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Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol Terceira Comissão Disciplinar AUDITOR RELATOR - DR. JURANDIR RAMOS DE SOUSA EMENTA:

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Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol Terceira Comissão Disciplinar

Processo nº 113/2017

Denunciante: PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA

Denunciado:

MODESTO ROMA JÚNIOR (Presidente do Santos F. C. - SP)

AUDITOR – RELATOR - DR. JURANDIR RAMOS DE SOUSA

EMENTA:

DENÚNCIA – PROCEDÊNCIA – POR MAIORIA DE VOTOS – APLICAÇÃO DA PENA DE MULTA NO VALOR DE R$-100.000,00 (CEM MIL REAIS), NOS TERMOS DO ART. 258, INC. III, DO CBJD, MAIS A PENA DE SUSPENSÃO DE 120 (CENTO E VINTE) DIAS, POR FORÇA DA APLICAÇÃO DO ART. 191, INC. III, N/F DO ART. 1º, §2º, DO RGC/CBF/2017, e, ART. 184, DO CBJD – AO PRESIDENTE DO SANTOS F. C. (SP) – MODESTO ROMA JÚNIOR – PRAZ0 DE 07 (SETE) DIAS PARA CUMPRIMENTO INTEGRAL DA OBRIGAÇÃO – SOB PENA DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVISTAS NO ART. 223, DO CBJD.

DA DENÚNCIA

DO OFÍCIO DA CBF

PROCEDIMENTO PRELIMINAR Nº 319/2017

1.- Consta do Ofício encaminhado ao Superior

Tribunal de Justiça Desportiva pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), datado de 28 de julho de 2017, na pessoa do Dr. Carlos Eugenio Lopes (Diretor Jurídico), ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Dr. Ronaldo Botelho Piacente, relatando fatos ocorridos na partida de futebol, realizada no dia 26 de julho de 2017, entre equipes do Santos e Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil.

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DO TEOR DO OFÍCIO DO SANTOS F. C.

2.-

Em breve síntese, para melhor esclarecimentos, consta do teor do Ofício do Santos, assinado pelo Vice Presidente, César Augusto Conforti, datado de 27 de julho de 2017, encaminhado à Confederação Brasileira de Futebol, relatando fatos ocorridos aos 40 minutos do 1º tempo, no qual, o árbitro Leandro Pedro Vuaden anotou um pênalti em favor da equipe do Santos e após consulta ao 4º (quarto) árbitro, deixou de marcar o pênalti e anotou escanteio, cujo relato está redigido nos seguintes termos, a saber:

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3.- Constou, ainda, do Ofício do Santos, pedido

expresso para declarar anulação da partida; proibir que repórteres permaneçam na lateral do campo e se comuniquem com a equipe de arbitragem durante as partidas; punir adequadamente a equipe de arbitragem que atuou em referida partida; descredenciar o Sr. Eric Faria como repórter de campo, uma vez que, no entendimento da Presidência do Clube, havia interferência externa na Arbitragem de Futebol, maculando o futebol nacional e a credibilidade da entidade desportiva.

4.- Em seu Ofício, o Santos, ainda, destacou que,

no lance do pênalti, houve interferência externa com a participação do repórter de campo, Eric Faria, da Rede Globo, na anulação do pênalti em favor da equipe do Santos, alegando, ainda, que a interferência do repórter foi testemunhada por dezenas de pessoas, e, também, que em “pseudos” outros jogos haviam denúncias de interferências externa em partidas de futebol no Brasil, assim descrito, senão vejamos:

(4)

4/28

DA PROCURADORIA DO STJD

5.- Portanto, diante dos fatos narrados na

Denúncia em pauta, em Procedimento Preliminar, e, em decisão monocrática do Procurador Geral do STJD, Dr. Felipe Bevilacqua, datada de 31 julho de 2017, com objetivo de instruir o feito principal, foi concedido, as partes, amplo direito à defesa, determinando, a DD. Procuradoria, os seguintes procedimentos, a saber:

 À Comissão de Arbitragem da CBF; O Sr. Leandro Pedro Vuaden, árbitro titular da partida e o Sr. Flávio Rodrigues de Souza (quarto árbitro), para se manifestarem sobre os fatos e informar se houve comunicação com o Repórter da TV Globo, Sr. Eric Faria, na forma do requerimento em anexo;

