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O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer

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Academic year: 2021

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O Livro de Crescimento de

Igreja

História, Teologia e Princípios

The Book of Church Growth

Thom S. Rainer 2009

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Prefácio

Talvez mais que qualquer outro evento até hoje, a publicação de “O Livro do Crescimento de Igrejas” marca o início da era do Movimento de Crescimento de Igrejas. Thom Rainer executou o que muitos veteranos do crescimeto da igreja tem desejado por anos – um bom livro para o ensino sobre o Crescimento de Igrejas.

O livro “Entendendo Crescimento de Igrejas” de Donald McGavran (Eerdmans), agora em sua terceira edição, revisada e atualizada, continuará sendo um clássico fundamental do movimento. Ninguém será capaz de se dizer profissional com habilidade na área sem ter lido e assimilado esse livro. Entretanto, “Entendendo Crescimento de Igrejas” possui limitações. Como trabalho pioneiro, reflete o que Thom Rainer chama de “A Era McGravan”, quando as idéias de uma pessoa são estabelecidas como paradigmas básicos para que outros sigam, portanto é limitado e obsoleto. Muito foi acrescentado ao Movimento de Crescimento de Igrejas desde 1970, quando o livro foi publicado pela primeira vez.

A segunda geração de líderes do Crescimento de Igrejas, aqueles que estudaram diretamente com McGravan nos anos de 1960 e 70, não possuem inclinação para escrever um livro compreensível. Antes, escolheram dirigir suas pesquisas e escritos para áreas mais específicas do Crescimento de Igrejas sugeridas, tanto explícita como implicitamente, pelos escritos de McGravan. Através das contribuições da segunda geração, o Movimento de Crescimento de Igrejas começou a amadurecer.

Thom Rainer é um notável representante da terceira geração. Ele não estudou com McGravan ou Wagner. Não possui certificado do Seminário Fuller. Começou sua observação no Movimento de Crescimento de Igrejas apenas como um praticante neutro na área, que não tinha profundo interesse em ver almas ganhas para Cristo e igrejas se multiplicando. Se, em sua opinião, os princípios do Crescimento de Igrejas ajudassem a acelerar a evangelização em sua comunidade e no mundo, ele os adotaria. Se não, ele rapidamente procuraria por ajuda em outro lugar.

Assim como O Livro do Crescimento de Igrejas mostra, Dr Rainer gostou do que viu. Gostou o suficiente para decidir dedicar duas facetas de sua carreira para seguir o Crescimento de Igrejas. Thom Rainer é uma daquelas raras combinações de estudioso e praticante. Então, decidiu, antes de tudo, dedicar a pesquisa e os escrito de seu Ph.D. ao assunto. Segundo, ele pessoalmente aplicou os princípios do Crescimento de Igrejas em seu ministério pastoral e, como resultado, viu igrejas crescerem. Como pastor da Igreja Batista de Green Valley, ele viu o número de membros chegar a 1.700 e a igreja ainda está crescendo.

Menciono isso apenas para dizer que não conheço alguém mais qualificado para escrever o primeiro verdadeiro livro do Movimento de Crescimento de Igrejas. Sinto-me privilegiado por conhecer Thom pessoalmente e sentir que seu coração está em Deus e Seu Reino. Estou impressionado com a amplitude de seu trabalho. Rainer abrange a área desde Roland Allen até livros relevantes publicados apenas dois meses antes de eu ler o manuscrito.

Esse não é um livro apenas para seminários e escolas bíblicas, mas para pastores e líderes de igreja, independente de onde estejam e qual seja denominação religiosa. Se você quer tirar sua igreja do ponto morto e move-la vigorosamente para frente, para a glória de Deus, não encontrará fonte melhor que O Livro do Crescimento de Igrejas que você está prestes a ler.

C. Peter Wagner Seminário Teológico de Fuller Pasadena, Califórnia

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Agradecimentos

Meus alunos da Escola Beenson Divinity em Birmingham, Alabama, sempre me ouviram falar sobre a necessidade de um trabalho de introdução geral sobre o Movimento de Crescimento de Igrejas. O encorajamento e força deles desempenharam um papel importante na escrita “dO Livro”, o nome que deram ao projeto. Estou em dívida com todos meus alunos de Beenson, os estudantes mais capazes e talentosos, com quem me associei.

Um agradecimento especial à Broadman Press e ao editor desse livro, John Landers. O Livro do Crescimento de Igrejas foi minha primeira experiêcia em publicações com a Broadman e não me desapontei. John Landers e seus bons assistentes acrescentaram clareza e organização ao meu livro, enquanto me davam liberdade para expressar pensamentos e idéias.

Sou abençoado por ser pastor da Igreja Batista de Green Valley, uma igreja que tiveram uma visão de muitas das idéias expressas nesse livro. Minha talentosa e alegre secretária, Virginia Barksdale, contribuiu com esse livro de inúmeras maneiras. Ela me mantém organizado, quando meu mundo seria uma desordem. Todo o maravilhoso staff da igreja de Green Valley merece reconhecimento por se unirem a mim e por me permitir testar minhas idéias e sonhos. Expresso minha mais profunda gratidão a todos do staff, especialmente ao grupo da essência ministerial: Chuck Carter, Charles Dorris, Marrion (Bubba) Eubank, Tim Miller e Rhonda Freeman.

Sem o apoio de dois de meus mentores, O Livro do Crescimento de Igrejas nunca se tornaria realidade. Lewis A.Drummond, que agora é professor Billy Graham de evangelismo e Crescimento de Igrejas na Escola Beenson Divinity, encorajou minha busca por pesquisar o Crescimento de Igrejas enquanto era um aluno do doutorado no Seminário Teológico Batista do Sul. C. Peter Wagner, que me honrou grandemente ao escrever o prefácio desse livro, tem me dado horas de entrevistas e correspondências, e centenas de páginas de materiais pertinentes. Ele é a razão primária de permancer convencido de que os melhores dias do Movimento de Crescimento de Igrejas estão por vir. O leitor verá a influência do Dr. Wagner do começo ao fim desse livro.

O Livro do Crescimento de Igrejas, de várias maneiras, é um projeto familiar. Meu irmão Sam Ranier Jr., deu um generoso suporte técnico e um amável encorajamento ao seu irmãozinho. Sam é realmente o escritor talentoso da família.

Peggy Dutton, mais conhecida por Peggy Sue, deve ser incluida na família Rainer. Peggy Sue digitou todo o manuscrito, revisou o trabalho, e redigitou quando necessário. Em incontáveis ocasiões, ela recebeu meus três filhos em sua casa, quando o pai deles precisava de uma tempo a sós para escrever. Que essas poucas palavras possam ser uma prova de minha profunda gratidão a Peggy Sue.

Em muitas maneiras, somos produtos de nossos anos de formação. Agradeço a Deus por minha mãe, Nan Rainer, que nunca parou de me apoiar, nunca parou de acreditar em mim, nunca parou de orar por mim e nunca parou de me amar. Ele tem sido uma fonte constante de ânimo para esse livro e para minha vida. A memória de seu esposo e meu pai, Sam Rainer Sr., tem me fortalecido em meus momentos de fraqueza.

A maior parte do crédito desse livro, entretanto, vai para a bela dama chamada Nellie Jo Ranier, e três presentes de Deus, chamados Sam Ranier III, Art Rainer e Jess Rainer. Meus três garotos nunca deixaram de orar pelo papai e por tudo o que faço. Nenhum pai poderia ser mais abençoado que eu. O amor de uma esposa foi minha motivação terrestre para continuar escrevendo com as datas de entrega se aproximando e as pressões aumentando. Jo não foi apenas minha primeira revisora, mas também usou sua própria habilidades em Crescimento de Igrejas para melhorar esse livro. Com seu olho aguçado para detalhes e sua habilidade de

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4 indentificar-se com o futuro leitor resultou em muitos aperfeiçoando. Agradeço a você, Jo, pelas incontáveis horas que colocou nesse livro. Acima de tudo, obrigado por me amar e por ser me apoiar por mais de quinze anos.

Uma palavra final. Há, mais ou menos, vinte e cinco anos atrás, em Union Springs, Alabama, um treinador de futebol americando do colegial, chamado Joe Hendrickson me apresentou o Salvador cuja igreja escrevo nesse livro. Nunca agradeci meu treinador pela eterna diferença que fez em minha vida, e não sei onde ele está hoje. Talvez, de alguma maneira, essas palavras o encontrem, treinador. Obrigado por ter se preocupado tanto com uma criancinha faminta para contar a ela sobre o Pão da Vida.

