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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

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Rua Tabatinguera, 140 - conjunto 07 – térreo – São Paulo – SP – CEP: 01020-000 Telefone: (11) 3585-7800 | www.aojesp.org.br | aojesp@aojesp.org.br

Entidade de Utilidade Pública: Lei nº 1102, de 03 de julho de 1951

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Distribuição preventa ao eminente Desembargador Francisco Casconi (artigo 105, caput e § 3º, do Regimento Interno)

A ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, Entidade de Utilidade Pública de Direito Privado, com sede em São Paulo, na Rua Tabatinguera, 140, Cj. 07, térreo, centro, devidamente inscrita no CNPJ/MF n. º 62661.814/0001-24, por sua procuradora que esta subscreve, com o mesmo endereço supramencionado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base nos artigos e 90, inciso V e 74, inciso VI da Constituição do Estado de São Paulo propor a presente REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIODADE DE LEI, com pedido liminar, visando a declaração da inconstitucionalidade do artigo 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 1.012 de 05/07/2007, incluído pelo artigo 31 da Lei Complementar Estadual 1.354 de 06/03/2020, bem como dos artigos 1º a 4º do Decreto do Estado de São Paulo nº 65.021 de 19/06/2020, por arrastamento; demais ainda do artigo 126, § 21, da Constituição do Estado de São Paulo, com a redação dada pelo artigo 1º da Emenda Constitucional 49 de 6/3/2020, editados pelo ILUSTRÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, que pode ser notificado na Avenida Morumbi, nº 4.500, no bairro do Morumbi, na Cidade de São Paulo, CEP: 05650-000, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I) DA COMPETÊNCIA

A competência para processar e julgar o presente feito, é deste E. TJSP, consoante o disposto no artigo 74, inciso VI, da Constituição do Estado de São Paulo, in verbis:

“Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas nesta Constituição, processar e julgar originariamente: [...]

VI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal, contestados em face desta Constituição, o pedido de intervenção em Município e ação de inconstitucionalidade por omissão, em face de preceito desta Constituição.”

II) DA DISTRIBUIÇÃO PREVENTA

Em pesquisa realizada no SAJ - Sistema de Automação da Justiça - deste E. Tribunal é possível observar que foi distribuída ao Desembargador Francisco Casconi, com anterioridade, as ADIs nº 2145293-69.2020.8.26.0000 e a 2150329-92.2020.8.26.0000, visando impugnar os mesmos atos normativos objeto da presente ação direta.

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Neste cenário, ao teor do que dispõe o artigo 105, caput e § 3º, do Regimento Interno, a precedência das distribuições acarreta prevenção, vejamos:

"A Câmara ou Grupo que primeiro conhecer de uma causa, ainda que não apreciado o mérito, ou de qualquer incidente, terá a competência preventa para os feitos originários conexos e para todos os recursos, na causa principal, cautelar ou acessória, incidente, oriunda de outro, conexa ou continente, derivadas do mesmo ato, fato, contrato ou relação jurídica, e nos processos de execução dos respectivos julgados.

(...)

§ 3º O relator do primeiro recurso protocolado no tribunal terá a competência preventa para os recursos subsequentes no mesmo processo ou em processos conexos, enquanto compuser ou auxiliar a Câmara ou o Grupo, segundo a cadeira do tempo da distribuição" (grifos nossos).

Ademais, afirmam os artigos 55, § 1º, e 930, parágrafo único, ambos do CPC, que:

“Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado”.

“Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.

Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo”

(grifos nossos).

Diante destas considerações regimentais e processuais, a fim de se evitar a possibilidade de julgamentos conflitantes, requer se respeitosamente a distribuição da presente ação, por prevenção, ao eminente Desembargador Francisco Casconi.

III) DA LEGITIMIDADE ATIVA

Por se tratar de típica hipótese de substituição processual, firme a jurisprudência segundo a qual o art. 3º, da Lei 8.073/90, em consonância com o art. 5º, inciso XXI, da CF, autoriza os sindicatos/entidades de classe a representarem seus filiados em Juízo.

“Art. 3º As entidades sindicais poderão atuar como substitutos processuais dos integrantes da categoria.”

“XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;”.

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Ademais, ao teor do que dispõe a Constituição Estadual do Estado de São Paulo, em seu artigo 90 inciso V, as entidades de classe com atuação estadual, com interesse jurídico pode propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estaduais e municipais, observa-se:

“Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por omissão de medida necessária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse: [...]