 O Presidente do Santos F. C., Sr. Modesto Roma Junior, para se manifestar e apresentar as provas sobre o ocorrido, tendo em vista as graves acusações constantes do requerimento em anexo e que veiculou em vários canais de televisão sobre a arbitragem e o repórter citado;

 O Departamento de Jornalismo Esportivo da TV Globo para que o repórter Eric Faria tenha a oportunidade de se manifestar sobre os fatos e informar se houve comunicação com o Quarto Árbitro, colaborando, assim, com a Justiça Desportiva;

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DOS ESCLARECIMENTOS DO REPÓRTER SR. ERIC FARIA

6.- Assim, nos esclarecimentos apresentados pelo

Sr. Eric Faria, protocolados, nesta Corte Julgadora, em 31 de julho de 2017, o repórter esclareceu que respeitou as normas de local e área de atuação demarcados naquele jogo, a saber:

DOS ESCLARECIMENTOS DO QUARTO

ÁRBITRO DA PARTIDA SR. FLÁVIO RODRIGUES DE SOUZA

7.- E, nos esclarecimentos do 4º Árbitro, Flávio

Rodrigues de Souza, protocolados, nesta Corte Julgadora, em 01 de agosto de 2017, o mesmo afirmou que não teve nenhum tipo de contato com alguém externo ao jogo, e, que atendeu pedido do árbitro principal para saber o que o mesmo tinha visto naquele lance, a saber:

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6/28

DOS ESCLARECIMENTOS DO ÁRBITRO DA PARTIDA SR. LEANDRO PEDRO VUADEN

8.- E, mais -, nos esclarecimentos do Árbitro da

partida, Leandro Pedro Vuaden, protocolados, nesta Corte Julgadora, em 02 de agosto de 2017, o mesmo destacou que, com sua experiência, tomou a decisão de saber a opinião do quarto árbitro, para auxiliar na marcação ou não do pênalti em discussão, a saber:

(7)

DOS ESCLARECIMENTOS DO PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ARBITRAGEM DA CBF SR MARCOS CABRAL MARINHO DE MOURA

9.- No tocante aos esclarecimentos do Presidente

da Comissão de Arbitragem da CBF, Marcos Cabral Marinho de Moura, protocolados, nesta Corte Julgadora, em 02 de agosto de 2017, a afirmação era de que, após a partida, no dia seguinte, consultado o árbitro e quarto árbitro, ambos informaram de que não havia nenhum tipo de interferência ou consulta externa feita pelo quarteto de arbitragem, cujos esclarecimentos foram relatados nos seguintes termos, a saber:

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DOS ESCLARECIMENTOS DO PRESIDENTE DO SANTOS F. C. SR. MODESTO ROMA JUNIOR

10.- Em petição, em nome do Presidente do

Santos F. C., Modesto Roma Junior, encaminhada aos autos, e, assinada pelo advogado, Dr. Márcio Fernando Andraus Nogueira, protocolados, nesta Corte Julgadora, em 02 de agosto de 2017, o mesmo informou que não houve, por parte do clube, ou, no site oficial, qualquer divulgação do Ofício encaminhado à Confederação Brasileira de Futebol.

11.- E, mais-, ainda, destacou que os fatos foram

amplamente divulgados na imprensa de que o árbitro assinalou penalidade máxima em favor do Santos, e, um minuto depois, por insistência do 4º árbitro, o lance foi cancelado e o árbitro principal preferiu anotar apenas tiro de canto, cujo teor da manifestação está assim redigida, senão vejamos:

(9)

12.- No Ofício do Santos, constou que houve a

interferência externa na decisão da arbitragem do repórter de campo, da TV Globo, Eric Faria, senão vejamos:

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10/28

13.- Outro fato relevante, na Denúncia do

Santos, tratou-se da reclamação dos limites da arbitragem e terceiros, sobretudo ao alegar a interferência de pessoas de fora, sob o título “a tv está dizendo”, senão vejamos:

14.- Constou, ainda, do Ofício, que o árbitro,

autoridade máxima da partida, estava a poucos metros de distância, e, que os fatos foram apurados por testemunha, através de Escritura de Declaração (fls. 26/27 – Procedimento Preliminar nº 319/2017), sob alegação de fé pública para instruir a presente, cujo teor está redigido, nos seguintes termos, a saber:

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12/28

15.- Por fim, também, destacou, o Santos, que

as provas e seus requerimentos, teve por conclusão lógica de interferência externa e outros indícios de que tais fatos estão ocorrendo no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, a saber:

