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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL PARA SANAR O FRACASSO ESCOLAR RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS CAUSAS DO FRACASSO ESCOLAR

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* Professor – Chefe do Campus Corvinal – Universidade Federal de Hogwarts. Especialista em Biblioteconomia. E-mail: maria@servidor.com.br

**Bibliotecária – Campus Sonserina – Universidade Federal de Hogwarts. E-mail: manel@servidor.com.br

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL PARA SANAR O

FRACASSO ESCOLAR

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS CAUSAS DO FRACASSO

ESCOLAR

E IMPORTANCE OF CHILDREN'S LITERATURE TO HEAL THE

SCHOOL FAILURE

REPORT OF EXPERIENCE ON THE CAUSES OF SCHOOL FAILURE

Rosane Aparecida dos Santos Rocha Facultad Interamericana De Ciências Sociales

rosane_santos2@hotmail.com

RESUMO

Pretende-se com este estudo possibilitar a leitura através do relato de experiência e a pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo entender as possíveis causas para o fracasso escolar e as dificuldades acerca da alfabetização, utilizar mecanismos viáveis que promovam o gosto pela leitura e escrita de acordo com o nível social e intelectual do aluno. Hoje, quando se fala em criança, pode-se perceber que a literatura infantil o incentivo à leitura é indispensável tanto na escola, como em outros meios institucionais que trabalham para o desenvolvimento intelectual e emocional da criança. Mas, pode-se salientar que a realidade é outra mediante a tantos estudos realizados que a literatura infantil não fez parte das vivências e aprendizagens das crianças de alguns séculos anteriores. Somente no final do século XVII e durante o século XVIII, foram produzidos os primeiros livros para as crianças. “Esta faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado”. Origens da Literatura Infantil. A célula máter da Literatura Infantil, hoje conhecida como “clássica”, encontra-se na Novelística Popular Medieval que tem suas origens na índia. A Literatura Infantil

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- 2 - constitui-se como gênero durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no âmbito artístico. O aparecimento da Literatura Infantil tem características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo “status” concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola.

Palavras chaves: Leitura, alfabetização, fracasso escolar.

ABSTRACT

The aim of this study is to make it possible to read through experience reports and bibliographical research, in order to understand the possible causes for school failure and the difficulties about literacy, to use viable mechanisms that promote the taste for reading and writing according to level. Nowadays, when we talk about children, we can see that children’s literature encourages reading, both at school and in other institutional settings that work for children’s intellectual and emotional development. But, it can be pointed out that the reality is different through so many studies carried out that children’s literature was not part of the experiences and learning of children of some previous centuries. It was only at the end of the seventeenth century and during the eighteenth century that the first books for children were produced. “This age group was not perceived as a different time, nor the world of the child as a separate space.” Origins of Children’s Literature. The cell of Child Literature, now known as “classical”, is found in the Popular Medieval Novelistics that has its origins in India. Children’s Literature is a genre during the seventeenth century, a time when changes in the structure of society triggered repercussions in the artistic sphere. The emergence of Children’s Literature has its own characteristics, as it stems from the rise of the bourgeois family, the new “status” granted to children in society and the reorganization of the school.

Keywords: Reading, literacy, school failure.

INTRODUÇÃO

O produto em análise procura compreender a importância da Literatura Infantil na aquisição do sistema de leitura e escrita na solução para o fracasso escolar. O fracasso escolar é um problema crônico, complexo, pois este não tem uma definição clara para enfrentar este problema. Hoje, quando se fala em criança, pode-se perceber que a literatura infantil é indispensável tanto na escola, como em outros meios institucionais que trabalham para o desenvolvimento intelectual e emocional

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- 3 - da criança e pode ajudar a diminuir o fracasso escolar pois traz de forma lúdica o interesse pela leitura. Mas, pode-se salientar mediante nossos estudos, que a literatura infantil não fez parte das vivências e aprendizagens das crianças de alguns séculos anteriores. Somente no final do século XVII e durante o século XVIII, foram produzidos os primeiros livros para as crianças. Antes disto, não se escrevia para elas, pois não existia a “infância”. “Esta faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum laço amoroso especial os aproximava”. Origens da Literatura Infantil. (LAJOLO ZILBERMANN, 2002, P.25)

Segundo (CADERMARTORI,1994) aparecimento da Literatura Infantil tem características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status" concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. Por ser a leitura uma das habilidades mais importantes dos indivíduos e sabendo que formar leitor frente a tantas tecnologias, surgiu este tema.