V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou municipal, demonstrando seu interesse jurídico no caso;”

(Grifo nosso)

A Requerente tem legitimidade ativa para ingressar em juízo, tendo em vista que entre as funções institucionais da Associação, está a defesa dos interesses de seus associados, conforme dispõe o artigo 3º do Estatuto (doc.anexo), onde afirma que esta Entidade, tem por finalidade e legitimidade:

“a) defender em Juízo ou fora dele todos os interesses da Classe dos Oficiais de Justiça e Servidores do Quadro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, buscando seus direitos e reivindicações, ficando desde logo expressamente autorizada com legitimidade para representar a classe e a categoria judicial e extrajudicialmente; b) representar seus filiados e associados, judicial e extrajudicialmente;”

Logo, ela representa sua categoria, com pertinência temática para questionar: o artigo 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 1.012, de 5/07/2007, com redação dada pelo artigo 31 da Lei Complementar Estadual nº 1.354, de 6/03/2020; artigos 1º a 4º do Decreto do Estado de São Paulo nº 65.021, de 19/03/2020, por arrastamento; e artigo 126, § 21, da Constituição do Estado de São Paulo, eis que impactam diretamente nos proventos dos associados aposentados e pensionistas, eis que elevou a contribuição previdenciária de forma desproporcional, acarretando efetivo prejuízo a eles.

Com base nesses dispositivos, indicativos do perfil constitucional e estatutário da AOJESP, deixa claro o seu interesse bem como a legitimidade ativa da Requerente na presente ação.

IV) DOS BENEFICIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

A Requerente foi constituída como sociedade civil sem fins lucrativos, conforme consta expressamente no artigo 1º do incluso Estatuto Social.

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Com base nos expressos termos do Estatuto da Requerente, ou seja, não visar lucros, vem respeitosamente requerer, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, isentando-a das custas processuais.

Nesse sentido, é o entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça, conforme se pede a devida vênia para abaixo transcrever:

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS. CONCESSÃO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA INDEPENDENTEMENTEDE PROVA DE MISERABILIDADE. CABIMENTO. 1. É pacífico no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que as pessoas jurídicas sem fins lucrativos fazem jus ao benefício da assistência judiciária gratuita independentemente de prova, eis que em seu favor opera presunção de que não podem arcar com as custas e honorários do processo. Precedentes.2. Recurso especial conhecido e provido.”

“PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. SINDICATO. PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS. POSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA MISERABILIDADE JURÍDICA. PRECEDENTES. 1. O entendimento firmado nesta Corte que é no sentido de ser possível conceder às pessoas jurídicas o benefício da assistência Judiciária gratuita, conforme os ditames da Lei n.º 1.060 /50. 2. Tratando-se de pessoas jurídicas sem fins lucrativos –tais como como entidades filantrópicas, sindicatos e associações –a concessão poderáse dar em havendo requerimento e independentemente de prova. 3. Agravo regimental desprovido.” STJ -AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 916638 SC 2007/0007576-7 (STJ).

Ademais, com base no artigo 18 da Lei nº 7.347/1985 LACP e artigo 87 do CDC e RESP 1.288.997 que, com redações semelhantes, isentam a Requerente de ações civis públicas ou de ações coletivas do adiantamento de "custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas", por esta razão, se requer os benefícios da justiça gratuita.

V) DOS FATOS

a) Da contribuição extraordinária dos aposentados e pensionistas

Ao teor do que dispunha o artigo 9º da Lei Complementar 1012/2007, os aposentados e os pensionistas do Estado, inclusive os de suas Autarquias e Fundações, do Poder Judiciário, Poder Legislativo, Universidades, Tribunal de Contas, Ministério Público, Defensoria Pública e Polícia Militar, contribuíam com 11% (onze por cento), incidentes sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadorias e pensões que superava o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, ou seja, somente sobre o que excedia os R$6.101,06.

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Ocorre que, com o advento da nova Lei Complementar nº 1.354 de 6/03/2020 (doc.anexo), o artigo 31 alterou a redação acima, para em seu lugar constar:

Artigo 31 - O artigo 9º da Lei Complementar nº 1.012, de 5 de julho de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 9º - Os aposentados e os pensionistas do Estado de São Paulo, inclusive os de suas Autarquias e Fundações, do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, das Universidades, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Defensoria Pública, contribuirão conforme o disposto no artigo 8º desta lei complementar, sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadorias e pensões que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 1º - Nos casos de acumulação remunerada de aposentadorias e ou pensões, considerar-se-á, para fins de cálculo da contribuição de que trata o “caput” deste artigo, o somatório dos valores percebidos, de forma que a parcela remuneratória imune incida uma única vez. § 2º - Havendo déficit atuarial no âmbito do Regime Próprio de Previdência do Estado, a contribuição dos aposentados e pensionistas de que trata o “caput”, incidirá sobre o montante dos proventos de aposentadorias e de pensões que supere 1 (um) salário mínimo nacional.” (NR)

Como visto foi instituído o déficit atuarial, que permite o desconto de contribuição previdenciária dos proventos e pensões que ultrapasse um salário mínimo, a partir de 90 dias de sua edição, ou seja, passa a vigorar na folha de pagamento de referência setembro/2020, pagamento em outubro/2020.