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16.- E, mais -, os requerimentos da defesa do

denunciado que instruíram a defesa e contestação foram juntadas ao feito, a saber:

17.- E, nessa defesa, sob alegação de tratar-se

de lance interpretativo do árbitro, confessou o denunciado, que o Santos não pode proceder a impugnação da partida em tempo hábil, e, por entender que a prova de interferência externa seria difícil sua configuração na celeridade que o processo disciplinar desportivo exige, mudou sua defesa e confessou ao buscar medidas no sentido de apuração dos fatos narrados na Denúncia à CBF, senão vejamos:

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DA INTERVENÇÃO DE TERCEIRO - ANAF

18.- E, na qualidade de Intervenção de

Terceiro, apresentou à ANAF, em 04 de agosto de 2017, petição com objetivo de que sejam apuradas as questões relativas à Arbitragem e interferência de terceiros nos jogos de futebol.

DO SANEAMENTO DA DENÚNCIA DO SANTOS

19.- Portanto, após colhidas declarações e

manifestações, e, provas, à DD. Procuradoria apresentou Denúncia contra o Presidente do Santos Futebol Clube, Modesto Roma Junior, com base no art. 258, caput, e, inc. II, do §2º, e, art. 191, inc. III, ambos, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e, art. 1º, § 2º, do RGC/CBF/2017, na qual, no entendimento da Procuradoria, o Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, em debate público, em emissora de TV, ao vivo, não só AFIRMOU a interferência externa, como reiterou os pedidos do referido documento, porém, no entanto, não apresentou qualquer tipo de prova capaz de validar suas levianas declarações.

(15)

20.-

Assim, à Procuradoria entendeu que as declarações do Presidente trouxeram ACUSAÇÕES graves que geraram inúmeras reportagens, e, nesse caso, as declarações e explicações precisam ser apuradas diante da suposta “interferência externa”, insistentemente lançada na mídia pelo Presidente do Santos, Modesto Roma Junior.

21.- Destacou, ainda, à Procuradoria, que, o

Presidente, ora denunciado, se limitou a dizer que não foi responsável pela divulgação na mídia do teor do Ofício encaminhado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

22.- Entretanto, instado a juntar os documentos

pertinentes à sua denúncia, quer no Processo nº 319/2017, quer neste feito, na Sessão realizada no dia 09 de agosto de 2017, o mesmo quedou-se inerte, e, não trouxe nenhuma prova de suas alegações de que houve interferência de terceiro na partida de futebol.

23.- Portanto, por alegar na mídia fatos

inverídicos e, com isso, nada provar, a denúncia se enquadrou no art. 258, § 2º, inc. II, e, art. 191, inc. III, ambos, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, pelo descumprimento do art. 1º, §2º, do

RGC/CBF/2017, cujo teor trata-se de declarações antidesportivas e as que venham a macular a imagem da competição ou da CBF serão passíveis das punições previstas no art. 53, deste RGC, independentemente das sanções que forem impostas pelo STJD.

DA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO SR. MODESTO ROMA JUNIOR

24.- Cabe destaque especial nesta Denúncia, qual

seja, na Sessão realizada no dia 09 de agosto de 2017, em defesa de Modesto Roma Junior, representado pelo seu advogado, Dr. Márcio Fernando Andraus Nogueira, OAB/SP 178.899, o mesmo declarou que: “o Sr. Modesto era formado em Jornalismo e sabia dos seus direitos ao se apresentar para as entrevistas”.

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25.- Portanto, entende este Auditor que

Modesto Roma Junior não pode alegar ignorância e nem se afastar de seus deveres ou, ainda, de suas obrigações pertinentes aos pertinentes ao Jornalista, porque no seu Juramento assumiu o compromisso com a verdade, com a informação e com a busca da justiça, cujo teor do Juramento está assim redigido, senão vejamos:

DO JURAMENTO DO JORNALISTA

“Juro exercer a função de jornalista, assumir o compromisso com a verdade e a informação. Atuar dentro dos princípios universais de justiça e democracia, garantir principalmente o direito do cidadão à informação. Buscar o aprimoramento das relações humanas e sociais, por meio da crítica e análise da sociedade, visar um futuro mais digno e mais justo para todos os cidadãos brasileiros. Assim eu juro”. (Destaque nosso)

26.-

Portanto, por ser pessoa ligada à Mídia, a posição do E. Tribunal deverá levar em conta de que não se trata de pessoa sem conhecimento de efeitos Moral, Ético e Profissional nas suas declarações, devendo, neste caso, ser aplicado pena considerando a má-fé e o objetivo de lesar à honra e macular a imagem das pessoas ligadas ao futebol, até porque os fatos relacionados com sua denúncia não foram provados e nem provas foram apresentadas no momento oportuno.

