credor com garantia real não

possui interesse de agir na propositura da ação de falência do seu credor, salvo se abrir

mão da garantia (o que não nos parece seguro, considerando a posição privilegiada de

pagamento do seu crédito).

Ex: Banco que tem imóvel como garantia de uma hipoteca.

2) Legitimidade passiva

a. Empresário

b. Sociedade empresária

OBS: existe uma corrente minoritária que entende que sociedade de economia mista estaria

sujeita à legislação falimentar, a depender do seu objeto, mas não prevalece.

3) Fundamentos do pedido falimentar: artigo 94

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.

§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.

§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.

§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.

§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.

§ 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-juntando-se as que juntando-serão produzidas.

a. Impontualidade injustificada: inciso I, os requisitos a seguir são cumulativos:

i. Título(s) executivo(s) seja(m) judicial ou extrajudicial

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ii. Protestado(s)

O tabelião notificará o devedor para que compareça ao cartório e quite o título, sob pena de

proceder ao protesto. O título protestado deverá identificar o sujeito que recebeu a notificação.

Súmula 361 do STJ:

A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu.

iii. Quantia líquida e certa que ultrapasse 40 salários mínimos (valor

estampado no(s) título(s)) na data do pedido de falência

iv. Impontualidade injustificada

Conforme §1º, do artigo 94, admite-se litisconsórcio ativo para requerer a falência sob o

fundamento de impontualidade injustificada.

Ex: João é credor da sociedade empresária A conforme títulos protestados que estampam a

quantia de R$20.000,00. Marcelo é credor da mesma sociedade da quantia de R$15.000,00,

fundada em título também protestado. João e Marcelo podem ingressar com ação de falência

contra a sociedade A, nos termos do artigo 94, inciso I, com base na soma da quantia estampada

em seus títulos protestados.

Esse fundamento de falência não abarca títulos judiciais que contenham obrigação de fazer, já

que o título deverá estampar quantia deverá ser líquida e certa.

40 salários mínimos atualmente são R$31.520,00.

Ex: credor com 5 títulos no valor de R$7.000,00. Ocorre que o credor protestou apenas 4 dos

seus títulos, atingindo apenas a quantia de R$28.000,00 reais. Ele não poderá requerer a falência,

já que os requisitos são cumulativos.

b. Execução frustrada: inciso II

i. Existência de ação de execução;

ii. Na qual o executado não paga, não nomeia, nem deposita bens à penhora

suficientes para satisfação total do crédito;

iii. Certidão expedida pela secretaria do juízo (escrivão) que conste o teor do

inciso II, do artigo 94.

As expressões determinadas no inciso II, do artigo 94, deverão constar na certidão, e

caracterizarão a execução frustrada.

c. Atos de falência: inciso III

A própria lei enumera quais são os atos de falência. Em regra, trata-se de atos do empresário

ou sociedade empresária que revelam o intuito de falir ou de prejudicar credores, portanto de

má-fé, não sendo admitido depósito elisivo.

Essas hipóteses poderão ser arguidas a partir de elementos e provas.

4) Defesa do devedor: artigo 98

Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.

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Citado na ação de falência, o devedor terá o prazo de 10 dias pra apresentar resposta. Temos

as seguintes hipóteses:

Efetuar depósito elisivo, que corresponderá ao valor total do crédito, acrescido de juros,

correção monetária e honorários advocatícios.

Na ação falimentar, o juiz determinará no despacho inicial, além da citação do devedor, o valor

dos honorários advocatícios.

Nessa hipótese de apresentação de depósito elisivo, o juiz julgará procedente a ação, mas não

decretará os efeitos da falência contra o devedor.

Súmula 29 do STJ:

No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e honorários de advogado.

O depósito elisivo poderá ser efetuado caso a falência se fundamente nos incisos I ou II do

artigo 94. Não será possível depósito elisivo caso a falência se fundamente em atos de falência,

em respeito à boa-fé (atos de falência são de má-fé, em regra).

Requerer a recuperação judicial

No prazo da contestação, o devedor poderá, nos termos do artigo 95, requerer a recuperação

judicial.

Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.

Na prática, caso seja decretada a revelia do devedor, ele ainda sim poderá requerer sua

recuperação judicial, mesmo que fora do prazo, já que a essência do direito empresarial é manter

ativa a atividade empresária.

Nessa hipótese a falência não será decretada.

Apresentar contestação.

5) Recurso: artigo 100

Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.

Em que pese as duas hipóteses referirem à sentença:

A decisão que decreta a falência desafia agravo de instrumento, no prazo de 10 dias.

A decisão que julga improcedente a falência desafia apelação, no prazo de 15 dias.

Como a decisão que decreta a falência não põe fim ao processo, será cabível agravo de

instrumento. Já a decisão que julga improcedente o pedido de falência, pelo seu cunho

terminativo, desafiará apelação.