Para regulamentar a matéria, houve a edição em 19/07/2020 do Decreto 65.021 (doc.anexo), pelo Governador do Estado de São Paulo, Sr. João Dória, que dispõe sobre a declaração de déficit atuarial do Regime Próprio de Previdência do Estado e dá providências correlatas, a seguir transcrito:

“Artigo 1º - Para o fim de que trata o § 2º do artigo 9º da Lei Complementar nº 1.012, de 5 de julho de 2007, haverá déficit atuarial no Regime Próprio de Previdência do Estado quando não se verificar equilíbrio atuarial, caracterizado este último pela garantia de equivalência, a valor presente, entre o fluxo das receitas estimadas e das despesas projetadas, apuradas atuarialmente, que, juntamente com os bens, direitos e ativos vinculados, comparados às obrigações assumidas, evidenciem a solvência do plano de benefícios.

Artigo 2º - Havendo déficit atuarial no Regime Próprio de Previdência do Estado, a contribuição dos aposentados e pensionistas incidirá adicionalmente, nos termos do § 2º do artigo 9º da Lei Complementar nº 1.012, de 5 de julho de 2007, sobre o montante dos proventos de aposentadorias e de pensões que supere 1 (um) salário mínimo nacional até o teto do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, por meio da aplicação de alíquotas progressivas de que tratam os incisos

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II e III do artigo 8º da Lei Complementar nº 1.012, de 5 de julho de 2007, incidentes sobre faixas da base de contribuição.

§ 1º - Excetuados os valores do salário mínimo e do teto do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, os demais valores referidos no artigo 8º da Lei Complementar nº 1.012, de 5 de julho de 2007, serão reajustados conforme variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP.

§ 2º - Os valores indicados nos incisos II e III do artigo 8º da Lei Complementar nº 1.012, de 5 de julho de 2007, correspondem a 108,6563 e 108,6566 UFESPs, respectivamente.

§ 3º - As alterações dos valores de referência (salário mínimo, UFESP e teto do Regime Geral da Previdência Social) serão automaticamente aplicadas pela São Paulo Previdência – SPPREV para adequação das faixas previstas neste artigo.

Artigo 3º - Fica atribuída competência ao Secretário de Projetos, Orçamento e Gestão para, com base no artigo 1º deste decreto e à vista do balanço patrimonial do Estado, declarar, mediante despacho fundamentado, déficit atuarial no Regime Próprio de Previdência do Estado.

Parágrafo único - Uma vez declarado o déficit atuarial, a São Paulo Previdência – SPPREV publicará comunicado no Diário Oficial do Estado, informando a cobrança da contribuição nos moldes previstos no “caput” do artigo 2º deste decreto.

Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 19 de junho de 2020.

JOÃO DORIA

Mauro Ricardo Machado Costa

Secretário de Projetos, Orçamento e Gestão Antônio Carlos Rizeque Malufe

Secretário Executivo, respondendo pelo Expediente da Casa Civil Rodrigo Garcia

Secretário de Governo

Publicado na Secretaria de Governo, aos 19 de junho de 2020.” No mesmo dia da edição, ou seja, 19/06/2020, (antes da publicação), foi declarado, com fundamento na Nota Técnica SPPREV 3-2020, nos termos do art. 3º, do Dec. 65.021-2020, cumulado com o §2º, do art. 9º, da LC 1.012-2007, com a redação dada pela LC 1.354-2020, a existência de déficit atuarial no âmbito do Regime Próprio de Previdência do Estado (doc.anexo).

Ao ser verificado desequilíbrio atuarial no Regime Próprio de Previdência do Estado, pelo Secretário de Projetos, Orçamento e Gestão, haverá como forma de “compensação” a contribuição adicional sobre os proventos dos aposentados e pensionistas, sobre o valor que superar um salário mínimo nacional (R$ 1.039) até o teto do RGPS (R$ 6.101,06).

Esta contribuição adicional /extraordinária será de acordo com alíquota progressiva que incide para os ativos, sobre a base da contribuição previdenciária:

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12% (doze por cento) de 1 (um) salário mínimo até R$ 3.000,00 (três mil reais) e;

14% (quatorze por cento) de R$ 3.000,01 (Três mil reais e um centavo) até o teto do Regime Geral de Previdência Social - RGPS

Com isso, extrai-se que forçosamente, havendo déficit autorial, o aposentado ou pensionista que estiver nesta faixa, passará a contribuir, o que antes não acontecia.