DOS ANTECEDENTES DO SR. MODESTO ROMA JUNIOR NESTE TRIBUNAL

27.- Neste Tribunal, cabe destacar os

antecedentes do Presidente, Modesto Roma Junior; em 2015, na decisão proferida pela E. 2º Comissão Disciplinar, Processo nº 74/2015, o denunciado foi condenado na Multa de R$-10.000,00, mais Suspensão de 30 dias, por infração ao art. 243-F, §1º, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por se valer da mídia e ofender à honra de Sérgio Correa da Silva, Presidente da Comissão de Arbitragem-CBF.

(17)

28.- É que, Modesto Roma Junior, naquela

oportunidade, referiu à Arbitragem e ao Presidente da CA-CBF de forma “DESRESPEITOSA, GROSSEIRA E OFENSIVA”, declarando, na mídia: “chega de se trabalhar com esse CANCRO da arbitragem...”, ofendendo a sua honra de forma ostensiva e gratuita, e, também, à Comissão Nacional de Arbitragem da CBF. Aliás, tudo sem nada provar, apenas se valendo da mídia para acusar sem provas.

29.-

Em 2016, novamente, neste E. Tribunal, por decisão da E. 3ª Comissão Disciplinar, Processo nº 140/2016 (situação similar), se valendo da mídia, Modesto Roma Junior voltou a atacar à Arbitragem Nacional, e, ainda, à honra dos árbitros com ofensa direta, atribuindo que o árbitro daquela partida “era useiro e vezeiro em expulsar para arrumar resultado”, cuja decisão disciplinar aplicou a Multa de R$-40.000,00, mais suspensão de 90 dias, nos termos do art. 243-F, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

30.-

Em 2017, mais uma vez, Modesto Roma Junior se valeu da Mídia para fazer graves acusações, tudo, sem nada provar, contra a Arbitragem Nacional.

31.-

Entretanto, desta vez, Modesto Roma Junior envolveu terceiro, no caso, repórter da TV Globo, Eric Faria, sob suposta “interferência no resultado e trabalho direto dos árbitros”.

DAS REGRAS DA ARBITRAGEM

32.-

Cabe, aqui, fazer menção aos árbitros, pois o art. 5º, das Regras da Arbitragem, retrata de forma cristalina quais são as responsabilidades e os limites da atuação dos árbitros nas partidas de futebol, e, no caso daquela partida, corretamente agiu o árbitro ao consultar o 4º árbitro, conforme lhe faculta o artigo supra mencionado, a saber:

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DECISÕES DO ÁRBITRO

As decisões do árbitro sobre fatos relacionados ao jogo, incluído o fato de um gol ter sido marcado ou não e o resultado da partida, são definitivas. O árbitro somente poderá modificar uma decisão se perceber que a mesma é incorreta ou, a seu critério, conforme uma indicação de um árbitro assistente ou do quarto árbitro, sempre que ainda não tiver reiniciado o jogo ou terminado a partida.

(Destaque nosso)

DAS PROVAS PRODUZIDAS PELO SANTOS E PELO SR. MODESTO ROMA JUNIOR

33.- No tocante à defesa de Modesto Roma

Junior, o mesmo se limitou a alegar de que não informou à Mídia a respeito do Ofício encaminhado à CBF, porém, ao contrário do que alegou, as matérias lançadas na Mídia constam que o Ofício foi encaminhado pela TV OFICIAL DO SANTOS FUTEBOL CLUBE.

34.- Logo, s.m.j., se todos os sites publicaram

matéria de Vídeo, destacando que a fonte da informação foi a TV OFICIAL DO SANTOS, por certo, a defesa do denunciado caiu por terra, porque tratou-se de prova apresentada pelo próprio denunciado à Mídia com objetivo de lesar à honra dos árbitros e do repórter, Eric Faria, da TV Globo.