No que se afirmar (CADERMARTORI,1994) reavaliação e ou reinvenção dos processos de leitura do livro infantil, justifica-se no chamado objetivo-livro que surge no mundo-da-escrita, a partir do momento em que este foi invalido pelas novas linguagens e tecnologias, criadas pelos multimídias (das linguagens em quadrinhos a dos meios eletrônicos). O mundo do livro deixou de ser essencialmente verbal, para se constituir em um objeto complexo (brinquedos-livros, livros de pano e outros), -convergências de diferentemente faz-se necessário mudar a natureza do olhar que deve descobrir-lo: em lugar da antiga leitura passiva e reprodutora, exige-se uma visão/leitura, espécie de olhar tátil, multiexige-sensível.

Ainda assim outro aspecto importante na utilização dos livros de Literatura Infantil é a sua proximidade como o cotidiano, podendo dessa forma incentivar de maneira construtiva os alunos ao interesse nessa área. Segundo o autor Bamberguerd (2000, p.71) a criança encontra em casa. A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi pesquisa de cunho bibliográfico e campo onde foram pesquisados em sites de publicação acadêmica como: Scielo, livros entre os anos de 1980 e 2009 e utilizaram-se como descritores as seguintes palavras Leitura, alfabetização, fracasso escolar, com base em dados extraídos de pesquisa de campo com alunos matriculados no 3° ano do ensino fundamental de 9 anos, realizou-se um levantamento das atas de reprovação de uma escola municipal dados de 2014 para verificar a quantidade de reprovação destas turmas de 3° ano.

Após a verificação das atas realizou-se a pesquisa com os professores destes alunos para analisar e verificar se o comportamento deste aluno poderia estar relacionado com a desestrutura familiar.

DESENVOLVIMENTO

LITERATURA INFANTIL COMO FORMA DE APRENDIZAGEM

Mediante os estudos que estão sendo desenvolvidos na disciplina de Literatura Infantil, constata-se que os primeiros livros para crianças foram produzidos ao final do século 17 e durante o século 18. Antes desta época não se escrevia para elas, porque não existia infância. Só em meio à idade moderna é que surgiu a concepção de uma faixa etária diferenciada, com interesses próprios que necessitava de uma formação específica. Essa mudança deve-se a um outro acontecimento que foi uma nova noção de família, centrada num núcleo unicelular, preocupada em manter sua privacidade e estimular o afeto entre seus membros. (ZILBERMAN, 1985, p.13)

Antes da formação deste modelo familiar burguês, não havia uma consideração especial para com a infância. “Esta faixa etária não era percebida como um tempo diferente nem o mundo da criança como um espaço separado”. (ZILBERMAN, 1985, p.13).

Para Tessaro (2004) o ato de ler envolve ainda um conjunto de habilidades, como a decodificação, nível de compreensão literal, nível de compreensão

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- 5 - independente e nível de leitura crítica, e sub-habilidades como a discriminação visual, discriminação auditiva, memória visual e memória auditiva. Nessa direção, Garcia (1998) revela que, na tarefa concreta da leitura, é possível identificar quatro grandes módulos, que incluem os processos que são postos em funcionamentos ao realiza-se a leitura.

A literatura possibilita então, que as crianças consigam redigir melhor desenvolvendo sua criatividade, pois, o ato de ler e o ato de escrever estão intimamente ligados. Nesse sentido, “a literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização.” (COELHO, 2000, p.27).

A literatura infantil desenvolve não só a imaginação das crianças, como também permite que elas se coloquem como personagens das histórias, das fábulas e dos contos de fada, além de facilitar a expressão de idéias. Sendo assim, o objetivo da literatura infantil é o de formar leitores, pois por uma série de características e fatores ela desempenha esse papel melhor do que a literatura adulta, uma vez que é mais convidativa. O que se procura hoje é assegurar ao maior número de pessoas possíveis o direito de ler. “A literatura infantil contribui para que não se deixe esta tarefa por acaso.” (CUNHA, 1998 p.21).

Nesse sentido, pode-se mencionar ainda que a leitura, além de produzir um contínuo aprendizado, desenvolve a reflexão e o espírito crítico. “É fonte inesgotável de assuntos para melhor compreender a si e ao mundo.” (CUNHA, 1998. p.23).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa - PCN (Brasil, 1997), a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir de seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto e de diversos outros aspectos envolvidos nessa habilidade. Enfatizam ainda que ler não significa extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra, mas envolve uma série de estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, que permitem ao leitor controlar o que vai sendo lido, tomar decisões diante das dificuldades de compreensão, arriscar-se diante do desconhecido e buscar no texto a comprovação das suposições feitas.

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- 6 - De acordo com os PCN da Língua Portuguesa (Brasil, 1997), as pesquisas na área da aprendizagem da escrita proporcionam saber que aprender a escrever envolve processos paralelos que possibilitam compreender a natureza do sistema de escrita da língua, seus aspectos notacionais e discursivos, ou seja, o funcionamento da linguagem que se usa para escrever. Ressalta-se ainda que é possível grafar palavras sem saber produzir textos, que o domínio da escrita se adquire muito mais pela leitura do que pela própria escrita e que a escrita não é o espelho da fala.