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Introdução

Foi um começo incomum. Eu era um estudante em uma aula de seminário, lidando com questões contemporâneas da missão Cristã. Um dos requerimentos do curso era um trabalho de pesquisa , e o tópico deveria ser escolhido de uma lista dada pelo professor. Entre os assuntos naquela lista estavam duas palavras: “Crescimento de Igrejas”. Fiquei curioso. O que o Crescimento de Igrejas tinha a ver com missão? Por que aquele tópico era uma questão contemporânea “árdua”? Decidi escrever sobre Crescimento de Igrejas.

Esse começo incomum, porém, tomou um outro rumo quando pedi alguma bibliografia sobre o assunto ao professor. Quase todos os livros que ele me recomendou tinha uma forte inclinação contra o Crescimento de Igrejas. Foi minha primeira amostra de algumas das fortes emoções que emerge desde que o Movimento de Crescimento de Igrejas começou em 1955.

Muitos pastores, funcionários da igreja, e membros leigos têm sido expostos a algum tipo de Crescimento de Igrejas. Eles já tinham ouvido falar de C. Peter Wagner, Donald McGravan, George Hunter ou Elmer Towns. Eles talvez já tinham ido a alguma conferência lidando com questões críticas como pessoas que nasceram durante o baby boom, adoração contemporânea, Igrejas CAMEO (venha e conheça os outros) ou crescimento da Escolas Dominicais. Ainda que talvez, muitos dos interessados em Crescimento de Igrejas conhecem pouco do “grande quadro”. O que exatamente é Crescimento de Igrejas? Como o grande movimento começou? Onde está apoiado? Quais os principais princípios que o movimento tem defendido por quase quarenta anos?

O objetivo desse livro é introduzir os leitores ao “grande quadro” do Crescimento de Igrejas. O livro é dividido em três grandes seções: história, teologia e princípios. Cada seção é independente, e também integralmente ralacionada com as outras. Aqueles com interesse na história contemporânea da igreja podem pesquisar primeiro na história do Movimento de Crescimento de Igrejas. Os teólogos que lerem esse livro, podem começar pela parte dois, que lida com a teologia do Crescimento de Igrejas. Muitas das críticas contra o movimento têm sido teológicas e, certamente, é justo perguntar se o Crescimento de Igrejas tem fundamento teológico. Finalmente, os pragmatistas podem decidir pular as duas primeiras partes para descobrir os princípios do crescrimento da igreja. Afinal, o movimento começou com alguém perguntando: “Por que algumas igrejas crescem e outras não?” Crescimento de Igrejas é um movimento pragmático, e seus princípios foram escritos anos antes de alguém escrever sobre sua história ou teologia.

Um livro que tenta ser tão compreensível quanto este, carece em detalhes. Por exemplo, capítulo 19 trata da liderança e do Crescimento de Igrejas, assunto de um livro inteiro de C. Peter Wagner1. Espero que cada capítulo forneça bibliografia suficiente para aqueles desejosos de estudar uma área em maior detalhe.

Ainda que escrito por um defensor do Crescimento de Igrejas, este livro busca apresentar uma visão objetiva do movimento. Examinará contribuições assim como críticas. Algumas das críticas refletem um conhecimento superficial do Crescimento de Igrejas (“Eles apenas se interessam por números!”). Outros, talvez, tenham mérito nos primeiros anos do movimento (“Eles parecem não se importar com interesses sociais.”).

O que mais tem me impressionado sobre os líderes do Crescimento de Igrejas, entretanto, é a mente aberta e a vontade de mudar. Se alguma crítica foi justificada, aqueles

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C. Peter Wagner, Liderando sua igreja ao crescimento (Ventura, CA: Reagal, 1984). Esse livro é um clássico da literatura de Crescimento de Igrejas. Pastores, em especial, apreciarão o discernimento que Wagner dá ao papel dela no Crescimento de Igrejas.

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6 líderes se ajustam adequadamente. Talvez seja o espírito pacificador e a atitude receptiva que ganhou muitos críticos e levou o Crescimento de Igrejas a se tornar a voz de credibilidade no evangelismo ao fim do século vinte.

Muitos anos atrás, perguntei a C. Peter Wagner o que ele esperava ser a contribuição do Movimento de Crescimento de Igrejas. Despretensiosamente, ele respondeu que seu alvo máximo é que o movimento glorifique a Deus. Para um passo significativo, acredito que o alvo foi alcançado. Se este livro, em uma pequena medida, alcançar o mesmo alvo, então descansarei com a certeza que o meu trabalho não foi em vão.

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Conteúdo

Parte I – A História do Movimento de Crescimento de Igrejas

1. A História do Movimento de Crescimento de Igrejas... 09

2. Os Precursores do Crescimento de Igrejas... 13

3. Nasce Um Movimento, 1955 – 1970... 16

4. Um Movimento se Luta e Cresce, 1970 – 1981... 20

5. A Era Wagner, 1981 – 1988... 25

6. Rumo ao Século XXI, 1988 em diante... 30

Parte II – A Teologia do Crescimento de Igrejas 7. Uma Abordagem Sistemática da Teologia do Crescimento de Igrejas... 36

8. Bibliologia e Crescimento de Igrejas... 42

9. Teologia e Crescimento de Igrejas... 46

10. Cristologia e Crescimento de Igrejas... 50

11. Pneumatologia e Crescimento de Igrejas... 55

12. Angeologia e Crescimento de Igrejas... 60

13. Antropologia, Hamartiologia e Crescimento de Igrejas... 64

14. Soteriologia e Crescimento de Igrejas... 67

15. Eclesiologia e Crescimento de Igrejas... 72

16. Escatologia e Crescimento de Igrejas... 79

Parte III – Princípios do Crescimento de Igrejas 17. Princípios do Crescimento de Igrejas... 84

18. Oração: O Poder Por Trás dos Princípios... 86

19. Liderança e Crescimento de Igrejas... 93

20. Laicidade, Ministério e Crescimento de Igrejas... 98

21. Plantação de Igrejas e Crescimento de Igrejas... 102

22. Evangelismo e Crescimento de Igrejas... 108

23. Adoração e Crescimento de Igrejas... 113

24. Encontrando as Pessoas... 120

25. Receptividade e Crescimento de Igrejas... 125

26. Planejar, Definir Alvos e Crescimento de Igrejas... 133

27. Instalações Físicas e Crescimento de Igrejas... 136

28. Assimilação, Recuperação e Crescimento de Igrejas... 139

29. Pequenos Grupos e Crescimento de Igrejas... 142

30. Sinais e Prodígios e Crescimento de Igrejas... 147

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Parte I

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A História do Crescimento de Igrejas

Alunos como Mark se tornam fáceis de reconhecer. Mark veio à sessão de abertura da minha aula de Crescimento de Igrejas no seminário e sentou-se na fileira de trás, chamando a atenção. Ele absorveu tudo o que eu falava. Na terceira aula, ele já fazia muitas perguntas para debater. Mark era o clássico cético sobre o Crescimento de Igrejas.

A minha recompensa como professor veio no final do ano. Em avaliação da classe, Mark escreveu essas palavras: “Dr. Rainer, assisti suas aulas para cumprir o requerimento para a formatura. Inicialmente, não tinha desejo de estudar cresimento da igreja. Por muitas razões, minha atitude para com o Crescimento de Igrejas era muito negativo. Percebo agora, que minha atitude era o resultado de muita informação errônea. Mesmo não tendo “comprado” tudo sobre Crescimento de Igrejas, sinto-me muito positivo sobre as contribuições do movimento. Obrigado por „limpar o ar‟.

Nas páginas seguintes, espero “limpar o ar” – prover informações sobre um dos mais empolgantes desenvolvimentos no cristianismo do século XX. Nesta seção, veremos como o movimento começou e o que levou ao seu nascimento. Veremos as distintas eras do Crescimento de Igrejas, e os esforços e vitórias de cada era. Veremos um movimento que entrou em uma era de maturidade, ganhando aceitação na grande comunidade evangélica. Antes de começar essa jornada, é necessário introduzir e definir alguns termos e conceitos básicos.

O que é Crescimento de Igrejas?

Por serem tão comuns, as palavras “Crescimento de Igrejas” causam uma certa confusão sobre o significado preciso da frase. Quando a Sociedade Norte Americana para Crescimento de Igrejas escreveu sua constituição, incluiu uma comprida definição de Crescimento de Igrejas:

Crescimento de Igrejas é a disciplina que investiga a natureza, expansão, nascimento, multiplicação, função e saúde das igrejas Cristãs enquanto se relacionam com a implementação efetiva da incumbência de Deus para “fazer discípulos em todas as nações” (Mat. 28:18-20). Estudantes do Crescimento de Igrejas esforçam-se para integrar os eternos princípios teológicos com os melhores critérios das contemporâneas ciências social e comportamental, empregando como estrutura inicial de referência, o trabalho fundamental de Donald McGravan.2

Essa definição, mesmo prolixa, inclui alguns dos princípios básicos do Crescimento de Igrejas.