DA FALTA DE ASSINATURA NO DOCUMENTO LANÇADO NA MÍDIA DE FLS. 20/21

35.- A cópia divulgada pela Mídia, fornecida

pela TV Oficial do Santos (fls.20/21), não constou assinatura do Vice Presidente do clube como constou na cópia encaminhada à CBF, porém, trata-se de cópia no imprenso oficial do clube, e, cópia do Procedimento Preliminar nº 319/2017 (fls.03), constou assinatura do Vice Presidente do Santos, Sr. Cesar Augusto Conforti.

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36.- Outro fato relevante, que não mereceu ser

acolhido, diz sobre a declaração de que Modesto Roma Junior estava fora do Brasil, afastado da Presidência.

37.- É que, alega que não poderia (ele) ter

encaminhado à Mídia cópia do referido documento, mas, no entanto, nos documentos assinados pelo Dr. Márcio Andraus (fls. 19/25 e 38 – Procedimento Preliminar nº 319/2017), de 02 de agosto de 2017, constou que, através de seu advogado, o Presidente do clube se manifestava naquele feito, conforme consta na tópico inicial da petição, a saber: “O SANTOS FUTEBOL CLUBE, em nome de seu Presidente, Sr. Modesto Roma Jr, através de seu advogado devidamente registrado na secretaria deste E. Superior Tribunal,”.

38.- Com isso, e, nestes termos, apresentou sua

defesa e juntou documentos que julgava pertinentes ao caso em questão, e, provou que não estava afastado da Presidência do Santos Futebol Clube.

39.- Por outro lado, na entrevista, ao vivo, ao

jornalista Mauro César Pereira, Modesto Roma Junior deu declarações confirmando que no momento oportuno apresentaria as provas.

40.- Assim, a alegação de que estava afastado da

Presidência, s.m.j., se mostra inverídico e falta com a verdade, pois, os atos praticados comprovaram que Modesto Roma Jr estava à frente da Presidência e foi o único responsável pelas falsas informações na Mídia.

41.- E, diante dos documentos juntados com a

defesa, as alegações de seu afastamento da Presidência colocou uma pá de cal nessa defesa, tratando-se de alegação sem fundamento legal e que não poderá ser acolhida em favor do denunciado, demonstrando, inclusive, tratar-se de falsa afirmação seu afastamento do clube.

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42.- As fotos trazidas aos autos com a defesa,

referente a posição em que se encontrava o repórter, Eric Faria, também, foram impugnadas, pois, tratam-se de fotos editadas sem comprovação de sua veracidade, imprestáveis ao fim pretendido.

43.- Outro fato reprovável e condenável do

Presidente do Santos Futebol Clube, Modesto Roma Junior, se prende ao fato de que, em entrevista na Mídia, afirmou que os documentos e as provas “Só seriam apresentados no momento justo porque pé uma estratégia do nosso pedido de anulação”.

44.- E, em sua defesa oral, o advogado de

Modesto Roma Junior, Dr. Márcio Fernando Andraus Nogueira, alegou que retirava a denúncia de interferência externa na arbitragem, considerando, assim, que com a retirada daquela lesiva denúncia, por certo, a absolvição do denunciado ocorreria, mas, se esqueceu do seu efeito devasso causado na Arbitragem, no Campeonato, e, com Terceiro, que, no caso, trata-se do repórter, naquela partida de futebol, Eric Faria.

45.- Por fim, no dia da Sessão desta Comissão,

dia 09 de agosto de 2017, oportunidade para apresentar as provas para comprovar suas alegações, a defesa nenhuma prova produziu, muito menos prova testemunhal ou documental que pudesse afastar a condenação do denunciado, Modesto Roma Junior, comprovando, inclusive, sua má-fé em assumir declarações antidesportivas e, com isso, macular à arbitragem e a competição desportiva.

46.- Logo, não pode o denunciado simplesmente

vir à Mídia, lançar declarações falsas, e, em seguida, dizer que desistiu da denúncia e, com isso, nada sofrer de punição exemplar deste Tribunal Desportivo.

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47.- Outro efeito danoso provocado pelas

declarações do denunciado, cuja matéria foi sobejamente divulgada e publicada na mídia, escrita e falada, tratou-se das declarações do repórter, Eric Faria, de que sofreu várias agressões verbais, via Facebook, WhatsApp, e, em outras mídias.