Todavia, não se sabe os fundamentos da existência do déficit acima mencionado, eis que não foi dada a devida publicidade, o que fere o artigo 37 da CF, no que tange ao princípio da administração pública, em especial o da publicidade.

Com todo respeito a aludida alteração legislativa, bem como ao Decreto regulamentador, contudo, ambos causam enormes prejuízos aos aposentados e pensionistas, na medida em que expandem a base de cálculo a ser descontada a título de contribuição previdenciária.

Por conta disso, há flagrante violação a Constituição do Estado de São Paulo, devendo ser declarados, inconstitucionais.

b) Da imunidade parcial dos portadores de doença incapacitante

Enquanto o Servidor for portador de doença incapacitante, a contribuição previdenciária incidiria apenas sobre a parcela dos proventos que ultrapassava o dobro do teto da previdência social (atualmente em R$6.101,06 X 2 = R$ 12.202,12), de acordo com o que constava no § 21 do artigo 126 da Constituição do Estado de São Paulo, nota-se:

“A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante”.

Todavia, houve a extinção inconstitucional deste direito dos aposentados e pensionistas, eis que esta redação foi alterada pela Emenda Constitucional nº 49/20 (doc.anexo), pois o artigo 1º modificou o referido § 21, passando a constar da seguinte maneira:

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§ 21 - O rol de benefícios do Regime Próprio de Previdência Social fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte.” (NR)

Por isso, que se requer a declaração da inconstitucionalidade do aludido regramento.

VI) DO DIREITO

a) Da violação ao princípio da imunidade

Com base no que dispõe o artigo 126, § 18 da Constituição do Estado de São Paulo, não pode haver a incidência da contribuição previdenciária acima de um salário mínimo, ante a imunidade conferida por este artigo, conforme a seguir transcrito:

“Artigo 126 - O Regime Próprio de Previdência Social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do Estado de São Paulo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

(Artigo 126, "caput", com redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 06/03/2020)

[...]

§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.”

(§ 18 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006)

(grifo nosso).

Como cediço, não é possível a cobrança de contribuição previdenciária em valor inferior ao teto do beneficio firmado pelo regime geral da previdência social.

Isso porque, os aposentados já contribuíram para o sistema previdenciário durante todo o tempo em que estiveram em atividade, sendo irrazoável que continuem contribuindo em valores semelhantes aos servidores que estão na ativa.

É justamente neste sentido que a norma do §18 do artigo 126 da Constituição Estadual, impede, ou seja, não há contribuição perpétua, na verdade o sistema é contributivo, aquele que o segurado contribui diretamente, na expectativa de auferir um benefício no futuro.

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Ademais, por ser norma de imunidade tributária, somente poderia ser repelida por outra de igual patamar, e como não foi é inconstitucional. Isto é, não se pode revogar a norma constitucional estadual por lei complementar, eis que vedada a competência tributária em salto. Somente os entes federados (estados e municípios) é que podem legislar sobre as imunidades previstas na constituição estadual, por meio de previsão constitucional.

Conclui-se, portanto, que a inconstitucionalidade é incontestável, na medida em que é proibida a incidência da contribuição previdenciária sobre os proventos de aposentadorias e pensões deferidas no Regime Próprio inferiores ao limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social, de acordo com a Constituição do Estado de São Paulo, art. 126, §18. Por outro lado, a lei complementar estadual permite a incidência da mesma contribuição “sobre o montante dos proventos de aposentadorias e de pensões que supere 1 (um) salário mínimo nacional até o teto do Regime Geral de Previdência Social – RGPS”.

Observa-se que a Lei Complementar do Estado está em completa desarmonia com a Constituição Estadual, por isso deve ser declarada inconstitucional. A redação nova do artigo 9º, § 2º, da LC 1.012/07, conferida pela Lei Complementar nº 1.354/20, afronta diretamente o artigo 126, §18 da Constituição do Estado, e por isso não pode prevalecer.

b) Da violação ao princípio da isonomia

De acordo com o artigo 195, II, da Constituição Federal, os segurados do regime geral têm os benefícios limitados ao teto do respectivo sistema e sobre estes não há incidência de contribuição previdenciária, conforme se transcreve:

“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social.”

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Com isso extrai-se que haveriam dois sistemas de contribuição, um para o regime geral e outro para o regime próprio, o que é vedado. Não se pode instituir que os Servidores inativos e pensionistas do regime próprio do Estado de São Paulo sejam obrigados a contribuir também sobre valores inferiores ao limite máximo do regime geral de previdência, sob pena de se criar uma situação jurídica com tratamento distinto não justificado em relação aos trabalhadores da iniciativa privada do mesmo Estado, havendo odiosa discriminação.