Vê-se o interesse e o entusiasmo das crianças quando se contando a elas histórias de literatura infantil. Parece que estão vivendo aquele momento, aquela situação apresentada na história. “Estórias como os “Os três porquinhos” são muito apreciados pelas crianças acima de todos os contos “realistas” particularmente se são apresentadas com sentimento pelo contador de estória.” (BETTELHEIM, 1980).

Ao contar histórias, percebe-se também que as fábulas são muito apreciadas pelas crianças, pois se apresentam a elas de formas convidativas. As fábulas têm sua origem na Grécia, no século VI, a.C. com Esopo. E na França, no século XVII, elas foram retomadas por La Fontaine. Apresentam-se como a primeira espécie narrativa a aparecer, são narrativas primordiais e são vividas por animais, e pessoas, ou seres inanimados. (CUNHA, 1998).

No que se refere o autor (CUNHA, 1998), com as fábulas torna-se possível ao professor trabalhar e analisar com seus alunos, o significado da mensagem transmitida percebendo os aspectos positivos e negativos que elas podem conter. As fábulas que apresentar uma lição de moral, algo imposto e que não permite modificações, podem ser motivo para produção e reflexão.

Assim como o professor deve selecionar atentamente os tipos de histórias que pretende apresentar aos seus alunos, deve estar atento também a um outro fator, trata-se sobre o tipo de leitor que queremos formar. E, desde cedo, é preciso formar um leitor que tenha um envolvimento integral com aquilo que ele lê. Mas para isso, é preciso ajudá-lo a sentir liberdade e prazer ao estar lendo. “O educador vai precisar usar toda sua sensibilidade, tendo em mente que cada situação e ocasião têm aspectos muito particulares”. (CUNHA, 1998 p.35-36).

No entanto, percebe-se que pode não ser tão fácil formar esse tipo de leitor, pelo fato de que infelizmente na escola, lhe é exigido muitas situações no sentido de cobrança, como deveres, lições, trabalhos, provas. E assim também nesse mesmo

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- 7 - sentido, a leitura pode passar a ser entendida. “E o que lhe é exigido dentro desse contexto sempre será associado a esta imagem”. (CUNHA, 1998).

Sendo assim, para que se consiga sucesso nesse sentido, pode-se inventar e improvisar situações gostosas e significativas como trabalhos em grupos, debates, leitura crítica de jornais, dramatização de histórias, etc. É através de situações como estas que o aluno irá perceber-se como um sujeito atuante, que sente liberdade, prazer e gosto pela leitura e com certeza sentir-se-á também valorizado por participar desse processo. (CUNHA, 1998).

O MUNDO IMAGINÁRIO DOS LIVROS INFANTIS

Segundo Koch e Elias (2008), a leitura está além de apenas ocupar um importante espaço na vida do leitor. Para as autoras, o ato de ler constitui-se da junção entre os sujeitos sociáveis com a linguagem sociocognitiva, o que lhes possibilita um contato eficaz com elementos significativos do texto. Sendo assim, o leitor é posto em contato direto com as palavras, de maneira peculiar, percebendo o elevado grau de sentido que elas preservam.

Também a esse respeito de Literatura Infantil Meireles (1979, p. 19) afirma: [...] a literatura não é, como tantos supõem, um passatempo. É uma nutrição. A crítica, se existisse, e em relação aos livros infantis, deveria discriminar as qualidades de formação humana que apresentam os livros em condições de serem manuseados pelas crianças. Deixando sempre uma determinada margem para o mistério, para o que a infância descobre pela genialidade da sua intuição.

Para que a escola venha contribuir na formação de pessoas ativas, faz- se necessário que seja aplicada uma pedagogia que valorize a formação humana, propondo às crianças situações de aprendizagem nas quais elas possam se envolver de forma dinâmica e prazerosa. O educador deve procurar estratégias para promover uma aprendizagem que se encontre intimamente à tomada de consciência da situação atual real vivida pelo educando, proporcionando-lhes momentos de sistematização e associação, fazendo com que os recursos utilizados pelos alunos sejam próprios de suas vivências, dessa forma, a leitura e a escrita, que anteriormente, não lhes faziam sentido, passam a ter significado. Freire (1983), nos

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- 8 - diz que: “[...]é fundamental partir de que o homem é um ser de relações e não só de contatos, que está com o mundo e não apenas no mundo.”