48.- Destaca que, as declarações envolveram sua

família, sobretudo seus filhos, colocando, ainda, e, em dúvida, sua integridade profissional, e, pessoal, podendo, com isso, ser dispensado da emissora em que trabalha, diante das falsas acusações de interferência externa na partida de futebol, repita-se, apresentadas de forma leviana e lesiva pelo Presidente do Santos, Modesto Roma Junior.

49.- Outra questão a ser destacada nas

declarações do denunciado, foi a dúvida lançada sobre a idoneidade do Campeonato da Copa Brasil de 2017, envolvendo, com isso, terceiro, como é o caso da Rede Globo, contratualmente, responsável em divulgar os jogos desta competição, tudo, foi falado sem produzir nenhum tipo de prova capaz de afastar a condenação de Modesto Roma Junior.

50.-

Cabe destacar, também, neste triste episódio, que a matéria lançada na Mídia, envolveu a Confederação Brasileira de Futebol, que, na qualidade de gestora do futebol brasileiro, viu seu nome sendo levado à lama.

51.- Portanto, as levianas declarações na Mídia

do Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, sob a “pseuda” alegação de ter encaminhado denúncia à CBF, de forma vil, trouxe a Mídia falsas informações de interferência de repórter nas decisões da arbitragem.

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52.- No tocante à Arbitragem Brasileira, mais

uma vez, as declarações do Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, agrediu a honra e a idoneidade de seus árbitros, colocando em dúvida a honestidade e transparência no trabalho dos árbitros, sobretudo por alegar que uma partida de futebol foi apitada sob interferência de terceiro estranho ao quarteto de arbitragem.

53.- Os documentos juntados aos autos, às fls.

15/51, expressamente, comprovaram que as declarações levianas foram encaminhadas à Mídia pelas mãos e sob autorização do Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, cabendo destacar os tópicos das matérias jornalistas levadas ao ar e publicadas na mídia em geral, senão vejamos:

“MODESTO CRITICA ATITUDE DE MARINHO E PRESENÇA DE REPÓRTERES NO GRAMADO”

“SANTOS ALEGA INTERFERÊNCIA DE REPÓRTER DA GLOBO E QUER ANULAR JOGO COM O FLAMENGO”

“PERGUNTADO SOBRE O ASSUNTO, EM CONTATO COM O ESPN.COM.BR, O PRESIDENTE MODESTO ROMA NÃO NEGOU AS INFORMAÇÕES.

“ESSE É UM ASSUNTO INTERNO’, LIMITOU-SE A DIZER. FONTES LIGADAS AO CARTOLA CONFIRMAM TUDO O QUE FOI PUBLICADO”

“ACERJ CONDENA ACUSAÇÕES DO SANTOS A ERIC FARIA: ‘ATITUDE LEVIANA E CRIMINOSA’”

“ERIC FARIA LAMENTA ACUSAÇÃO DO SANTOS E RELATA AMEAÇAS: ‘PAI DE FAMÍLIA AQUI’”

“SANTOS PEDE ANULAÇÃO DE JOGO COM FLA POR SUPOSTA INTERFERÊNCIA DE REPÓRTER”

“PRESSÃO DO SANTOS NA CBF É PARA AFASTAR REPÓRTERES DA GLOBO DE ÁRBITROS”

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54.- Portanto, diante das declarações acima, a

defesa do denunciado de que o mesmo encontrava-se afastado da Presidência, também, não procede, ficando, também, impugnados os documentos juntados nesse sentido.

55.- É que, as participações na Mídia ocorreram

de imediato e voluntária pelo Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, não se furtando em responder nenhuma das perguntas, mesmo estando fora de São Paulo.

56.- Aliás, se o Presidente do Clube realmente

estivesse afastado da sua Presidência, poderia, neste caso, ter repassado ao Vice Presidente, César Augusto Conforti, que assinou aquele Ofício de fls. 02/03, Procedimento Preliminar nº 319/2017, encaminhado à Confederação Brasileira de Futebol.

57.- Portanto, isso só comprova que, para o

dirigente desportivo, quando o resultado de uma partida de futebol se mostra contrário aos seus interesses, independentemente, da culpa ou da responsabilidade, bastou um resultado contrário em campo, para se valer da mídia, para atacar a honra da arbitragem e demais membros.

58.-

Assim, guardada as devidas proporções e sem misturar os fatos, nos autos, o objetivo do Presidente do Santos Futebol Clube, Modesto Roma Júnior, se deu no mesmo sentido.