Sobre a vedação, afirma ainda o inciso II, do artigo 163 da Constituição do Estado de São Paulo:

“Artigo 163 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Estado:

(...)

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;”

Por isso, o disposto no artigo 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 1.012/07, com a redação dada pela Lei Complementar nº 1.354/20, também viola o princípio da isonomia, e por isso deve ser repelido.

c) Da violação ao princípio da razoabilidade, da vedação ao confisco e da moralidade

A teor do firmado da Constituição Estadual, nos artigos 111 e 163, inciso IV, a administração pública tem como princípio a razoabilidade, bem como é vedado utilizar tributo com efeito de confisco:

“Artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, interesse público e eficiência. (NR)”

“Artigo 163 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Estado:

(...)

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;”

De acordo com a jurisprudência do STF, é sabido que as contribuições, inclusive as previdenciárias, têm natureza tributária e se submetem

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ao regime jurídico-tributário previsto na Constituição, de acordo com a interpretação do artigo 149 da CF1.

Logo, o Estado não pode criar através de leis ou atos normativos carga tributária abominável aos servidores públicos civis do Estado de São Paulo, comprometendo sobremaneira a renda deles, em razão dos encargos fiscais. Cabe ao Estado obedecer ao princípio da vedação confiscatória.

Ademais, cumpre dizer que a contribuição extraordinária, viola o princípio da razoabilidade, eis que reduz a renda dos inativos e pensionistas abruptamente.

É de se ver que houve oneração excessiva sobre a renda deles, eis que aumentou consideravelmente a contribuição previdenciária (carga tributária), incidindo inclusive sobre aqueles que gozavam de isenção, pois os proventos não ultrapassavam o limite do RGPS.

Por sua vez, agora aquele que recebe acima de um salário mínimo passará a contribuir, o que antes não acontecia, tudo isso se mostra absurdo e confiscatório.

É desproporcional o aumento, na verdade privará o Servidor de suas condições mínimas de subsistência, não é demais lembrar que estes já recebem os proventos sem reajustes devidos há anos, e por vezes quando são concedidos, não acompanham a inflação.

Demais ainda, cabe dizer que os gastos dos idosos se intensificam, vez que os convênios médicos são mais caros, bem como para cuidar da saúde, precisam fazer uso frequente de medicamentos, gastos estes que são integralmente suportados com os proventos que recebem, não sendo moral haver uma tributação maior do que a que eles já estavam habituados, sob pena de violação ao também ao princípio da moralidade e da razoabilidade.

Como sabemos, é função do Estado prover condições mínimas de vida digna para todo cidadão, não lhe cabendo criar regras capazes de direta ou indiretamente, agravar a situação da pessoa e restringir-lhe direitos, salvo expressa previsão constitucional.

1 [RE 560.626, rel. min. Gilmar Mendes, j. 12-6- 2008, P, DJE de 5-12- 2008, Tema 2.] Vide RE 559.943, rel.

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É de se ver o retrocesso social, instituído no artigo 9, § 2º, da Lei Complementar 1.012/07, com redação dada pela Lei Complementar 1.354/20, bem como do Decreto 65.021, que o regulamenta, além dos atos administrativos subsequentes, eis que violam frontalmente os princípios da razoabilidade, moralidade e da vedação ao confisco, previstos nos artigos 111 e 163, incisos II e IV da Constituição do Estado de São Paulo.

Por tudo isso, de rigor a declaração da inconstitucionalidade.

d) Da irredutibilidade dos proventos

Com fundamento no inciso XVII do artigo 115 da Constituição Estadual, extrai-se analogicamente que os proventos de aposentadorias e pensões são irredutíveis:

“Artigo 115 - Para a organização da administração pública direta e indireta, inclusive as fundações instituídas ou mantidas por qualquer dos Poderes do Estado, é obrigatório o cumprimento das seguintes normas

[...]

XVII - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, observado o disposto na Constituição Federal.”

Demais disso, é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei, conforme disposição do artigo 126, § 8º-A:

“Artigo 126 - O Regime Próprio de Previdência Social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do Estado de São Paulo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

[...]

§ 8º-A - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.”

Por sua vez, também afirma o artigo 218 da Constituição do Estado de São Paulo:

“Art. 218. O Estado garantirá, em seu território, o planejamento e desenvolvimento de ações que viabilizem, no âmbito de sua competência, os princípios de seguridade social previstos nos artigos 194 e 195 da Constituição Federal.”

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“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - eqüidade na forma de participação no custeio;”

Portanto, não parece crível a determinação da contribuição previdenciária a partir de um salário mínimo, nota-se, que ao revés do primado constitucional de irredutibilidade de vencimentos, está havendo verdadeiro confisco, desproporcional, desarrazoado e imoral. Podemos ainda acrescer a garantia da proteção securitária, está atrelada ao da segurança jurídica e vedação do retrocesso dos direitos sociais.

