America do Norte, com os Franco-Espanhóes na es-quadra de Gibraltar; aos 26 anos era capitão de na-vio; serviu com Collingwood e Gambier; foi eleito-deputado á Camara dos Comuns.
Em 1817, foi contratado pelo govêrno do Chile. para comandar sua esquadra nas lutas da indepen-, dencia contra o dominio espanhol.
-Em 1820 partiu á testa -da expedição que orga-nizára para a libertação do Perú.
No Pacifico tais proezas fez, que os Espanhois chamavam-no El Diablo.
Em 1823, contratado pelo govêrno brasileiro,. com o concurso do Exército Libertador e dos seus imediatos Greenfeld, Norton Jewett e Taylor, ex-pulsou as últimas tropas reaccionaristas portuguesas, concorrendo para consolidar a obra libertadora de-dom Pedro I.
Teve os titulos de conde de Dundonald, confe-rido pela Inglaterra; e de marquês do Maranhão, pelo Brasil, em recompensa de seus feitos generosa--mente pagos e reconhecidos.
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A ASSEMBLÉA CONSTITUINTE E A CARTA CONSTITUCIONAL.
DO IMPERIO
Convocada por dom Pedra nossa primeira" Assem-bléa Geral Brasileira Constituinte e Legislativa", ini-ciaram-se, a 17 de Abril de 1823, as sessões prepara-torias, sendo eleito presidente o bispo capelão-mór do Rio de Janeiro, dom José Caetano da Silva Cou-tinha.
A 3 de Maio dêsse ano, o imperador, ao pronun-ciar a fala do trono de abertura dessa assembléa, em que tomaram assento ilustres brasileiros, declarou que-o Brasil pretendia reger-se pque-or uma Cque-onstituiçãque-o" justa,
sábia, adequada, executavel, ditada pela razão e
não-pelo capricho", e "com os tres poderes bem divididos." Para redigir o projecto da magna carta, ele--geu-se uma comissão composta de sete membros: Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, Antonio Luis Pereira da Cunha, Pedro de Araujo-Lima, José Ricardo da Costa Aguiar de Andrada, Ma--nuel Ferreira da Camara Bittencourt e Sá, Francisco Muniz Tavares e José Bonifacio de Andrada e Silva.
Prevaleceu, por base de discussão, o ante-projeto-dê Antonio Carlos; e, como subsidio, o de Martim Francisco Ribeiro de Andrada.
Estava essa constituinte elaborando nosso pri--meiro codigo constitucional, sob a sensivel influencia dos Andradas, quando tiveram estes de deixar o go-vêrno, em virtude da atitude assumida por dom Pedro, inclinado em favor dos ultra liberais e adversar ios, politicos de José Bonifacio.
Passando-se á oposição, fundaram os Andradas. jornais de combate e pelas colunas do O Tamoio e
d'A Senlinella, romperam em violenta campanha contra o imperante, pelo fato de ter readmitido no Exército brasileiro os oficiais lusos, vencidos na Baía, além de outros atos que malferiam a dignidade na--cional; e lambem contra o novo gabinete que se com'; pletou com a entrada de José Joaquim Carneiro de Campos e Manuel Jacintho Nogueira da Gama, futu--ros marqueses de Caravelas e de Baependi.
O caso denominado do Brasileiro resoluto, sim-ples agressão, por equivoco, a um boticario açoriano, David Pamplona, por parte de alguns oficiais portu-gueses, exagerado pela politica adversaria ao trono e levado a debate na Constituinte, repercutiu ali tu-, multuariamente, acirrando os animos liberais em ses--sões agitadas, provocando a queda do gabinete.
Agravando-se ainda mais a situação, e vendo-se seriamente ameaçada em sua existencia, declarou-se a:
Assembléa de 1823 em sessão permanente, em que .atravessou a chamada noite da agonia, de 11 para 12 -de Novembro, em sua séde, o edifício da Cadeia Velha, (hoje Palacio Tiradentes), cercada pela tropa do bri-,-gadeiro Moraes, que contra ela fizera assestar bocas -de fogo.
Dissolvida, enfim, a Constituinte, foram presos os Andradas e seus companheiros, deputados Rocha e .Montezuma, ao sairem da Camara, e deportados em 'Segui~a para a França, com uma pensão anual do
govêrno.
Esse gesto de prepotencia imperial acarretou, corno desfecho violento em represalia por parte das províncias ao norte do Brasil, a famosa revolução de
1824, historicamente chamada - Confederação do Equador.
No decreto de 12 de Novembro de 1823, de disso-lução da Constituinte, o imperador prometeu ilusoria-mente convocar imediatailusoria-mente outra, com o fim de examinar o projeto de Constituição, "duas vezes mais liberal que o da Assembléa Constituinte", e que era de seu intento submeter á apreciação da nova Camara.
De fato, a 13 de Novembro de 1823, foi nomeada uma comissão, sob a presidencia de dom Pedro I e 'composta de dez nomes, retirados do seu conselho e secretarios de Estado: João Severiano Maciel da Costa, marquês de Queluz; Luis José de Carvalho e Mello, visconde da Cachoeira; Clemente Ferreira França, marquês de Nazareth; Mariano José Pereira da Fon-.seca, marquês de Maricá; João Gomes da Silveira Mendonça, marquês de Sabará; Francisco Villela Bar-bosa, marquês de Paranaguá; José Egydio Alvares de .Almeida, barão de Santo Amaro; Antonio Luis
Perei-ra da Cunha, marquês de Inhambupe; Manoel Jacin--tho Nogueira da Gama, marquês de Baependi; e José ..Joaquim Carneiro de Campos, marquês de Caravelas.