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59.- É que, diante do resultado do jogo que não

atendeu suas expectativas, a culpa pelo resultado negativo da sua equipe, precisa ser atribuída à alguém, que, nesse caso, recaiu sobre o quarteto de arbitragem, e, a falsa alegação de interferência externa do repórter de jogo, Eric Faria.

60.- Portanto, hoje, foi o Presidente da

Arbitragem e o repórter da Globo, Eric Faria, que sofreram ataques pessoais do Presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, amanhã, novamente, poderá um dos membros do próprio Tribunal, que poderá estar na mídia, sob o pretexto de um voto contrário.

61.- Aliás, no caso dos envolvidos neste triste

episódio, as declarações causaram-lhes prejuízos e transtornos desnecessários, e, ainda, grande prejuízo na sua vida pessoal e profissional.

62.- Dessarte, no caso em pauta, cabe uma

análise mais aprofundada a respeito, porque, a cada voto, a cada ato, a cada decisão tomada contrária aos interesses pessoais do Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, estaremos diante da impunidade absoluta e irrestrita.

63.- É que, não satisfeito com o resultado obtido

em campo, busca-se a mídia, para apresentar seu descontentamento, não se preocupando com o resultado nefasto que a mídia e os meios de comunicação provocam na vida do cidadão e da arbitragem.

64.- Portanto, se, no caso, Modesto Roma

Júnior, não tivesse tomado essa atitude de enviar à Mídia, por certo, hoje, estaríamos discutindo seu requerimento e não sua postura diante da mídia, para afrontar à honra e à dignidade de um membro desportivo, aliás, além de pessoal contra a arbitragem, também, se voltou contra a própria Instituição Desportiva a qual faz parte.

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65.- Não se pode deixar de abordar, ainda, a

questão do Presidente do Santos Futebol Clube, Modesto Roma Júnior, sob o efeito direto e objetivo que tal atitude provoca sobre os jogadores e torcedores, sobretudo da sua própria equipe.

66.- Aliás, retrata-se aqui, o caso do atleta do

Santos, David Braz, que, após o jogo, se apresentou à mídia e proferiu as seguintes palavras, a saber:

“Braz dispara contra arbitragem:

‘Faltou colocar a camisa do

Flamengo’”

(Destaques nosso)

67.- É que, jogadores, torcedores em geral ou

torcida do time em questão, após a reportagem, podem, s.m.j., agredir pessoas e, também, destruir e depredar patrimônio, pois se nada aconteceu ao seu Dirigente e Presidente, por certo, podem se sentir acima do bem e do mal, e, também, acreditar na impunidade, para justificar tamanha agressividade, logo, o denunciado deverá ser punido exemplarmente, pois trata-se de dirigente desportivo que tem por obrigação moral e, também, legal, de manter a ordem e a disciplina fora e dentro de campo.

68.- Portanto, hoje, os fatos, dos autos, se deu

contra o Presidente da Comissão de Arbitragem, e, o repórter, Eric Faria, amanhã, diante de um voto contrário, desse E. Tribunal, novamente, estaremos enfrentando ataque na esfera pessoal, ou quiçá, até, profissional, a um dos membros do próprio Tribunal.

69.- Por fim, a defesa apresentada, inclusive, os

documentos, carreados aos autos, mostraram de forma cristalina que, o objetivo do denunciado foi continuar sua agressão à honra e à dignidade da Arbitragem Nacional, e, não se retratar, na mesma proporção dos danos causados, diante das graves agressões à honra do quarteto de Arbitragem e ao repórter, Eric Faria, cabe ao Tribunal a punição neste caso.

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70.- Outro fato relevante, ocorreu na Sessão de

09 de agosto de 2017, este Auditor ao consultar o Dr. Márcio Andraus, advogado de defesa de Modesto Roma Junior, sobre a retratação à Confederação Brasileira de Futebol e à Comissão de Arbitragem, diante do pedido da defesa de desistência da denúncia sobre a anulação da partida e da interferência de terceiro nas decisões do quarteto de arbitragem, a resposta do seu defensor foi simplesmente

“NÃO”

, porque, ainda, aguardava a decisão desta Comissão Disciplinar,

para saber se acolhia ou não a absolvição de Modesto Roma Junior.

