Quarta-Feira, 17 de agosto de 2016
Agenda Econômica. Hoje pela manhã saíram os indicadores de inflação. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC),
divulgado pela FIPE, cedeu de 0,24% para 0,05% na 2ª quadrissemana de Ago/16, resultado bastante abaixo da mediana de 0,23%. Além da influência baixista da redução da tarifa de energia, o indicador contou com nova desaceleração do grupo Alimentação. A perspectiva para as próximas leituras é de variações no intervalo de 0,05% a 0,15%. Da mesma forma, o IGP-10, apurado pela FGV, caiu 0,27% ante alta de 1,06% em Jul/16. Entretanto, esse resultado veio próximo da mediana do mercado de -0,26%. A expressiva desaceleração foi promovida pelas quedas dos preços no produtor agropecuário e industrial. Acreditamos que a trajetória da inflação seguirá desacelerando até o final do ano, no entanto, o IPCA deverá fechar 2016 bastante acima da meta do Banco Central. Por fim, os dados da PNAD, mensurados pelo IBGE, ainda mostraram o cenário desfavorável para o mercado de trabalho, com taxa de desemprego de 11,3% registrada no 2T16.
Confiança do Empresário avança e passa a marca dos 50 pontos. Segundo a Confederação Nacional da Indústria
o Índice de Confiança do Empresário Industrial - ICEI passou para 51,5 pontos entre julho e agosto, subindo 4,2 pontos frente ao último levantamento, puxada pelas grandes empresas, que registram 53,1 pontos no período. É a primeira vez desde março de 2014 que o índice rompe a barreira dos 50 pontos, que é considerado o limite entre o campo otimista e pessimista, sinalizando que os investimentos devem apresentar alguma recuperação
mais adiante.
agora é a vez dos servidores do Tesouro, que também querem reajuste de salários compatível ao cedido aos auditores. Além disso, os estados do Norte, Nordeste e agora também do Centro-Oeste, já pediram mais repasses do fundo de participação da União, além da liberação de crédito. Depois da reunião de Temer com os governadores, surgiu a esperança que as exigências seriam atendidas, mesmo que a situação fiscal do país ainda esteja em risco. Agora o presidente está "com a corda no pescoço", pois se não atender as exigências dos estados, o projeto de renegociação da dívida dos estados pode não acontecer e se aceitar, abrirá espaço para
outras "barganhas".
Votação da DRU deve ocorrer hoje, novo teste para Temer. Hoje deve ocorrer no plenário da Câmara a votação
da Desvinculação das Receitas da União (DRU), um importante ponto do ajuste fiscal proposto pelo presidente Temer, e um novo teste de sua governabilidade no Legislativo. A medida altera de 20% para 30% o limite de
gastos livres do governo federal.
PEC do limite de gasto poderá ser votada até o final de Out/16. O plano do governo para a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) que limita o aumento de gastos irá para o Senado em Nov/16. O relator da proposta na Câmara, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), pretende concluir seu parecer ainda neste mês ou no começo de Set/16. A votação da PEC será feita em dois turnos pelo plenário da Câmara até o dia 31 de Out/16. Na próxima segunda-feira, Perondi apresentará o plano de trabalho à comissão especial que analisará a proposta. A primeira audiência deve ser com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento), no
próximo dia 24.
Leilão de Celg é cancelado por falta de interessados. Segundo noticiado ontem pelo Valor Econômico, o leilão de
esperávamos notícias nesse sentido, já que o preço mínimo de R$ 2,8 bilhões era considerado alto por boa parte dos agentes do setor, agora vale acompanhar de perto a solução que deve ser anunciada em breve pelo governo, uma vez que o sucesso dessa primeira privatização será importante para balizar as expectativas quanto à privatização das distribuidoras da Eletrobras, que deve ocorrer no próximo ano.
Estados Unidos segue em destaque. Após sinais mistos advindos do noticiário norte-americano, com a inflação
permanecendo bem abaixo da meta, com a atividade industrial apresentando melhora (avanço 0,7% em julho na comparação mensal) e com o representante do FED de Nova York sinalizando que é possível ocorrer uma alta dos juros já nas próximas reuniões, as expectativas em torno da ata do FOMC só aumentaram. Destaque também para o discurso do representante do FED de St. Louis, J. Bullard. Todavia, mesmo diante do recente noticiário, mantemos perspectiva de que um aperto na política montaria por lá deve ficar mais para o final do ano. Ainda nos EUA, será divulgado a evolução do estoque de petróleo bruto às 11h30.