Cahia-lhes, na fórma das instruções expedidas •. organizar a lei fundamental do Imperio sôbre as bases-fornecidas pelo imperador.
Em Dezembro de 1823, estava conclui do o tra-balho, que era, na maior parte, calcado no plano apre-· sentado anteriormente por Antonio Carlos Ribeiro de Andrada á Constituinte dissolvida, com alguns subsi-dios e sugestões do de Martim Francisco e das cons-· tituições francesa e portuguesa. (Armitage, pago 75).
A todas as camaras municipais do país mandou dom Pedro enviar cópias dêsse projeto, com a reco--mendação de que, depois de ouvido o povo, comuni-cassem ao govêrno seus propositos de adesão e recla-mações a respeito do mesmo.
As camaras, em geral, m-anifestaram sua apro-vação aos principios liberais, consagrados nessas ba-ses constitucionais.
Algumas apenas dentre elas, reclamaram contra, certos dispositivos do projeto, que, assim mesmo, foi, sem mais preambulos, convertido em lei.
A 25 de Março de 1824, data previamente marcada pelo imperador, realizou-se a solenidade do juramento, e outorga da Carta Constitucional, o que deu motivo ai.
festas oficiais públicas no Rio de Janeiro e nas pro-vmcias.
Foi esse pacto político, reputado por notavei& constitucionalistas patrios e estrangeiros, um dos mais, perfeitos da época, que, por sessenta e cinco anos, regeu os destinos do Brasil até 1889, quando se pro-clamou a República.
Como primeiro estatuto constitucional brasileiro., sofreu apenas as modificações creadas pelo Ato Adi-cional, de 12 de Agosto de 1834 e da Lei de Interpre-tação, de 12 de Maio de 1840.
As carnaras brasileiras, instituidas pela Consti-. tuição de 1824, reuniram-se pela primeira vez em. 1826.
Em todo o reinado de dom Pedro I, a oposiçao,
-composta de liberais, partidarios do sistema parla-s-, .mentar inglês, de uns poucos federalistas e idealis-tas republicanos, formaram a maioria da Camara
~~,~ dos Deputados.
'. Em 1827, o imperador organizou, enfim, um mi-nisterio parlamentar, com os deputados Araujo Lima, -depois marquês de Olinda; Lucio Soares Teixeira de
Gouvêa, Miguel Calmon du Pin e Almeida, depois marquês de Abrantes; senadores Oyenhausen, mar--quês de Aracaty, e Bento Barroso Pereira.
Só o almirante Diogo Jorge de Brito não pertencia .ao parlamento.
A primeira Assembléa Geral Brasileira Consti-tuinte, convocada por dom Pedro I, abriu as suas ses-sões prepara torias a 17 de Abril de 1823; e a 3 de Maio seguinte inaugurou-se, nela tendo assento os mais ilus-tres brasileiros.
Tratava a Constituinte de elaborar a nossa Cons-tituição, quando, por divergencia com dom Pedro, se retiraram os Andradas do ministerio.
Tendo estes movido, na imprensa e no parla-mento, intensa oposição ao govêrno, foi a 12 de
No-vembro dissolvida essa assembléa, sendo deportados os Andradas, Montezuma e Rocha.
Dom Pedro I nomeou uma comissão de membros do seu conselho e ministros de Estado para redigirem o projeto de Constituição que foi solenemente outor-gada e jurada a 25 de Março de 1824 e regeu os des-tinos do Brasil até ser proclamada a República em
1889.
TRAÇOS BIOGRAFICOS
DOM JOSÉ CAETANO DA SILVA COUTINHO, 8° bispo do Rio de Janeiro (1767-1833).
Natural de Caldas da Rainha, Patriarchado de Lishôa. Nomeado arcebispo de Cranganor, na India
(1804) e depois bispo do Rio de Janeiro, em 5 de No-vembro de 1805, confirmado por bula do papa Pio VII, .de 26 de Agosto de 1806.
Chegou ao Rio de Janeiro a 26 de Abril de 1808, e tomou posse do bispado a 28 do mesmo mês, fa-zendo a sua entrada solene a 13 de Maio seguinte.
Foi o primeiro capelão-mór, inaugurou a capela real, presidiu as nupcias de dom Pedro I, sagrou-o
primeiro imperador, batizou dom Pedro II e assistiu aos ultimos momentos da primeira imperatriz do Bra-sil, em 1826.
Faleceu a 27 de Janeiro de 1833, com 66 anos, no Palacio da Conceição, em cuja capela foi sepul-tado.
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CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
A dissolução da Assembléa :Constituinte por or-dem do govêrno imperial em 12 de Novembro de 1823" provocou a cisão dos liberais brasileiros, até então -partidarios extremados de dom Pedro I.
Pernambuco déra o sinal do levante, organi-zando uma junta governativa, a 13 de Dezembro se-guinte.
Foi designado presidente da mesma, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, e repelida a autoridade