Nesse passo, observa-se violação frontal os artigos 115, inciso XVII, 126, § 8º-A, e 218 da Constituição Estadual, pelos artigos contestados nesta ação, por esta razão se requer a declaração da inconstitucionalidade.

e) Do vício de iniciativa

Dispõe o artigo 36, II, da Emenda Constitucional 103, que:

“Art. 36. Esta Emenda Constitucional entra em vigor:

II - para os regimes próprios de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quanto à alteração promovida pelo art. 1º desta Emenda Constitucional no art. 149 da Constituição Federal e às revogações previstas na alínea "a" do inciso I e nos incisos III e IV do art. 35, na data de publicação de lei de iniciativa privativa do respectivo Poder Executivo que as referende integralmente;”

Extrai-se, portanto, que a lei deve advir de iniciativa privativa do Chefe do Executivo, o que não se vê no presente caso, haja vista que a nova base de cálculo dos aposentados e pensionistas, não estava no projeto de iniciativa do Executivo, mas surgiu de uma emenda aglutinativa substitutivo nº 157/2020 ao Projeto de Lei Complementar nº 80/2019 que originou a Lei Complementar 1.354/2020, que não tinha qualquer pertinência temática.

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Com isso, houve violação ao artigo 24, § 2º, item 4, da Constituição Estadual, que afirma:

“Compete, exclusivamente, ao Governador do Estado a iniciativa das leis que disponham sobre:

[...]

4 - servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;”

Por esta razão, a declaração de sua inconstitucionalidade, é o deslinde que se almeja.

f) Do vício ao suprimir a imunidade parcial dos portadores de doença incapacitante

Como já mencionado, na parte fática desta petição, a redação anterior do § 21 do artigo 126 da Constituição do Estado de São Paulo garantia aos aposentados e pensionistas portadores de doença incapacitante o direito a uma diferenciada imunidade parcial da contribuição previdenciária (até do dobro do teto do RGPS).

Isso porque, de acordo com o entendimento do STF as pessoas que são acometidas de tais moléstias, naturalmente precisam gastar mais com tratamentos médicos, medicamentos, etc. Por isso, há afronta inclusive ao direito à saúde, previsto no artigo 219 da Constituição do Estado:

Artigo 219 - A saúde é direito de todos e dever do Estado. Parágrafo único - Os Poderes Públicos Estadual e Municipal garantirão o direito à saúde mediante:

1 - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade e à redução do risco de doenças e outros agravos;

2 - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, em todos os níveis;

3 - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de interesse da saúde individual e coletiva, assim como as atividades desenvolvidas pelo sistema;

4 - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promoção, preservação e recuperação de sua saúde.

Destarte, há também afronta ao artigo 277 da Constituição Estadual, eis que não se garantirá a mínima proteção ao idoso, nestes termos:

“Artigo 277 - Cabe ao Poder Público, bem como à família, assegurar à criança, ao adolescente, ao jovem, ao idoso e aos portadores de

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deficiências, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e agressão. (NR) Nesta seara, se mostra penosa e inconstitucional a retirada da imunidade parcial da contribuição previdenciária deles, tais pessoas gozam de direitos2 e garantias especiais3, bem como internacionais4.

As imunidades e os princípios tributários são limitações constitucionais ao poder de tributar e, portanto, se revestem da proteção de intangibilidade das cláusulas pétreas, não podendo ser suprimidas nem mesmo por emenda constitucional, artigo 60, § 4º, da Constituição Federal.

“A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (...)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)

IV - os direitos e garantias individuais.”

Por tudo isso, a alteração no texto que previa a imunidade, é inconstitucional, fere a moralidade, a razoabilidade, o não retrocesso da proteção de direitos fundamentais5, a vedação do confisco, a irredutibilidade de

vencimentos, e ao direito adquirido (eis que já incorporado ao direito subjetivo do Servidor), por esta razão a sua declaração de inconstitucionalidade é desate que se acena.

g) Da ausência de comprovação do déficit atuarial

É cediço que o artigo 3º do Decreto nº 65.021/2020, em conjunto a publicada declaração (DJEs anexos), alegam ter havido déficit atuarial a autorizar a cobrança extraordinária da contribuição previdenciária.

“Artigo 3º - Fica atribuída competência ao Secretário de Projetos, Orçamento e Gestão para, com base no artigo 1º deste decreto e à vista do balanço patrimonial do Estado, declarar, mediante despacho fundamentado, déficit atuarial no Regime Próprio de Previdência do Estado.

