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INTERVENÇÃO BREVE NO USO ABUSIVO DE DROGAS

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Academic year: 2021

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II MÓDULO

INTERVENÇÃO BREVE NO USO ABUSIVO DE DROGAS

Profª. Dra. Roseli Boerngen de Lacerda

Professora Titular aposentada do Departamento de Farmacologia UFPR Mestre em Farmacologia e Doutora em Psicobiologia pela

(2)

SEM PROBLEMAS COM PROBLEMAS GRAVES PROBLEMAS??? INTERVENÇÃO

(3)

Alguma forma de intervenção, qualquer que seja, é melhor que nenhuma

(Wagner et al., 1999; Catalano et al., 1991; WHO, 1996).

(4)

 As IBs são úteis na redução do consumo,

em pacientes que ainda não apresentam dependência grave ou co-morbidades.

 A IB como proposta de redução do consumo

age minimizando riscos de desenvolver problemas físicos, psicológicos e sociais.

INTERVENÇÃO BREVE E USO

DE DROGAS

(5)

 Estudos com dependentes (leve/mod) de álcool,

indicam que as IBs são tão efetivas quanto abordagens mais longas.

(Edwards et al., 1977, 1983; Orford et al., 1976; Project MATCH, 1997, 1998).

(6)

 Orford et al. (1986) compararam a efetividade

de IB de 1 sessão X tratamento tradicional de internação – em 100 homens dependentes de álcool. No seguimento, 1 ano depois, ambos os grupos relataram 40% de redução no consumo.

(7)

 Outros estudos sobre efetividade entre:

IB de 6 sessões X IB de 1 sessão = redução do consumo em ambos os grupos

(Richmond et al., 1995; Senft et al., 1997; Burge et al., 1997).

(8)

EFETIVIDADE DA IB

 WHO Brief Intervention Study Group (1996)

demonstrou que 5 minutos de

aconselhamento simples foram tão efetivos quanto 20 minutos.

(9)

EFETIVIDADE DA IB

 SENFT et al. (1997) observaram, em

serviços de APS, redução na frequência do

consumo de álcool em usuários problema que receberam a IB por 15 minutos e materiais

(10)

 Fleming et al (1997), efetividade da IB para

usuários de álcool de diferentes idades:

• não houve diferenças na efetividade

(11)

EFETIVIDADE DA IB

 Estudos em unidades APS em 10 países:

20% dos consumidores “pesados” de álcool responderam com redução clinicamente

significativa a uma única sessão de aconselhamento.

(12)

EFETIVIDADE DA IB

 Estudos de revisão demonstram a eficácia da

IB para consumidores problema de álcool (não apenas em APS):

• Bien et al. 1993 (32 estudos controlados)

• Kahan et al. 1995 (11 estudos)

(13)

 Meta-análise demonstrou a eficácia da IB

para “bebedores de risco” na APS

(Ballesteros et al., 2004)

(14)

Screening e intervenção breve e

referenciamento para tratamento (SBIRT) é efetivo para reduzir o uso de álcool e problemas relacionados em serviços de

saúde (Babor et al., 2007; Kaner et al., 2007;

Task Force on Community Preventive Services, 2012)

(15)

EFETIVIDADE DA IB

 Eficácia da IB para outras substâncias:

• maconha (Lang et al., 2000; Stephens et al.,

2000; Copeland et al., 2001);

• anfetaminas (Baker et al., 2001);

• benzodiazepínicos (Bashir et al., 1994);

• opiáceos (Saunders et al., 1995);

(16)
(17)
(18)
(19)

IB INFORMATIZADAS TAMBÉM SÃO

EFETIVAS

Screening e IBs baseadas em computador e na web

são tão efetivas quanto a entrevista presencial para reduzir o consumo e os problemas relacionados ao álcool.