71.- Logo, esse fato, por si só, agrava, ainda,

mais a punição ao Presidente do Santos, Modesto Roma Junior, que provoca danos irreparáveis e, mesmo assumindo seu erro, não se retrata e nem toma nenhuma providencia legal, para reparar seu erro na mesma proporção dos danos causados aos árbitros, ao Campeonato e ao repórter, Eric Faria.

Deverás lamentável !!!

72.- E, nem adianta a defesa alegar que os fatos

veiculados na mídia não foi à pessoa dos árbitros e do Presidente da Comissão de Arbitragem, pois todos os meios de comunicação destacaram o episódio dando grande ênfase de que o Presidente do Santos atacou diretamente a interferência de terceiro no quarteto de arbitragem, conforme demonstrado nas cópias das reportagens de fls. 15/51, juntadas aos autos.

73.- Dessarte, os fatos narrados na vestibular

restaram comprovados, quer pela confissão da defesa, quer pelos documentos, além, claro, das provas de vídeos produzidas pela Procuradoria na Sessão desta E. Comissão, demonstrando e comprovando, com isso,

o ataque à honra ao

Presidente da Comissão de Arbitragem e aos árbitros da partida, além, de macular o desfecho da Copa do Brasil, também, maculando à honra do repórter da TV Globo, Eric Faria.

(27)

74.-

Portanto, sob todos os ângulos em que se colocar essa questão, não resta a menor dúvida de que o denunciado agiu de má-fé, de forma vil, lesivo, e teve como objetivo denegrir e macular à imagem da Confederação Brasileira de Futebol; Arbitragem Nacional; Rede Globo de Televisão, e, Terceiro, no caso, Eric Faria.

75.- Logo, a denúncia do Sr. Modesto Roma

Junior encontra amparo no art. 258, caput, e, inc. II, do §2º (criticar desrespeitosamente à arbitragem), e, art. 191, inc. III, ambos, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e, art. 1º, § 2º, do RGC/CBF/2017 (conduta antidesportiva que prejudique a imagem e a credibilidade do campeonato), e, nessa condenação deverá ser incluído, julgado e punido pelas falsas declarações de alegar e nada provar ou comprovar, mesmo diante do amplo direito de defesa.

77.- A Procuradoria manteve na íntegra a

denúncia da vestibular.

78.- O denunciado, neste Tribunal, Presidente do

Santos Futebol Clube, Modesto Roma Junior, é reincidente.

79.- Funcionou na defesa do Presidente do

Santos F. C., Modesto Roma Júnior, o Dr. Márcio Fernando Andraus Nogueira, que apresentou defesa oral, prova documental e vídeos.

80.-

Por fim, esse Tribunal deverá tomar todas as medidas necessárias, severas, pontuais e precisas, com objetivo de punir exemplarmente o Presidente do Santos Futebol Clube (SP), Modesto Roma Júnior, para evitar que fatos como este, se torne corriqueiro no meio desportivo, quer com agressão aos membros da Arbitragem, quer contra os membros do próprio Tribunal, ou, pior, contra terceiro, estranho ao jogo, como foi o caso do repórter da Rede Globo, Eric Faria, devendo, nesse caso, ser aplicada a pena de Multa, nos termos do art. 191, e, pena de Suspensão, em consonância o art. 258, ambos, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

(28)

28/28

É o Relatório

DA DECISÃO

De conformidade com o voto do Relator, que integra esta decisão, Acordam a 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol proferir a seguinte decisão, a saber:

a) Por maioria de votos, por infração ao art. 258, inc. III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (criticar desrespeitosamente à arbitragem), aplicar a pena de Multa no valor de R$-100.000,00 (Cem Mil Reais), e, por infração ao art. 191, inc. III, n/f do art. 1º, §2º, do Regulamento Geral da Competição da CBF/2017 (conduta antidesportiva que prejudique a imagem e a credibilidade do campeonato), a pena de Suspensão de 120 (cento e Vinte) dias, determinando, ainda, o prazo de 07 dias, para o cumprimento integral da obrigação, devendo, também, constar, nos autos, a comprovação do pagamento, sob pena das medidas previstas no art. 223, do

Código Brasileiro de Justiça Desportiva; contra os votos do Auditor,

Relator, Dr. Vanderson Maçullo, e, Auditor, Dr. Otacílio Araújo, que aplicavam a pena de Suspensão de 45 (quarenta e cinco) dias, e, Multa de R$-60.000,00 (Sessenta Mil Reais).

Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2017

JURANDIR RAMOS DE SOUSA AUDITOR

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