2 Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei nº 13.146/15.

3 no artigo 151 da Lei do Regime Geral de Previdência Social n.º 8.213/91 (alterado pela Lei

13.135/2015), c/c o artigo 40 da CF, que trata do regime de previdência dos servidores, principalmente em seus parágrafos 12º, 18º e 21º e §1º do artigo 201.

4 A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,

assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.

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Parágrafo único - Uma vez declarado o déficit atuarial, a São Paulo Previdência – SPPREV publicará comunicado no Diário Oficial do Estado, informando a cobrança da contribuição nos moldes previstos no “caput” do artigo 2º deste decreto”.

“Declarando, com fundamento na Nota Técnica SPPREV 3-2020, nos termos do art. 3º, do Dec. 65.021-2020, cumulado com o §2º, do art. 9º, da LC 1.012-2007, com a redação dada pela LC 1.354-2020, a existência de déficit atuarial no âmbito do Regime Próprio de Previdência do Estado.”

Neste trilho, a SPPREV publicou o seguinte Comunicado:

Vejamos, o Decreto nº 65.021/2020, a declaração e o Comunicado da SPPREV foram todas publicados NO MESMO DIA, ou seja, em 20/06/2020 sábado, sem a apresentação dos estudos atuarias devidos pelo Governo, muito menos com despacho fundamento pelo Secretário, com efeitos a partir de 90 dias da publicação.

Nesse passo, haverá o desconto na folha de pagamento do Servidor, sem este sequer saber qual foi o estudo realizado, que motivou o aludido desconto, ele não sabe: o tamanho do déficit atuarial encontrado, bem como por qual período haverá o aludido desconto, bem como quando houver o reequilíbrio, por quanto tempo mais será mantida a contribuição previdenciária extraordinária.

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Com todo respeito, porém trata-se ao que parece de uma discricionaridade excessiva (sem a publicação dos estudos atuariais que embasaram), que certamente será repelida pelo judiciário.

VII) DA MEDIDA LIMINAR

Tendo em vista as violações mencionadas, ou seja, as afrontas a constituição estadual, no Artigo 24, § 2º, item 4, Artigo 111, Artigo 115, inciso XVII, Artigo 126, § 8º-A, Artigo 126, § 18, Artigo 160, § 1º, Artigo 163, incisos II e IV, Artigo 218, Artigo 115, inciso XVII, Artigo 163, incisos II e IV, Artigo 219, caput, Artigo 277, caput, requer respeitosamente à Vossa Excelência a concessão da liminar, haja vista que o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora” estão evidentes, com o fim de evitar as inconstitucionais cobranças das contribuições previdenciárias como alíquotas extraordinárias aos aposentados e pensionistas, sendo de rigor a suspensão.

Nesse sentido, houve o deferimento nos autos da ADI nº 2145293-69.2020.8.26.0000, cuja ementa segue transcrita:

“LIMINAR AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

A) ARTIGO 9º, § 2º, DA LEI COMPLEMENTAR 1.012, DE 5 DE JULHO DE 2007, COM REDAÇÃO DADA PELO ARTIGO 31 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 1.354, DE 6 DE MARÇO DE 2020; B) ARTIGOS 1º A 4º DO DECRETO DO ESTADO DE SÃO PAULO 65.021, DE 19 DE JUNHO DE 2020, POR ARRASTAMENTO; E C) ARTIGO 126, § 21, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO, COM A REDAÇÃO FORNECIDA PELO ARTIGO 1º DA EMENDA CONSTITUCIONAL 49, DE 6 DE MARÇO DE 2020 MEDIDA LIMINAR SUBMISSÃO DA QUESTÃO AO PLENÁRIO, NOS TERMOS DO ARTIGO 168, §2º, DO RITJ/SP, DIANTE DE SUA RELEVÂNCIA E CONTROVÉRSIA PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES PARA EXCEPCIONAL CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA ATOS NORMATIVOS IMPGUNADOS QUE DISPÕEM SOBRE

ALTERAÇÕES NO REGIME PREVIDENCIÁRIO DO

FUNCIONALISMO PÚBLICO ESTADUAL INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 'EXTRAORDINÁRIA', A INCIDIR SOBRE PARCELA DE PROVENTOS DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS), SUPERIOR A UM SALÁRIO MÍNIMO E CONDICIONADA À DECLARAÇÃO DE 'DÉFICIT ATUARIAL' PELO ESTADO HIPÓTESE QUE CRIA AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO

RELEVÂNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO NO TOCANTE À

CONTRARIEDADE A DISPOSITIVOS DA CARTA PAULISTA (ARTIGOS 111, 115, INCISO XVII, 126, §§8º-A E 18, 163, INCISOS II E IV, E 218), INCLUINDO PRINCÍPIOS DA ISONOMIA, RAZOABILIDADE DISPOSIÇÃO NORMATIVA (NOVA REDAÇÃO AO §2º DO ARTIGO 9º, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.012, DE 5 DE JULHO DE 2007) PROVENIENTE DE EMENDA LEGISLATIVA APARENTE DESBORDO DA AÇÃO PARLAMENTAR

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SUPRESSÃO, LADO OUTRO, DE PREVISÃO CONSTITUCIONAL

QUE GARANTIA 'IMUNIDADE', AOS APOSENTADOS E

PENSIONISTAS PORTADORES DE DOENÇA INCAPACITANTE, EM RELAÇÃO A PARCELA DOS PROVENTOS PERCEBIDOS QUE SÃO INFERIORES AO DOBRO DO LIMITE MÁXIMO ESTABELECIDO PARA OS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS) ALTERAÇÃO QUE, EM PRINCÍPIO, ESBARRA NA IDEIA DE VEDAÇÃO AO RETROCESSO COEXISTÊNCIA DO 'FUMUS BONI IURIS' E DO 'PERICULUM IN MORA' LIMINAR DEFERIDA.

Imperioso esclarecer que a nova base de cálculo para os aposentados e pensionistas incidirá a partir do salário mínimo após 90 dias da publicação dos referidos Decreto, despacho e comunicado (DJE 20/06/2020).

Contudo, a supressão do direito de aposentados e pensionistas portadores de doença incapacitante à imunidade da contribuição previdenciária sobre o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social já estão em vigor.

Por tudo isso é imprescindível a concessão da liminar, sob pena de haver todas as afrontas aqui mencionadas, com efetivo prejuízo na vida e saúde dos aposentados e pensionistas, que estão sendo obrigados a contribuir com valor maior que o devido constitucionalmente, correndo sérios riscos de ter que tirar o pão de suas mesas, para alimentar a Previdência/Estado.

Nesta senda, precisa-se com urgência da justa prestação jurisdicional, com escopo de suspender os efeitos das normas contestadas protegendo os portadores de doenças graves, os aposentados e as pensionistas, garantindo-lhes aplicação dos regramentos anteriores as alterações inconstitucionais.

VIII) DO PEDIDO

Diante do exposto, haja vista a violação dos artigos e princípios constitucionais mencionados nesta ação REQUER respeitosamente à Vossa Excelência que,

1. seja deferida a medida liminar para suspender a eficácia do artigo 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 1.012 de 5/07/2007, incluído pelo artigo 31 da Lei Complementar Estadual 1.354 de 6/03/2020, bem como dos artigos 1º a 4º do Decreto do Estado de São Paulo nº 65.021 de 19/06/2020, por arrastamento; demais ainda do artigo 126, § 21, da Constituição do Estado de São Paulo, com a redação dada pelo artigo 1º da Emenda Constitucional 49 de 6/3/2020;

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2. seja notificado o Governador Estado de São Paulo para prestar informações, se quiser;

3. seja intimado o representante do Ministério Público do Estado de São Paulo, para participar do feito; se desejar;

4. após, no mérito, sejam julgados procedentes os pedidos para declarar a inconstitucionalidade do artigo 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 1.012 de 05/07/2007, incluído pelo artigo 31 da Lei Complementar Estadual 1.354 de 06/03/2020, bem como dos artigos 1º a 4º do Decreto do Estado de São Paulo nº 65.021 de 19/06/2020, por arrastamento; demais ainda do artigo 126, § 21, da Constituição do Estado de São Paulo, com a redação dada pelo artigo 1º da Emenda Constitucional 49 de 6/3/2020;

5. que esta declaração seja ex tunc, desde a edição dos preceitos inconstitucionais acima mencionados, com a consequente devolução dos valores indevidamente descontados a ser apurado em fase de liquidação, com correção monetária a partir da data em que foram efetuados, acrescido de juros de mora a partir da citação, e honorários;

6. que seja concedido os benefícios da justiça gratuita previstos na Lei nº1.060/1950, com base no artigo 18 da Lei nº7.347/1985 LACP, artigo 87 do CDC e RESP 1.288.997, bem como no artigo 98 do Código de Processo Civil

7. A intimação dos atos processuais na pessoa da advogada subscritora, em imprensa oficial, nos termos do artigo 270 do CPC.

Protesta, finalmente, pela produção de todas as provas admitida em direito, sem exclusão e em especial pela oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos, além dos que acompanham a presente inicial, depoimento pessoal, perícias, vistorias e etc.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Termos em que,

pede e espera o deferimento. São Paulo, 10 de julho de 2020. Aline Cristina de Lima Ambrósio OAB/SP nº 260.906

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