(systematic reviews: Bewick et al., 2008; Moore et al., 2011; e metanalysis: Rooke et al,

2010; White et al., 2010, Carey et al., 2011; Khandjesari et al, 2011; Riper et al., 2011, Fachini et al., 2012; Donoghue et al., 2014)

(20)

O QUE É

(21)

INTERVENÇÃO BREVE

É uma estratégia de atendimento com tempo limitado, cujo foco é a mudança de comportamento do paciente.

(22)

NO QUE SE FUNDAMENTA A

INTERVENÇÃO BREVE?

(23)

 Centrada no paciente;

 Ajudar o paciente a mover-se através dos

estágios de mudança

BASEADA NA ENTREVISTA

MOTIVACIONAL

(24)

MODELO DE MUDANÇA (Prochaska &

DiClemente,1984)

 A mudança de

comportamento é um processo que envolve alguns estágios.

 A motivação está

relacionada ao estágio em que se encontra o indivíduo:

Consumo excessivo de álcool e/ou drogas é um comportamento

aprendido.  Preparação  Ação  Manutenção    Pré- Contemplativo  Contemplativo  Recaída

(25)

PRÉ CONTEMPLAÇÃO

 Não está consciente que seu comportamento está

causando problemas;

 Acredita estar imune as consequências adversas;

 Resiste ou nega as consequências trazidas por

seu comportamento;

 Usuários felizes;

 Não respondem a conselhos de mudança.

(26)

CONTEMPLAÇÃO

 Ambivalência em relação ao consumo

 Percebem coisas boas e menos boas

 ajudar o paciente a reconhecer sua força

e habilidade de mudança;

 sugerir estratégias para parar ou diminuir

(menu de opções);

Ganhos com a mudança. Perdas por não mudar.

Ganhos por não mudar. Perdas com a mudança.

(27)

PREPARAÇÃO / AÇÃO

Para atingir este estagio é necessário que :

 perceba que seus problemas têm solução;

 acredite ser capaz de mudar.

Negociar objetivos e metas para a mudança:

 sugerir estratégias para a mudança;

 ajudar a identificar situações de risco;

(28)

MANUTENÇÃO

Para manter a mudança é necessário :

 Ter consciência da possibilidade da recaída;

 Com a recaída eles voltam a um dos estágios

anteriores;

 Realizar a mudança passo a passo.

“Estágio mais difícil:

(29)

COMPONENTES DA INTERVENÇÃO

BREVE

(30)

 O aprendizado ocorre de acordo com as atribuições

dadas:

• ao efeito da substância;

• à função que a substancia tem em sua vida.

 Estas atribuições provêm de:

• julgamentos +/- sobre a substância;

• repetidas experiências com a substância;

• expectativas e crenças em relação à substância.

Portanto, estes julgamentos são altamente subjetivos.

CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL E/OU

(31)

MILLER & SANCHES (1993)

Propuseram alguns elementos essenciais para o processo de IB e TCC:

Feedback

Responsibility

Advice

Menu of option

Empathy

(32)

FEEDBACK (RETORNO DO RESULTADO

DO ASSIST

 Após a aplicação do ASSIST é feito o cálculo da

pontuação para cada droga e informado ao paciente.

 No caso de pontuações acima do limite máximo aceitável

(ASSIST > 3*) é dito ao paciente que o instrumento indicou que ele está numa faixa de risco de problemas devidos ao uso de álcool ou da(s) droga(s) “X”.

ASSIST 27 ou > DEPENDÊNCIA 4 a 26 RISCO 0 A 3 ABAIXO DA FAIXA DE RISCO ÁLCOOL : • 0 a 10 sem risco; • 11 a 26 sob risco.

(33)

RESPONSIBILITY

Ênfase na responsabilidade pessoal do paciente pela mudança.

“Você é que vai decidir o que fazer com estas informações”

“Ninguém pode decidir por você”

 Vários autores relatam que a

percepção de “responsabilidade” age como motivador

para a mudança de comportamento.