A LITERATURA INFANTIL E A ESCOLA

A relação entre literatura e a escola é forte desde o início até hoje. Diversos estudiosos defendem o uso do livro em sala de aula, mas atualmente o objetivo não é transmitir os valores da sociedade e sim propiciar uma nova visão da realidade. Segundo (MARIA JOSÉ e MARIA ROSA D. OLIVEIRA 1986), há uma enorme discussão entre os teóricos para entender a Literatura Infantil. A discussão passa pela conceituação, a concepção da infância e do leitor, a ligação da literatura infantil e a escola, até o caráter literário dessas obras para crianças.

Ainda no que se afirmar (MARIA JOSÉ e MARIA ROSA D. OLIVEIRA 1986), os primeiros livros para crianças surgem somente no final do século XVII escritos por professores e pedagogos. Estavam diretamente relacionados a uma função utilitário-pedagógica e, por isso, foram sempre considerados uma forma literária menor. A produção para a infância surgiu com o objetivo de ensinar valores (caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos. Infelizmente, ainda podemos encontrar esses objetivos na produção infantil contemporânea.

Segundo Palo (1986), dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica a ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que e como ler.

O trabalho com a literatura infantil, segundo Zilberman (1985), desemboca num exercício de hermenêutica, uma vez que é mister da relevância ao processo de compreensão, pois é esta que complementa a recepção, na medida em que não apenas evidencia a captação de um sentido, mas as relações que existem entre a significação e a situação atual e histórica do leitor.

Desta forma, como afirma Zilberman (1985), cabe ao professor rever a literatura utilizada na sua escola, afastando de sua prática a literatura de cunho

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- 9 - pedagógico, pois ela tem a finalidade de ensinar mediante normas contidas em suas histórias, tendo sempre um final moralizante. (CARVALHO, 1985)

Essas histórias fazem o aluno perceber que devemos trabalhar ficarmos contentes com o que possuímos, ajudar e sermos bons, contribuindo para formar crianças passivas, seguidoras de modelos e de normas, uma formação inadequada para a nossa época. Então, se faz necessário que o professor introduza na sua prática pedagógica a literatura de cunho formativo, que contribui para o crescimento e a identificação pessoal da criança, propiciando o aluno a percepções de diferentes resoluções de problemas, despertando a criatividade, autonomia, criticidade, que são elementos necessários na formação da criança de nossa sociedade atual. (CARVALHO, 1985)

A nossa Literatura Infantil é representada em especial por Carlos Jansen (Contos Seletos das Mil e Uma Noites), Robinson Crusoé (As Viagens de Gulliver a Terras Desconhecidas), Figueiredo Pimentel (Contos da Carochinha), Coelho Neto e Olavo Bilac (Contos Pátrios) e Tales de Andrade (Saudade). Mas, a verdadeira literatura infantil brasileira teve a sua gênese com o paulistano de Taubaté, Monteiro Lobato, com obra diversificada quanto a gênero e orientação, sua criação é literária e centralizada em certos personagens que andam em seu universo ficcional. (CUNHA, 1998)

Ao relatar sobre a Literatura Infantil e a Educação, cada vez mais se fundamenta na nitidez em que o educador precisa ter para despertar no aluno sobre a literatura, bem como as demais artes, despertar no educando as fascinantes formas de descoberta da pessoa com o lazer e o entretenimento, descortinar todos os caminhos que levam à literatura, com o prazer de ler, estimulando o aluno com a leitura, é essencial o direcionamento na formação do leitor, mas cabe ao leitor desatar o livro. (CUNHA, 1998)

No que se refere (CUNHA, 1998), ao se trabalhar com a literatura, é importante que o educador tenha conhecimento de todas as estratégias para despertar no aluno o interesse pela leitura. É importante que se faça a adequação da obra à idade da criança, na verdade os limites expostos em cada fase são teóricos, uma vez que cada criança tem seus verdadeiros limites explícitos por diversos fatores, uma vez que o processo evolutivo da criança acelera a cada dia.

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- 10 - Segundo Coelho (2009) discute também que o fenômeno literário, que é produto da imaginação criadora do homem, se caracteriza por uma duplicidade particular, simultaneamente concreto e abstrato. É abstrato porque é gerado por ideias, sentimentos, experiências de várias naturezas etc., e é concreto porque tais experiências só têm realidade efetiva quando nomeadas, isto é, transformadas em linguagem ou em palavras. Estas precisam ser registradas em algo que lhes dê o indispensável suporte físico para existirem como fenômeno, para se comunicarem com seu destinatário e perdurarem no tempo.