Crescimento de Igrejas é uma disciplina. Uma disciplina é uma área de estudo ou sistema com características distintas. Crescimento de Igrejas é aceita ao redor do mundo como uma disciplina merecedora de reconhecimento. Aulas na área são ensinadas em incontáveis seminários e faculdades de Bíblia e cadeiras de professor de Crescimento de Igrejas têm crescido em número. Conferências relacionadas à disciplina são realizadas todas as semanas, em vários lugares do mundo. Consultor de Crescimento de Igrejas se tornou uma profissão respeitada. Livros, direta ou indiretamente relacionados com Crescimento de Igrejas, poderiam encher uma pequena biblioteca.

Crescimento de Igrejas está interessado em fazer discipulos. Não é meramente uma ênfase em contar números. Enquanto o evangelismo, no sentido de converter pessoas, é

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10 de vital interesse, o coração do Crescimento de Igrejas é fazer desses novos Cristãos discipulos de Jesus Cristo. A maioria dos líderes do Crescimento de Igrejas considera “ser um membro da igreja com responsbilidade” como o barômetro para o discipulado3.

Crescimento de Igrejas integra as ciências sociais e comportamentais para ajudar a determinar como as igrejas crescem. Por exemplo, estudos demográficos são uma das muitas ferramentas do Crescimento de Igrejas. Enquanto demografia não é, necessariamente, um conceito bíblico, também não deixa de ser. Qualquer ferramenta ou método que não é contrário a Bíblia pode ser utilizada em Crescimento de Igrejas.

Crescimento de Igrejas, como movimento dos dias modernos, começou com o trabalho de Donald Mcgravan na Índia. Seu livro Bridges of God (As Pontes de Deus), publicado em 1955, é a “certidão de nascimento” do Crescimento de Igrejas. Estudaremos sobre ele e sua vasta contribuição por todo o livro.

Algumas tentativas têm sido feitas para simplificar a definição de Crescimento de Igrejas. Wagner, por exemplo, disse que “Crescimento de Igrejas significa tudo que está envolvido em trazer homens e mulheres, que não tem um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, à congregação e a se tornarem membros com responsabilidade”4. Mesmo essa definição sendo concisa, falha por não mencionar as ciências social e comportamental e o fundador do movimento, Donald Mc Gravan.

Talvez, então, podemos definir Crescimento de Igrejas sem toda a verbosidade da primeira definição, mas com mais detalhes que a definição de Wagner: Crescimento de Igrejas é a disciplina que procura entender , através de estudos bíblicos, sociológicos, históricos e comportamentais, por quê as igrejas crescem ou declinam. O Crescimento de Igrejas acontece quando a “Grande Comissão” de discípulos são colocados e evidenciados pelos responsáveis e frutíferos membros da igreja. A disciplina começou com o trabalho fundamental de Donald McGravan.

O Que é “O Movimento de Crescimento de Igrejas”?

Os próximos capítulos irão prover uma história e um resumo bem detalhado do Movimento de Crescimento de Igrejas. Por agora, uma definição básica irá introduzir o termo: O Movimento de Crescimento de Igrejas inclui todos os recursos de pessoas, instituição e publicações dedicadas a explicar os conceitos e a prática do crescimentoda igreja, começando com o trabalho fundamental de Donald McGravan em 1955.

No próximo capítulo veremos vários dos fatores que levaram ao nascimento do movimento. Também veremos algumas pessoas chave que influenciaram McGravan.

Que Tipo de Crescimento é Crescimento de Igrejas?

Uma igreja pode crescer por um fator ou a combinação de três fatores. Crescimento biológico acontece quando os membros da igreja têm filhos. Da perspectiva de Crescimento de Igrejas, o crescimento biológico é a fonte de menos interesse, pois o recém-nascido não é um discípulo de Cristo, como evidenciado pelo resposável, frutífero membro da igreja.

Crescimento por transferência acorre quando uma igreja cresce à custa de outra igreja. Se uma pessoa estava inativa em sua antiga igreja, ou se uma pessoa teve pouca oportunidade para um crescimento espritual, o crescimento pela transferência pode ser positiva pelos padrões

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Veja a discussão de Wagner em Strategies for Church Growth, 53-54. 4

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11 do Crescimento de Igrejas. Uma mudança como essa poderia resultar ao novo membro um grande distanciamento do discipulado. Em contraste, muitas das igrejas que têm como fonte primária o crescimento pela transferência são as beneficiárias da “troca de ovelhas”, o que raramente resulta em Cristãos profundamente comprometidos.

Crescimento pela conversão acontece quando pessoas se comprometem com Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Esse compromisso, quando evidenciado pelo responsável membro da igreja, é a maior preocupação das pesquisas e esforços do Crescimento de Igrejas.

Wagner e outros proponentes do Crescimento de Igrejas usam outras tipologias populares de evangelismo e Crescimento de Igrejas ao descreverem os parâmetros do movimento. Evangelismo envolvido em Crescimento de Igrejas é evidente em algumas de suas definições. Uma tipologia usa quatro classificações diferentes de acordo com as pessoas que estão sendo evangelizadas.

“E-0” ou “evangelismo-zero” acontece quando as pessoas que já são membros da igreja são evangelizadas. Quando essas pessoas fazer um compromisso com Cristo, o evangelismo assume seu lugar, mas a igreja não experimenta um crescimento quantitativo.

“E-1” ou “evangelismo um” éo evangelismo que acontece fora da igreja, mas dentro do mesmo grupo cultural. Poucas barreiras precisam ser superadas quando o evangelho é compartlhado com alguém do mesmo meio cultural do que evangelismo em culturas diferentes. Tipicamente, a linguagem, a comida, os costumes e as experiências de vida, tanto do evangelista quanto do receptor da mensagem do evangelho, são muito similares.

“E-2” ou “evangelismo dois” e “E-3” ou “evangelismo três” são tipos de evangelismo em culturas diferentes. Aquele que evangeliza deve alcançar pessoas em uma cultura diferente da sua. Tipicamente, o evangelismo “E-2” é compartilhar o evangelho com pessoas de uma cultura diferente, mas similar. Por exemplo, americanos evangelizando pessoas da França seria considerado “E-2”, mas, americanos evangelizando chineses, uma cultura mais distante, se encaixaria na categoria “E-3”.

O Crescimento de Igrejas também poderia ser classificado em quatro tipos distintos de crescimento. Crescimento interno é a maturidade espiritual dos membros. Como membros individuais de um corpo espiritualmente maduro através da adoração, do estudo da Bíblia, oração, serviço e manifestação dos frutos do Espírito, o corpo unido cresce em força. Nos primeiros anos do Movimento de Crescimento de Igrejas, o crescimento quantitativo era, virtualmente, sinônimo de Crescimento de Igrejas. Agora, escritores, como Wagner, também incluem crescimento interno ou espiritual como uma categoria de Crescimento de Igrejas.

Crescimento de expansão é o crescimento numérico de uma congregação local. O tipo de crescimento de expansão mais mencionado pelo Movimento de Crescimento de Igrejas é o crescimento pela conversão. Os membros saem para o mundo, ganham pessoas para Cristo, e trazem eles para a lista de membros da igreja.

Crescimento de ampliação é o Crescimento de Igrejas que é sinônimo de criação de igrejas. Novos conversos da mesma cultura como a mãe igreja se reunem em novas congregações. Evangelismo “E-1” pode resultar em crescimento de ampliação.

Crescimento de conexão também é uma forma de criar igrejas, mas os novos conversos são de uma cultura diferente daquela do evangelizador. Tanto evangelismo “E-2” como “E-3” podem resultar em crescimento de conexão, dependendo da distância cultural do evangelizado e do evangelizador.

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Qual a Diferença entre Evangelismo e Crescimento de Igrejas?