A sentença que decreta a falência observará o disposto no artigo 99:

Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:

I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores; II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;

IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;

V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;

VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;

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VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;

VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;

IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;

X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;

XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;

XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembleia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;

XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.

Nos termos do inciso II, do artigo 99, a sentença que decreta a falência fixará o termo legal da

falência, que não poderá retrotrair por mais de 90 dias a partir das seguintes bases:

Data do primeiro protesto

Data do requerimento falimentar

Data do pedido de recuperação judicial

Ex: decreto a falência da sociedade empresária e fixo o termo legal com base na data do

primeiro protesto, retrotraindo-o em até 90 dias.

Esses noventa dias compreenderão o período anterior à data da base eleita pelo juiz.

Os atos praticados pelo falido no período fixado pelo juiz serão considerados ineficazes.

6) Administrador judicial: artigos 21 e seguintes

O juiz, ao decretar a falência, afastará o falido ou os sócios da sociedade da atividade

empresária e nomeará administrador judicial para conduzir a massa falida, que será qualquer

profissional idôneo, preferencialmente:

Advogado

Economista

Administrador de empresa

Contador

Ou qualquer pessoa jurídica especializada

Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.

A nomeação ou destituição de administrador judicial será feita exclusivamente pelo juiz.

A remuneração do administrador judicial corresponderá em até 5% do valor da venda dos

bens. O crédito do administrador judicial é extraconcursal.

Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.

§ 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.

§ 2o Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.

§ 3o O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.

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§ 4o Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.

§ 5o A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno porte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

7) Efeitos quanto ao falido: artigo 102

Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.

Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.

O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da

falência, e até a sentença que extingue suas obrigações.

A falência não atinge o sócio da sociedade empresária decretada falida, salvo se tiver

responsabilidade ilimitada.

Ex: sócio comanditado da sociedade em comandita simples, sócio remanescente após 180

dias da sociedade limitada.

8) Efeitos quanto aos contratos ativos: artigo 117

Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.

§ 1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.

§ 2o A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.

Em regra, ficará a cargo do administrador judicial manter os contratos ativos ou não.

OBS: artigo 195 – no caso de contrato de concessão, necessariamente haverá a sua extinção,

considerando suas peculiaridades:

Art. 195. A decretação da falência das concessionárias de serviços públicos implica extinção da concessão, na forma da lei.

OBS2: caso haja cláusula no contrato que preveja extinção na hipótese de falência (comum na

esfera empresarial), ela prevalecerá.

9) Efeitos quando às ações judiciais: artigo 6º

Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.

§ 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida.

§ 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.

§ 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria.

§ 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.

§ 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores.

§ 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial:

I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial; II – pelo devedor, imediatamente após a citação.

§ 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica.

§ 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.

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Com a decretação da falência haverá, em regra, a suspensão das ações e execuções em face

do falido. O juízo falimentar se tornará universal, atraindo as ações nas quais a massa falida atue.

Exceções - não suspenderão:

Ações que discutam crédito trabalhista ilíquido

Ações que discutam crédito tributário

Ações que demandem quantia ilíquida

Ações nas quais a massa figure em litisconsórcio ativo

Suspendem igualmente a fluência de juros e os prazos prescricionais.

10) Realização de ativo – artigo 142

Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades:

I – leilão, por lances orais; II – propostas fechadas; III – pregão.

§ 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este artigo será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda.

§ 2o A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliação.

§ 3o No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber, as regras da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

§ 4o A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência.

§ 5o A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases: I – recebimento de propostas, na forma do § 3o deste artigo;

II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo.

§ 6o A venda por pregão respeitará as seguintes regras:

I – recebidas e abertas as propostas na forma do § 5o deste artigo, o juiz ordenará a notificação dos ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito de seu inciso II, para comparecer ao leilão;

II – o valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado;

III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial.

§ 7o Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade.

O administrador judicial arrecadará os bens da massa falida, os avaliará e realizará o ativo

(venda).

A venda dos bens da massa falida será feita por:

Leilão

Proposta fechada

Pregão (leilão + proposta fechada)

Conforme §7º, do artigo 142, o MP deverá ser intimado pessoalmente, da alienação dos bens,

sob pena de nulidade.

Conforme a interpretação mais moderna do dispositivo acima, a ausência de intimação pessoal

do MP apenas acarretará na nulidade da alienação, caso importe prejuízo à massa falida.

Caso possível, o administrador judicial venderá o estabelecimento de “porteira fechada”. O

arrematante do estabelecimento de “porteira fechada”, não sucederá as dívidas trabalhistas e

tributárias do devedor, conforme artigo 141, inciso II:

Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:

I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo;

(10)

II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. § 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for:

I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;

II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou

III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.