No que se afirmar Abramovich (2003) destaca a importância de a criança ouvir muitas histórias e comenta que esta ação é que formará o bom leitor, propiciando um caminho absolutamente infinito de descobrimento e compreensão do mundo. Segundo a referida autora a cotação de histórias tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual. Quando a criança se interessa pela leitura, sua imaginação é estimulada, bem como o desenvolvimento comunicativo, na interação com o narrador, com os colegas e na interação sociocultural; ajuda, ainda, no seu desenvolvimento físico-motor, no seu esforço de ouvir e recontar as histórias para outras crianças.

ALENCAR, (1996, p. 83) diz que,

Com a vinda de D. João VI para o Brasil, há um crescente número de escolas e o livro infantil brasileiro começa a ser vinculado ao sistema educacional. A escola cada vez mais vem cumprindo o seu papel de formadora de leitores e cidadãos. No Brasil, a literatura infantil teve a sua origem com obras pedagógicas, com adaptações de produções portuguesas relatando a subordinação característica das colônias.

Ainda no que se afirmar ALENCAR, (1996, p. 83), Literatura Infantil deixa suas pegadas em cada país, surgindo propostas diferentes e a literatura abrindo horizontes e surgindo diferentes autores, comprometidos em construir uma literatura prazerosa e com arte, onde a preocupação maior é a criança.

OS BENEFÍCIOS DO LIVRO INFANTIL

Apesar de ser uma “conversa” antiga, a maioria dos adultos não atribuem ao livro infantil a possibilidade de brincadeira; e os professores não “fogem à regra” pois

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- 11 - muitos deles acabam utilizando esse gênero de literatura com o objetivo de incutir conteúdos escolares nas crianças.

Não acreditamos que esse seja o “papel” do livro infantil, principalmente quando buscamos compreender o significado da palavra brinquedo e descobrimos que ela pode ter “[...] vindo de ‘brinco’, do latim ‘vinculu’, preso a, junto [...]”. E que o verbo brincar, se formou à partir de brinco, do latim “vinculum”, vínculo, tudo o que serve para atar (SILVA, 2002, p.77). E é essa nossa proposta, levar a criança a se ligar em um livro, como ela se liga aos demais brinquedos que lhes são colocados à disposição.

Segundo (SILVA, 2002, p.77), outro aspecto que poderá propiciar brincadeira são os temas abordados nos livros, e que na literatura infantil tem se apresentado enriquecido e variado. Observamos que em geral, as histórias encontradas nos livros infantis se dividem em: mitos e lendas, contos de fada, fábulas, humor, poesias e teatro.

Os mitos e lendas são baseados em fenômenos naturais e compreendem os acontecimentos humanos. Por ser o Brasil um país com um “rico” folclore, há uma grande variedade de publicações nesse sentido, porém destacamos duas coleções em especial, são elas: Coleção “Lendas Paranaenses” de Hardy Guedes e “Baú de Histórias” de Sonia Junqueira.

No que se refere Bettelheim(1980, p.32), os contos de fada são histórias “recheadas” de idéias abstratas e figurações extraídas do real. O número de publicações e de editoras que se dedicam a esse gênero de histórias é incontável e isso provoca uma série de edições, reedições, adaptações.

Sobre a importância dos contos de fada para a criança, Bettelheim (1980, p.32) defende:

Os contos de fada, à diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para a descoberta de sua identidade e comunicação, e sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais seu caráter.

Portanto é imprescindível que se faça criteriosamente a seleção dos contos de fada a serem disponibilizados para a criança, pois concordamos com Bettelheim (1980, p.32) que há “versões amesquinhadas e simplificadas” na atualidade. Na

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- 12 - contramão sugerimos as coleções: Andersen, Grimm e Perrault da Editora Kuarup, que além do conto, trazem comentários de especialistas no final de cada livro.

Quanto às fábulas, lembramos que essa palavra provém de “fala”, isto é falar. A principal característica desse gênero de história é que os animais, assim como os homens se comunicam pela fala. Nesse caso, sugerimos a leitura da obra de La Fontaine e o livro de Monteiro Lobato – Fábulas. (1922)

Finalizando gostaríamos de destacar: que para que o livro infantil possa realmente ser considerado brinquedo, é necessário que seja segundo Góes (1984, p.21) eliminados “defeitos” como: tom moralizador (recompensa somente da virtude), puerilidade (linguagem com diminutivos, tom adocicado, falsa simplicidade e artificialismo das ações e dos diálogos) e didatismo (com ensinamentos cansativos e monótonos).

No que se diz GÓES (1984, p.21) a criança será respeitada com ser inteligente e crítico que é.