Dependendo do entendimento de evangelismo, a definição de Crescimento de Igrejas pode ter envolvimento significante com evangelismo. Por exemplo, Lewis Drummond define evangelismo como “um esforço planejado para confrontar um descrente com a verdade sobre Jesus Cristo e suas alegações, e para desafia-lo com a visão de leva-lo ao arrependimento a Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo, desta maneira, para a comunidade da igreja”.5

Enquanto o “crescimento por conversão”, para usar a terminologia do Crescimento de Igrejas, é o alvo primordial do evangelismo. A definição de Drummond também inclui “comunhão da igreja” como evidência de que o processo evangelístico está completo. Se tal definição de evangelismo é aceita, Crescimento de Igrejas e evangelismo são bem similares. A maioria das definições de evangelismo se preocupa apenas com a proclamação do evangelho, com o desejo de levar alguém a Cristo. Nessa noção, evangelismo pode ou não levar ao Crescimento de Igrejas. A igreja apenas experimentará o crescimento se a conversão leva-lo à comunidade da igreja.

O Crescimento de Igrejas, então, na noção mais estrita da definição, é mais compreensível que o evangelismo. Uma igreja pode experimentar o crescimento vindo do evangelismo, mas também pode crescer pelo crescimento biológico e pela vinda de outros Cristãos. Enquanto você ouve e lê material de defensores do Crescimento de Igrejas, notará uma óbvia inclinação por Crescimento de Igrejas que também é crescimento do reino. Nesse respeito, evangelismo e Crescimento de Igrejas são parentes próximos.6

Onde o Conceito de Crescimento de Igrejas Começou?

É surpreendente ver como os conceitos de Crescimento de Igrejas rapidamente se espalharam nos últimos anos. Denominações importantes, que antes eram grandes críticos do movimento, estão publicando materiais e livros difundindo os princípios do Crescimento de Igrejas. Seminários estão criando cadeiras para professores dedicados ao Crescimento de Igrejas. O movimento se tornou ansiosamente aceitável ao nível das igreja locais que conferências e convenções sobre Crescimento de Igrejas são muito freqüentadas.

Precisamos reconhecer que os conceitos defendidos pelo Movimento de Crescimento de Igrejas são tão antigos quanto os primeiros anos da igreja de Atos. Citar 1955 como o “nascimento” do movimento, negligencia maiores eventos históricos como o reavivamento dos séculos XVII e XVIII; as contribuições evangelísticas de homens como John Wesley, George Whitefield e Charles Spurgeon; a abordagem metodológica de Charles Finney; ou o movimento das escolas dominicais adotado pela Convenção Batista do Sul. Esses e outros fatores são influências significantes no Crescimento de Igrejas atual. Esse livro, entretanto, foca, especificamente, no movimento que começou com o trabalho missionário de Donald McGravan.

Onde o movimento começou? Como cresceu tão rapidamente e onde está a liderança do movimento? Nos próximos capítulos responderemos essas e outras questões. Primeiramente, porém, examinaremos os fatores que influenciaram e levaram ao Movimento de Crescimento de Igrejas moderno.

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Lewis A. Drummond, Leading your church in Evangelism (Nashville: Broadman, 1975), 21. 6

Para uma discussão mais aprofundada, veja C. Peter Wagner, “Evangelism and the Church Growth Movement” in Thom S. Rainer, ed., Evangelism in the Twenty-First Century (Wheaton, IL: Harold Shaw, 1989). Wagner discute os aspectos da organização, educação, teologia, preocupações sociais, eclesiologia e metodologia de duas áreas.

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Os Precursores do Crescimento de Igrejas

Mesmo 1955 sendo a data reconhecida como o nascimento do Movimento de Crescimento de Igrejas, muitos fatores precipitaram e influenciaram o movimento, anos antes de seu início oficial. Quanto tempo antes deveríamos pesquisar para descobrirmos esses fatores? Movimentos históricos no livro de Atos influenciaram diretamente o movimento, como é evidenciado pelas freqüentes referências a Atos na literatura de Crescimento de Igrejas.

Esse capítulo, porém, mostrará as influências diretas de Donald McGravan, fundador do movimento. Devemos lembrar que McGravan estava no campo missionário na Índia, quando escreveu o livro fundamental, “The Bridges of God” (As Pontes de Deus), em 1955. Seu entendimento do que “missão” significava, o influenciou grandemente e, eventualmente, influenciaram o Movimento de Crescimento de Igrejas.

O Entendimento de McGravan Sobre Missões Cristãs

O que significa ser missionário? Qual é o primeiro propósito da missão Cristã? Missiologia é um campo de estudo que examina essas e outra importantes questões sobre missão Cristã. Alguns missiologistas colocam a muita ênfase nas boas ações: hospitais, ajuda a agricultores e dar assistência em projetos de construção. Outros vêem a educação e a construção de escolas como os principais trabalhos da missão. A maioria dos trabalhos evangelísticos na missiologia dá ao evangelismo um papel proeminente, senão prioritário, nas missões.

Evangelismo, ou uma ênfase em converter não-Cristãos a Cristo, é a maior preocupação das missões que influenciou a abordagem de Donald McGravan, em seu chamado na Índia. McGravan seguiu o caminho iluminado por missionários como Henry Martyn e William Carey, que viram a salvação de almas como a prioridade das missões Cristãs. Igualmente, o Movimento dos Estudantes Volutários, cuja influência ainda se sente no início da carreira missionária de McGravan, enfatizado pela conversão de indivíduos como o propósito primário das missões. Sob a liderança de John Mott, Robert Speer e Herman Rutgers, o movimento mobilizou milhares de estudantes americanos e europeus a entregarem sua vida ao trabalho missionário, com o alvo de “evangelizar o mundo nesta geração”.

O conceito de conversão como a tarefa primária das missões é essencial para o pensamento do Crescimento de Igrejas. Outra importante fonte de pensamento, entretanto, é o conceito da eclesiocentricidade, definido como uma estratégia missionária centrada na igreja. Essa influência em McGravan é evidente em muitos escritos sobre Crescimento de Igrejas, nos dias de hoje. Esses escritos enfatizam a importância de novos conversos se tornarem ativos na congregação de uma igreja local. Eles salientam que o evangelismo não está completo até que um discipulado em uma igreja local seja evidente.

Líderes missionários como Henry Venn, no século XVIII, e Rufus Anderson, no século XIX, consideram as igrejas locais como central dos empenhos missionários. Enquanto o evangelismo continuava sendo a tarefa central, também era crucial estabelecer igrejas nativas para desenvolver novos crentes em discípulos da Grande Comissão. O entendimento de McGravan da missão Cristã é duplo: primeiro, conversão do perdido; segundo, uma estratégia centrada na igreja para o discipulado.

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Influências de McGravan no Campo Missionário

Donald McGravan viu as mais importantes tarefas do missionário que são evangelizar o perdido e, simultaneamente, estabelecer igrejas nativas, nas quais os discípulos podem crescer. Enquanto servia na Índia, McGravan sentiu que deveria colocar suas crenças em ação por três influências significativas. As duas primeiras influências eram homens com quem ele teve grande afinidade. A terceira influência era a situação particular da missão em que estava servindo.

Roland Allen. Roland Allen foi um missiologista com propósito único. Em seu livro, The Spontaneous Expasion of the Church and the Causes Which Hinder It (O Espontâneo Crescimento de Igrejas e as causas que o impedem), contém o tipo de ousadia e feroz pragmatismo que tipifica muito dos escritos do Crescimento de Igrejas nos dias atuais. Allen corajosamente declara que a igreja em seu tempo esqueceu os métodos missionários mostrados no Novo Testamento. A igreja, ele disse, estava negligenciando os princípios bíblicos necessários para um Crescimento de Igrejas, enquanto seguiam métodos e tradições não bíblicos. Uma das tradições seguidas foi criar intituições para atividades missionárias. Allen acreditava que instituições tiravam recursos humanos e fianceiros, que poderiam ser melhor utilizados para propagação da fé. Allen via com suspeita qualquer princípio que pudesse impedir o Crescimento de Igrejas . Como as palavras de Allen assemelham-se aos futuros escritos de McGravan e o Movimento de Crescimento de Igrejas!

J. Wakson Pickett. Enquanto a ousadia de Allen motivou McGravan, a pesquisa do bispo metodista J. Wakson Pickett fez com que o pai do Crescimento de Igrejas entrasse em ação. A pesquisa de Pickett mostrou que 134 estações missionárias no centro da Índia (onde McGravan servia) cresceu apenas 12% em dez anos. Assustado com o lento crescimento e poucas trocas de idéia, McGravan começou a pesquisar sobre Crescimento de Igrejas, em sua área, vendo estatísticas desde 1918.

