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XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002

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Academic year: 2021

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deslocando-se de oeste para leste, acompanhado de rajadas de ventos fortes, superiores a 70Km/h, seguido de chuvas esparsas, causando grande transtorno para a população em geral. Momentos antecedentes a tempestade, registrou-se movimento rotacional do vento. Neste “estudo de caso”, os parâmetros observados dão-nos forte indício de que ocorreu um “tornado”, atingindo, pela escala Fujita (1981), de F0 a F2. Tal situação motivou o interesse da equipe do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) na pesquisa no que tange e corrobora o comportamento atmosférico na ocasião e naquela mesologia. O tornado, sendo assim, este “estudo de caso” sob o ponto de vista “observacional”, é importante para o entendimento de muitos fenômenos da natureza. Contamos com os dados disponíveis naquele período que serão parâmetros de consultas: imagem de satélites GOES (nos canais Infravermelho e Visível); modelos numéricos; sondagem de ar superior; fluxogramas; análise de superfície; clipping de jornais locais e nacionais; fitas magnéticas; imprensa falada local e depoimentos pessoais.

INTRODUÇÃO

No dia 14/11/2000, observou-se uma tempestade severa sobre Manaus. A mesma ocorreu por volta das 13:00 h local, acompanhada de rajadas de ventos fortes, seguida de chuvas esparsas, acarretando inundações e transtorno para a população em geral.

Sabe-se que por estar localizada numa área tropical, as chuvas nesta região são abundantes, porém, esta tempestade apresentou características diferentes das demais, ou seja, além de “severa” com chuvas esparsas, apresentou, momentos antes da tempestade acontecer, “movimento rotacional do vento”, comprovado na imagem filmada. (Ver fig.1 e 2).

1 Instituto Nacional de Meteorologia – INMET –

Eixo Monumental Via S1 – 70610-400 – Brasília/DF – Brazil - mamedes@inmet.gov.br

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Fig. 1 Fig. 2

Portanto, neste trabalho visa-se esclarecer ou mostrar o que ocasionou esta tempestade, evidenciando a ocorrência de “tornado” na Região Equatorial, uma vez que os mesmos são incomuns e pouco documentados. LOCALIZAÇÃO Estado do Amazonas, capital Manaus

(Latitude: 03.08 - Longitude: 60.01)

Fig.3

RESULTADOS

Os parâmetros de grande escala observados nas imagens de satélites, propiciam visualizar os sistemas meteorológicos atuante no período em estudo:

a) Alta da Bolívia (AB), fenômeno que acontece em altos níveis da atmosfera com uma circulação anticiclônica no hemisfério sul acompanhado por áreas de instabilidade em superfície;

b) Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), a qual mantinha uma banda de nuvens que passava por grande parte do Brasil e;

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Imag. 1 14/11/2000– 12 UTC Imag.2 - 14/11/2000 – 15 UTC Imag.3 - 14/11/2000 – 18 UTC

Nas cartas sinóticas de superfície, assim como no Modelo de Alta Resolução (MBAR), percebe-se grande contraste térmico e confluência dos ventos em superfície na área em estudo. A projeção do Sistema (CCM), deu-se quando atingiu tal confluência e o contraste térmico, ocasionando rajadas de ventos fortes e pancadas de chuvas esparsas. Com estas condições meteorológicas observadas, os parâmetros aqui referenciados, sem dúvidas de causa, foram decisivos para a materialidade dos fatos (Ver fig 4 e Imag.4).

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Imagem 4 – 14/11/2000 – 18 UTC

No Modelo Numérico de Alta Resolução (MBAR), o campo de vento em 500 hPa (5.600 m) apresenta circulação ciclônica (hemisfério sul) ao sul, entre o Amazonas e Pará. Circulação anticiclônica ao norte e nordeste de Roraima e ventos de noroeste (NW), abrangendo todo o Estado, sendo responsáveis pelo cisalhamento em altos níveis (200 hPa). Observação vertical da atmosfera, às 12Z, vê-se uma camada de instabilidade condicional entre 1000 e 600 hPa. (Ver figuras 5, 6 e 7).