Taxa de desemprego no Reino Unido fica estável após Brexit. A taxa de desemprego do Reino Unido ficou
estável em Julho ante o mês anterior, ficando em 4,9% dentro das expectativas, segundo divulgado hoje pela manhã.
Mercados operam novamente em baixa à espera da ata do FOMC. Em sua maioria, as Bolsas estrangeiras
operam ou já fecharam em queda nessa quarta-feira, após discursos mais hawkish de dois representantes do FED (um com voto e outro sem voto) na terça, replicando o que ocorreu na Bolsa americana ontem.
A Triunfo (TPIS3) divulgou seus dados operacionais acumulados até julho e, sem grandes surpresas, o tráfego
ajustado nas rodovias caiu 3,6% na comparação com igual período do ano anterior. O tráfego ajustado ignora o tráfego da Concebra, que passou a cobrar pedágio em 27 de junho de 2015, assim como o impacto da isenção de cobrança sobre os eixos suspensos de caminhões que circulam vazios. No Portonave, notícias positivas apenas, com 42,3% de incremento no volume movimentado nos primeiros sete meses, sendo julho o mês de maior movimentação de TEUs desde o início da operação do terminal. Em Viracopos, a companhia vem sendo impactada pela desaceleração econômica, que machuca a circulação de cargas, e pela redução de oferta de assentos pelas cias aéreas, que influi no tráfego de passageiros. No geral, os números vieram dentro do esperado, mas os papéis podem responder positivamente a continuidade dos bons números no Portonave, mesmo em um
cenário bastante desafiador.
Itaú (ITUB4) próximo de lançar conta 100% digital. O Itaú anunciou que está em fase pré-operacional de
abertura de contas 100% digitais. Além de uma resposta ao avanço dos bancos que já nasceram 100% digitais, a iniciativa deve trazer benefícios no longo prazo, no sentido de diminuir os custos de operação do banco, na medida em que o número de agências possa ser cada vez mais reduzido.
Gafisa (GFSA3) contrata Rothschild para estudar alternativas para Tenda. A Gafisa informou ao mercado que
contratou o banco Rothschild para auxiliá-la no processo para capturar o valor da Tenda, que pode envolver oferta de valores mobiliários, venda de participação societária ou a cisão dos ativos através de uma reorganização societária. A movimentação nesse sentido já era amplamente esperada, o que pode mitigar o efeito nos papéis da empresa.
travada no que se refere ao Diretor Presidente contratado, Sr. Nelson Armbrust, por questões trabalhistas com seu antigo empregador, o Grupo Atento. O Supremo Tribunal de Justiça de São Paulo proferiu a decisão de manter provisoriamente suspensa a efetivação do executivo. A Contax continuará adotando as medidas cabíveis, mas o prolongamento dessa questão trabalhista poderá atrasar o processo de reestruturação da companhia.
Oferta da CVC (CVCB3). Ontem foi liquidada a venda de ações pelos controladores da companhia que
movimentou R$ 1.230,0 milhões e o valor por ação estabelecido em R$ 20,50. Com a liquidação da oferta, as ações em circulação passaram a compor 82,23% do capital social da companhia, o que deverá aumentar a
liquidez de seus papéis em bolsa.
Santos Brasil (STBP11 - por enquanto) migra para novo mercado no dia 22 deste mês. A operadora de terminais
portuários Santos Brasil deve alterar o nível de governança corporativa de seus ativos em Bolsa, indo para o novo mercado. Segundo a companhia, a migração deve melhorar a transparência e facilitar captações. Com a operação, a empresa deverá converter ações preferenciais em ordinárias, e consequentemente deve diminuir o controle do grupo controlador sobre o grupo como um todo, fato que foi apoiado pelos principais fundos na base
acionária da empresa.
Tarifa da Celesc (CLSC4) deve cair 4,16%. A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL anunciou ontem o
resultado do 4° Ciclo de Revisão Tarifária da Celesc, que deve ter um efeito médio negativo de 4,16%, fruto da redução de 2,62% na classe de baixa tensão e de -6,25% na classe de alta tensão. Ambos os reajustes devem ser aplicados a partir de 22 agosto. Após a divulgação de resultados mais fracos do que o esperado pelo mercado, esse é mais um ponto que tende a trazer preocupações com relação ao desempenho operacional da companhia.
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