Quando a pesquisa de Pickett foi publicada com o nome de Christian Mass Movements in India (Movimentos Cristãos de Massa na Índia), em 1933, McGravan se tornou um discípulo entusiasmado, aprendendo como as pessoas se tornavam Cristãs através de movimentos de massa. Eventualmente, os dois homens se uniram a dois outros autores em 1936 para publicar uma pesquisa adicional em um livro entitulado Church Growth and Group Converstions (Crescimento de Igrejas e Conversas de Grupo). McGravan escreveu a dedicação. Esse livro precedeu o nascimento do Movimento de Crescimento de Igrejas em quase duas décadas; ainda assim as palavras pareciam tão pragmáticas e zelosas como nos escritos do Crescimento de Igrejas nos dias de hoje: “Dedicado aos homens e mulheres que trabalham para o crescimento das igrejas, descartando teorias sobre o Crescimento de Igrejas que não funcionam, e aprendendo e praticando padrões produtivos que realmente levam pessoas ao discipulado e aumentando a Família de Deus”.7 A influência de Pickett sobre McGravan pode ser sentida ainda hoje no Crescimento de Igrejas em pelo menos três áreas.

Abordagem pragmática. A abordagem pragmática para as missões, de Pickett, é proclamada pelos defensores do Crescimento de Igrejas hoje: se é bíblico e se contribui para o crescimeto da igreja, então faça.

Movimentos de massa. Pickett apresenta a McGravan os “movimentos de massa”, que, mais tarde, McGravan chamou de “movimentos de pessoas”, porque movimentos de massa implicam “aceitação a Cristo pelas grandes massas de maneira impensada”8. McGravan explicou as espeficidades do movimento: “As pessoas se tornam Cristãs como se uma onda de

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J. W. Pickett, A. L. Warnshuis, G. H. Sigh e D. A. McGravan, Church growth and Group conversation, 5a ed. (South Pasadena, CA: William Carey Library, 1973). A primeira edição foi publicada em 1936.

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15 decisões por Cristo limpasse a mente do grupo, involvendo muitas decisões individuais, mas sendo meramente uma soma. Isso pode ser chamado de reação em cadeia. Cada decisão leva a uma outra e a soma total, poderosamente, afeta todo indivíduo. Quando as condições estão corretas, não apenas cada sub-grupo, mas o grupo inteiro preocupado decide junto”.9

Receptividade. Talvez o princípio de Crescimento de Igrejas mais claro, que veio de Pickett para McGravan para o Crescimento de Igrejas moderna é o pricípio da receptividade. Pessoas receptivas são aquelas que estão mais propensas a ouvir positivamente a mensagem do evangelho como um resultado de uma crise pessoal, dislocamento social e/ou o trabalho interno do Espírito Santo. Ambos, Pickett e McGravan, enfatizaram que recursos de pessoa, dinheiro e energia, em um mundo com recurso limitados, deveriam ser dirigidos a pessoas que estão mais propensas a ouvir e obedecer o evangelho de Jesus Cristo. Não negligencie pessoas não receptivas, eles dizem, mas use a maior parte dos recursos para alcançar o maior número de pessoas que desejam receber a Cristo.

A Situação da Missão de McGravan. McGravan foi grandemente influenciado por Allen e Pickett. Ele se voltou a esses homens como mentores, por causa de sua grande preocupação com a situação de sua missão em particular. Não fosse pela perspectiva triste de seu trabalho missionário, o Movimento de Crescimento de Igrejas, como conhecemos, não seria concebido. A discussão de sua situação na Índia, é vital para nosso entendimento dos eventos que levaram a data de nascimento, 1955, do crecimento da igreja.

McGravan se preocupou primeiro com a situação de sua missão em particular, nos anos de 1930, quando ele era um secretário executivo e tesoureiro da Sociedade Missionária Cristã Unida na Índia. Suas responsbilidades incluiam a supervisão de oitenta missionários, cinco hospitais, muitas escolas, esforços evangelísticos e uma casa de hanseníase. Apesar dos enormes recursos gastos em sua missão, McGravan estava profundamente perturbado que, após muitas décadas de trabalho, a missão tinha apenas de vinte a trinta igrejas, e todas elas não estavam tendo nenhum crescimento.

McGravan deixou sua posição administrativa, e passou seus próximos dezessete anos criando igrejas e pesquisando sobre Crescimento de Igrejas. Seu interesse aumentou ao estudar as 145 estações missionárias na Índia. Das 145 estações, apenas 11 estavam mantendo o ritmo de crescimento da população da Ídia! Ainda assim, nove estações tinham dobrado em apenas três anos, a maioria com conversões de adultos. Ele se perguntava de novo e de novo: “Como calcular crescimento e não crescimento em situações idênticas, em que, presumivelmente, os missionários têm sido igualmente fiéis?” Questões como essas estão por trás das pesquisas de Crescimento de Igrejas nos dias de hoje.

A situação missionária de McGravan, e a percepção de que as oportunidades para o evangelismo estavam se perdendo a cada dia, deu-lhe a noção de urgência do dever. Foi essa noção de urgência que o levou para fora da administração e para dentro das igrejas e das pesquisas; seus anos de pesquisa, enfim, o levaram a escrever The Bridges of God, o livro que sinalizou o Movimento de Crescimento de Igrejas. No próximo capítulo testemunharemos o nascimento do Crescimento de Igrejas, e veremos os primeiros anos decisivos sob a liderança de Donald McGravan.

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Nasce Um Movimento

(1955-1970)

Donald Anderson McGravan nasceu em Damoh, Índia, em 15 de dezembro de 1887. Filho de pais missionários, John Grafton McGravan e Helen Anderson McGravan. Seus avós também eram missionários. McGravan foi para a América para fazer faculdade e pós-graduação. Em 1923, ele tinha três diplomas, e voltou aos Estados Unidos para receber o doutorado em Filosofia, pela Universidade de Columbia, em 1936.

Após sua ordenação pelos Discípulos de Cristo em 1923, McGravan voltou para a Índia como um missionário indicado pela Sociedade Missionária União Cristã. Sua primeira atribuição foi superintender o sistema de escolas missionárias em Havda. Essa posição foi seguida pela atribuição administrativa, como diretor de Educação Religiosa para a Missão da Índia e, subsequentemente, como o secretário-tesoureiro. Sua experiência na Índia incluiu administração hospitalar, educação, evangelismo rural, criação de igrejas e pesquisa. McGravan també se envolveu com a tradução do Novo Testamento para o Chattisgarhee, uma língua indiana. Ele também produziu um filme retratando a vida dos missionários, entitulado “Amor que constrange”.

Depois de doze anos de serviço missionário, McGravan começou a se indagar sobre o Crescimento de Igrejas. Influenciado pelos trabalhos de Pickett, o Conselho da Província da Índia Central pediu para McGravan investigar a falta de crescimento nas igrejas indianas. Resultado de seus estudos foi publicado em 1936 sob o título de Missões Cristãs na Índia Central. Em 1956, o trabalho foi publicado com o novo títulode Crescimento de Igrejas e Conversas em Grupo, a terceira edição do livro. A quinta edição do livro foi publicada em 1973.

Agora, o interesse de McGravan em Crescimento de Igrejas se transformou em paixão. Entre 1936 e 1953, ele acumulou uma grande quantidade de idéias e pesquisas sobre Crescimento de Igrejas. Em 1953, a esposa de McGravan tomou para si a responsabilidade pela missão, para que ele pudesse se isolar em uma retirada para a floresta. Foi desejo dele, juntar duas décadas de seu pensamento sobre o Crescimento de Igrejas. Mal sabia McGravan que estava escrevendo um livro que marcaria o início de um novo e grande movimento missiológico.

As Pontes de Deus

Depois de terminar sua pesquisa, McGravan completou o manuscrito em apenas um mês. Ele mandou seu trabalho para o Senhor Kenneth Grubb da World Dominion Press, que pediu muitas mudanças. O problema primário expresso por Grubb era a nova terminologia no livro. “Movimento de pessoas”, “aperfeiçoando” e “discipulando” eram termos que Grubb queria que fossem mudados para termos de uma linguagem mais tradicional. McGravan se recusou a fazer essas mudanças, e as primeiras palavras do vocabulário do Crescimento de Igrejas estavam criadas. Em 1955, The Bridges of God (As Pontes de Deus) foi publicado, nascia, então, o Movimento de Crescimento de Igrejas.

As reações ao livro foram imediatas. Resenhas negativas e positivas foram publicadas em todos os continentes. Alguns dos mais conhecidos missiologistas receberam a publicação com muito entusiasmo. Kenneth Scott Latourette, historiador missiológico e da igreja, escreveu na introdução do livro: “Ao atento leitor desse livro será como um sopro de ar fresco, estimulando-o a desafiar programas herdados e se aventurar corajosamente por caminhos nunca antes testados. É um dos mais importantes livros sobre métodos missionários que

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17 aparece em muitos anos”. George F. Vicedom elogiou: “Esse é, em muitos respeitos, um livro revolucionário e o autor deve ser felicitado por sua coragem em escreve-lo. Ninguém conseguirá lê-lo sem se sentir estimulado a repensar a diretriz missionária em muitas terras”. Discussão e debate continuariam por muitos anos.