O FRACASSO ESCOLAR

Para Cordié(1996), existe uma amplitude maior do que a questão do que aquela aparentemente mostrada pelos sujeitos envolvidos:

O fracasso escolar é uma questão complexa cujas causas sãs múltiplas e diversas: umas estão ligadas à própria estrutura do sujeito, outras dependem dos acontecimentos. O fato de elas intrincarem e agirem umas sobre as outras não ajuda em nada a compreensão do fenômeno. O resultado disso é que cada um projeta seus fantasmas e inventa remédios para esse flagelo social: É culpa...do governo, da sociedade, da Escola nacional, dos pais...´´é preciso apenas...rever a pedagogia, aumentar as verbas´´etc. (CORDIÉ,1996, p.10)

Quando nos mostra Cordié(1996), quanto discute a dimensão do fracasso escolar na sociedade:

O fracasso escolar é uma patologia recente. Só pôde surgir com a instauração da escolaridade obrigatória no fim do século XIX e tornou um lugar considerável nas preocupações de nossos contemporâneos em consequências de uma mudança radical da sociedade. Também neste caso não é somente a exigência da sociedade moderna que causa os distúrbios, como se pensa muito

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- 13 - frequentemente, mas um sujeito que expressa seu mal-estar na linguagem de uma época em que o poder do dinheiro e o sucesso social são valores predominantes. A pressão social serve de agente de cristalização para o distúrbio que se inscreve de forma singular na história de cada um. (Cordié,1996, p.17)

Segundo (Cordié,1996, p.17) pressão social imposta sobre esses fracassados pode não só definir e estabelecer normas, como também organizá-los dentro de um padrão de` `certo´´ e ``errado´´, enquadrando-os nessa perversa realidade. O fracasso escolar cria normas e valores segundo uma necessidade social e um padrão de homem socialmente desejado.

Ainda no que se refere o autor os fatores econômicos, políticos e sociais não podem ser desconsiderados quando buscamos entender as causas do elevado número de repetências em nossas escolas. Estes, no entanto, não são suficientes para explicar o ``fracasso escolar´´, pois estamos falando de sujeitos diversos em situações adversas, quando, a nosso ver, é na subjetividade e na singularidade que se devem concentrar as discussões.

Talvez pudéssemos pensar que esses meninos e meninas, que não tem conseguido aprender somente na escola, talvez estejam procurando mostrar, com sua recusa de aprender, uma situação que está latente. Eles parecem negar não apenas o que lhes e ensinado, mas as situações diversas em que se dá o aprendizado escolar. Essa negação, ou indisposição, para a aquisição de novos conhecimentos escolares pode estar sendo utilizada como estratégias: na verdade, o que se quer negar são os outros acontecimentos que ocorrem no interior da escola. Essa atitude pode significar uma fuga inconsciente das situações vivenciadas por esses sujeitos, das quais o conhecimento escolar seria uma forma de manifestação. Para Cordié, ``aprender implica um desejo, um projeto, uma perspectiva, não é apenas compreender´´(CORDIÉ,1996, p.27).

O fracasso escolar, sobre o qual se pretende tecer aqui algumas considerações, não pode ser depositado tão somente sobre o aluno. Conforme opina Weiss (2007, p.16) há todo um universo ao redor que implica em estar atento também a outras perspectivas que possibilitem 3 este estudo, sendo elas a escola, a sociedade e também o aluno. A autora considera o fracasso escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. No diagnóstico psicopedagógico do fracasso escolar de um aluno não se pode desconsiderar as

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- 14 - relações significativas existentes entre a produção escolar e as oportunidades reais que determinada sociedade possibilita aos representantes das diversas classes sociais, e que os alunos de escolas públicas brasileiras provenientes das camadas de mais baixa renda da população são frequentemente incluídos em “classes escolares especiais”, considerados pertencentes ao grupo de possíveis “deficientes mentais”, com limites e problemas graves de aprendizagem. Weiss (2007, p.16).

Para SCOZ (1994, p. 81), a pobreza dos alunos aparece com o forte determinante dos problemas de aprendizagem, todavia ressalta que sem querer negar que grande parte do fracasso de alguns alunos pode estar relacionada à pobreza material às que estão submetidos, é importante estar atento para que a baixa renda das famílias não seja utilizada como justificativa para o insucesso escolar das crianças, eximindo a escola, sua organização didático/ pedagógica, seus agentes e suas condições internas de qualquer responsabilidade.

Na visão de MATURANO (1998), a influência do ambiente familiar no aprendizado escolar é amplamente reconhecida. Em nosso meio, o ensino defasado e as condições sociais precárias são obstáculos do esclarecimento das influências familiares sobre o processo de escolarização da criança.

Na perspectiva do autor, entende-se que há algumas condições extremamente importantes no ambiente familiar para aprendizagem escolar. Dentre elas, salienta-se que é relevante à presença no lar, de recursos materiais compatíveis com que se ensina na escola, mas esses não são suficientes para promover o progresso escolar da criança. MATURANO (1998).