§ 2o Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior.

Na arrematação (falência) não há sucessão trabalhista e tributária.

Atenção: caso o arrematante seja sócio da sociedade empresária falida, parente, em linha reta

ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida, ou

agente do falido com o objetivo de fraudar a execução, haverá sucessão nas obrigações do

devedor, conforme estabelecido no §1º, do artigo 141.

11) Pagamento

A) Despesas indispensáveis, créditos trabalhistas urgentes e restituições:

Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.

Ex: despesas com a segurança do estabelecimento, manutenção de energia elétrica evitando

perda de produtos, dentre outros.

Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.

É o chamado crédito trabalhista urgente. Visa o pagamento ao trabalhador para manutenção

das suas despesas básicas e de sua família.

Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.

Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.

Objetiva restituir a um terceiro um bem de sua propriedade que foi apreendido ou vendido

indevidamente.

Ex: João empresta seu carro para Marcos (empresário individual) enquanto o dele está no

conserto. Ocorre que nesse período Marcos tem sua falência decretada e o carro que ele detinha,

mas que na verdade era de propriedade de João é apreendido, como efeito da decretação.

O prejudicado poderá se valer de ação de restituição, de caráter autônomo, que será apensada

por dependência aos autos da falência.

B) Créditos extraconcursais

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:

I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

Os créditos trabalhistas pós falência se referem aos profissionais que prestaram serviços para

a massa falida.

II – quantias fornecidas à massa pelos credores;

Refere-se apenas ao empréstimo feito à massa. O crédito originado anteriormente à

decretação de falência observará à ordem legal.

III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

(11)

Todo processo tem custas judiciais, que só não serão exigíveis caso a parte litigante esteja sob

o pálio da justiça judiciária gratuita.

Geralmente, na ação falimentar, a massa falida não dispõe de dinheiro, mas de patrimônio.

O juiz, diante da ausência de capital da massa falida, poderá diferir o prazo para pagamento

das custas judicias para o final do processo. Ou seja, postergará o recolhimento das custas para o

final do processo.

IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;

Custas de outros processos, que não da ação falimentar.

V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

Obrigações firmadas pós decretação de falência.

Ex: contrato com empresa de segurança para integridade do estabelecimento.

Crédito tributário pós falência, ou seja, o fato gerador incidiu após a decretação de falência.

C) Créditos concursais

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:

I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;

Créditos trabalhistas em até 150 salários mínimos e relacionados a acidente do trabalho sem

estipulação de limite.

No passado, os honorários advocatícios eram considerados créditos privilegiados. O STJ

firmou entendimento no sentido de que honorários advocatícios são créditos trabalhistas.

II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;

Excluem-se, por exemplo, juros, comissão de permanência etc.

III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;

Excetuadas as multas.

IV – créditos com privilégio especial, a saber:

a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;

b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;

d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006 (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) V – créditos com privilégio geral, a saber:

a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;

c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; VI – créditos quirografários, a saber:

a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;

b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;

c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;

O valor do crédito trabalhista que ultrapassar 150 salários mínimos (inciso I, artigo 83) será

considerado crédito quirografário.

No tocante ao crédito com garantia real (inciso II, artigo 83), o montante que exceder ao valor

do bem gravado também será considerado como quirografário.

(12)

O crédito vendido, independente da natureza que possuía, será considerado como

quirografário, na preferência de pagamento. Essa alteração visa desestimular a venda dos

créditos havidos face o falido.

VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;

As multas tributárias se encaixam nessa hipótese.

VIII – créditos subordinados, a saber:

a) os assim previstos em lei ou em contrato;

b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.

§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.

§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.

§ 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.

(13)

Despesas indispensáveis (150) Créditos trabalhistas urgentes (151)

Restituição (85)

Créditos extraconcursais (84) Créditos concursais (83)

As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades

- remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares,

- créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

- os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salários-mínimos por credor,

- os decorrentes de acidentes de trabalho;

Crédito trabalhista urgente:

- De natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência

- até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador

Quantias fornecidas à massa pelos credores; Créditos com garantia real até o limite do valor

do bem gravado;

O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.

Despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;

Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;

créditos com privilégio especial, a saber: - os previstos no art. 964 do CC/02;

- os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;

- aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; - aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das ME e EPP

- Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência,

- tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

créditos com privilégio geral, a saber: - os previstos no art. 965 do CC/02

- os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;

- os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;

Créditos quirografários, a saber:

- aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;

- os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;

- os saldos dos créditos derivados da legislação

do trabalho que excederem o limite

estabelecido no inciso I do caput deste artigo; multas contratuais

penas pecuniárias por infração das leis penais

ou administrativas, inclusive as multas

tributárias;

créditos subordinados, a saber:

- os assim previstos em lei ou em contrato; - os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício

(14)

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