Wagner resumiu a discussão de The Bridges of God em quatro áreas principais: teológica, ética, missiológica e processual.

O debate teológico se centrou no conceito de McGravan sobre evangelismo. Ele via o evangelismo como mais que apenas proclamar o evangelho; insistia que a evangelização seria incompleta até que a pessoa se tornasse um responsável discípulo de Cristo. Depois, defensores do Crescimento de Igrejas, como C. Peter Wagner veriam membros ativos na igreja como evidência de discipulado responsável. Em outras palavras, evangelismo efetivo poderia ser medido por crescimento numérico da igreja.

À questão ética concerne o pragmatismo de McGravan. Ele levou a sério, e literalmente, a ordem de Cristo de fazer discípulos. Não era suficiente jogar as sementes, e esperar que Deus produzisse os resultados. Responsabilidade final era o lema de McGravan, e essa responsbilidade acontece ao avaliar os resultados numéricos. Críticos dizem que um pragmatismo com esso poderia resultar em tentativas com muita pressão para persuadir pessoas a tomarem sua decisão ao lado de Cristo. Eles temem que as pessoas se tornem apenas vitórias estatísticas.

A questão missiológica pode produzir o maior debate pelas próximas três décadas. A típica abordagem Ocidental para o evangelismo era pregar um evangelho individualista e esperar as decisões por Cristo uma a uma. McGravan observa que um maior número se tornava Cristão tomando decisões indivíduais coletivamente: famílias, familiares, vilas, tribos, etc. Esse processo de conversão é chamado de “Movimento de público”. McGravan percebeu que os evangelistas mais eficazes eram aqueles que procuravam ganhar pessoas de sua própria raça, pessoas de dentro de sua própria cultura, classe, tribo ou família. A controvérsia que surgiu resultou do princípio da unidade homegênea. “Os homens desejam se tornar Cristãos sem ter que cruzar barreiras sociais, lingüísticas ou de classe”. Esse princípio é um resultado para o conceito de movimento de público.

A final e maior questão no Pontes de Deus era a questão processual. McGravan disse que o principal dever é o discipulado, levando descrentes a ter um compromisso com Cristo e uma comunhão ativa na igreja. McGravan também disse que o aspecto discipulando da Grande Comissão (Mat. 28:19) era um estágio distinto e separado do passo de “ensinar todas as coisas”, o que ele chamou de aperfeiçoando. Quando o aperfeiçoando acontece, a comunidade como um todo começa a viver um completo estilo de vida Cristão. A prioridade de McGravan do discipulando sobre o aperfeiçoando foi criticado nos fundamentos processual, explanatório e ético.

As Pontes de Deus, no entanto causou seu impacto. McGravan logo foi muito solicitado como palestrante. Ele foi convidado como professor visitante das missões em sete escolas diferentes em um período de três anos. A mensagem do Crescimento de Igrejas começou a alcançar um público maior.

O Movimento se Torna uma Instituição

A longevidade do Movimento de Crescimento de Igrejas pode ser atribuido, em grande medida, ao início da institucionalização do movimento. Enquanto McGravan viaja e ensinava, ele sonhava em fundar uma instituição que carregasse os princípios do Crescimento de Igrejas. Seu sonho se tornou realidade em 1960, quando a Faculdade Cristã do Noroeste em Eugene,

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18 Oregon o convidou para localizar seu Instituto de Crescimento de Igrejas em seu campus. O Instituto começou em operação total em 1961. McGravan explicou os princípios do instituto.

Neste momento, a missão mundial encara um fato curioso – o conhecimento de como as igrejas crescem é limitado. Exemplos de Crescimento de Igrejas acontecem, mas são trancados em compartimentos lingüísticos, geográficos e denominacional. Pouco conhecimento sobre o Crescimento de Igrejas está disponível. Poucos livros foram publicados sobre o assunto. O que está disponível é de pequena circulação. O aumento dos membros é uma função central da missão, mesmo que a missão mundial não tenha um lugar de compensação para aprender sobre isso, sem ter um lugar dedicado para pesquisas relativo a isso, nenhum centro em que missionários aprendam as muitas, muitas maneiras que as igrejas se multiplicam, uma maneira distinta para cada população em particular. Esse desastroso vazio em conhecimento e treinamento impedem toda a iniciativa missionária.

O Instituto de Crescimento de Igrejas foi lançado pela Faculdade Cristã do Noroeste, em Eugene, Oregon, EUA, com a ajuda da Sociedade Missionária Cristã Unida de Indiana, como esforço pioneiro para preencher o vazio.

No Instituto de Crescimento de Igrejas, pioneiros no movimento começaram a esclarecer a terminologia e os métodos. O Instituto também providenciou o incentivo para que o movimento começasse a publicar os conceitos do Crescimento de Igrejas. Primeiro, McGravan publicou três estudos de casos em Crescimento de Igrejas. Logo, porém, William B. Eerdmans publicou dois livros que iniciaram a Série de Crescimento de Igrejas. O movimento começou a chamar mais atenção ao publicar o Boletim de Crescimento de Igrejas (depois chamado de Crescimento de Igrejas Global). Esse periódico era bimestral, uma publicação de dezesseis páginas editado por McGravan era dedicado aos conceitos do Crescimento de Igrejas. A resposta foi tão forte, que logo tinha mais assinantes que a tão conhecida Revista Internacional das Missões. Essas primeiras publicações deram ao Movimento de Crescimento de Igrejas grande visibilidade e influência e levantou a estatura do Instituto de Crescimento de Igrejas.

A Conferência de Iberville de 1963, também solidificou a influência do Crescimento de Igrejas durante os anos do Instituto em Eugene. Essa conferência, patrocinada pelo Conselho Mundial das Igrejas no Canadá, foi uma consulta sobre Crescimento de Igrejas. Pickett, McGravan e Tipett foram convidados para apresentarem o ponto de vista do movimento. Muitos participantes da conferência apoiaram, apaixonadamente, a teoria do Crescimento de Igrejas. A Consulta, como um corpo, editou um relato formal, endossando os doze pontos do Crescimento de Igrejas, e a aprovando os primeiros empenhos do Movimento de Crescimento de Igrejas.

Talvez, o único progresso mais importante em manter o Movimento de Crescimento de Igrejas unido se espalhou em 1965. McGravan foi convidado para o Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, California. Lá ele reestabeleceu o Instituto de Crescimento de Igrejas e se tornou o reitor fundador da Escola da Missão Mundial de Fuller. Tipett acompanhou McGravan nessa nova aventura, e a escola da Missão Mundial e o Instituto de Crescimento de Igrejas começaram a operar como uma instituição de graduação em Setembro de 1965.

Delos Miles afirma, “Nada de tão grande importância aconteceu com a ênfase de McGravan no Crescimento de Igrejas quanto sua mudança para o baluarte de Fuller em Pasadena”. A escola Fuller se tornou o lugar em que muitas das atividades de Crescimento de Igrejas acontecem. Incluindo nas organizações e serviços na área de Pasadena está a biblioteca de William Carey, o maior publicador de literatura do Crescimento de Igrejas no mundo, fundado em 1969 por Ralph D. Winter; uma loja de desconto para livros de Crescimento de Igrejas, o Crescimento de Igrejas Clube do Livro, fundado em 1970; o Instituto de Crescimento de Igrejas Americana, fundado por Win Arn em 1973; o Instituto para Evangelismo e Crescimento de Igrejas Charles E. Fuller, em 1976; o Centro de Missões Avançadas de Pesquisa

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19 e Comunicação (MARC); um serviço de Visão Mundial da Divisão de Pesquisa e Evangelismo Internacional; e o Centro Americano para a Missão Mundial, fundado em 1982 por Ralph Winter para ajudar a alcançar pessoas do mundo.

O último significante desenvolvimento na era McGravan do Movimento Americano de Crescimento de Igrejas foi escrever Understanding the Church Growth (Entendendo Crescimento de Igrejas), que foi publicado em 1970. Wagner chamou de “a carta Magna do Movimento de Crescimento de Igrejas”. Entendendo Crescimento de Igrejas expressa o pensamento maduro de McGravan. O livro discute e promove a teologia, sociologia e metodologia do Crescimento de Igrejas. Considerando que As Pontes de Deus representaram o nascimento do movimento, Entendendo Crescimento de Igrejas trouxe a era McGravan a uma conclusão adequada.