(34)

ADVICE

 Orientações claras com vistas a mudança de

comportamento;

 Discussão sobre possíveis metas;

 Informação (folhetos).

O que você vai evitar?  Ressaca

 Situações embaraçosas/risco  Pressão familiar/escolar

O que você vai ganhar?  Maior prazer

 Economia ($)

 Melhor desempenho escolar  Controle da situação

(35)

Álcool

O uso contínuo está associado com:

Ressaca, comportamento agressivo, acidentes e lesões Redução do desempenho sexual, envelhecimento precoce Problemas digestivos, úlceras, inflamação do pâncreas, pressão arterial alta

Ansiedade e depressão, dificuldades de relacionamento e financeiros e problemas no trabalho

Dificuldade de se lembrar das coisas e de resolver problemas

Lesões e danos no cérebro de bebês de mulheres grávidas Infarto, lesões permanentes no cérebro, disfunções

musculares e de nervos

Risco de passar por esses problemas:

(36)

MENU OF OPTION

 Identificação das situações de risco (onde,

com quem, etc.);

 Oferecer/identificar várias estratégias para

enfrentar as situações de risco (com vistas à mudança de comportamento).

Trabalhar várias opções dentro do contexto do sujeito, aumentar a sensação de controle e

escolha pessoal. Mais chance de persistir no comportamento.

(37)

As estratégias dependem do contexto do indivíduo:

 Traçar metas claras e simples;

 Evitar os ambientes ou pessoas que estimulam

o uso da droga;

 Recusar a droga de forma consistente e segura

quando oferecida para que a situação não se repita;

 Ressaltar os aspectos negativos do uso da drog;

 Ressaltar os aspectos positivos para a diminuição

ou abstinência;

 Desenvolver novos hábitos ou atividades (ex.

(38)

MENU DE ESTRATÉGIAS

O QUE FAZER?

 Reconhecimento de apoios familiares e

sociais que possam ajudá-lo no controle e no lidar com os sintomas;

(39)

EMPREENDIMENTO DE ATIVIDADES

SAUDÁVEIS;

(40)

 Reconhecimento do imediatismo do prazer

da droga versus a construção do prazer no cotidiano.

(41)

 Ajudar o individuo a construir o seu plano de

metas

Metas a curto, médio e longo prazo. Pequenos passos.

(42)

Redimensionar crenças e expectativas:

 Álcool e Drogas não são antidepressivos ou

(43)

Redimensionar crenças e expectativas:

 Álcool e Drogas têm suas consequências

(44)

Empathy

 Empatia do profissional é um forte

determinante para motivação e mudança.

Mesmo quando os pacientes são confrontados

com feedback ou recebem conselhos diretos, isso pode e DEVE ser feito de modo empático.

“imagino o quanto deva ser difícil,

mas tenho

(45)

SELF EFFICACY

efficcy

 Refere-se à crença de um indivíduo em sua

capacidade de realizar ou ter êxito em uma tarefa específica.

 Neste caso, deve-se persuadir o individuo de

que ele pode fazer a mudança.

 Estimular a auto- confiança do

indivíduo.

“Tenho certeza que você vai conseguir” . A cada progresso:

“Viu como você consegue?

(46)

F - Feedback (retorno) abrangente sobre os problemas decorrentes do uso (baseado na pontuação do ASSIST) R - ênfase na Responsabilidade pelas mudanças (pode-se

avaliar a PRONTIDÃO para mudanças pelo discurso ou usando-se a régua da motivação)

A - claro Aconselhamento sobre a necessidade de mudança, localizando o individuo no quadro de efeitos (“fundo poço”) M - Menu de estratégias alternativas personalizadas que

facilitem a mudança (“gosta/ gostava/ gostaria”) E - Empatia: importante determinante da motivação S - promover a crença na Auto-eficácia (Self efficacy)

RESUMO DA ESTRUTURA DA INTERVENÇÃO

BREVE

(47)

Feedback

Prontidão para mudanças (régua da motivação – PC-C-A-M) Aconselhamento: necessidade e possibilidade de mudança, crença na Auto- eficácia, quadro de efeitos (“fundo poço”) Prós e contras (balança) por escrito com mais peso nos contras.

