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Visão geral de métodos de pesquisa social: qualitativa, quantitativa, comparada, estudo de caso

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Academic year: 2021

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Visão geral de métodos de pesquisa

social: qualitativa, quantitativa,

comparada, estudo de caso

Prof. Marcos Vinicius Pó

Introdução às Humanidades e Ciências

Sociais

(2)

Objetivos de uma pesquisa: responder a uma questão básica

teórica ou especulativa sobre algum fenômeno social

Tipos:

► Exploratório: fronteira, assunto pouco estudado, desenvolver

instrumentos, conceitos

► Descritivo: quantificar, qualificar, conceitualizar...

► Explicativo: por que o fenômeno ocorre? quais suas causas?

► Teste de hipóteses: aplicar os preceitos de uma teoria em algum

caso empírico específico

2 Prof. Marcos Vinicius Pó

(3)

Variável dependente: variável a ser explicada, fenômeno a ser explicado.

Variável independente: variáveis explicativas ou de controle.

Efeito causal: diferença entre o componente sistemático das

observações quando a variável explicativa assume determinado valor e o componente sistemático das observações comparáveis quando a variável explicativa assume outro valor.

Mecanismo causal: os elos pelos quais os efeitos são atingidos por meio das causas. Depende de estabelecer à priori que há causalidade.

Contrafactual: como seria a realidade se apenas a variável explicativa de interesse houvesse mudado?

3

(4)

Problema Fundamental da Inferência Causal

Nas ciências sociais não é possível fazer repetir um fenômeno

alterando apenas uma variável independente e ver o que

aconteceria.

• Exemplo: como seria a evolução do gasto social no Brasil se a Constituição de 1988 fosse diferente?

Portanto, nunca poderemos ter certeza absoluta acerca de um

efeito causal.

A incerteza é reforçada pela dificuldades de separação entre os

componentes sistemáticos e os não-sistemáticos de um

fenômeno.

(5)

Implicações observáveis

Implicação observável significa se perguntar: o que devo

esperar no mundo se a minha hipótese for verdadeira?

► Ex.: Hipótese: participação torna os processos de políticas públicas

mais estáveis ao longo do tempo

► Implicações possíveis:

o Verifica-se que as políticas participativas tem uma natureza mais incremental que de ruptura

o Há aprendizado entre os participantes sobre os limites e

possibilidades da política, assim como sobre os diagnósticos causais o Os participantes recorrem menos a instâncias externas ao subsistema

político, como Judiciário, Legislativo, Ministério Público...

As implicações observáveis conectam a teoria e os dados.

As hipóteses devem apresentar diferentes consequências

observáveis.

(6)

Tipo de informação

► Qualitativo ► Quantitativo

Técnicas

► Etnográfica ► Estudo de caso ► Mapeamento de processo ► Comparativa ► Modelagem estatística 6 Prof. Marcos Vinicius Pó

(7)

• Pesquisa documental: inclui informações internas e externas ao objeto de avaliação, como relatórios, atas, estudos acadêmicos , bancos de dados públicos, etc.

• Questionários (surveys): podem ter questões abertas e/ou fechadas. Importante tomar cuidado com as questões e testar antes da aplicação definitiva.

• Entrevistas: é fundamental definir as informações que se quer obter e sempre procurar explorar, com tato, aspectos que não ficaram claros ou subentendidos.

• Grupos focais: busca a discussão aberta entre os participantes sobre um tema em um ambiente que não iniba a manifestação. O mediador coloca questões, fomenta o debate, busca esclarecimentos e equilibrar a participação.

• Oficinas e reuniões com especialistas, técnicos, beneficiários: os objetivos e a dinâmica devem estar muito claras. O mediador e secretariado desse tipo de atividades são

fundamentais para sua qualidade.

• Observações e etnografia: entender em maior profundidade o comportamento, códigos formais e informais, interações entre agentes e com o ambiente, etc.

Alguns instrumentos de coleta de informações primárias

(8)

Quanti x Quali: resumão

Lógica indutiva: generalizações a partir da observação crítica e fundamentada de fenômenos.

Observação, entrevistas, grupos de discussão,

etnografia...

MENOS CASOS, COM MAIOR PROFUNDIDADE

Métodos

qualitativos

Métodos

quantitativos

Lógica hipotético-dedutiva: aplicação de pressupostos, conceitos e princípios gerais a

fenômenos.

Levantamentos amostrais, experimentos,

quase-experimentos...

MAIS CASOS, COM MENOR PROFUNDIDADE

Objeto social

estudado

(9)

A escolha das técnicas de pesquisa a serem utilizadas depende da

natureza do tema a ser tratado. Não há uma técnica “certa” ou

“melhor”, mas aquela mais adequada à necessidades.

Técnicas de pesquisa social e temas

Problemáticas complexas e/ou menos tangíveis Problemáticas mais tangíveis e/ou já modeladas Observação; Etnografia Entrevista Pesquisa Amostral Quasi- experimento Técnicas menos estruturadas Técnicas mais estruturadas Fonte: Januzzi, 2016: 75

(10)

Visa investigar em profundidade uma realidade específica.

Realizada basicamente por meio da observação direta do grupo

estudado e de entrevistas para captar as compreensões e

interpretações daquela realidade.