Embora a influência de McGravan no Crescimento de Igrejas diminuisse depois de 1970, ele continuou fazendo significantes contribuições. McGravan deu aulas na Fuller até a idade de 83 anos; depois de se aposentar, ele manteve um planejamento ativo para escrever, pesquisar, viajar, e falar até a sua morte em 1991. Dizer que a era McGravan terminou em 1970, com a publicação de Entendendo Crescimento de Igrejas, não significa que a influência de McGravan no Crescimento de Igrejas acabou. Pelo contrário, a influência do pai do Movimento de Crescimento de Igrejas será evidente em missiologia e evangelismo por décadas. Entretanto, desde que McGravan dirigiu sua maior atenção ao Crescimento de Igrejas nas nações de terceiro mundo e outras áreas fora dos Estados Unidos, o Crescimento de Igrejas na América ficaria sem liderança por aproximadamente uma década.

McGravan foi o pioneiro do Movimento de Crescimento de Igrejas, mas um evento pioneiro deve, eventualmente, amadurecer ou morrer. Para o Crescimento de Igrejas, a maturidade não veio rapidamente. Na próxima década, debates, crises de identidade e dolorosas lutas aconteceriam antes que a comunidade teológica aceitasse o Movimento de Crescimento de Igrejas e suas muitas contribuições. Examinaremos essa era no próximo capítulo.

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Um Movimento Luta e Cresce,

1970 – 1981

Os anos de 1970 foram um tempo tanto de crescimento rápido, como de um recuo defensivo para o Movimento de Crescimento de Igrejas. Essa situação paradoxal fez com que alguns defensores do Crescimento de Igrejas promovessem sua missão sem nenhum constrangimento, enquanto outros usavam seu trabalho para defender os conceitos do Crescimento de Igrejas, que estavam sendo duramente criticados. Com exceção de McGravan, nenhum líder surgiu para ser o principal port-voz do movimento. McGravan não escrevia muito sobre o Crescimento de Igrejas na América. Ao invés disso, seus escritos estavam focados nas missões e Crescimento de Igrejas em outras partes do mundo.

A “gang de Pasadena” era o grupo que mais se identificava com o Crescimento de Igrejas. Esse grupo incluia aqueles que eram membros do primeiro corpo docente da Escola de Missão Mundial de Fuller: McGravan, Ralph Winter, Arthur Glasser, Charles Kraft, Allen Tipett e C. Peter Wagner. Podemos colocar também nesse grupo, Win Arn, que fundou o Instituto de Crescimento de Igrejas Americana, em 1972, e John Wimber, que se tornou o diretor fundador do Departamento de Crescimento de Igrejas, na Associação Evangelística de Fuller (agora, conhecido como Instituto de Evangelismo e Crescimento de Igrejas Charles E. Fuller).

Os anos de 1970 produziram alguns defensores do Crescimento de Igrejas fora de área de Pasadena. Kent R. Hunter fundou o Centro de Crescimento de Igrejas, em 1977, em Coruna, Indiana. Elmer Towns, que agora está na Universidade Liberty em Lynchburg, Virgínia, fez algumas contribuições, especialmente na área de crescimento da Escola Dominical. No círculo Batista do Sul, Charles Chaney e Ron Lewis foram co-autores do livro Design for Church Growth (Modelo para Crescimento de Igrejas).

Outros desenvolvimentos também moldaram o Crescimento de Igrejas nos anos de 1970. Delos Miles mostra sete fatores que moldaram o Movimento de Crescimento de Igrejas. O primeiro desenvolvimento ecumenismo evangélico. Esse tipo de ecumenismo foi melhor exemplificado no Congresso Internacional em Evangelismo Mundial, em 1974, em Lausanne, Suíça, e seu antecessor, o Congresso Mundial em Evangelismo que aconteceu Berlim em 1966. Esses encontros deram início a numerosos congressos nacionais sobre evangelismo, e colocou muitos líderes juntos pela primeira vez. Lausanne juntou muitos evangelizadores, incluindo líderes de Crescimento de Igrejas, com o compromisso teológico feito na Convenção de Lausanne.

De particular importância para o Movimento de Crescimento de Igrejas no novo ecumenismo foi a plataforma acessível que agora os líderes do Crescimento de Igrejas tinham. Os líderes do Crescimento de Igrejas tinham muita visibilidade, tanto em Lusanne como no Comitê para Evangelização Mundial de Lausanne. Os ocasionais trabalhos publicados pelo comitê incluia alguns dos tópicos mais discutidos na teoria de Crescimento de Igrejas.

Segundo, o relacionamento entre as superigrejas – igrejas grandes, agressivas e em crescimento – e o Crescimento de Igrejas também infuenciaram o movimento. Essas igrejas bem sucedidas numericamente tinham pastores de muita visibilidade que tinha uma liderança forte. Isso foi concebido como um princípio de Crescimento de Igrejas em muitos livros na década de 1970. As superigrejas, e seu vigoroso evangelismo e expansão, se tornaram modelos de Crescimento de Igrejas.

Terceiro, a era de 1970 coincidiu com a era do treinamento de evangelistas. Modelos para compartilhar o evangelho emanaram de organizações como a III Explosão Evangelística, a

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21 Associação Evangelítica de Billy Graham, Cruzadas Campais para Cristo. Batistas do Sul desenvolveram o WIN (Witness Involvement Now/ Envolvimento de Testemunhas Agora) e o TELL (Training Evangelistic Lay Leadership/ Treinamento Evangelístico de Liderança Leiga). Igrejas evangelísticas eram receptivas ao treinamento de testemunhas e aos preceitos do Movimento de Crescimento de Igrejas. As duas forças se complementavam.

Quarto, Crescimento de Igrejas enfatizava o papel de equipar todos os crentes para que fizessem o trabalho do ministério. O movimento de renovação leiga encontrou um aliado no Movimento de Crescimento de Igrejas, já que grupos independentes como Fé ao Trabalho, Gabinete Laico, os Companheiros e o Instituto de Renovação da Igreja se uniram a vários grupos denominacionais com enfâse em renovação leiga.

Quinto, o impacto Neo-Pentecostal no Crescimento de Igrejas pode ser localizado nessa era. Não apenas o Crescimento de Igrejas tocou positivamente o movimento carismático nas principais denominações, o impacto também veio de grupos de paraigrejas10como o Full Gospel

Bussiness Man‟s Fellowship International (Companheirismo Internacional dos Homens de Negócios pelo Evangelho Completo), Mulheres Incandescentes, PTL e o Clube 700.

Sexto, Miles também faz uma conjetura da influência da Escola Dominical no movimento Crescimento de Igrejas. Os batistas do sul chamam a atenção pelo Crescimento de Igrejas através da Escola Domincal na década de 1970. Há similaradades notáveis entre muitas doutrinas do Crescimento de Igrejas e crescimento da Escola Dominical.

E, finalmente, a sétima influência que afetou o Crescimento de Igrejas na década de 1970, de acordo com Miles, foi o Movimento Kenswick. Keswick se originou na Inglaterra na década de 1870. Enquanto Keswick focava no crescimento interno e espiritual, “Tinha grande potencial autorizar Cristãos a se voltarem para fora em crescimento de expansão, extensão e alcance”, isso também é um tipo de Crescimento de Igrejas.

A influência de McGravan no Crescimento de Igrejas americana chegou ao máximo em 1970 com a publicação de Entendendo o Crescimento de Igrejas. Ele fez, porém, duas significativas contribuições na décadade 1970 que ajudaram a estabelecer, firmemente, o Crescimento de Igrejas na América. Primeiro, em 1972, McGravan e Wagner ensinaram, em um curso experimental de Crescimento de Igrejas feito especialmente para uma nova geração de líderes na América. No mesmo ano, o livro The Growing Congregation (A Congregação Crescente) de Paul Benjamim foi publicado. Wagner descreveu o livro de Benjamim como “o primeiro esforço direto para aplicar os princípio do Crescimento de Igrejas para o contexto americano por uma casa publicadora denominacional”.

A segunda maior contribuição de McGravan para o Crescimento de Igrejas americana na década de 1970 foi o trabalho How To Grow a Church (Como fazer uma igreja crescer), um livro de co-autoria com Win Arn, em 1973. O livro foi escrito com um diálogo fácil de se entender entre McGravan e Arn. A linguagem altamente técnica do começo foi retirada, e muitos dos princípios do Crescimento de Igrejas foram aplicados no cenário americano.