Fig. 5 Fig. 6 Fig. 7

Momentos que antecederam a tempestade, observou-se o movimento ciclônico dos ventos em superfície e o CCM intensificou ao atingir a área de confluência dos ventos e contraste térmico na superfície. Em seu depoimento, meteorologista afirma ter visto uma rápida formação de funil por debaixo das nuvens nas imediações da INFRAERO, quando iniciou-se a tempestade. A área abrangida pelas rajadas de ventos mais fortes, ocorreram numa área restrita da cidade próxima ao aeroporto, deixando sua marcas de potencial fenômeno da natureza, admiradas por alguns meteorologistas e pessoas afins. Relatos dessa ordem são comuns nas ocorrências de “tornados” e dificilmente são observados sobre uma estação meteorológica para registro. O radar Doppler, eficientemente detectaria sua presença de forma mais segura. A maioria dos trabalhos feitos sobre tornados no E.U.A. e Argentina, antes do surgimento do radar Doppler, basearam-se em observações visuais de observadores amadores e em “sinais” de sua passagem constatados a posteriori (Silva Dias, M A F – 1991).

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Fig. 8 Fig. 9

CONCLUSÃO

O forte gradiente de refletividade no interior do CCM indicam intenso cisalhamento entre as correntes ascendentes e descendentes, concentrando ainda mais a vorticidade (Silva Dias, M A F – 1991); pelas condições meteorológicas apresentadas em altos e em baixos níveis da atmosfera e pela teoria de Hauze J.R (1993), permitem concluir que no dia 14/11/2002, ao se formar uma super-célula (CCM), sistema que pode até persistir por várias horas (Silva Dias, M A F – 1991), gerou a tempestade e o tornado na Amazônia Brasileira, escalonado, conforme Fujita (1981), estima-se ter alcançado os parâmetros entre F0 a um F2.

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Fig. 10 – Carta Sinótica – 12 UTC Fig. 11 – Carta Sinótica – 18 UTC

PROSSEGUIMENTO

Os autores sugerem para a comunidade científica, que este trabalho tenha prosseguimento, acrescentando, por exemplo, imagens de satélite Landsat, as quais registrariam com precisão, as marcas deixadas pelo fenômeno. A posteriori, a comunidade verificará que ultimamente este tipo de tempestade vem ocorrendo quase que freqüentemente nesta Região, motivo pelo qual deve-se despender mais atenção por parte dos meteorologistas, afim de evitar um transtorno maior para a população em geral, pois, pelas figuras abaixo, todos poderão ter noção dos danos causado por este fenômeno.

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Fig. 14 Fig. 15

Fig. 16 Fig. 17

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- Houze JR, R.A , 1993 – Cloud Dynamics - p. cm.— (International geophysics: v 53) – ISBN 0-12- 356881-1 (Paper edition) – I. Clouds – Dynamics. I. Title. II. Séries.

- Maddox, R.A. , 1980. Mesoscale Convective Complexes. Bull. Amer. Meteor. Soc., 61, 1374- 1387.

- Silva Dias, M A F , A Possível Ocorrência de Tornado em São Paulo no dia 26 de Abril de 1991: Um Estudo de Caso – Departamento de Ciências Atmosféricas – Instituto Astronômico e Geofísico/USP – Ciaxa Postal 9638 – 01065-970 São Paulo, Brasil – 1991.

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Tabela 1. Especificação de “danos” na escala F de tornados de Fujita (1981).

Escala Descrição dos Danos

F0 18-32 m/s; danos leves. Algum dano à chaminés; galhos de árvores quebrados, árvores de raízes são arrancadas; danos em cartazes.

F1 33-49 m/s; danos moderados. O limite inferior é velocidade de furacão; ocorrem destelhamentos; veículos grandes como caminhões são derrubados; automóveis em movimeto são desviados para fora das estradas.

F2 50-69 m/s; danos consideráveis. Telhados inteiros são arrancados; grandes árvores são arrancadas ou partidas; objetos leves se transformam em mísseis.

F3 70-92 m/s; danos severos. Telhados e paredes derrubados; trens descarrilhados e tombados; maioria das árvores arrancadas; carros pesados levantados do chão e atirados.

F4 93-116 m/s; danos devastadores. Casas totalmente demolidas; estruturas com fundações frágeis atiradas a alguma distância; carros atirados; grandes objetos transformados em mísseis.

F5 117-142 m/s; danos inacreditáveis. Casas de suas fundações e atiradas a distâncias consideráveis; carros transformados em mísseis e atirados por distâncias superiores a 100 m; ocorrência de fenômenos incríveis.

Referências

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