Ambientes familiares, calmos e seguros permitem que a criança tenha capacidade para desenvolver diversas atividades e isso contribui de forma admirável para que ela tenha um excelente desempenho também nas atividades que são desenvolvidas na sala de aula. Nesse processo, se fazem necessário à participação, disposição e tempo dos adultos para que interajam com seus filhos. Nessa visão, os recursos do ambiente físico irão facilitar a aprendizagem, pois a família passa a funcionar como mediadora nesse processo.

Fernández (1990, p. 18) diz que:

O fracasso escolar é um problema que se apresenta e sofre a estrutura do sujeito, se situa, entrelaça e surge na trama vincular de seu grupo familiar, sendo às vezes mantido pela instituição educativa. A criança pode não aprender, assumindo o

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- 15 - medo de conhecer e de saber da família, ou respondendo à marginalização socioeducativa.

De acordo com o que a autora diz sobre o papel que a família assume, a falta de equilíbrio emocional e afetivo dos pais que, na maioria das vezes, estão envolvidos com muito trabalho e com responsabilidades do cotidiano e submetidos a uma sociedade de consumo, não representam para aos filhos modelos adequados de identificação, impedindo, assim, a estabilidade necessária para um bom desenvolvimento e amadurecimento de suas personalidades.( FERNÁNDEZ,1990, p. 18)

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Quando iniciei meu trabalho em 2012 em uma sala do 3° ano do ensino fundamental de 9 anos percebi como estas crianças chegavam ao 3° ano, a maioria não estavam no processo de alfabetização sabendo que no 3° ano não poderiam ficar retidas. Qual seria então a solução para este problema?

O ensino de 9 anos tem como objetivo alfabetizar até o 3° ano mas a realidade é outra, apesar do governo lançar vários cursos de alfabetização como PNAIC (Programa de Alfabetização na Idade Certa) mesmo assim este problema não está sendo resolvido, pois são inúmeros motivos que fazem com que a criança não consiga avançar, problemas relacionadas a desestrutura familiar que afetam o desenvolvimento destas crianças e trazem como consequências indisciplina, hiperatividade, falta de concentração e desinteresse dos alunos entre outros.

Na visão de MACEDO, (1987, p.32), dentre as competências a serem adquiridas podemos destacar a capacidade para aprender sempre, de dialogar, refletir sobre suas ações, buscar sempre estar atualizado, quando a conhecimentos, metodologias, procedimentos e ser sensível às necessidades do aluno. Além disso, é preciso que o educador pratique uma educação inclusiva, enxergando cada aluno como um ser com inúmeras capacidades para aprender e se desenvolver. Ensinar, porém, de acordo com a lógica da inclusão, significa romper, superar mentalidades, atitudes e práticas seletivas e excludentes que potencializam a evasão e não promovem o aluno.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Gráfico 1:Distribuição de frequência de reprovação dos alunos do 3° ano de Ensino Fundamental de nove anos.

Fonte: Cidade do interior do E.S, 2014.

A pesquisa realizada com dados de 2014 sendo a primeira turma de 3° ano do ensino de 9 anos do município envolvendo uma escola municipal onde haviam em 2012 6 turmas de 3° ano de 100% alunos 30% alunos reprovaram destes 30% ,3% são alunos com laudo 7% alunos com apenas dificuldades de assimilar o conteúdo mas que as famílias são presentes e 20% com dificuldade de aprendizagem relacionado a desestrutura familiar.

Destes 20% são alunos dispersos com baixo rendimento, hiperativos, indisciplinados, não acompanham os outros colegas muitos deles relatam as dificuldades que as famílias passam sendo a maioria de baixa renda, muita destas famílias ingerem bebidas alcoólicas acarretando assim brigas, os pais não acompanham seus filhos na escola, não comparecem às reuniões promovidas pela escola.

Para uma melhor visualização dos dados sobre a pesquisa realizada na escola sobre o fracasso escolar e a relação com a desestrutura familiar.

Esta investigação contou com os seguintes instrumentos de pesquisa: a) Pesquisa nas atas da escola sobre a repetência dos alunos dos 3°anos.b) Questionário de pesquisa junto aos professores e ao conselho tutelar.c) Entrevista com alunos com dificuldades.