Situações de risco e estratégias personalizadas de

enfrentamento (“gosta/ gostava/ gostaria”; rede de apoio, traçar metas simples “por escrito”, colocar metas em local visível, ler sempre as metas, exercício

cognitivo-comportamental)

(48)

POSTURA DURANTE A INTERVENÇÃO

BREVE

(49)

 Expressar empatia - abordagem de aceitação,

sem julgamentos e rótulos - “é difícil falar sobre isso .... Eu realmente aprecio a sua coragem”

 Fazer perguntas abertas resposta longa que

permita conversar.

 Perguntar sobre as coisas “boas ” e as “não tão

boas” associadas ao uso de álcool ou outras drogas (prós e contras, por escrito).

(50)

Ouvir

REFLECTIVAMENTE

Onde você enfatiza os problemas e preocupações percebidos. Isto pode ser útil no esclarecimento do significado do que foi dito:

 ”Você está me dizendo que seu uso de drogas está

lhe causando problemas em casa.”

 “Você está surpreso que sua pontuação no ASSIST

está mostrando que você está em risco de apresentar problemas.”

(51)

 Ser afirmativo - incluir manifestações de

apreciação e compreensão ajuda a criar uma atmosfera de maior apoio, encorajando o

usuário a considerar a mudança.

 Deixar claras suas preocupações a respeito dos

problemas do paciente decorrentes do uso.

 Mudar o padrão de consumo de álcool ou uso

(52)

Provocar mudança de discurso, ajudar o paciente a resolver a sua ambivalência e apresentar os argumentos para mudança

reconhecer as desvantagens de ficar na mesma situação reconhecer as vantagens

de mudança expressar otimismo em relação à mudança expressar uma

(53)

Resumir no final o que foi dito prepara o paciente para a mudança.

 Primeiro o paciente ouve de si mesmo o que

disse, depois ouve o terapeuta devolvendo suas palavras e por último ouve novamente no

resumo.

 O terapeuta escolhe o que incluir no resumo e

pode direcioná-lo para a mudança, enfatizando alguns pontos e dispensando outros.

(54)

 Expressar empatia;

 Desenvolver discrepância (pros e contras);

 Lidar com a resistência (sem confrontar);

 Fortalecer a auto- confiança;

 Desenvolver habilidades específicas (perguntas

abertas, objetivas, afirmativas, escuta reflexiva, resumo);

 Provocar mudança de discurso (comportamento

vem depois).

(55)

ATITUDES DURANTE A INTERVENÇÃO

BREVE

(56)

 Uso de drogas é um aprendizado;

 Falar no assunto é melhor do que não falar;

 Quanto antes ocorrer a mudança, melhor o

prognostico (prevenção);

 Preocupação com a saúde;

 Nunca rotule “certo X errado”;

 Não confrontar;

 Evitar preconceito e estigma;

(57)

“ Eu considero importante falar no assunto, pois a gente vê o resultado e sabe que é um

importante problema de saúde. E eu acho que se a gente não perguntar diretamente eles não falarão espontaneamente”.

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(59)

IB-INFORMATIZADAS: INTERVENÇÃO IDEAL

Efetivas

Podem ser acessadas livremente Disponíveis 24 horas por dia Acessível do conforto de suas

casas

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Referências:

www.informalcool.org.br

https://www.informalcool.org.br/bebermenos/demonstracao

https://www.informalcool.org.br/content/demonstra%C3%A7%C3%A3o www. drogas.bio.br

(78)

CONTATOS:

Profa. Dra. Roseli Boerngen de Lacerda:

boerngen@ufpr.br, boerngen@hotmail.com

Referências

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