Algumas características:

► Holística: descreve os fenômenos de maneira global.

► Naturalista: o estudo é realizado no ambiente em que as pessoas

vivem.

► As hipóteses e problemas de pesquisa podem ser reconstruídos no

campo durante a pesquisa.

(11)

O estudo de caso é a análise aprofundada de uma situação

específica, bem delimitada.

O estudo de caso é usado para levantar hipóteses e

possibilidades explicativas, mas não para generalizações.

Algumas características:

► Particularista: focado em uma situação ou fenômeno específico.

► Descritivo: procura trazer uma grande profundidade e quantidade

de informação sobre o objeto de estudo.

► Holístico: procura entender o evento na sua totalidade.

(12)

Origem

► Estudos de caso

► Comparações com pequenas amostras (n pequeno)

Críticas ao estudo de casos

► Indeterminação dos desenhos de pesquisa

o Impossibilidade de realização de inferências válidas quando o número de casos é menor que o número de variáveis explicativas potenciais

► Critérios de seleção de casos.

o Dificuldade de trabalhar com amostras aleatórias o Enviesamento da amostra (selection bias)

o Seleção pela variável dependente

Portanto, estudos comparativos de pequeno n teriam dificuldades, senão impossibilidade, de estabelecer inferências causais

12

(13)

Forma de buscar uma lógica de inferência qualitativa capaz de

identificar os mecanismos causais que levem à ocorrência do efeito verificado

Lógica do trabalho de “detetive”:

► Verificar as hipóteses concorrentes (possíveis explicações)

► Comparar as implicações com as evidências obtidas (qualitativas,

quantitativas, etc)

► Filtrar as hipóteses, eliminando, relativizando e verificando quais tem

maior suporte das evidências

Baseado em seqüências e mecanismos de desdobramento dos processos causais hipotizados

► Permite comparar múltiplas implicações de uma teoria ao longo de uma

determinada cadeia causal, ajudando na eliminação de teorias inválidas

13

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Métodos comparativos

O que é comparável?

► Comparar semelhanças ou diferenças?

► Controle: considerar semelhantes as características que queremos

manter constantes

► Comparabilidade – homogeneidade

o Homogeneidade: construída pela lógica classificatória

► Comparação versus justaposição

Os métodos podem ser quantitativos e/ou qualitativos

Os casos selecionados devem proporcionar, dentro do possível,

variação apenas na nossa variável explicativa selecionada

► Modelo explicativo claro: explicitar as variáveis explicativas

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Cuidados com os conceitos

Conceituação e reconceituação são necessárias para a

realização de comparações

► Conceitos capazes de viajar através de regiões, continentes,

países...

► Conceituação negativa

Dimensões dos conceitos

► Denotação: totalidade dos objetos a que a palavra se aplica

► Conotação: totalidade das características que um objeto ou evento

deve possuir para entrar na denotação

Dilema: como definir e manipular conceitos de forma a

aumentar a comparabilidade?

Evitar o “estiramento conceitual” (conceptual stretching)

(16)

Uso de técnicas estatísticas e modelagem matemática para a

explicação e análise de fenômenos sociais.

Modelo: Y = F(X

1

; X

2

; ...X

n

)

► F é uma função matemática (linear, exponencial, quadrática, de

magnitude mutável...)

► As variáveis analisadas devem ser quantificadas segundo algum

tipo de mensuração ou classificação.

Procuram-se estudar e comparar grandes volumes de dados e

informações entre observações diferentes e/ou temporalmente.

Com isso pretende-se simular contrafactuais.

16 Prof. Marcos Vinicius Pó

(17)

Contaminação por

cólera em Londres,

1849

17 Fo n te: “ On the mo d e of c o mmu n ic at ion of c h o ler a. Jo h n Sn o w ( 18 49 ). PP 62 -63

(18)

Contaminação

visualmente

ilustrada

18 A relação entre contaminação por cólera e a fonte de água fica evidente?

(19)

Modelo e operacionalização da pesquisa

19

Modelo Operacionalização

Formalização de modelo explicativo A contaminação por cólera é função do

compartilhamento da mesma fonte de água, que serve de cultura para o vírus

Definição de hipótese a ser testada Uma fonte contaminada aumenta a presença de casos de cólera em seu entorno

Definição de testes estatísticos a serem usados e de níveis de confiança

Análise gráfica georeferenciada

Operacionalização das variáveis, conceitos, amostragem...

Contaminação: óbito por cólera.

Fonte de água: localização das bombas

Processamento e teste das hipóteses Plotagem dos casos fatais de cólera em seus endereços e localização das fontes de água Análise dos resultados Relação forte entre a proximidade de uma

determinada bomba d’água e de grande número de casos de óbito por cólera

(20)

Detalhado: detalhar o há em cada parte lógica do texto:

► Objetivos e problemas: por que o texto foi escrito?

► Quais os principais argumentos apresentados? Como o autor os

constrói? Que referências usou, aspectos históricos, descrições...

► Quais os principais conceitos apresentados e utilizados? ► Quais as principais conclusões a que o autor chegou?

Texto:

► POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. Editora Cultrix.

Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. – Capítulo 1

Disponível em

https://perguntasaopo.wordpress.com/graduacao/ihcs/

20 Prof. Marcos Vinicius Pó

Referências

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