A LEITURA COMO FORMA DE DESPERTAR O PRAZER PELA APRENDIZAGEM

Diante de tantas dificuldades no processo de alfabetização quando assumir no ano de 2017 uma turma de 3° ano com 31 alunos sendo 15 destes não estavam alfabetizados, percebi que devido a cultura onde estavam inseridos não sentiam atração pelos livros e os pais não incentivavam seus filhos, a partir daí iniciei um

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- 17 - projeto de leitura onde os alunos levavam o livro e o boneco para contar a história em casa, preparei um cantinho da leitura bem atrativo com livros do acevo do PNAIC, foram usadas estratégias de leitura para despertar o gosto e o prazer de ler, a cada dia a leitura seria em um ambiente diferente, apesar da escola ser na zona rural não contava com biblioteca ampla toda arruma, sabe-se que falta estrutura, mas diante das dificuldades não deixei de usar a imaginação e comecei a levá-los para o pátio, campo, escada, biblioteca, quadra e até mesmo debaixo da sombra de uma árvore, enfim, vários lugares diferentes além de fazer a leitura para deleite que é a leitura com ênfase trazendo emoção e realidade, cada dia uma história diferente percebi que isto os atraiam e eles passaram a gostar de ouvi as história querendo saber o que ia acontecer no dia seguinte e começaram a viajar no mundo da leitura, consequentemente o nível de aprendizagem começou a melhorar atraídos pela leitura começaram a ler e os que já estavam no início do processo avançaram ainda mais em suas hipóteses em relação a escrita melhorando a cada dia desenvolvendo a oralidade a dircurssividade de um modo geral

Segundo Bamberger:

Explica que “A leitura impulsiona o uso e o treino de aptidões intelectuais e espirituais, como fantasia, o pensamento, à vontade, a simpatia, a capacidade de identificar etc.”. Difere, naturalmente, a situação de interpretação temporária, ou seja, de identificação das letras sem assimilação. Vale destacar que o indivíduo tem habilidade de abrir janelas imaginárias, para um contato com o mundo. Sua função formal é de levar, ou receber informações, porém, vai além da imposição científica. (BAMBERGER,2002, p. 32)

Na turma a qual trabalhei no ano de 2017, um destes alunos ao levar a sacola de leitura para casa passou por uma experiência muito triste, ao anoitecer sua casa pegou fogo e no momento ele chorava e queria entrar na casa em chamas para pegar a sacola, no outro dia ele chegou à escola muito triste e falava que a única preocupação era ter queimado o livro que a tia havia comprado para eles. A satisfação é imensa de ver que todo esforço realizado para incentivar e convencer de que a leitura é importante para uma melhor compreensão do mundo em que vivemos sendo o ponto de partida para o processo de alfabetização teve êxito.

Trabalhar com os projetos de incentivo à leitura me trouxeram experiências gratificantes, pois aprendi que a partir de situações inusitadas me desperta a necessidade de desenvolver mais projetos semelhantes a esse, com a finalidade de oportunizar aos alunos momentos prazerosos, desenvolvendo o interesse por este

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- 18 - universo letrado trazendo assim novas descoberta e o avanço em sua aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa de cunho bibliográfico e de campo, foi possível perceber a importância da leitura infantil como forma de buscar solucionar os problemas relacionados ao fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem e a falta de interesse dos alunos. Vimos que um dos fatores que atrapalham o processo de alfabetização é a falta de incentivo por parte das famílias causando aos filhos falta de concentração desinteresse, necessitando assim de uma intervenção por parte do professor.

Segundo Rubem Alves (2001), no processo de ensino-aprendizagem, o aluno aprende aquilo que é vital para sua vida, isto é, o necessário para seu desenvolvimento social, cultural e intelectual, no entanto, tal processo de internalização, só acontece de forma significativa quando a vida escolar e quotidiana do aluno é articulada entre si, de modo que o conhecimento passa a ser algo não apenas transmitido, mas construído através das interações vividas no meio social.

Ainda no que se refere o autor Rubem Alves (2001), a ideologia da escola deve ser concebida, na ideia de construção de um saber que satisfaça as necessidades do viver cotidiano do aluno, ou seja, o que ele aprende e sabe faz sentido em seu contexto social; mas para isso, é preciso uma escola que busque através do seu programa curricular, desenvolver aprendizagens a partir da raiz do saber, ou seja, utilizar do questionamento crítico para construir o conhecimento a partir dos fatores que induziram a criação ou a realização de um determinado, objeto, fenômeno ou acontecimento histórico.

Incentivar os projetos de leitura em sala de aula é um das alternativas que o professor deverá usar como maneira de estar proporcionando aos alunos diferentes formas do saber, trazendo de forma lúdica e prazerosa e significativa livros que despertem a curiosidade dos e o prazer de viajar no mundo sem sair do lugar, aproveitar a curiosidade deles é sem dúvida uma maneira de se ter sucesso. Portanto os resultados da pesquisa, não são tão satisfatórios pois ainda há muito a ser estudado e pesquisado em relação ao incentivo da leitura para sanar o fracasso

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- 19 - escolar, almeja-se que ao desenvolver novas pesquisas surjam um novo olhar e novas reflexões acerca deste assunto, contribuindo ainda mais para a prática docente trazendo maneiras de amenizar o fracasso escolar.

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