Outros eventos ajudaram a moldar o Crescimento de Igrejas nessa época. Em 1972, Paul Benjamim fundou o Centro Nacional de Pesquisa do Crescimento, uma organização dedicada ao Crescimento de Igrejas na América. Também em 1972, a publicação de Por que Igrejas Conservadoras Estão Crescendo gerou muita discussão e debate. O autor era Dean Kelley, um executivo do Conselho Nacional das Igrejas. Sua apresentação, de que as igrejas conservadoras estavam crescendo mais rapidamente que igrejas liberais, complementou os preceitos do Crescimento de Igrejas, mas atraiu a crítica a muitas de suas observações.

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22 Apesar da abundância de escritos e influências no Crescimento de Igrejas, o movimento falhou ao estabelecer uma identidade clara. O material do Crescimento de Igrejas começou a ser publicado de tantas perspectivas diferentes que era difícil responder a pergunta: “Quem fala pelo Crescimento de Igrejas?”

Outro fator crítico, a ser adicionado à confusão nos círculos de Crescimento de Igrejas, foi a maneira como o movimento respondeu às críticas. McGravan foi o protagonista agressivo do movimento. Seus escritos eram diretos e sem desculpas. O tom sincero e polêmico dos pontos de vista de McGravan marcavam o ritmo em que o Crescimento de Igrejas, corajosamente se afirmava.

No início da década de 1970, os críticos do Crescimento de Igrejas começaram a acumular forças. Avanços estavam sendo feitos no Movimento de Crescimento de Igrejas, mas uma quantidade significante de tempo e recursos do movimento estavam sendo dedicados a responder às críticas. Uma amostra das críticas mostra o ambiente geral no qual o Crescimento de Igrejas se encontrava na década de 1970.

Alguns críticos mostraram desdenho pelo tipo de evangelismo herdado dos modelos de Crescimento de Igrejas. Comentando os conceitos da unidade homogênea, um crítico concluiu que o Crescimento de Igrejas era “um evangelismo sem o evangelho”. Crescimento de Igrejas, ele disse, tinha uma teologia de evangelismo “que reduzia o compromisso inicial do cristão a um apelo inofensivo, evitando a sugestão de que para se tornar um cristão, a pessoa deve dar as costas à ordem social que perpetua a injustiça”. A definição do Arcebispo William Temple para evangelismo era um modelo para entre os evangelistas durante anos, mas quando McGravan confirmou a definição, foi criticado por ter uma “descrição estreita de ... evangelismo”.

Wagner recebeu a parte mais difícil da crítica depois que a fúria sobre Entendendo o Crescimento de Igrejas se acalmou. Sobre abordagem de Wagner ao Crescimento de Igrejas e seu desenvolvimento, um crítico disse, “é precariamente deficiente como uma estratégia para o evangelismo”. Kenneth L. Smith da Colgate Rochester-Bexley-Crozier encontrou erro na estratégia de Wagner para o evangelismo, porque se concentrava no evangelismo “na noção estreita de „salvar almas‟”. Mais tarde, Smith caracterizou a metodologia de Wagner como “uma mistura de absolutismo teológico (i.e. a necessidade de uma experiência de renascimento) e ultilitarismo sociológico”.

Os anos setenta também foi a época em que Wagner começou a receber a teologia do rápido crescimento Pentecostal mais calorosamente. Seus pontos de vista não escaparam a percepção dos críticos. Depois que Wagner escreveu Look Out! The Pentecostals Are Coming (Prestem Atenção! Os Pentecostais Estão Vindo), um crítico disse que “esse livro parece com uma propaganda”.

A definição de evangelismo, ainda hoje, continua a ser um ponto de debate entre os defensores do Crescimento de Igrejas e os outros como era debatido em 1971, data da publicação Fronteiras na Estratégia Missionária de Wagner. Novamente, Wagner era o grande recipiente das críticas, exemplificado por um crítico que dizia que, teologicamente, Wagner caía “perigosamente próximo do Pelagianismo”.

Outra série de críticas de fogo rápido vieram daqueles que viam o Crescimento de Igrejas como uma teologia desencaminhada, e sociologia, e sociologia com uma exagerada ênfase em números. Falando em oposição ao conceito de que missão deveria enfatizar “o verdadeiro número de almas ganhas”, Sabbas J. Killian replicou: “Se alguém continuar a olhar para o Crescimento de Igrejas, exclusivamente, como salvação de almas, e a teologia como alimentar pessoas com uma fórmula permitida, alguém mal poderia falar em um entendimento de Crescimento de Igrejas hoje. Em uma situação de diáspora, números não revelam nada”.

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23 Enquanto nem todos os críticos sumariamente rejeitaram a importância de um crescimento numérico na missão, Robert K. Hundnut escreveu um repúdio do tamanho de um livro sobre a ênfase quantitativa da abordagem a missão.

Pessoas estão deixando a igreja. Não poderia ser um sinal melhor. De fato, enquanto eles estão deixando o rendimento da igreja está crescendo. Estava em 5.2% em 1973, de acordo com o Conselho National de Igrejas. Isso prova que quanto mais sérios os membros, mas vigorosa a igreja... A maioria das igrejas poderiam ser dois terços menores e não perderiam em poder. Na maioria das igrejas, o primeiro terço estão compromentidos, o segundo terço são periféricos, e o terceiro terço, estão fora.

Alguns antagonistas do Crescimento de Igrejas já não se irritam muito com a ênfase quantitativa do movimento como antes, na percepção de que o Crescimento de Igrejas sozinho reivindica exclusivo direito a essa ênfase. Em uma resenha de Entendendo o Crescimento de Igrejas, James Scherer escreveu “[McGravan] nos faria acreditar que o aumento numérico é rejeitado pela maioria das pessoas preocupadas com o trabalho missionário – uma visão que muitos leitores não estão propensos a aceitar – e que ele, sozinho, se mantém fiel ao missão de discipular as nações, enquanto outros vão atrás dos baalim das relevâncias sociais, relações ecumênicas, testemunhas institucionais, e por aí vai.”

Ainda assim, outros rejeitam o crescimento de igrejas como um legítimo movimento missiológico. Pouco depois de aparecer Ententendo o Crescimento de Igrejas, Killian afirmou que ele “descorda[va] de McGravan em quase tudo”. Alfred C. Krass questionou a legitimidade do crescimento de igrejas como um movimento.

Eles perderam as madeiras por causa das árvores, que eles nem precisavam subir. Na tentativa de desenvolver uma psicologia de missão, uma sociologia de missão, uma etnologia de missão, eles tinham a necessidade de começar por um ponto de partida com cada nova síntese. Em um certo ponto, eles pegaram a disciplina secular mais relevante e tentaram combina-la com preocupações missiológicas-teológicas reais – e raramente eles voltam àquela disciplina secular novamente, mas trabalham, pacientemente carregando uma imensa carga, tentando desenvolver uma nova ciência.

Outros críticos na década de 1970 tentaram aceitar as contribuições do crescimento de igrejas; ainda que encontrassem uma série de problemas teológicos e hermenêuticos. “Uma área problemática da teoria de crescimento de igrejas,” disse Orlando E. Costas, missiologista do Terceiro Mundo, “é o fato de que os teóricos não são capazes de trazer um som hermenêutico às suas aventuras teológicas.” Costas e outros críticos dizem que o Movimento de Crescimento de Igrejas “falhou... ao interpretar o texto à luz de muitas situações do homem contemporâneo”. A abordagem do crescimento de igrejas nas escrituras, desse modo, parecia, talvez somente, preocupados com as corretas estratégias para os melhores resultados. Como conseqüência, os defensores do crescimento de igrejas foram acusados de ignorar a pobreza, a opressão, e problemas sociais, econômicos e políticos.

Como resultado da hermenêutica superficial do crescimento de igrejas que os críticos declararam, o movimento desenvolveu um conceito de missão que era incompleto e não bíblico. Eles acreditavam que defensores do crescimento de igrejas tinham uma missiologia limitada, que focava apenas nos resultados e conversões e o ministério social cristão era tudo, menos desprezado; propagação da fé ofuscando completamente o evangelho de Jesus Cristo.

Desse modo, Rodger Bassham argumentou, em 1979, que “a teologia do crescimento de igrejas possui algumas sérias fraquezas... o conceito limitado de missão como evangelismo.” Ele concluiu que o Movimento de Crescimento de Igrejas “parece ter negligenciado uma discussão substancial que aconteceu nos últimos vinte e cinco anos, cujo significado de missão, evangelismo, testemunho, serviço e salvação tem sido explorado e desenvolvido.”

Referências

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